Família Rocha Miranda

Área de identificação

Tipo de entidade

Família

Forma autorizada do nome

Família Rocha Miranda

Forma(s) paralela(s) de nome

Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

Outra(s) forma(s) de nome

identificadores para entidades coletivas

Área de descrição

Datas de existência

Histórico

Em 1916, o engenheiro e capitalista Luis da Rocha Miranda (1862-1926), filho do Barão de Bananal, adquiriu o latifúndio denominado Lagoa do Sino dos espólios do Brigadeiro Tobias de Aguiar (1794-1857). Com sua morte em 1926, a propriedade, que se localizava no interior do estado de São Paulo, foi dividida entre os filhos de seu segundo casamento: Otávio, Sérgio, Armênio, Osvaldo e Renato da Rocha Miranda. A área que conformou a fazenda Cruzeiro do Sul passou a ser de Sérgio da Rocha Miranda e a que constituiu a fazenda Santa Albertina ficou nas mãos de Oswaldo da Rocha Miranda. A partir de 1958, Renato da Rocha Miranda Filho adquiriu partes das fazendas Cruzeiro do Sul e Santa Albertina e passou a chamá-las de Fazendas Reunidas. A família era uma das mais importantes da elite carioca do início do século XX, sendo proprietária de diversas empresas e companhias industriais e agrícolas tanto no Rio de Janeiro, quanto em São Paulo. Nas fazendas Cruzeiro do Sul e Santa Albertina, investiam na importação e aprimoramento genético de gado Nelore e cavalos crioulos. As propriedades tiveram intensa atividade nas mãos dos Rocha Miranda - principalmente entre as décadas de 1930 e 1940 - sendo que, a partir da década de 1960, passaram por sucessivos arrendamentos, desapropriações e transferências. Em 1998, ao abordar o tema do nazismo em uma aula de História, Sidney Aguilar Filho soube por parte de uma aluna que na fazenda de sua família foram encontrados diversos tijolos com o símbolo da suástica. A partir dessa informação, o historiador iniciou uma série de visitas às remanescentes instalações da fazenda Cruzeiro do Sul (que datavam das décadas de 1910, 1920 e 1930), bem como entrevistas com antigos empregados e moradores da região. Em suas pesquisas, Sidney descobriu que não só os tijolos eram marcados com o símbolo nazista, mas também o gado que participava de exposições e competições nacionais e documentos administrativos da fazenda. Revelou também que Otávio, Osvaldo e Renato da Rocha Miranda fizeram parte da “Câmara dos Quarenta”, um dos órgãos superiores da Ação Integralista Brasileira (AIB). Para além da associação da família Rocha Miranda com a ideologia nazista e o movimento integralista, a pesquisa de Sidney trouxe à tona o fato de Osvaldo da Rocha Miranda ter sido responsável pela transferência de 50 meninos com idades entre 9 e 12 anos, 48 deles “pretos ou pardos”, de um orfanato no Rio de Janeiro para as fazendas da família. A remoção dos meninos teria ocorrido entre 1933 e 1934 e, sob a “tutela” legal de Osvaldo Rocha Miranda, foram submetidos a rotinas de trabalho sem remuneração, castigos físicos e impedidos de circular livremente. A intensa investigação empreendida pelo historiador resultou em sua tese de doutorado, defendida em 2011 pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. Além disso, em 2012, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo (Condephaat) iniciou estudo para o processo de tombamento das antigas instalações da fazenda Cruzeiro do Sul, sob a justificativa de que o referido acervo reúne os únicos registros oficiais probatórios dessa história de violações de direitos humanos, o que foi efetivado em 2015 (Processo de tombamento 74865/2015).

Locais

Estado Legal

Funções, ocupações e atividades

Mandatos/fontes de autoridade

Estruturas internas/genealogia

Contexto geral

Área de relacionamentos

Área de pontos de acesso

Pontos de acesso de assunto

Pontos de acesso local

Ocupações

Área de controle

Identificador de autoridade arquivística de documentos

Identificador da entidade custodiadora

Regras ou convenções utilizadas

Estado atual

Nível de detalhamento

Datas de criação, revisão e eliminação

Idioma(s)

Sistema(s) de escrita(s)

Fontes

Notas de manutenção

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