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Registro de autoridade
Pessoa

Edgard Leuenroth

  • Pessoa
  • 1881-1968

Edgard Frederico Leuenroth nasceu em Mogi Mirim, São Paulo, no dia 31 de outubro de 1881, filho de Waldemar Eugênio Leuenroth e Amélia de Oliveira Brito. Após o falecimento do pai em 1885, mudou-se no ano seguinte para a cidade de São Paulo com a mãe e os irmãos Etelvina, Waldemar, João e Eugênio, passando a residir no bairro operário do Brás. Em decorrência de dificuldades financeiras, abandonou o estudo regular e começou a trabalhar com apenas dez anos de idade. A partir de 1895, passou a exercer o ofício de tipógrafo quando ingressou nas oficinas da Companhia Industrial de São Paulo. Dois anos mais tarde, inseriu-se no fazer jornalístico como tirador de provas e depois tipógrafo do jornal O Commercio de São Paulo, onde permaneceu por 12 anos. Ainda em 1897, fundou seu primeiro jornal, O Boi, voltado à crítica literária, o qual seria sucedido em 1898 pela Folha do Braz, órgão defensor dos direitos dos moradores daquele bairro. Por volta de 1900, interessou-se pelo socialismo e frequentou por um tempo as reuniões do Círculo Socialista Primeiro de Maio, até que em 1904 foi apresentado à filosofia anarquista e passou a envolver-se com o movimento libertário. Em 1903, participou da fundação do Centro Tipográfico de São Paulo, que logo transformou-se em União dos Trabalhadores Gráficos (UTG), e colaborou na criação do jornal O Trabalhador Gráfico, veículo oficial da nova organização. Em 1905, transferiu-se para o Rio de Janeiro e trabalhou como tipógrafo nos periódicos A Imprensa e Portugal Moderno. No fim desse mesmo ano, participou da fundação da Federação Operária de São Paulo (FOSP) e do jornal A Terra Livre, onde conheceu o anarquista português Neno Vasco. A partir de então, sob seu próprio nome ou pseudônimos – Demócrito, Frederico Brito, Palmyro Leal, Len, Leão Vermelho, Routh, Siffleur, entre outros – Edgard Leuenroth esteve ligado à imprensa operária de maneira intensa, integrando-a totalmente à sua trajetória de militância. Em 1906, tornou-se redator do jornal A Lucta Proletaria (órgão da FOSP), participou do I Congresso Operário Brasileiro (também dos que viriam acontecer em 1913 e 1920) e casou-se com Aurora da Costa Reis, com quem viveria por toda sua vida. Voltando a residir em São Paulo, fundou o jornal Folha do Povo em 1908 e, no ano seguinte, passou a dirigir o jornal anticlerical A Lanterna, fundado por Benjamin Motta em 1901. Em 1911, colaborou na fundação do jornal A Guerra Social e foi preso pela primeira vez após participar de um comício em protesto ao desaparecimento e provável assassinato da menina Idalina Stamato, caso que gerou bastante comoção na imprensa libertária da época. Em 1912, participou da criação do Comitê de Agitação Contra a Carestia de Vida e da Escola Moderna de São Paulo, cuja proposta pedagógica guiava-se por um ensino laico, racionalista e libertário. Entre 1915 e 1917, colaborou nos jornais independentes O Combate e A Capital, ambos de São Paulo. Em seguida lançou A Plebe, que se tornaria um dos mais importantes periódicos anarquistas publicados no Brasil. O jornal sofreu recorrentes perseguições e foi fechado algumas vezes, tendo sido publicado, com interrupções, até 1951. Edgard também desempenhou papel de destaque nas mobilizações da greve geral de 1917, motivo pelo qual foi injustamente acusado pelas autoridades de ter liderado a pilhagem ao Moinho Santista, e permaneceu preso durante seis meses até seu julgamento e absolvição. Durante o ano de 1919, participou da criação dos Partidos Comunistas do Rio de Janeiro e de São Paulo (ambos de tendência libertária), colaborou na redação do jornal Spartacus e publicou, em parceria com Hélio Negro (pseudônimo de Antônio Candeias Duarte), o livreto O que é marxismo ou bolchevismo: programa comunista, distribuído durante a Primeira Conferência Comunista do Brasil em junho daquele ano. Entre 1917 e 1920, o movimento operário anarquista encontrava-se em pleno auge e Edgard Leuenroth, um de seus principais líderes, participava ativamente dos movimentos grevistas através da imprensa e também nas ruas, com discursos inflamados e liderando protestos. Colaborou ainda no jornal A Voz do Povo, extinto no final de 1920. Nesse mesmo ano, passou a trabalhar na agência de publicidade A Eclectica, da qual seu irmão Eugênio Leuenroth foi um dos primeiros proprietários, onde permaneceria até 1940. Pela agência, atuou na redação de alguns de seus periódicos (Eclectica, Romance Jornal, Ecla - Serviço de Notícias e Jornal dos Jornais) e compareceu ao I Congresso Pan-Americano de Imprensa, realizado no ano de 1926 em Washington, Estados Unidos, ocasião em que organizou uma exposição sobre a imprensa brasileira. Colaborou ainda na fundação do jornal A Vanguarda, em 1921, e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de São Paulo (STIG), em 1923. Na década seguinte, participou da criação do Centro de Cultura Social (CCS), importante entidade cultural vinculada ao movimento anarquista que tinha entre seus objetivos estimular, apoiar e promover entre as camadas populares o estudo dos problemas relacionados à questão social. Edgard Leuenroth também participou da fundação da Associação Paulista de Imprensa (API), em 1933, e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e da Associação Paulista de Propaganda, em 1937. Entre as décadas de 1940 e 1950, organizou e dirigiu os arquivos de A Noite (edição paulista), Jornal de São Paulo, A Época, Jornal do Comércio (Recife) e trabalhou na renovação dos arquivos da Folha da Manhã e de O Globo (Rio de Janeiro). Também compareceu por diversas vezes ao Congresso Nacional de Jornalistas, entre as quais, a quarta edição realizada em Recife, em 1951, onde apresentou o texto A organização dos jornalistas brasileiros, o qual foi publicado em livro postumamente. Participou de vários congressos e encontros anarquistas, entre os quais, o Encontro Libertário, realizado no Rio de Janeiro em 1958, ocasião em que aceitou assumir a direção do jornal Ação Direta, após o falecimento de seu fundador José Oiticica. Em 1963, publicou o livro Anarquismo - Roteiro da Libertação Social, uma antologia de textos que abordam diversos aspectos da teoria e prática anarquista. Durante os últimos anos de sua vida, trabalhou como arquivista na sede paulista da agência Standard Propaganda, fundada por seu sobrinho Cícero Leuenroth, e colaborou no jornal O Libertário, de São Paulo. Morreu em 28 de setembro de 1968 em decorrência de um câncer hepático.

Elisabeth de Souza Lobo Garcia

  • Pessoa
  • 1943-1991

Elisabeth de Souza Lobo Garcia, ou Elisabeth Souza Lobo, como assinava seus textos, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 30 de agosto de 1943. Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1965. Esteve em Paris entre os anos de 1967 e 1969, onde pode acompanhar os seminários de Lucien Goldmann (“Sociologie de la Philosophie et de la Littérature”), de Anouar Abdel-Malek (“Sociologie des mouvements sociaux”) e de Louis Althusser (“Philosophie spontanée des savants”). Após retornar ao Brasil, foi professora de literatura no ensino médio por um breve período antes de seguir para o Chile em 1970, onde vinculou-se como docente de metodologia das ciências sociais na Escola de Estudos Econômicos Latino-Americanos (ESCOLATINA) até o golpe de estado de 1973. Por essa época, integrou a Universidade de Paris VIII lecionando nos departamentos de Sociologia e Ciências Políticas, onde também defendeu a tese de doutorado em Sociologia sob a orientação do filósofo Jean-Marie Vincent, em 1979. Durante a década de 1980, trabalhou como docente na Universidade Metodista de Piracicaba (1980), na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – Marília (1981-1982), na Universidade de São Paulo (1982-1991), como professora visitante na Universidade de Québec – Canadá (1989) e na Universidade Estadual de Campinas (1989-1991). Em 1983, publicou seu primeiro livro, uma biografia da anarquista lituana Emma Goldman (1869-1940). Destaca-se ainda "A classe operária tem dois sexos", de 1991. Publicou também diversos artigos nos jornais "Em Tempo", "Mulherio", "Leia" e "O Estado de S. Paulo", e nas revistas "Desvios", "Teoria e Debate" e "Tempo e Presença". Projetou uma agenda de pesquisa feminista, marxista e heterodoxa. Sua produção intelectual está voltada para a questão da divisão sexual do trabalho, do trabalho feminino e das relações de gênero na sociedade capitalista. Morreu em 15 de março de 1991, vítima de um acidente automobilístico, quando dirigia-se para Campina Grande, Paraíba, em visita a trabalhadores rurais.

Eloíza Felizardo Prestes

  • Pessoa
  • 1900-1998

Eloíza Felizardo Prestes nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 31 de março de 1900. Em 1928, começou a trabalhar no jornal "A Esquerda", exercendo a função de secretária e auxiliar de guarda-livros. Em 1930, emigrou para a Argentina com sua família. Luiz Carlos Prestes, seu irmão, já estava exilado no mesmo país. Mudou-se com a família para a União Soviética no ano de 1931. Retornou ao Brasil em 1945 e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, no qual teve participação até o seu fechamento. Militou também em causas feministas e trabalhou como secretária no jornal "O Momento Feminino". A partir de 1956, atuou como secretária no escritório de advocacia de Sinval Palmeira até 1968, ano de sua aposentadoria. Faleceu em 3 de maio de 1998 na cidade do Rio de Janeiro.

Estevão Maya-Maya

  • Pessoa
  • 1943-2021

Estevão Maya-Maya nasceu José Estevão Maya no povoado de Pano Grosso, em Viana, Maranhão, em 1943, criado por uma tia-avó. Maestro, cantor, compositor, escritor e professor, Estevão estudou música na Academia de Música do Maranhão e nos Seminários de Música da Universidade Federal da Bahia desenvolvendo trabalhos de Canto, Piano, Rítmica, Estruturação, Análise Musical e Composição. Viveu um tempo no Rio de Janeiro antes de se estabelecer em São Paulo nos anos 1970. Bolsista da Pró-Arte no Rio de Janeiro, estudou canto com Sonia Born e análise musical com Esther Scliar. Fez parte da equipe de pesquisas musicais da Fundação de Artes de São Caetano do Sul, tornando-se técnico do Laboratório Experimental de Desenvolvimento Auditivo. Estudou composição com H.J. Koellreutter, além de outros mestres como Margarita Schack e Eugênio Kusnet. Sua rara voz de baixo profundo oferecia três oitavas de extensão, característica que lhe aferiu grande versatilidade. Era musicólogo e compositor, sendo seu maior interesse voltado para pesquisas em torno da música africana e sua contribuição à estética musical brasileira. Maya-Maya também possuía bons conhecimentos em oito idiomas, incluindo russo e dois dialetos africanos. Sua experiência como cantor lírico inclui recitais e concertos como solista ao lado de grandes pianistas e de orquestras como a Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP, além da passagem por palcos como o do Theatro Municipal e o do Teatro Colón, em Buenos Aires. No teatro, emprestou seu talento ao personagem Caifás, na montagem brasileira da ópera-rock “Jesus Christ Superstar”. Além disso, trabalhou no espetáculo “Hair” e no show “Síntese da História do Jazz”. No campo da literatura, tem dois livros publicados, um em parceria com o poeta Vilmar Ribeiro e ocupou a cadeira número 23 da Academia Vianense de Letras. Em 1974, liderou a fundação da Cacupro - Casa da Cultura e do Progresso, entidade negra que funcionou no bairro do Ipiranga, zona sul da capital paulista. O legado de seu estudo distribui-se ao longo de suas obras, desde o musical “Ongira: Grito Africano”, até o coral Cantafro, criação sua – grupo que foi responsável pela trilha sonora do seriado “Abolição”, da Rede Globo e registra aparição num documentário da BBC londrina. Além do Cantafro, Maya-Maya já dirigiu vários outros corais, fundando o Coral Afro-braisleiro “Melodiafro” na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Maya-Maya faleceu em 17 de setembro de 2021 de Covid-19.

Fernando Sánchez

  • Pessoa
  • 1943-1977

Fernando Sanchéz (el "Cura") nasceu na cidade de Buenos Aires, Argentina, em 4 de junho de 1943. Foi militante da organização argentina de matriz trotskista Política Obrera (PO), chegando a integrar seu Comitê Executivo. Estudou na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires (UBA) e, posteriormente, instalou-se na cidade de La Plata para construir a regional do partido. Trabalhava na Empresa Metalmecánica Argentina (EMA). Em 1º de maio de 1975, enquanto chefiava uma delegação de solidariedade aos metalúrgicos de Villa Constitución (em greve pela prisão da Diretoria), foi detido e passou meses preso no presídio Coronda, província de Santa Fé. Após o golpe de estado do ditador Jorge Rafael Videla Redondo em inícios de 1976, continuou sua atividade militante na clandestinidade. Tinha 34 anos quando foi detido novamente em 23 de setembro de 1977 junto a outro companheiro, Gustavo Grassi ("Mondragón"), e mantido em cativeiro no centro clandestino "El Atlético", para posteriormente ser transferido para a Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA). Sua família fez inúmeras representações perante organizações, ministérios, Igreja e Justiça, mas os habeas corpus apresentados a seu favor foram sistematicamente rejeitados. Simultaneamente, a Política Obrera realizou uma intensa campanha nacional e internacional de denúncia pela sua aparição e de Gustavo Grassi com vida. Ambos permanecem desparecidos.

Francisco Paulo Gaona

  • Pessoa
  • 1901-1980

Francisco Paulo Gaona nasceu em Ypacaraí, Paraguai, no dia 2 de abril de 1901, filho de Fermín Gaona e Casimira Guerrero. Foi professor, jornalista, militante sindicalista e historiador do movimento operário paraguaio. Formou-se professor pela Escola Normal do Paraguai em 1920. Posteriormente, ingressou na Escola Normal de Professores Presidente Franco, onde obteve o título de professor normalista em 1924. Estudou Direito até o quarto ano na Universidade Nacional de Assunção (UNA) entre 1925 e 1929. Em relação à sua atuação em sindicatos e associações de trabalhadores, foi secretário geral da Asociación Ferroviaria, subsecretário geral da Unión Obrera del Paraguay (1926), secretário geral da Confederación Nacional de Trabajadores (1936) e secretário geral da Confederación de Trabajadores del Paraguay (1939). Dedicou-se também a recolher documentos do movimento sindical, a partir dos quais, escreveu "Introducción a la Historia Gremial y Social del Paraguay". Editado em três tomos e considerada como a obra fundacional da história social e sindical do país, seu primeiro volume foi publicado quando o autor encontrava-se exilado em Buenos Aires, em 1967. Postumamente a morte do autor, em 1987 e 1990, publicou-se no Paraguai os tomos II e III da mesma obra. Na Argentina, Francisco Gaona teve também preponderante ação sindical e social, entre outras coisas, organizou a primeira greve do algodão no território nacional do Chaco - hoje Província do Chaco -, em 1934, foi co-fundador do Sindicato Único de Portuários Argentinos (SUPA), em 1944, e secretário geral do Sindicato União Pessoal Auxiliar de Casas Particulares (UPACP) até 1974. Sua atuação sindical sempre lhe causou perseguições. Morreu em Buenos Aires, Argentina, em 8 de março de 1980.

Geraldo Ferraz

  • Pessoa
  • 1905-1979

Benedito Geraldo Ferraz Gonçalves foi escritor e crítico literário. Apoiou com seu trabalho o Movimento Modernista. Apoiou Pagu no período mais crítico de sua vida e permaneceram juntos até a morte dela.

Gilberto Mathias

  • Pessoa
  • 1949-1987

Gilberto Mathias nasceu em São Paulo no dia 21 de julho de 1949, filho de Simão Mathias e Ana Mathias. Concluiu os estudos secundários em 1967 no Colégio Santa Cruz. Iniciou ainda jovem sua participação política no Partido Operário Comunista (POC), onde dirigiu as atividades de divulgação e imprensa junto ao setor operário, além de ter sido diretor regional do POC-São Paulo. Era aluno da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP quando entrou para a clandestinidade em junho de 1969, seguindo para Paris no mês de setembro daquele ano, onde viveu até sua morte. Cursou Sociologia na Universidade de Paris VIII. Em 1974, tornou-se colaborador da revista francesa "Critiques de l’Économie Politique", inicialmente com o pseudônimo de Fernandes, e publicou também em diversas revistas latino-americanas. Doutorou-se em 1983. No mesmo ano, publicou junto de Pierre Salama pela editora Brasiliense, "O Estado Superdesenvolvido: ensaios sobre a intervenção estatal e sobre as formas de dominação do capitalismo contemporâneo", com tradução de Carlos Nelson Coutinho. Lecionou Economia na Universidade de Paris-I.

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