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Authority record
Corporate body · 1973-2020

O Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro, originalmente Centro Pastoral Vergueiro (CPV), foi fundado em 15 de novembro de 1973, por um grupo de frades dominicanos da cidade de São Paulo. Sob a liderança do frei de origem italiana Giorgio Callegari (1936-2003), o projeto tinha como objetivo prestar serviços aos movimentos operários, sindicais, como também às paróquias da periferia, através da divulgação de material mimeografado, servindo de instrumento de conscientização para as classes populares. Para tanto, o CPV contava com a colaboração de estudantes universitários, professores, profissionais liberais e militantes de organizações de esquerda. Suas tarefas resumiam-se em reunir documentação escrita, principalmente recortes de jornais, organizar documentos e livros recebidos como doação. Nas décadas de 1970 e 1980, o CPV apoiou a organização de movimentos independentes de governos, Estado, partidos políticos, entidades religiosas, que buscassem a construção da consciência de classe e uma sociedade igualitária, sem exploração. Voltou sua atuação para setores de oposições sindicais urbanas e rurais, de São Paulo e de outros estados, grupos de alfabetização, pastorais, grupos de bairros, entre outros. Nesse período, foi irradiador e difundidor de informações e materiais populares produzidos por grupos, entidades e centros de documentação de todas as regiões do país. Foi criado um serviço chamado Núcleo de Correspondência, para realizar envios mensais, pelo correio, de documentos pré-selecionados em seu acervo, de acordo com a temática de interesse do assinante. A partir de 1975, verificou-se a necessidade de contratar pessoal para trabalhar em tempo integral no trato com a documentação. No final da década de 1970 e início dos anos 1980, a prioridade da documentação deixou de ser recortes de jornais, para reunir documentos de movimentos sindicais e populares. É também dessa época o surgimento de um setor de documentação audiovisual. A partir de 1985/86, em função de todo o seu acervo documental e da experiência acumulada, o CPV desenvolveu também um serviço de divulgação e venda de publicações a preços populares, abrangendo o território nacional e parte da América Latina. A maior parte desse material era impressa em gráfica própria. Com o passar do tempo, e procurando responder às necessidades concretas das lutas populares, passou a orientar os movimentos na tarefa de documentar suas próprias lutas e enriquecer suas práticas sociais. Encerrou definitivamente suas atividades em 2020.

Arsênio Oswaldo Sevá Filho
Person · 1948-2015

Arsênio Oswaldo Sevá Filho nasceu na cidade de Campinas, São Paulo, em 18 de agosto de 1948. Concluiu o antigo ensino ginasial no Colégio Culto à Ciência, época em que ingressou no movimento estudantil secundarista. Graduou-se em Engenharia Mecânica de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) em 1971, e obteve o mestrado na mesma especialidade na COPPE/UFRJ, em 1974. No ano seguinte e em parte de 1976, trabalhou comissionado no então Ministério de Educação e Cultura, no Departamento de Assuntos Universitários. Entre 1976 e 1986, atuou como professor do Centro de Tecnologia da UFPB, em João Pessoa. Obteve o doutorado em Letras e Ciências Humanas pela Universidade de Paris-I Panthéon-Sorbonne, em 1982, com pesquisa sobre os aspectos políticos e geográficos dos investimentos internacionais em eletricidade, mineração e metalurgia. Em 1988, obteve por concurso o título de Livre-Docente na área de Mudança Tecnológica e Transformações Sociais do Instituto de Geociências da Unicamp. Em 1991, foi admitido no quadro docente permanente da universidade, integrando o Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica, onde também fez parte, até 2007, do corpo docente pleno na área de pós-graduação em Planejamento Energético. Na mesma faculdade, criou a disciplina Energia, Sociedade e Meio Ambiente e a linha de pesquisa correspondente, na qual orientou várias teses de doutorado e dissertações de mestrado. Foi credenciado como docente colaborador em cursos de pós-graduação no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp: em 2007, no departamento de Antropologia, na área de concentração Processos Sociais e Territorialidades; e em 2008, no de Ciências Sociais, na área Processos Sociais, Identidades e Representações no Mundo Rural. A trajetória de Oswaldo Sevá foi marcada pela militância – cotidiana e institucional – na defesa dos direitos das pessoas e do meio ambiente frente aos abusos e devastação consequentes dos grandes empreendimentos de produção e distribuição de energia, principalmente no setor hidrelétrico. Nesse sentido, foi pesquisador de destaque no cenário nacional e internacional em questões relacionadas ao meio ambiente, realizou o mapeamento de riscos ambientais em diferentes regiões brasileiras e trabalhou junto a diversas entidades ligadas à causa ambiental. Também se tornou uma referência por assessorar movimentos sociais populares como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e de trabalhadores das grandes obras e empreendimentos dos setores energéticos. Atuou interdisciplinarmente nas áreas de saúde do trabalhador e de conflitos ambientais decorrentes de projetos e ações desenvolvimentistas. Junto às comunidades e povos atingidos, construiu formas de produção de conhecimento sobre seus territórios e os conflitos que os envolviam, instrumentalizando-as, dessa maneira, em suas lutas por direitos. Morreu em 28 de fevereiro de 2015.

Peter Henry Fry
Person · 1941-

Peter Henry Fry nasceu na cidade de Leeds, Inglaterra, em 1941. Graduou-se em Antropologia Social pela Universidade de Cambridge, em 1963. Defendeu sua tese de doutorado na Universidade de Londres em 1969, estudo no qual analisou as práticas religiosas e políticas de povos da antiga colônia britânica da Rodésia do Sul, atual Zimbábue. Em 1970, veio para o Brasil e colaborou na fundação do atual Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, juntamente com os antropólogos Verena Stolcke e Antônio Augusto Arantes. Permaneceu na UNICAMP até 1983, período em que lecionou, foi chefe do então denominado Conjunto de Antropologia (entre 1975 e 1977) e ajudou a criar o programa de mestrado em Antropologia Social da universidade. Também durante esse tempo, desenvolveu pesquisas sobre a Umbanda e o Cafundó, esta última uma comunidade de negros ex-escravizados, localizada próxima a São Paulo, que lhe permitiu o estudo sobre línguas africanas no Brasil. Por essa época, se engajou na militância do incipiente movimento homossexual brasileiro no fim dos anos de 1970 e início da década de 1980, tendo sido um dos fundadores do jornal Lampião da Esquina. Foi professor visitante do programa de pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1983 a 1985. Trabalhou também como representante e diretor do escritório da Fundação Ford no Rio de Janeiro (1985-1993), atividade que o levou para Harare, no Zimbábue, em 1989. De volta ao Brasil em 1993, passou a lecionar no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, onde permaneceu como professor titular até sua aposentadoria, em 2009. Na Associação Brasileira de Antropologia (ABA), ocupou os cargos de tesoureiro (1980-1982), vice-presidente (2004-2006) e editor do jornal da entidade, Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology. Desenvolveu diversas pesquisas sobre política e religião africanas, homossexualidade, religiões afro-brasileiras e relações raciais no Brasil.

Mário Schenberg
Person · 1914/07/02 - 1990/11/10

Mário Schenberg nasceu a 02 de julho de 1914, em Recife. Formou-se engenheiro eletricista em 1935 pela Escola Politécnica de São Paulo. Passou ainda pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo, recebendo em 1936 o título de bacharel em matemática, sendo que esta foi a primeira turma da faculdade. Trabalhou na USP desde 1936, ocupando os cargos de preparador na cadeira de Física geral e Experimental na Escola Politécnica e assistente de Física teórica na FFCL, ocupando em 1944 a cadeira de Mecânica Celeste e Superior do Departamento de Física dessa faculdade através de concurso público. Em 1939, Mário Schenberg trabalhou no Instituto de Física da Universidade de Roma, transferindo-se mais tarde para Zurique e depois em Paris. Voltou ao Brasil em 1940, porém por um curto período, tendo ido a Washington com bolsa da Fundação Guggenhein, onde trabalhou com o Professor G. Gamow, na área de Astrofísica. Foi membro do Institute for Advanced Studies de Princeton e trabalhou no Observatório Astronômico de Yerkes com o Professor Chandraseck. Ficou no Brasil de 1944 a 1948, quando voltou para a Europa, em Bruxelas, desenvolvendo pesquisas com raios cósmicos e mecânica estatística. Tornou-se diretor do departamento de Física da USP em 1953, criando o Laboratório de Estado Sólido e sendo o pioneiro na criação dos cursos de computação dessa universidade. Sua produção intelectual e técnico-científica é volumosa, abrangendo áreas como física teórica, física experimental, astrofísica, mecânica estatística, mecânica quântica, relatividade, fundamentos de física e diversos trabalhos em matemática. Iniciou em São Paulo, a campanha “O Petróleo é Nosso”. Assim mesmo, nas palavras de Amélia Império Hamburger, “Suas pesquisas como físico dão contribuições cuja originalidade e importância são reconhecidas internacionalmente. Abordando vasta gama de temas onde estão imbricadas as matemáticas, a física e seus próprios fundamentos, o alcance e significado de sua obra aguardam por uma avaliação mais profunda e global e muitas de suas ideias ainda não exauriram toda a potencialidade de sugestões para captar a realidade”.(SCHENBERG, Mário. Pensando a Física, coordenação geral: Amélia Império Hamburger e José Luís Goldfarb, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1984).

Mário Schenberg

Mário Schenberg nasceu a 02 de julho de 1914, em Recife. Formou-se engenheiro eletricista em 1935 pela Escola Politécnica de São Paulo. Passou ainda pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP), recebendo em 1936 o título de bacharel em matemática, sendo que esta foi a primeira turma da faculdade. Trabalhou na USP desde 1936, ocupando os cargos de preparador na cadeira de Física geral e Experimental na Escola Politécnica e assistente de Física teórica na FFCL, ocupando em 1944 a cadeira de Mecânica Celeste e Superior do Departamento de Física dessa faculdade através de concurso público. Em 1939, Mário Schenberg trabalhou no Instituto de Física da Universidade de Roma, transferindo-se mais tarde para Zurique e depois em Paris. Voltou ao Brasil em 1940, porém por um curto período, tendo ido a Washington com bolsa da Fundação Guggenhein, onde trabalhou com o Professor G. Gamow, na área de Astrofísica. Foi membro do Institute for Advanced Studies de Princeton e trabalhou no Observatório Astronômico de Yerkes com o Professor Chandraseck. Ficou no Brasil de 1944 a 1948, ano em que foi para Bruxelas, na Bélgica, desenvolver pesquisas com raios cósmicos e mecânica estatística. Tornou-se diretor do departamento de Física da USP em 1953, criando o Laboratório de Estado Sólido e sendo o pioneiro na criação dos cursos de computação dessa universidade. Sua produção intelectual e técnico-científica é volumosa, abrangendo áreas como física teórica, física experimental, astrofísica, mecânica estatística, mecânica quântica, relatividade, fundamentos de física e em matemática. Iniciou em São Paulo, a campanha “O Petróleo é Nosso”. Assim mesmo, nas palavras de Amélia Império Hamburger: “Suas pesquisas como físico dão contribuições cuja originalidade e importância são reconhecidas internacionalmente. Abordando vasta gama de temas onde estão imbricadas as matemáticas, a física e seus próprios fundamentos, o alcance e significado de sua obra aguardam por uma avaliação mais profunda e global e muitas de suas ideias ainda não exauriram toda a potencialidade de sugestões para captar a realidade”. (SCHENBERG, Mário. Pensando a Física, coordenação geral: Amélia Império Hamburger e José Luís Goldfarb, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1984).

Allyrio Hugueney de Mattos
Person · 1889/07/29 - 1975/01/07

Allyrio Hugueney de Mattos nasceu em Cuiabá, Mato Groso e formou-se engenheiro em 1913. Concluído o curso foi nomeado Preparador da cadeira de Topografia, em 1915, tendo prestado concurso para Livre Docente da cadeira de Topografia e Legislação de Terras, em 1925. Em 1930, foi nomeado Professor Catedrático para a Cátedra de Astronomia e Geodésia na Escola Politécnica. Em 1938 foi chamado para preparar um grupo de Engenheiros do então Conselho Nacional de Geografia (hoje Instituto Brasileiro de Geografia), a fim de determinar as coordenadas geográficas dos Municípios do Brasil. Com este trabalho, muitos municípios tiveram suas coordenadas fixadas, com a eliminação, em muitos casos, de erros enormes nos mapas. O que destacou o professor Allyrio no conjunto da engenharia nacional foi sua atuação modernizadora no que diz respeito à Cartografia, nome genérico que hoje abrange todos os tipos de levantamento e determinações de posições absolutas ou relativas de porções da superfície da terra. Como astrônomo, é o único brasileiro a observar três eclipses totais do Sol visíveis no Brasil (em 1919, 1945 e 1969). Por ocasião do eclipse em Bocaiúva (1945), recebeu o Diploma de Comendador da Ordem da Rosa Branca da Finlândia. Foi Membro Titular da Academia de Ciências e Sócio Benemérito Fundador da Sociedade Brasileira de Cartografia. Recebeu, em 1967, pelos seus méritos, o Prêmio Ricardo Franco. Na década de vinte, seu interesse pela recente descoberta da radiotelefonia levou-o, juntamente com Roquete Pinto e outros entusiastas, a fundar a Radio Sociedade do Rio de Janeiro. O Professor Allyrio Hugueney de Mattos faleceu em 7 de janeiro de 1975, no Rio de Janeiro.

Fernandes, José Genésio
Person · 25/08/1946 -

José Genésio Fernandes nasce numa região de roça chamada Barra, pertencente ao município de Maria da Fé, Minas Gerais, em 25 de agosto de 1946. É filho de Joaquim Fernandes Filho e de Julia de Souza Fernandes.

Como de costume na época, Genésio Fernandes passa a trabalhar na lavoura a partir dos seis anos de idade, ajudando os pais no plantio de itens para consumo da família. Na época, também os ajudava no trabalho que faziam para fazendeiros da região, com o objetivo de poderem comprar aquilo que não produziam.

Genésio Fernandes cursa seus estudos iniciais na escola rural Luiz Francisco Ribeiro. No final dos anos 50, missionários do Sagrado Coração passam férias na região da Barra, com um grupo de alunos. Genésio, a princípio, nega o convite para ir estudar com o grupo, mas, numa segunda visita, dois anos depois, muda de ideia e, em 1960, vai para Itajubá, Minas Gerais, estudar no Instituto Padre Nicolau. Nesse período, trabalha em teatro e faz pintura de cenário.

Em 1967, ainda sob a tutela dos missionários, segue para Pirassununga, São Paulo, para dar sequência aos estudos. É nesse ano que inicia sua trajetória nas Artes Plásticas, pintando pequenos cartões a guache, prosseguindo também no teatro.

Em 1969, termina o Curso Clássico. Em sequência, iria para Campinas, São Paulo, estudar Filosofia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), mas é dispensado pelos missionários por ter um "gosto artístico muito acentuado" e por ter "dificuldade de cumprir regras e horários". Volta, então, para Itajubá, trabalhando como ajudante em uma churrascaria, como vigia em um colégio, e pintando paisagens para ajudar nas despesas. Nesse período, recebe ajuda de alguns clientes da churrascaria para pagar a taxa do vestibular e ingressa no curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Itajubá.

Em 1970, ganha uma viagem e a matrícula no Festival de Inverno de Ouro Preto, onde participa do curso Pintura-iniciação, obtendo, ao final do Festival, o primeiro prêmio. É contratado pelo estado de Minas Gerais para dar aulas no primeiro e segundo grau no município de Piranguinho, vizinho de Itajubá, onde permanece por quatro anos.

Em 1972, Genésio Fernandes conclui a graduação. Em 1974, passa em concurso e começa a trabalhar nas Escolas Polivalentes, em Minas Gerais. Entretanto, três anos depois, insatisfeito com o salário e com os atrasos no pagamento, decide - convidado por um amigo - ir para o Acre, a fim de trabalhar como gerente em uma empresa de eletricidade e de construção de estradas, permanecendo ali por dois anos. Começa, então, a trabalhar com Francisco Gregório Filho, no Departamento de Assuntos Culturais de Rio Branco, fundando com ele a primeira escolinha de arte do estado.

Em 1978, começa a ministrar aulas de Literatura Brasileira e Teoria Literária, na Universidade Federal do Acre (UFAC). Nessa época, participa ativamente da vida cultural de Rio Branco, escrevendo sobre pintores e organizando exposições. Em 1979, leva a primeira exposição de artistas do Acre para Brasília. Entre 1979 e 1982, muda-se para Recife, para fazer mestrado em Teoria Literária na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), escrevendo sobre Osman Lins. Nesse período, expõe no Centro de Artes da UFPE e na Galeria Três Galeras.

Em 1983, retorna ao Acre para dirigir o Campus Avançado de Xapuri, da UFAC. Envolve-se com questões sociais e com a luta do seringueiro, sindicalista e ativista ambiental Chico Mendes. Passa a sofrer perseguições políticas e, temendo as ameaças que vinha sofrendo, deixa a cidade. Retorna a Rio Branco para lecionar na UFAC, onde permanece até 1990. No ano seguinte, muda-se para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e começa a ministrar aulas no curso de Letras e de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ali, cria e edita a revista "Rabiscos de Primeira", destinada a publicações de trabalhos acadêmicos de alunos.

Em 1996, inicia o doutorado em Semiótica e Linguística Geral na Universidade de São Paulo (USP). Obtém, em concurso, uma bolsa para passar um ano em Paris. Entre setembro de 1998 e setembro de 1999, faz cursos na Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales, Université de Paris VIII (Vincennes-Saint-Denis) e Université de Paris X (Nanterre). Em 2000, conclui o doutorado com a tese "Leitoras de Sabrina: usuárias ou consumidoras? (Um estudo da prática leitora dos romances sentimentais de massa)". Passa a ministrar aulas e realiza orientações na pós-graduação da UFMS até 2009, ano em que se aposenta e volta a morar na Barra, sua terra natal. Nessa região, atualmente ajuda a preservar uma floresta e continua pintando e desenhando.

Genésio Fernandes recebe, ao longo dos anos, os seguintes prêmios na área da Pintura: Primeiro Prêmio no Salão de Artes do Diretório Acadêmico da Escola de Engenharia de Itajubá - MG (1972); Terceiro Prêmio "Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul - FIEMS" no X Salão de Artes Plásticas de Mato Grosso do Sul (1997) e Segundo Prêmio "Governo do Estado de MS" no XI Salão de Artes Plásticas de MS (1998). Participa, também, de diversas coletivas, destacando-se: Pintores Acreanos em Brasília (1978); XII Salão de Artes Plásticas da UFPE, Recife (1981): Mestres e Contemporâneos; Galeria Rodrigues, Recife (1980); Galeria 3 Galeras, Olinda - PE; Galeria Sol, São José dos Campos - SP (1984); Galeria de Arte da UFAC, Rio Branco (1986) e XII Salão de Artes Plásticas de MS, Campo Grande (2001).

Individualmente, Genésio Fernandes expôs na Galeria do Hotel Chuí, Rio Branco (1977); Centro de Artes e Comunicação da UFPE; Galeria Rodrigues, Recife (1980); na Universidade da Flórida - EUA, em Miami, Gainesville e Telahasse (todas em 1987); Galeria de Arte da UFAC, Rio Branco (1991 e 1994). Em Campo Grande - MS, expôs: na Galeria do Banco do Brasil (1993); no Museu de Arte Contemporânea - MARCO (1995, 2003, 2004, 2007, 2009); na Morada dos Bais (1996); no Centro Cultural José Octávio Guizzo (2001); e Galeria do SESC - Horto (2002). Atualmente, Genésio Fernandes conta com mais de 130 obras no acervo do Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul - MARCO.

Person · 21 de fevereiro de 1864 (nascimento) - 28 de novembro de 1934 (falecimento)

Filho de Antônio da Fonseca Coelho e Ana Silvestre Coelho, Henrique Maximiano Coelho Neto nasce em Caxias, MA, em 21 de fevereiro de 1864.
Aos seis anos de idade, Coelho Neto muda-se com os pais para o Rio de Janeiro. Inicia-se nas leituras com um tio e cursa os estudos primários e secundários no Colégio São Bento e no Colégio Pedro II. Coelho Neto inicia o curso de Medicina, mas logo desiste de sua realização e, em 1883, matricula-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali, envolve-se num movimento dos estudantes contra um professor e, prevendo represálias, transfere-se para Recife, onde cursa apenas o primeiro ano de Direito, curso que não chegará a concluir.
Em seguida, Coelho Neto regressa a São Paulo, filiando-se ao movimento abolicionista e republicano. De volta ao Rio de Janeiro, passa a se dedicar ao Jornalismo, trabalhando em prol das ideias às quais se vincula.
Em 1890, Coelho Neto casa-se com Maria Gabriela Brandão, com quem terá quatorze filhos, e é nomeado para o cargo de secretário do Governo do Estado do Rio de Janeiro. No ano seguinte, torna-se Diretor dos Negócios do Estado. Em 1892, é professor de História da Arte da Escola Nacional de Belas Artes e, mais tarde, professor de Literatura do Colégio Pedro II. Em 1910, é nomeado professor de História do Teatro e Literatura Dramática da Escola de Arte Dramática, sendo logo depois diretor do estabelecimento. Também exerce as atividades de professor de Literatura em Campinas/SP.
Eleito deputado federal pelo Maranhão, em 1909, Coelho Neto é reeleito no ano de 1917. Também exerce a ocupação de secretário-geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Teatro Municipal.
Além de ocupar vários cargos públicos, Coelho Neto multiplica a sua atividade em revistas e jornais, no Rio de Janeiro e em outras cidades. Atua na área das Letras e frequenta rodas literárias. Forma um grupo juntamente com Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney, romanceando a história dessa geração na obra "A Conquista", de 1899.
Ao longo de suas atividades relacionadas à área da escrita, cultiva praticamente todos os gêneros literários, deixando uma obra extensa entre poesia, romances, contos, narrativas históricas e bíblicas, lendas, memórias, conferências, antologias, crônicas, livros didáticos, teatro, além de volumes inéditos. Destaca-se da sua obra os livros de contos "Sertão" (1896), "Treva" (1906) e "Banzo" (1913); os romances "Turbilhão" (1906), "Miragem" (1895), "Inverno em flor" (1897); as memórias romanceadas "A capital federal" (1893), "A conquista" (1899), "Fogo fátuo" (1929) e "Mano" (1924); as peças teatrais "Neve ao sol", "A muralha", "Quebranto" e "O dinheiro".
Em 1928, Coelho Neto é eleito "Príncipe dos Prosadores Brasileiros", através de concurso público realizado pelo periódico "O Malho". Fundador da Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras, recebe os acadêmicos Osório Duque-Estrada, Mário de Alencar e Paulo Barreto.
Coelho Neto falece no dia 28 de novembro de 1934, no Rio de Janeiro.

BR UNICAMP IEL/CEDAE NURC · Corporate body · 1969-1971 (reuniões para planejamento do Projeto)

Em 1968, a Comisión de Lingüística y Dialectologia Iberoamericana (CLDI) do PILEI publicou, no Colégio do México, um "Cuestionario Provisional para el Estudio Corodinado de la Norma Lingüística Culta de las Principales Ciudades de Iberoamerica y de la Península Ibérica". No ano seguinte é realizado em São Paulo o V Simpósio do Programa Interamericano de Linguística e Ensino de Línguas, PILEL (tradução brasileira da sigla PILEI), em parceria com a ALFAL (Associacion de Filologia y Lingüística de América Latina), sob o patrocínio da Universidade de São Paulo. De acordo com uma proposta do Prof. Nelson Rossi, tomou corpo um plano de integração de cinco capitais brasileiras ao Projeto, nomeado NURC - Projeto de Estudo da Norma Urbana Linguística Culta: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. A escolha dessas cinco capitais obedeceu dois critérios: só foram incluídas cidades com população igual ou superior a um milhão de habitantes e apenas as que tinham existência superior a três gerações ali nascidas e formadas culturalmente. Decidiu-se, durante o V PILEL, que os responsáveis pela execução do Projeto nessas cinco capitais seriam os professores Ataliba Teixeira de Castilho e Isaac Nicolau Salum (São Paulo), Celso Ferreira da Cunha (Rio de Janeiro), Nelson Rossi (Salvador) e José Brasileiro Vilanova (Recife). Seguindo novamente uma proposta do Prof. Nelson Rossi, estabeleceu-se que a coordenação dos trabalhos no Brasil se faria num rodízio pelas cinco capitais, realizando-se duas reuniões por ano. As primeiras reuniões (1969-1971) foram dedicadas à adaptação do "Cuestionario Provisional" para o português e ao planejamento geral do trabalho. A pesquisa foi realizada em três etapas: a adaptação do questionário; a gravação de 400 horas, abrangendo em cada capital 600 informantes (metade de cada gênero) e a sua transcrição. Constituiu-se então um corpus, em cada capital, que alimentou inúmeras pesquisas e monografias sobre a língua falada culta.