Mostrar 64 resultados

Registo de autoridade
Pessoa coletiva

Hospital Psiquiátrico do Juqueri

  • Pessoa coletiva
  • 1898-2021

O Asilo de Alienados do Juqueri foi inaugurado em 1898, no atual município de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo, por uma iniciativa do governo do estado. Teve como idealizador e primeiro diretor o médico psiquiatra Francisco Franco da Rocha, que buscou nas colônias agrícolas de reabilitação francesas a inspiração para o empreendimento. As obras, iniciadas em 1895, ocuparam uma área de 150 hectares, com projetos dos arquitetos Emílio Olivier e Francisco de Paula Ramos de Azevedo. No início de seu funcionamento, o Asilo Hospital de Juqueri possuía fama de excelência, atendendo não apenas aos cidadãos mais humildes como também pessoas da alta sociedade. No entanto, logo passou a ter problemas com o rápido crescimento do número de pacientes, ultrapassando a capacidade máxima pela primeira vez em 1909. Após mudanças de conduta que passaram a separar pessoas com doenças mentais daquelas condenadas e internadas por ordem judicial, o Asilo passou a denominar-se Hospital e Colônia de Juqueri, em 1929. Apesar disso, continuou enfrentando a superlotação, chegando a ter cerca de 14 mil internos entre os anos de 1960 e 1970. Na década de 1980, denúncias de maus tratos e desvios de verba eram frequentes. Por conta disso, nos anos seguintes, teve sua estrutura funcional redefinida, quadro de profissionais aumentado e o protocolo de confinamento abolido, optando-se pela não hospitalização, pelo atendimento ambulatorial e pela inserção na sociedade. Encerrou as atividades em 1 de abril de 2021, com a transferência dos nove últimos pacientes que ali viviam.

Organização Revolucionária Marxista – Política Operária

  • Pessoa coletiva
  • 1961-1967

A Organização Revolucionária Marxista – Política Operária foi fundada em 1961, em Jundiaí, São Paulo. No fim de 1967 e início de 1968 o que havia restado da POLOP se fundiu com a dissidência leninista do PCB no Rio Grande do Sul e fundou-se o Partido Operário Comunista (POC). Em abril de 1970, um grupo de militantes se desligou do partido e voltou a constituir a POLOP, rebatizada como Organização de Combate Marxista-Leninista Política Operária (OCML-PO). Em 1976 surge o Movimento pela Emancipação do Proletariado (MEP); sendo, ambos, POC e MEP dissidentes da POLOP.

Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes

  • Pessoa coletiva
  • 1931-

Fundado em 1931 como Leprosário Pirapitingui, depois denominado Asilo Colônia Pirapitingui, foi criado para abrigar vítimas da hanseníase quando a doença ainda era vista com preconceito e os procedimentos de saúde pública impunham o isolamento. Os pacientes viviam no Asilo Colônia, constituindo ali família e recriando seu mundo sociocultural (Rádio Colônia Pirapitingui), sendo muitas vezes ali mesmo enterrados (Cemitério São José) em função da perda de contato com os familiares. Hoje, o antigo complexo abriga o Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes.

Grupo SOMOS de Afirmação Homossexual

  • Pessoa coletiva
  • 1978-1984

O início do que viria a ser o Grupo SOMOS, considerado o primeiro coletivo paulista de militância homossexual, remonta à maio de 1978 quando um pequeno grupo de homens homossexuais decidiu se reunir periodicamente a fim de discutir questões relacionadas à homossexualidade. A proposta era possibilitar o encontro desses indivíduos para além dos ambientes habituais de sociabilidade e proporcionar um espaço em pudessem relatar suas histórias, trocar experiências e desenvolver uma maior conscientização sobre a própria sexualidade. Os encontros foram denominados “reuniões de identificação” e aconteciam, na maioria das vezes, nas residências dos próprios integrantes. A primeira manifestação pública desse grupo ocorreu através da divulgação de uma carta de protesto dirigida ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, na qual reclamavam da forma sensacionalista e preconceituosa com que a imprensa retratava os homossexuais. Receosos de se exporem ao grande público, seus membros optaram por assinar o documento com o nome coletivo “Núcleo de Ação pelos Direitos dos Homossexuais”. Em fins de agosto de 1978, o grupo promoveu uma reunião ampliada para outros homossexuais no Teatro da Praça, no bairro paulistano de Santa Cecília. Como forma de acolher novos participantes, foi proposta a criação de vários subgrupos de identificação sendo que, periodicamente, haveria uma reunião geral com a participação de todos. Em dezembro do mesmo ano, foi rebatizado como Grupo SOMOS de Afirmação Homossexual, em alusão ao título da primeira revista homossexual da América Latina, publicada em 1973 pela Frente de Liberación Homosexual da Argentina. Em fevereiro de 1979, participou de um debate público sobre grupos sociais discriminados no Brasil (negros, mulheres, indígenas e homossexuais), realizado no campus da Universidade de São Paulo (USP). Sua atuação nas discussões sobre homossexualidade foi um grande marco na história do grupo, que nessa época estava próximo de completar um ano de existência. A partir desse evento, mais pessoas passaram a fazer parte do SOMOS, inclusive mulheres e, ao final do primeiro semestre daquele ano, suas reuniões juntavam quase uma centena de participantes. O grupo fazia ampla divulgação de suas atividades no jornal carioca “Lampião da Esquina”, criado um mês antes do SOMOS e que também contava entre seus editores com um membro fundador do grupo, o escritor João Silvério Trevisan. No entanto, o relacionamento de alguns integrantes do SOMOS com o periódico acabou se tornando um dos muitos focos de tensão que começaram a surgir dentro do grupo. Apesar de seu aspecto positivo, o crescimento do número de participantes tornava cada vez mais evidente a pluralidade de opiniões e posições políticas entre seus membros. Entravam em conflito duas visões de como deveria ser, de fato, a atuação do coletivo: se ater às questões exclusivamente relacionadas à experiência homossexual ou alinhar-se também às demais pautas do campo da esquerda junto de outras organizações políticas. Além disso, as mulheres, que já haviam organizado um subgrupo lésbico-feminista dentro do SOMOS, reclamavam da falta de representação de suas demandas específicas enquanto mulheres lésbicas e também do comportamento machista por parte de diversos homens do grupo. Logo após a realização do “I Encontro Brasileiro de Homossexuais” e do “I Encontro de Grupos Homossexuais Organizados” em abril de 1980, o SOMOS sofre um grande racha onde diversos integrantes comunicam a sua saída do grupo. Os dissidentes seriam responsáveis pela criação de dois novos coletivos: o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) e o Grupo Outra Coisa – Ação Homossexualista. Após esse episódio e nova reestruturação interna, o SOMOS finalmente conseguiu estabelecer-se em uma sede na Rua Abolição, no bairro da Bela Vista, local onde promoveu inúmeras atividades como festas, debates e até um clube de cinema. Também passou a publicar o boletim “O Corpo” e participou de ações conjuntas do movimento homossexual como manifestações em repúdio à violência policial contra homossexuais e a campanha pela desclassificação da homossexualidade como “desvio e transtorno sexual”, adotada pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Contudo, a falta de um rumo ideológico mais concreto, problemas financeiros e dificuldades em conseguir novos membros levaram o Grupo SOMOS a entregar sua sede e encerrar as atividades em meados de 1984.

Resultados 61 a 64 de 64