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Registro de autoridade
Pessoa

Herbert Baldus

  • Pessoa
  • 1899-1970

Herbert Baldus, nascido em Wiesbaden em 14 de março de 1899 foi um etnólogo brasileiro nascido na Alemanha. Perto do término da 1ª Guerra Mundial (1914 -1918), Baldus, então com 18 anos de idade, foi incorporado ao Corpo Real de Cadetes de seu país, em Potsdam, como aviador. Esse episódio propiciou-lhe a produção de poemas centrados na temática da guerra. Em 1921, viajou para a Argentina e, em 1923, mudou-se para São Paulo, no Brasil. Nesse mesmo ano, como participante de uma expedição cinematográfica, visitou as populções Xamakoko, Kaskihá e Sanapaná, do Chaco, Paraguai. Essa viagem despertou em Baldus o interesse pelas regiões distantes da civilização e pelos estudos antropológicos, tendo como objeto os povos indígenas, dando assim os primeiros passos em sua carreira profissional como etnólogo. Baldus retornou à Alemanha e foi aluno de Richard Thurnwald, Konrad Theodor Preuss e Walter Lehmann, na Friedrich-Wilhelm-Universitat, onde concluiu seus estudos de etnologia em 1928, além de adquirir o título de Doutor em Filosofia. Em 1931, ele publicou seu primeiro livro "Indianer Studien im nordöstlichen Chaco", na cidade de Leipzig. Com a ascensão do nazismo ao poder em 1933, Baldus decidiu voltar para o Brasil, de onde nunca mais sairia. Em 1939 tornou-se professor de etnologia brasileira na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Herbert era também diretor da seção etnológica da FESPSP, e através do periódico “Sociologia”, divulgou diversos de seus trabalhos. Lecionou na FESPSP e teve como seus discípulos Oracy Nogueira, Gioconda Mussolini, Virgínia Leone Bicudo, Lucila Hermann, Florestan Fernandes, Levy Cruz, Fernando Altenfelder Silva, Sergio Buarque de Holanda, entre outros. Herbert editou a Revista do Museu Paulista e em 1947, publicou o primeiro volume da “Nova Série”, que é um dos mais importantes periódicos antropológicos do Brasil. Ele continuou na função de editor até a sua morte. A partir de 1955, Herbert Baldus passou a ser membro correspondente da Sociedade Suíça de Americanistas. Em 1961, ele assumiu a cadeira de Etnologia Brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, São Paulo. Em 1964, ano em que completou 65 anos, Baldus recebeu uma grande homenagem de inúmeros antropólogos do mundo. Hans Becher criou uma edição comemorativa de Völkerkundliche Abhandlungen — “Beiträge zur Völkerkunde Südamerikas”, onde trinta especialistas em assuntos Americanistas publicaram cada um, um texto de sua autoria, com o intuito de homenagear Baldus. Herbert Baldus faleceu em 24 de outubro de 1970, na cidade de São Paulo.

Hermínio Sacchetta

  • Pessoa
  • 1909-1982

Hermínio Sacchetta nasceu em São Paulo, no ano de 1909, filho de Italo Sacchetta e Custódia Torre Pantaleo Sacchetta, imigrantes italianos. Iniciou sua carreira na imprensa como revisor do jornal "Correio Paulistano", passando depois por importantes veículos como "Folha da Manhã", "Folha da Noite", "Diários Associados" e "O Tempo". Engajou-se na militância política através do Partido Comunista do Brasil (PCB) em 1932, onde atuou no setor de agitação e propaganda, dirigiu o Comitê Regional de São Paulo e foi um dos principais editores do jornal "A Classe Operária". Em 1937, foi expulso da organização sob alegação de dissidência trotskista. Preso político durante o Estado Novo, após sua libertação em novembro de 1939, participou da fundação do Partido Socialista Revolucionário (PSR), vinculado à IV Internacional. Atuou na Liga Socialista Independente, de tendência luxemburguista e, nos anos 1960, no Movimento Comunista Internacionalista. Em agosto de 1959, foi preso e impedido de exercer a atividade jornalística por cinco anos. Mestre do jornalismo, colaborou na formação de vários profissionais e contribuiu com a imprensa diária e a de divulgação política. Morreu em 1982 na cidade de São Paulo.

Miguel Costa

  • Pessoa
  • 1885-1959

Miguel Costa nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1885, e imigrou para o Brasil em 1892 com sua família. Inicialmente, moraram na Fazenda Pau d'Alho, em Piracicaba e, após cinco anos, foram para a cidade de São Paulo. Aos 15 anos, Miguel Costa ingressou no Corpo de Cavalaria da Força Pública. Em 1910, foi promovido a oficial e, em 1922, chegou à patente de major após sucessivas promoções. Participou dos levantes de 1924 e integrou a Coluna Miguel Costa-Prestes a partir de 1925, ano em que também foi expulso da Força Pública. Posteriormente, exilou-se na Argentina, onde iniciaram-se as articulações para o movimento de 1930 para o qual Miguel Costa foi convidado a chefiar as forças vindas do Sul e que tomariam São Paulo - o Destacamento Miguel Costa com doze mil homens do Exército e das Brigadas do Rio Grande do Sul e do Paraná. Após a vitória do movimento em outubro, Miguel Costa foi nomeado Secretário da Segurança Pública em São Paulo. Ainda no final de 1930, ajudou a fundar a Legião Revolucionária de São Paulo que, posteriormente, se transformou no Partido Popular Paulista, no ano de 1932. Em 1931, pediu sua exoneração dos cargos públicos que ocupava. Já em julho de 1935, partidário da Aliança Nacional Libertadora, foi preso e ficou sob custódia durante um ano e oito meses. Foi casado três vezes: Benedita Laura de Campos, com quem teve três filhos; Felícia Perfecto e Euridina de Moraes, com quem teve mais dois filhos. Faleceu em São Paulo em 2 de setembro de 1959 com 74 anos.

Roberto Cardoso de Oliveira

  • Pessoa
  • 1928-2006

Roberto Cardoso nasceu na cidade de São Paulo, em 1928 e morreu em julho de 2006. Bacharelou-se (1952) e licenciou-se (1953) em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP), mas sua carreira voltou-se para a antropologia. Em 1954 começou a trabalhar no Museu do Índio, onde iniciou seus estudos junto aos índios Terena. Já em 1958, passou a trabalhar no Museu Nacional e ajudou a formar o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social na instituição. Doutorou-se em Sociologia pela USP, sob a orientação de Florestan Fernandes, e aprofundou sua pesquisa sobre os índios Terena. Realizou estágio pós-doutoral no Departament of Social Relations da Universidade de Harvard, EUA (1971-1972). Participou ativamente na implementação de políticas voltadas para o desenvolvimento da antropologia no país. Criou cursos, fundou revistas, gerou programas de pesquisa importantes, sempre acompanhado de atividades de sala de aula e orientação. Sua trajetória no ensino da antropologia foi marcada por procedimentos que lançaram as bases do caminho a ser trilhado pelos novos antropólogos brasileiros. Sua ativa participação em agências de incentivo, de financiamento de pesquisa e associações científicas foi fundamental para a implementação de políticas voltadas para o desenvolvimento da antropologia no país. Também foi professor e pesquisador da Unicamp e da Universidade de Brasília. Dentre sua extensa produção acadêmica, destacam-se as obras: "O Índio e o Mundo dos Brancos" (1964), "A Sociologia do Brasil Indígena" (1972), "Sobre o Pensamento Antropológico" (1988) e "O Trabalho do Antropólogo" (1998).

Duarte Brasil Lago Pacheco Pereira

  • Pessoa
  • 1939-2021

Duarte Brasil Lago Pacheco Pereira nasceu em Santo Amaro da Purificação, Bahia, no dia 7 de março de 1939. Por volta do terceiro ano ginasial, entrou para o Seminário Central da Bahia, uma das escolas mais importantes do estado, onde estudou por seis anos antes de desistir da formação sacerdotal. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal da Bahia. Iniciou sua atividade política no movimento estudantil baiano, chegando a ser vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1963. Foi um dos fundadores da Ação Popular (AP) em 1962, e de 1965 a 1973 vinculou-se à direção nacional da organização. Em 1965, transferiu-se para São Paulo onde trabalhou como professor universitário e jornalista e, no final da década de 1960, vinculou-se ao trabalho operário na cidade de Osasco. Escreveu diversos livros, entre eles, "ABC do entreguismo: o capital estrangeiro no Brasil" (Vozes), "Um perfil da classe operária" (Hucitec), "China: cinqüenta anos de República Popular" (Anita Garibaldi). Também publicou diversos artigos e ensaios, além de ter sido colaborador das revistas Realidade e Veja e do jornal Movimento.

Liborio Justo

  • Pessoa
  • 1902-2003

Liborio Agustín Justo nasceu em Buenos Aires, em 1902. Filho de Agustín P. Justo, cresceu vinculado à um meio social conservador e à tradição histórica de seu país. Acadêmico de Medicina, abandonou sua formação e seguiu pelo Paraguai, Europa e Estados Unidos para trabalhar e estudar. Filiou-se ao Partido Comunista em 1932 e, em 1935, fundou a Liga Obreira Revolucionária, ligada à IV Internacional, período em que seu pai foi Presidente da República Argentina (1932-1938). Foi editor do jornal Lucha Obrera. A partir de 1943, retirou-se da política e passou a viver nas Ilhas Ibicuy, na província argentina de Entre Ríos, próximo à natureza, como tinha vivido em sua infância e adolescência. Estudioso da história política latino-americana, literato e crítico das letras argentinas, publicou diversos livros, entre eles: Nuestra Patria Vassala: historia del coloniaje argentino (1968) Bolivia: la revolución derrotada: 1946-1954 (1971) e Río Abajo (1955); alguns sob os pseudônimos de Quebracho e Lobodón Garra.

Jessie Jane Vieira de Souza

  • Pessoa
  • 1949-

Jessie Jane Vieira de Souza (1949- ), atualmente professora do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Colombo Vieira de Souza Júnior (1949-2021) eram militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) quando foram presos em 01 de julho de 1970, durante a tentativa frustrada de sequestro do avião Caravelle PP-PDX, da companhia Cruzeiro do Sul, no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro. O objetivo da operação era fazer a troca dos reféns pela libertação e saída do país de 40 presos políticos. Junto do casal estavam também os irmãos Eiraldo e Fernando Palha Freire. Após o avião, já em solo, ser cercado e invadido por tropas especiais da Aeronáutica, Eiraldo Palha Freire foi baleado, vindo a morrer uma semana depois. Fernando Palha Freire, Jessie Jane e Colombo foram presos e condenados a mais de 20 anos de prisão. Jessie Jane e Colombo permaneceram durante nove anos nos presídios de Bangu e Ilha Grande; sofreram torturas no Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) e no Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica (Cisa). Em 1972, obtiveram autorização judicial para se casaram e, em setembro de 1976, nasceu Leta, filha do casal, na Clínica São Sebastião, Rio de Janeiro, sob vigilância policial e tortura psicológica.

Leon Hirszman

  • Pessoa
  • 1937-1987

Leon Hirszman nasceu no Rio de Janeiro em 1937, filho de Chaim Jaime Hirszman e Sarah Rebecca, imigrantes judaico-poloneses. Engenheiro de formação, foi diretor e produtor cinematográfico e figura expressiva no grupo de cineastas que concebeu o Cinema Novo – movimento preocupado com a renovação temática e estética do cinema brasileiro, ocorrido a partir dos anos de 1960. Leon associou-se ao Partido Comunista Brasileiro e a um expressivo grupo de artistas e poetas: Caetano Veloso, Edu Lobo, Ferreira Gullar, Gianfrancesco Guarnieri, Jards Macalé, Paulinho da Viola, entre outros. Sua filmografia foi permeada pelos documentários sobre a vida cotidiana brasileira. Iniciou sua carreira praticamente como diretor, tendo apenas uma produção (Juventude sem Amanhã, 1958) como assistente de direção. Seguiram-se então mais de duas dezenas de obras de ficção e documentários. Ficou conhecido do grande público em três importantes momentos de sua carreira: São Bernardo (1972), Eles não Usam Black-Tie (1981) e ABC da Greve (1979). Seus últimos trabalhos foram em parceria com a dra. Nise da Silveira, com quem realizou A Emoção do Lidar (1985) - incompleto - e Imagens do Inconsciente (1983-1987), a partir da produção artística de três internos do Centro Psiquiátrico Pedro II, em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro.

Décio Stuart

  • Pessoa
  • 1907-1990

Décio Santos Rinaldi nasceu em Ibaté, São Paulo, no dia 2 de março de 1907. Logo no início da carreira adotou artisticamente o sobrenome da mãe, Maria, com o qual se tornou nacionalmente conhecido. Iniciou seus estudos artísticos ainda adolescente na escola de balé clássico de Eugenie de Villeneuve e de danças de salão, de Luísa Leitão, ambas na cidade de São Paulo, local onde viveu até o final dos estudos ginasiais. Transferiu-se para o Rio de Janeiro entre 1927 e 1928 para estudar na primeira Escola Municipal de Bailados do Brasil, aberta em 1927 por Maria Olenewa, que foi também sua professora particular. Passados três anos, seguiu para Paris onde especializou-se em balé clássico com as professoras Lubon Egorowa e Olga Preobajenskaya, nomes importantes nos teatros imperiais russos. Após retornar ao Brasil, atuou em dança e balé clássico na mais diversas expressões e linguagens artísticas, além de ter ocupado o posto de primeiro bailarino no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo. Considerado um dos pioneiros da dança no Brasil, apresentou-se ao lado de suas professoras e de grandes expressões como Lisel Klostermann e Chinita Ulmann. No final da década de 1940, inaugurou sua escola na cidade de Santos, onde passou a atuar como professor e bailarino. Morreu em 1990.

Paschoal Lemme

  • Pessoa
  • 1904-1997

Paschoal Lemme nasceu em 12 de novembro de 1904, no Rio de Janeiro, filho de Antônio Lemme e Maria do Nascimento Lemme. Engenheiro de formação e educador, atuou na rede pública como professor, administrador e idealizador de mudanças no sistema de ensino, sempre presente nas reformas significativas da área. No final da década de 1920, participou ativamente da reforma da instrução pública junto com Fernando de Azevedo e da equipe de Anízio Teixeira, na Diretoria de Instrução Pública do Distrito Federal (1931-1935). Pioneiro na educação para adultos, promoveu os cursos supletivos na União Trabalhista, enquanto dirigia a Superintendência dos Cursos de Continuação e Aperfeiçoamento. Em 1934, foi um dos autores do Manifesto dos Inspetores de Ensino do Estado do Rio de Janeiro, clamando por mudanças estruturais e ideológicas no ensino público. Dois anos depois, era responsável pela direção da Superintendência da Educação de Adultos e foi preso acusado de ministrar um curso com orientação marxista aos operários. Recebeu diversos prêmios e honrarias, como a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Educativo (1993); o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Fluminense (1955) e o título de Professor Emérito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1996). Faleceu em 14 de janeiro de 1997, no Rio de Janeiro.

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