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Registro de autoridade

Hugo Régis dos Reis

Hugo Régis dos Reis nasceu em Santa Catarina. Formou-se engenheiro civil e eletricista pela Escola Politécnica da Universidade Técnica Federal no Rio de Janeiro, em 1936. Começou suas atividades profissionais ainda como estudante em 1935, como estagiário na Estrada de Ferro Central do Brasil e depois como engenheiro. Em 1937, fundou com Octávio Catanhedee Cássio Veiga de Sá o primeiro escritório especializado em topografia, trabalhando em vários projetos importantes como: da Usina Siderúrgica de Volta Redonda e o da Central Elétrica de Macabue executou levantamentos cadastrais de Nova Friburgo, Florianópolis, São Gonçalo, Barra Mansa e Araruama. Paralelamente dedicou-se às atividades didáticas e em 1950 prestou concurso para professor catedrático de Topografia na Escola Nacional de Minas e Metalurgia de Ouro Preto. Em 1953, submeteu-se ao concurso de livre-docência na Escola Nacional de Engenharia. Permaneceu em exercício na Escola de Minas até 1958, quando, por concurso, conquistou a Cátedra de Astronomia e Geodésia, da Escola Nacional de Engenharia, no Rio de Janeiro. De junho de 1962 a junho de 1963, ocupou a Superintendência do Centro de Ensino e de Pesquisas de Petróleo da PETROBRÁS, quando foi nomeado diretor da mesma, permanecendo até janeiro de 1964. Politicamente, colaborou em periódicos como “Jornal dos Debates” e “Emancipação”,entre 1947 e 1952. A par da intensa atividade profissional, colaborou desde a fundação em 1948com o Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional, semente da campanha “O Petróleo é nosso”. Em 1967, a “Campanha Nacional de Defesa e pelo Desenvolvimento da Amazônia” (CNDDA) então criada, teve sua inteira adesão e dedicação tendo sido inclusive, presidente do Departamento de Estudos da CNDDA

Luiz Muniz Barreto

Luiz Muniz formou-se engenheiro civil e eletricista em 1949, pela Escola Nacional de Engenharia, bacharelou-se e concluiu a licenciatura em física pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Estadual da Guanabara entre 1958 e 1959. Concluiu o doutorado em ciências, nas especialidades de Mecânica Racional e Mecânica Celeste, em 1962 e livre docência em Mecânica Geral pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1963. Ocupou vários cargos em empresas técnicas, como a Companhia Telefônica Brasileira e em Instituições de pesquisa científica, destacando-se em seu trabalho no Observatório Nacional, onde iniciou como estagiário, chegando até ao posto de diretor dessa instituição nos anos de 1968 a 1979, e novamente de 1982 a 1985. Foi sub-reitor de pós-graduação e pesquisa na UERJ, tanto em caráter permanente, como provisório. Foi membro das mais destacadas sociedades científicas do mundo, como Societé Astronomique de Francé, SBPC, União Astronômica Internacional e outras. Foi ainda responsável pela formação de importantes grupos de pesquisa científica no Observatório Nacional, no ITA e na Universidade Federal de Minas Gerais. Participou da solenidade de atividades de Fundação do Clube de Astronomia do Rio de Janeiro (CARJ), em 30 de junho de 1976, reunindo, no salão nobre do Observatório Nacional. Muniz Barreto teve um profícuo trabalho de pesquisa científica, contando com mais de 100 publicações, entre as quais encontra-se o livro "Observatório Nacional - 160 anos de Hisória". Luiz Muniz Barreto faleceu a 12 de abril de 2006 com 81 anos.

Michel Maurice Debrun

Michel Debrun nasceu na França. Cursou a "École Normale Supérieure" de Paris, na área de Filosofia, licenciando-se em Filosofia pela Sorbonne, em 1944. Formou-se pela "École Libre de Sciences Politiques" (hoje "Institut d’Études Politiques" de Paris), nas áreas de finanças públicas e ciência política. Tornou-se professor concursado (Agrégé) de Filosofia, pela Universidade de Paris, em 1946. Em 1982 obteve o título de livre-docente em Filosofia Política, na UNICAMP, apresentando o trabalho sobre o tema "A partir de Gramsci: Filosofia, Política e Bom Senso". Lecionou de 1946 a 1956 na Universidade de Toulouse, como professor de Filosofia Social e Política da "Faculté des Lettres et Sciences Humaines" e como professor de Filosofia do curso de seleção de graduados para ingresso na "École Normale Supérieure", de Paris. Radicado no Brasil desde 1956, ministrou cursos de Política no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), durante o ano de 1958 e foi convidado como professor visitante de Sociologia e Ciência Política, em missão do Governo Francês, na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (EBAP/FGV), até 1960. Trouxe para essa Escola a cultura sólida e bem estruturada, que é tradicional entre os mestres franceses, e nela, em contato diário com professores e alunos, assimilou a alma brasileira e a nossa língua. No último ano de sua permanência na EBAP/FGV e, por solicitação dessa instituição, escreveu o livro O Fato Político, onde "pretende facilitar uma tomada de consciência da dimensão política e das relações entre a vida política e a vida social total". De 1960 a 1965, lecionou como professor visitante de Ciência Política e Ética no Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. O professor Debrun foi destacado pela UNESCO entre: 1966 e 1968 para, em missão junto ao Ministério da Educação do Brasil, assessorar e elaborar projetos de reestruturação administrativa das Secretarias Estaduais de Educação e Cultura; 1968 e 1970, junto ao Governo do Irã, para a elaboração de projetos de formação e reciclagem de planejadores e administradores educacionais, e para a montagem dos órgãos de planejamento educacional daquele país; 1966 e 1970, para participar de vários seminários e conferências sobre planejamento educacional, realizados pelo Instituto Internacional de Planificação da Educação, ligado à UNESCO, em particular: a "Conférence Internationale sur la Planification de l’Éducation", UNESCO, Paris, 1968. A partir de 1970, passou a lecionar no Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da UNICAMP. Assumiu em 1972 o cargo de Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Coordenador de Ensino Superior do Curso de Bacharelado de Ciências Sociais, dos quais foi exonerado, a seu pedido, em 1973, para se dedicar prioritariamente à docência e pesquisa. Em 1974 assumiu a coordenação da Pós-Graduação em Ciência Política do IFCH. Entre os anos de 1974 e 1976 atuou como membro da Comissão de Pós-Graduação do IFCH. A partir de 1976 integrou a Comissão de Pós-Graduação em Filosofia e tornou-se professor Titular de Filosofia. Participou de várias bancas examinadoras de teses e concursos na USP, UNICAMP e outras universidades brasileiras. Em 1971 foi nomeado Conselheiro de Cooperação Cultural, Científica e Técnica, junto à Embaixada da França em Montevidéo, cargo ao qual renunciou para atender suas atividades docentes na UNICAMP. Michel Debrun é membro fundador do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE), órgão da UNICAMP fundado oficialmente em 1977. Neste mesmo ano coordenou no CLE o Seminário de Epistemologia das Ciências Humanas. Além disso realizou pesquisar no CLE sobre os conceitos de "ocultação ideológica" e "dissociação ideológica"Desde 1986, o professor Michel Debrun passou a coordenar um grupo de pesquisadores da UNICAMP e de outras instituições, os quais estudavam problemas relacionados com as noções de "ordem", "desordem", "crise", "caos", "informações", "autopoiese", "auto-referência" etc. A partir de 1992, o debate dos seminários centralizou-se em torno da auto-organização e informação e das suas inter-relações. Em 1987 coordenou o colóquio "CLE 10 anos – Ordem e Desordem", e em julho do mesmo ano o simpósio: "Modelos de Ordem e Desordem: possibilidades e limitações da sua transposição de uma área de conhecimento para outra", organizado pelo CLE e apresentado na 39a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Brasília. Em 1990 o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas outorga-lhe o título de Professor Emérito da Unicamp.

Comissão Supervisora do Plano dos Institutos

A Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (COSUPI), foi criada pelo decreto número 49.355 de 28 de novembro de 1960, do então Presidente da República Juscelino Kubitschek, após período experimental em que foi regida por portaria ministerial datada de 28 de fevereiro de 1958, expedida pelo ministro de Estado Clóvis Salgado, e tinha por objetivos, modificar mediante a difusão de idéias, as estruturas das universidades brasileiras e das escolas superiores de tecnologia, visando promover reformulações profundas em relação às cátedras e a carreira docente das universidades e apoiando a formação de técnicos procurando elevar o nível de conhecimento desses profissionais, aumentar o número de vagas nos cursos de engenharia, visando com isso, o desenvolvimento social do país, de modo a sanar as deficiências impostas pelo crescente progresso técnico da nação à educação e ao trabalho.

Os esforços e recursos empreendidos pela COSUPI para atingir seus objetivos procuravam desenvolver as áreas de conhecimento que eram mais importantes do ponto de vista da educação para o desenvolvimento, ou seja, a matemática, a química, a física. a biologia, a geologia e a economia.

As verbas concedidas pela COSUPI objetivavam exclusivamente planejar um novo sistema educacional nas escolas ou universidades, nas áreas vinculadas ao trabalho, no intuito de promover o aumento da produtividade.

Desde a sua criação, a COSUPI foi presidida pelo professor Ernesto Luiz de Oliveira Júnior, que para cumprir a meta da instituição a qual presidia, percorreu o país buscando conhecer as escolas técnicas e universidades brasileiras, apontando seus problemas e submetendo ao ministro de Estado os planos de aplicação de recursos e os progressos que já se realizavam dentro dos planos do Ministério da Educação e Cultura.

Após realizar exaustivo trabalho em inúmeras universidades e escolas de tecnologia em todo o país em prol do desenvolvimento produtivo, a COSUPI teve seu funcionamento alterado pelo decreto número 51.405 de 6 de fevereiro de 1962 do Presidente da República João Goulart e dos Ministros de Estado Tancredo Neves e Antônio de Olivera Britto.

Por esse decreto a COSUPI passava a ser subordinada diretamente ao ministro da Educação e Cultura que seria seu presidente, tendo por diretor executivo, o diretor do ensino superior do Ministério da Educação, auxiliado por mais quatro membros nomeados pelo Presidente da República.

Essas modificações causaram protestos da parte do Professor Oliveira Júnior que declarou em carta aberta “Ao povo brasileiro”, que as alterações feitas pelo ministro Brito, desviariam a COSUPI de seus objetivos originais e promoveriam sua extinção como instituição preocupada com o desenvolvimento nacional.

A opinião do Professor Oliveira Júnior foi defendida por várias pessoas como, por exemplo, Luís MacDowell na sua nota “Brasília e a COSUPI”, publicada no “Diário Carioca” de 18 de fevereiro de 1962, mas também sofreu críticas daqueles que viam nas mudanças o fator decisivo na reformulação do ensino superior no Brasil, como por exemplo, o Professor Dumerval Trigueiro Mendes em sua nota publicada no “Diário de Notícias” de 15 de abril 1962.

As divergências decorrentes dessa mudança foram muitas, até que o decreto número 53.932 de 26 de maio de 1964 do Presidente Humberto Castello Branco reuniu a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior (CAPES), a Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (COSUPI), e o Programa de Expansão do Ensino Tecnológico (PROTEC), num só órgão denominado Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), subordinada ao Ministro da Educação e Cultura, que visava também dar apoio às universidades e institutos de tecnologia, que atendessem as necessidades decorrentes do desenvolvimento econômico e técnico do país.

O Fundo COSUPI conta com grande quantidade de documentos, referente a diversas universidades do Brasil material de pesquisa bastante completo e que fornece os elementos necessários para a preservação da memória do desenvolvimento científico brasileiro.

Essa documentação está no Arquivo do CLE desde 1988. Trata-se de um fundo público fechado, pois sua documentação é parte do Arquivo do Ministério da Educação e Cultura.As Séries constituídas são Convênios, Correspondências, Documentos Contábeis, Iconografia, Legislação, Miscelânea, Planejamento e Produção Intelectual de Terceiros. e os Dossiês Casa do Brasil na Cidade Universitária de Madrid, Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Grupo de Reequipamento Técnico-Científico das Universidades do Nordeste, Grupo de Trabalho de Educação do Nordeste e Grupo Executivo para Aplicação de Computadores Eletrônicos e conta com 873 unidades documentais.

Mario Tourasse Teixeira

Mario Tourasse Teixeira nasceu em Recife, Pernambuco, a 11 de setembro de 1925. Licenciou-se em Matemática pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, em 1954, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especializou-se em Fundamentos da Matemática e Lógica Simbólica, sob a orientação de Edson Farah, na Universidade de São Paulo (USP), com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e incentivo do professor Leopoldo Nachbin. Durante os anos de 1955 e 1956 foi professor auxiliar de Ensino, sem proventos, da Cadeira de Análise Matemática e Análise Superior, da Seção de Álgebra Moderna da Universidade do Brasil. Ainda em 1956, foi professor assistente da cadeira de Análise Matemática da Faculdade Fluminense de Filosofia. De 1957 a 1958, Mario Tourasse obteve bolsa do CNPq e realizou estágio de aperfeiçoamento em Lógica Matemática e Teoria dos Conjuntos, no Departamento de Matemática da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, sob orientação de Edson Farah. Nessa época constitui-se um grupo pioneiro de estudiosos da Lógica no qual participavam Benedito Castrucci, Newton Affonso Carneiro da Costa, Leônidas Hegenberg e Mario Tourasse Teixeira sob a coordenação do professor Edson Faranh. Tourasse foi contratado em 1959 para ocupar a Cadeira de Geometria Analítica, Projetiva e Descritiva, convidado pelo professor Nelson Onuchic. A partir de 1964 assumiu a cadeira de Álgebra Moderna do curso de Matemática. Ele e Nelson Onuchic foram responsáveis pela criação do curso e o do Departamento de Matemática nessa Instituição. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o CNPq apoiaram financeiramente Mario Tourasse para especializar-se em Álgebra da Lógica e Funções Recursivas, de agosto de 1960 a fevereiro de 1961, sob a orientação de Antônio Monteiro e de Jean Porte, na Universidad Nacional del Sur (Bahía Blanca) e no Centro Atômico de Bariloche, Argentina. Em 22 de dezembro de 1965, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em São Paulo, sob a orientação de Antônio Monteiro defendeu a tese M-Álgebras e obteve o seu doutorado. Em janeiro de 1967 através da lei Estadual 9.715, a FFCL de Rio Claro é incorporada a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em outubro o professor Tourasse foi indicado para ser coordenador associado do Instituto de Matemática. Em janeiro de 1976, foi criada a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP (Lei Estadual 952), que incorporou a FFCL/Rio Claro. Mario Tourasse tornou-se Professor Titular na FFCL/Rio Claro, em 1971. De julho de 1988 a abril de 1989, Tourasse foi vice-coordenador da Pós-graduação em Educação Matemática e aposentou-se em maio de 1991, pela UNESP de Rio Claro. Em 1974, por iniciativa sua, foi criado o Serviço Ativador em Pedagogia e Orientação (SAPO), no Departamento de Matemática da FFCL/Rio Claro, que refletia seu pensamento, e de outros professores, acerca dos métodos de ensino e aprendizagem. Os temas de estudo de Mario Tourasse Teixeira são: operador de conseqüência de Tarski; estruturas algébricas associadas ao cálculo proposicional; modelos sentenciais; lógica proposicional, baseada em uma noção geral de complemento; endomorfismos duais em reticulados distributivos (estes são resultado do período em que o professor Tourasse esteve sob a orientação do professor Antonio Monteiro, em Bahía Blanca); funções recursivas; fundamentos da geometria e topologia algébrica (sob orientação do professor Gilberto Loibel, da Escola de Engenharia de São Carlos); estruturas matemáticas relacionadas com a lógica (trabalho publicado no Boletim da Sociedade de Matemática de São Paulo e apresentado e no II Colóquio Brasileiro de Matemática); estudo sobre os fundamentos da Geometria, baseando a Geometria Projetiva num operador de complemento (estudo apresentado na Universidade do Paraná); métodos de decisão em Lógica e Matemática; sistemas formais para a Matemática; universos ordenados e teoria dos conjuntos (em colaboração com Euclides Alves de Oliveira); operadores de fecho generalizados (em colaboração com Itala M. L. D’Ottaviano); fundamentos da Matemática (estudo realizado em colaboração com o Departamento de Ciências Sociais/ UNESP/Rio Claro). Ele foi homenageado na II Reunião Regional da Sociedade Brasileira de Matemática e Encontro de Lógica, realizado em Rio Claro, em 1991, no Seminário de Análise (Rio Claro, 1993), nas “Jornadas Unespianas de História da Matemática”, no “XI Encontro Brasileiro de Lógica” realizado em Salvador-BA, em 2003, quando se completou dez anos de seu falecimento. Mario Tourasse Teixeira é considerado um dos lógicos mais importantes da sua época e “um educador de corpo inteiro”, segundo palavras de Irineu Bicudo. O professor Tourasse faleceu devido a um infarto, no dia 12 de junho de 1993, em Rio Claro, São Paulo.

Leopoldo Nachbin

Leopoldo Nachbin nasceu em Recife, Pernambuco, Brasil, a 07 de janeiro de 1922. Em 1939, após completar seus estudos secundários, ingressou na Escola Nacional do Rio de Janeiro. A partir de 1940 e, simultaneamente com o curso de Engenharia, frequentou como aluno ouvinte o curso de Bacharelado em Matemática da Faculdade Nacional de Filosofia, pois não era permitido matricular-se em dois cursos ao mesmo tempo. Em 1941, como aluno, tornou-se auxiliar do Ensino de Cálculo Infinitesimal da Escola Nacional de Engenharia. Em 1943, obteve o diploma de Engenheiro Civil. Patrocinado por Gabrielle Mammana, apareceu nos Anais da Academia Brasileira de Ciências o primeiro trabalho de Nachbin quando ele tinha dezenove anos, em 1941. No prefácio de um livro sobre Elasticidade, publicado por Sobrero em português, no Rio de Janeiro na época, há um agradecimento explícito a Nachbin. Em 1944, passou a ser assistente de Cálculo Infinitesimal da Escola Nacional de Engenharia. Em 1947, foi contratado como professor regente da Faculdade Nacional de Filosofia e em 1948 prestou concurso de Livre Docência em Análise Matemática na mesma faculdade. Em 1950, tornou-se professor titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) recentemente fundado. Nachbin tornou-se professor titular da Universidade federal do Rio de Janeiro. Foi um dos principais idealizadores e promotores da criação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) fundado como órgão do CNPq em 1952, no qual permaneceu como pesquisador titular até 1971. Durante dois anos, de 1956 a 1958,retornou aos Estados Unidos, inicialmente como Associado de Pesquisa na University of Chicago, Chicago, Illinois, com bolsa de um ano da Rockfeller Foundation, a seguir como membro visitante do Institute of Advanced Study, Princeton, New Jersey, com bolsa de um ano da Guggenheim Foundation. De 1961 a 1970, foi coordenador do Instituto Central de Matemática da Universidade de Brasília, Brasília, DF. Brasil. Esteve ausente do Brasil durante quatro anos consecutivos, de 1961 a 1965, o maior de seus períodos no estrangeiro e, num certo sentido, o auge da sua carreira. Inicialmente, foi professor visitante da Faculté des Sciences de Paris (Sorbonne), na França, durante dois anos, de 1961 a 1963. Nesse período, foi conferencista convidado do Congresso Internacional de Matemáticos, realizado em 1962, em Estocolmo, Suécia. Ainda em 1962, ganhou o Prêmio Moinho Santista. Foi a primeira oportunidade em que a Fundação Moinho Santista concedeu tal prêmio na área de matemática. Neste mesmo ano, após visita de um mês a Inglaterra, o matemático Michael Atiyah convidou-o a ser professor permanente da University of Oxford, que Nachbin aceitou um ano depois. De 1963 a 1965, após os dois anos em Paris, Nachbin tornou-se professor titular da University of Rochester. Em 1970, recebeu uma medalha honorífica da Universidade de Liege e, em 1973, recebeu o título de professor Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco. Recebeu em 1982, o Prêmio de Ciências Bernardo Houssay, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e, nesse mesmo ano, por ocasião de seus 60 anos, foi homenageado com um simpósio internacional de matemática realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) entregou-lhe o título de professor Honoris Causa em 17 de agosto de 1989.

Mário Schenberg

Mário Schenberg nasceu a 02 de julho de 1914, em Recife. Formou-se engenheiro eletricista em 1935 pela Escola Politécnica de São Paulo. Passou ainda pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo, recebendo em 1936 o título de bacharel em matemática, sendo que esta foi a primeira turma da faculdade. Trabalhou na USP desde 1936, ocupando os cargos de preparador na cadeira de Física geral e Experimental na Escola Politécnica e assistente de Física teórica na FFCL, ocupando em 1944 a cadeira de Mecânica Celeste e Superior do Departamento de Física dessa faculdade através de concurso público. Em 1939, Mário Schenberg trabalhou no Instituto de Física da Universidade de Roma, transferindo-se mais tarde para Zurique e depois em Paris. Voltou ao Brasil em 1940, porém por um curto período, tendo ido a Washington com bolsa da Fundação Guggenhein, onde trabalhou com o Professor G. Gamow, na área de Astrofísica. Foi membro do Institute for Advanced Studies de Princeton e trabalhou no Observatório Astronômico de Yerkes com o Professor Chandraseck. Ficou no Brasil de 1944 a 1948, quando voltou para a Europa, em Bruxelas, desenvolvendo pesquisas com raios cósmicos e mecânica estatística. Tornou-se diretor do departamento de Física da USP em 1953, criando o Laboratório de Estado Sólido e sendo o pioneiro na criação dos cursos de computação dessa universidade. Sua produção intelectual e técnico-científica é volumosa, abrangendo áreas como física teórica, física experimental, astrofísica, mecânica estatística, mecânica quântica, relatividade, fundamentos de física e diversos trabalhos em matemática. Iniciou em São Paulo, a campanha “O Petróleo é Nosso”. Assim mesmo, nas palavras de Amélia Império Hamburger, “Suas pesquisas como físico dão contribuições cuja originalidade e importância são reconhecidas internacionalmente. Abordando vasta gama de temas onde estão imbricadas as matemáticas, a física e seus próprios fundamentos, o alcance e significado de sua obra aguardam por uma avaliação mais profunda e global e muitas de suas ideias ainda não exauriram toda a potencialidade de sugestões para captar a realidade”.(SCHENBERG, Mário. Pensando a Física, coordenação geral: Amélia Império Hamburger e José Luís Goldfarb, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1984).

José Carlos Valladão de Mattos

José Carlos Valladão de Mattos nasceu no dia 05 de julho de 1940, na cidade do Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara, filho de Jayme Vieira de Mattos e Emir Valladão de Mattos.

Valladão, como é conhecido no meio acadêmico, foi aluno da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil de 1962 a 1964. Transferiu-se para a Universidade de Brasília em 1965, onde concluiu o Bacharelado em Física. Em 1968 conclui o mestrado em Física no Instituto Central de Física Pura e Aplicada da UnB nessa mesma Universidade.

Em 1966 cursou disciplinas de pós-graduação no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF e em julho de 1968 apresentou a dissertação “Estudo da Emissão de Hidrogênio na Banda 21cm e a Estrutura da Galáxia”, sob orientação do Prof. Luiz Carlos Gomes e obteve o grau de Mestre em Física pelo Instituto Central de Física Pura e Aplicada da Universidade de Brasília.

Em setembro de 1968, uniu-se ao grupo do Prof. Sérgio S. P. Porto, na “University fo Southern Califónia” onde trabalhou até 1971, cumprindo nesse período todos os cursos e exames, inclusive o exame de qualificação para obtenção do título de Doutor em Fìsica.

Em agosto de 1971 foi contratado pelo Departamento de Física do Estado Sólido e Ciência dos Materiais – DFESCM, da Universidade Estadual de Campinas, por solicitação do Prof. Carlos Alfredo Argüello.

Em seus primeiros anos na Unicamp, foi responsável pela planificação do Laboratório de Espalhamento de Luz (Raman II) do DFESCM e desenvolveu pesquisas com o Diretor do Departamento, Prof. Rogério Cezar de Cerqueira Leite, seu orientador, que resultaram no artigo “Non-Equilibrium Phonon Distribution and Electron Phonon Coupling in Semi-conductors”, concluído em 1972 e publicado na Solid State Communications, Vol. 12, pp. 465-468, Março de 1973. Em 11 de maio de 1973, obteve o título de doutor ao defender a tese “Distribuições Não-equilibradas de Fonons Ópticos em Semicondutores”

De setembro de 1974 a agosto de 1976, licenciou-se da Unicamp e retornou aos Estados Unidos a convite da Bell Laboratories, onde trabalhou com o Dr. John M. Worlock, na qualidade de pesquisador visitante, desenvolvendo trabalhos em condensação de excitons, ou gotas de életron-buraco em Germânio.

De 1977 a 1979, além de suas atividades didáticas e de pesquisa, exerce diversas outras funções administrativas no Instituto de Física destacando-se a de Co-Executor do Projeto Física para o Ensino Secundário (MEC/Unicamp), além de tornar-se colaborador da Seção Ciência e Tecnologia do Jornal Folha de São Paulo.

Em 1980 licenciou-se novamente da Unicamp e passou dois anos na UnB, como professor visitante, onde contribuiu na reforma do Curso Básico Geral da Física, oferecido para todos os cursos das áreas de ciências e também na reformulação da disciplina de Física Ondulatória. Como pesquisador colaborou com o Grupo de Física da Matéria Condensada colocando em funcionamento um laboratório de interação de luz com a matéria, com duas atividades principais: espectroscopia fotoacústica e espectroscopia ótica.

Em 1981, de volta à Unicamp, passa para o Departamento de Física Aplicada para atuar no Laboratório de Pesquisa em Dispositivos – LPD em convênio com o CpqD / Telebrás/ CNET em pesquisa sobre caracterização de junções de semicondutores, usados na fabricação de lasers de GaAs. Tornou-se também Coordenador de Pós-Graduação do Insituto de Física, cargo que exerceu até 1983.

De abril a maio de 1983 esteve por um mês no Max Planck Institut fur Festköperforschung em Stuttgart, convidado pelo Dr. Ernest Göbel para trabalhar em espectroscopia ultra-rápida de fonons e fotoluminescência de populações não-equilibradas termicamente com a rede cristalina. O convite deveu-se ao seu trabablho de doutorado no tema dez anos antes. Na época no IFGW a possibilidade de trabalho restringia-se a região de microssegundos, sendo que nos laboratórios do Dr. Göbel havia facilidades para espectroscopia de picosegundo. No período em que esteve na Alemanha também interagiu com o grupo do Dr. Pilhuln da Univesidade de Stuttgart, com estruturação semelhante ao grupo da Telebrás, onde procurou coletar o maior número de informações sobre lasers de GaAs e InGaAsP quanto a defeitos, novas estruturas e metodologias para estudos óticos de substratos e camadas epitaxiais e teve extensivas discussões com o Dr. Sawer, responsável pelo desenvolvimento de estudos de defeitos em semicondutores. Um resultado significativo de sua visita ao Max Planck foi a proposta do Dr. Göbel de estabelecer em bases definitivas um intercâmbio com a Unicamp, através do programa de colaboração bilateral Max Planck Society/CNPq, abrindo a possibilidade para que alunos e pesquisadores em nível de pós-doutorado brasileiros pudessem visitar esse laboratório. Na segunda etapa da viagem passou duas semanas no Bell Laboratories onde interagiu estreitamento com o grupo de estudo de propriedades óticas no infravermelho que trabalhava majoritariamente em física e tecnologia de camadas epitaxiais de GaAs e InGaAsP, visando dispositivos tais como lasers e detectores.

Além de sua atividade como pesquisador, a partir de setembro de 1983 passa a ser o executor do Convênio Unicamp/CNPq/SUBIN/MRE “Capacitação de Pesquisadores e Professores Latino-Americanos”. A partir de 1985 para a ser também executor do Convênio Unicamp/Secretaria de Educação do Estado de São Paulo/CENP “Atualização e aperfeiçoamento de docentes e especialistas do quadro do Magistério Público do Estado de São Paulo.

Foi representante docente no Conselho Diretor da Unicamp nos biênios 1982-1984 e 1984-1986.

Em maio de 1986 foi designado Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários respondendo pela execução de diversos convênios e projetos até o final do mandato do Prof. Paulo Renato Costa Souza como Reitor em 1990, tais como:

  • Organização e realização do Encontro Integração entre os Setores Produtivos e de Pesquisa e Desenvolvimento em 1986; a Feira de Tecnologia da Unicamp – evento de grande porte visitado por mais de 170.000 pessoas na Unicamp e no Rio de Janeiro, durante o qual ocorreram o Encontro de Tecnologia e Desenvolvimento Industrial, a realização da Reunião Mensal FIESP/CIESP – DECOR e o Encontro da Indústria do Estado de São Paulo em Agosto/Setembro de 1988; a Interação Universidade-Empresa ação em larga escala no estabelecimento do convênios na área tecnológica com empresas privadas. Implantou diversos projetos educativos para a comunidade da Unicamp e de extensão em colaboração com a Prefeitura Municipal e orgãos da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Ministério da Educação. Projetos habitacionais para alunos e funcionários entre outras ações sociais.

De 1990 a 1991 foi Assessor Especial do Secretário de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Belluzo.

Em 1992 aposentou-se pela Unicamp.

Em 2001 torna-se Diretor Superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas – CIATEC, concebido na década de 1970 por Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito do Instituto de Física da Unicamp , constituida por decreto municipal em 1991 e transformada em empresa de economia mista, mantendo a Prefeitura de Campinas como acionista majoritária.

Itala Maria Loffredo D’Ottaviano

Ítala Maria Loffredo D’Ottaviano nasceu em São Paulo. Fez graduação e aperfeiçoamento em Música pelo Conservatório Musical Carlos Gomes em Campinas. Graduação e licenciatura em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1966. O mestrado em Matemática com a Dissertação: Fechos Caracterizados por Interpretações foi orientado pelo professor Mario Tourasse Teixeira, junto ao Departamento de Matemática, da Universidade Estadual de Campinas, em 1974. E seu doutorado, também na Unicamp, em 1982, no mesmo Departamento de Matemática: Sobre uma Teoria de Modelos Trivalente, com orientação do professor Newton Carneiro Affonso da Costa. Foi membro fundadora do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência e Diretora deste Centro de 1986 a 1992. Atualmente é professora titular de Lógica do Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Unicamp e Diretora do CLE desde 2004. Fez pós-doutoramento na University of Califórnia - Berkeley, Stanford University nos Estados Unidos, 1984-1985 e University of Oxford, Inglaterra, 1988. Na sua trajetória profissional ocupou outros cargos tais como: Presidente da Sociedade Brasileira de Lógica, do Committee on Logic in Latin America – Association for Symbolic Logic e da Comissão de Atividades Interdisciplinares (CAI) do Conselho Universitário da Unicamp; Coordenadora da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (COCEN) da Unicamp; Secretária de Educação do Município de Campinas; Criadora e Editora da Coleção CLE, coleção de livros publicados pelo Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, nas áreas de lógica, epistemologia e história da ciência; Editora do Boletim da Sociedade Brasileira de Lógica; Assessora "ad-hoc" da FAPESP, CNPq, CAPES, FAEP/Unicamp, FAP/DF, FONDICYT/Chile e IVIC/Venezuela, Argentina; Membro do Grupo de Lógica Teórica e Aplicada (GLTA) do CLE/IFCH – Unicamp; Líder dos Grupos de Pesquisa "Auto-Organização" e "Lógica e Epistemologia" do CLE e IFCH/Unicamp, cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil – CNPq, Plataforma Lattes; "Reviewer" ad Zentralbatt für Mathematik, Mathematical Reviews e Journal of Symbolic Logic. Atua como refererencia de importantes revistas científicas nacionais e do exterior (Ciência e Cultura, Manuscrito, Boletim da Sociedade Paranaense de Matemática, The Journal of Applied Non-Classical Logics e Studia Lógica). É membro do corpo editorial das seguintes publicações: Coleção CLE; The Journal of Applied Non-Classical Logics e Ludus Vitalis - Journal of Philosophy of Life Sciences; Revista Vivência Episteme. Possui inúmeras publicações, dentre as mais relevantes destacam-se: On NCGw: a paraconsistent sequent calculus. Lecture Notes in Pure and Applied Mathematics. Ed. Marcel Dekker, New York, USA, v.228, p.227-240, 2002; Em colaboração com José Eduardo Moura; Conservative Translations. Annals of Pure and Applied Logic, Ed: North Holland, Amsterdam, Holland, v.108, p.205-227, and 2001; Em colaboração com H. A. Feitosa; Natural deduction for paraconsistent logic, Logica Trianguli, v.4, p.3-24, 2000; Em colaboração com Milton A. de Castro; Algebraic Foundations of Many-Valued Reasoning. Ed: Kluwer Acad. Publ., Dorderecht, Holanda, Trends in Logic, v.2, 223p, 2000; Em colaboração com Roberto L.O. Cignoli e Daniele Mundici; Paraconsistent Logics and Translations. Synthese – an International Journal for Epistemology, Methodology and Philosophy of Science, Ed: Kluwer Acad. Publ., Dorderecht, Holanda, v.125, n.12, p.77-95, and 2000; Em colaboração com Hércules A. Feitosa; Translations between Logics. Lecture Notes in Pure and Applied Mathematics, Models, Algebras and Proofs, v.203, p.435-448, 1999; Em colaboração com Jairo J. Silva e Antonio M. Sette. Many-Valued Logics and Translations. The Journal of Applied Non-Classical Logics, Ed: Editions Hermes, Paris,  France, v.9, n.1, p.121-140, and 1999; Em colaboração com Hércules A. Feitosa; Definability and Quantifier Elimination for J3-Theories. Studia Logica, Ed: Kluwer Acad. Publ., Dorderecht, Holanda, v.46, n.1, p.37-54, 1987; The Model Extension Theorems for J3-Theories. Lecture Notes in Mathematics, Methods in Mathematical Logic, Ed: Springer & Verlag, Berlin, Alemanha, v.1130, p.157-173, 1985; The Conditional and Paraconsistent Logics. Lecture Notes in Pure and Applied Mathematics, v.94, Mathematical Logic and Formal Systems, New York: Marcel Dekker, p.141-160, 1985. Em colaboração com E.G.K. López-Escobar.

César Lattes

Cesare Mansueto Giulio Lattes nasceu em Curitiba, em 11 de julho de 1924. Em 1943 recebeu os diplomas de bacharel em Matemática e Física pela Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras da USP. Foi lá que iniciou sua carreira científica, no então Departamento de Física, ao publicar um trabalho científico sobre a abundância de núcleos no Universo, em parceria com Gleb Wataghin. Cesar Lattes tornou-se mundialmente conhecido em 1947, quando descobriu a partícula méson-pi em colaboração com Giuseppe Occhialini e Cecil Powell. Na época, Lattes trabalhava no laboratório H.H. Wills da Universidade de Bristol, dirigido por Powell, onde melhorou a técnica de emulsão nuclear em chapas fotográficas desenvolvida pelo próprio Powell. Depois viajou para o Monte Chacaltaya, Bolívia, a 5200m de altura, onde expôs as chapas fotográficas aos raios cósmicos e descobriu o méson-pi, cuja existência foi prevista teoricamente em 1935, por Hideki Yukawa. Estes resultados foram publicados na revista Nature, em 24 de maio de 1947, sob o título "Processes involving charged mesons". Nessa época Lattes tinha apenas 22 anos. No ano seguinte fez outra importante contribuição à Ciência. Em colaboração com Eugene Gardner, Lattes obteve artificialmente a partícula méson-pi no recém-construído sincro-cíclotron da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Lattes quase foi contemplado com o Prêmio Nobel de Física. Retornando ao Brasil em 1949, teve importante papel na catalisação dos esforços que levaram finalmente à criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) - atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - em 1951.Diretor Científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas desde a fundação, em 1949, e principal consultor científico nos primeiros anos do Laboratório de Chacaltaya, cria, na USP em 1957, um laboratório para estudos de interações a altas energias na radiação cósmica. A partir de 1962, lidera a reunião de grupos brasileiros e japoneses num projeto de longo alcance sobre interações a altas energias na radiação cósmica.
Em 1967, Lattes assume o cargo de professor titular no recém-fundado Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, tornando-se o primeiro diretor do Departamento de Raios Cósmicos, Cronologia, Altas Energias e Léptons. Em 1969, ele e seu grupo descobriram a massa das denominadas bolas de fogo (fireball). Em 1986, aposentou-se da Unicamp, recebendo, no mesmo ano, o título de Doutor Honoris Causa e de Professor Emérito da universidade. Cesar Lattes faleceu em Campinas, no dia 8 de março de 2005.

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