A série é composta por duas revistas produzidas pelo MNU de São Paulo, sendo a primeira publicada em 1981 com as temáticas: Encontro Estadual da Raça Negra; Vai-Vai – A grande campeã da capital; LSN – Vamos todos defender o Lula e sobre o 21/03 – Dia Internacional contra o racismo. A segunda foi editada por Reginaldo Bispo e intitulada “Revista O Negro em Movimento”, de fevereiro/março de 1992, com as temáticas: Copa das Nações; Reaja ao Fascismo em toda parte; Doença de Negro, entre outros.
A série reúne textos sobre a conjuntura política nacional e a desigualdade racial, incluindo um dos últimos textos escritos por Hamilton Cardoso, intitulado “Consciência Negra”, antes de sua morte em 1999. Os demais autores são: Cristiane dos Santos Cruz e Flávio Jorge Rodrigues.
A série reúne diversos textos que, aparentemente, foram produzidos ou selecionados para servirem como material de formação. São eles: a resenha do filme Sambizanga, de Sarah Maldoror – Congo/Angola, 1972; Parábola de ESOJ NOMAR; Fábula do Boneco de Sal; Fábula “A Águia que (quase) virou galinha”, de Rubem Alves; texto de Yedo Ferreira sobre organização política; texto sobre Quilombos; texto de Milton Barbosa em que reflete sobre a obra de Franz Fanon; texto sobre Pan-Africanismo e um poema de Maiakovski. Para apresentar os líderes que se destacaram na luta contra o racismo aos alunos dos cursos de formação, foi produzido um dicionário de biografias contemplando várias dessas pessoas, como: Machado de Assis, Aleijadinho, Solano Trindade, André Rebouças, Teodoro Sampaio, entre outros. Há, por fim, um texto intitulado “O Partido Revolucionário de Todos os Povos”, bem como um texto com verbetes e definições sobre os termos, racismo, consciência negra e conceito de raça. Ao final, foi reunido no conjunto um texto de Introdução do livro “As Veias Abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano.
Os documentos da série “Texto” contêm, entre outros documentos, reflexões para uma espiritualidade africana e uma africanidade espiritualizada, cujo texto foi apresentado por Ivo Pereira de Queiróz (MNU-PR) para ser discutido com os filiados do Movimento. Conta também com considerações de Hamilton Borges Walê sobre o papel da comunidade nos meios de comunicação; um material didático produzido pelo MNU, junto com o Ylê Aiyê e o Grupo Ginga, sob o título “A Princesa esqueceu de assinar nossa carteira de trabalho”, como crítica ao processo de libertação dos escravos a partir da Lei Áurea. Por fim, conta com um documento textual, sem autoria, que cita o documento de Adé Dudu.
O grupo reúne documentos pessoais de Milton Barbosa que refletem sua luta pela igualdade racial, desde sua primeira participação no coletivo denominado Grupo Decisão, em 1973, que deu origem ao MNU, até sua participação, em 2017, como presidente de honra do MNU em um evento sobre a problemática vivida por filhos de familiares encarcerados, realizado no Memorial da América Latina.
O grupo reúne documentos que refletem a relação de Milton Barbosa com o Partido dos Trabalhadores (PT), no qual teria criado a primeira Comissão de Negros. Agrega documentos dos deputados ligados ao combate ao racismo e à violência policial contra negros. Traz ainda documentos sobre a candidatura de Milton Barbosa a Deputado Estadual pelo PT com a plataforma política ligada à questão racial.
O grupo reúne documentos relativos ao período de atuação de Milton Barbosa na Anhembi Eventos, em São Paulo, e como professor e coordenador do Curso Pré Vestibular Comunitário “Teresa de Quariterê”, em parceria com Regina Lúcia dos Santos.
O dossiê referente ao X Congresso Nacional do MNU, realizado nos dia 9, 10 e 11 de abril de 1993, em Goiânia – GO reúne documentos que definiram as políticas do MNU nos anos seguintes ao Congresso. Os relatórios elucidam as discussões ocorridas a partir da apresentação da Tese 4, de autoria dos filiados do MNUBA, Valdélio Silva, Luíza Bairros, entre outros. A Tese apresentou o conceito de Raça e de Consciência Negra, sendo esse último conceito proposto pelo ativista sul africano antiapartheid Stephen Biko (1946-1977). Os relatórios descrevem a criação da Comissão de Ética do MNU, tanto a nível nacional quanto municipal; a proposta e discussão sobre o voto nulo no plebiscito de 21 de abril de 1993, referente ao sistema de governo no país; a transformação do MNU em OLP (Organização para a Libertação da Palestina) brasileira; a divulgação do resultado do concurso para escolha do logotipo do MNU, vencido por Nethio Benguela – MNU-DF e, por fim, a criação da campanha “Raça e Território”, amplamente discutida no Congresso. O conjunto traz ainda documentos que antecedem o Congresso com sugestões de pauta, de roteiro e informações gerais.
O dossiê do XI Congresso Nacional do MNU, realizado entre os dias 7 e 10 de setembro de 1995, na cidade de Nova Iguaçu - Rio de Janeiro, reúne documentos produzidos antes e depois do evento. Além da programação com os horários de funcionamento do local onde o evento seria realizado, o conjunto traz uma carta de repúdio dos organizadores do MNU- Rio de Janeiro criticando a ausência da CEN na organização do Congresso. Também reúne documento preparatório com críticas ao MNU/CON/CEN e Coordenadorias Estaduais, manuscrito por Milton Barbosa. Destacam-se entre os documentos algumas teses elaboradas para o Congresso, como a “Quilombo Brasil – um Embrião Revolucionário”. Esse documento propõe a criação de um gigantesco Quilombo chamado Brasil. A Tese No. 2 apresenta contribuições de vários militantes do MNU, que são questões abertas para reflexão. Conta ainda com um vasto balanço do Movimento.
O XII Congresso Nacional do MNU, realizado entre os dias 9 e 12 de abril de 1998, em Salvador – BA, cuja solenidade de abertura foi em comemoração aos 20 Anos do Movimento, ocorrida no Salão Nobre da Universidade Federal da Bahia – UFBA em 9 de abril. Compõe o conjunto documentos que se referem à organização do Congresso, tal como o Regimento Interno, entre outros. A Tese “Kilombo, um olhar do povo negro”, que foi aprovada no Congresso e passou a orientar o MNU no biênio seguinte, foi acumulada por Milton Barbosa junto com documentos que a complementam. Um dos pilares da tese é a questão da formação da militância quanto aos conceitos defendidos pelo movimento. A sugestão da tese é a criação de cursos básicos de Sensibilização da Identidade Africana de Adolescentes e Jovens e, em um segundo momento, de um curso avançado sobre essas questões. A tese orienta como os cursos devem ser estruturados. Há ainda outros documentos, como as correspondências solicitando apoio aos deputados para participação dos membros do MNU-SP no Congresso de Salvador. Conta ainda com o Regimento Interno discutido no Congresso; lista de tarefas, entre outros documentos.
