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Corporate body · 1966 - atualmente

O Departamento de Medicina Legal e Ética (DML) da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp é uma unidade acadêmica dedicada ao estudo e à aplicação de conhecimentos interdisciplinares que unem medicina, direito, bioética e ciências forenses. Sua origem está ligada à necessidade de integrar a formação médica com aspectos éticos e legais da prática profissional, além de contribuir para a interface entre a medicina e a justiça.

Origem e Contexto

O DML foi estruturado em 1966, no contexto de consolidação da FCM/Unicamp. A criação do departamento reflete a visão da universidade de formar profissionais críticos, capazes de refletir sobre dilemas éticos e legais inerentes à medicina, além de atuar em questões forenses.

Principais Atividades

  1. Ensino:
    • Oferece disciplinas obrigatórias e optativas para graduação em Medicina, abordando temas como medicina legal, deontologia médica, bioética, tanatologia e perícias médico-legais.
    • Participa de programas de pós-graduação, capacitando profissionais para atuar em áreas como ética em pesquisa e ciências forenses.
  2. Pesquisa:
    • Desenvolve estudos em áreas como ética médica, violência e saúde, direitos humanos, identificação humana e avaliação de danos corporais.
    • Colabora com instituições como o Instituto Médico Legal (IML) e órgãos de segurança pública.
  3. Serviços à Comunidade:
    • Presta consultoria técnica em casos que exigem laudos periciais (ex.: determinação de causa de morte, avaliação de lesões corporais).
    • Atua em comitês de ética, revisando projetos de pesquisa para garantir conformidade com padrões internacionais.
  4. Extensão:
    • Promove debates e eventos sobre temas como eutanásia, confidencialidade médica e justiça social, envolvendo alunos, profissionais e a sociedade.

Relevância para a FCM/Unicamp

O DML é relevante para a FCM por:

  • Formar médicos com consciência ética e jurídica, preparados para lidar com conflitos como consentimento informado e sigilo profissional.
  • Fortalecer a relação entre universidade e sociedade, através de serviços periciais e discussões sobre políticas públicas em saúde.
  • Produzir conhecimento científico que impacta tanto o sistema de saúde quanto o judiciário, especialmente em casos criminais e de violência.

Além disso, o departamento é um pilar na defesa dos direitos humanos, contribuindo para a justiça social e a dignidade na prática médica. Sua atuação reforça o compromisso da Unicamp com uma educação médica integral, alinhada às demandas contemporâneas.

Corporate body · 1963 - atualmente

O Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia (DORL) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) desempenha um papel essencial no ensino, pesquisa e assistência médica nas áreas de Oftalmologia e Otorrinolaringologia. Essas duas especialidades médicas têm raízes profundas na história da instituição, remontando ao início das atividades clínicas da faculdade, na época em que a Santa Casa de Campinas passou a ser integrada como hospital-escola.

Desde sua criação, profissionais renomados dessas áreas contribuíram significativamente para o desenvolvimento da UNICAMP e da medicina brasileira. Entre os pioneiros, destacam-se o oftalmologista Antonio Augusto de Almeida e os otorrinolaringologistas Gabriel Porto e Paulo Mangabeira Albernaz, que não apenas participaram da fundação da escola médica, mas também ajudaram a estabelecer padrões de excelência acadêmica e profissional.

Estrutura e Atividades

O DORL promove atividades que abrangem:

  1. Ensino: Oferecendo formação de alta qualidade para estudantes de medicina, residentes e pós-graduandos, com ênfase na aplicação prática e no desenvolvimento de competências clínicas em Oftalmologia e Otorrinolaringologia.
  2. Pesquisa: Realizando estudos inovadores que contribuem para o avanço do conhecimento científico e para a melhoria do atendimento em saúde, frequentemente em colaboração com outros departamentos e centros de pesquisa.
  3. Assistência Médica: Atuando no atendimento a pacientes no Hospital de Clínicas da UNICAMP, que é referência em saúde pública, prestando serviços especializados em diagnóstico, tratamento e reabilitação em ambas as áreas.

Avanços e Iniciativas

Apesar de formar um único departamento, as disciplinas de Oftalmologia e Otorrinolaringologia têm mantido trajetórias independentes, permitindo que cada especialidade se desenvolva de maneira autônoma, alcançando avanços significativos na formação de especialistas e na prática clínica. O DORL também se destaca pela adoção de tecnologias avançadas e por sua atuação em campanhas de saúde pública, promovendo ações preventivas e educativas junto à comunidade.

Impacto e Parcerias

O departamento mantém parcerias com instituições de pesquisa, órgãos governamentais e associações médicas, reforçando seu compromisso com a inovação, a excelência acadêmica e a assistência de qualidade. Além disso, contribui para a formação de profissionais que se tornam referências em seus campos de atuação, consolidando a UNICAMP como uma das principais universidades na área de saúde no Brasil.

José Lopes de Faria
Person · 1917 - 2009

O Dr. José Lopes de Faria (1917-2009), natural do interior de Minas Gerais, foi um dos mais destacados anatomopatologistas do Brasil, com uma carreira que influenciou profundamente a área médica no país e no exterior. Filho de Ortiz Lopes de Faria e Maria Monteiro de Faria, era o primogênito de uma família de oito filhos. Graduou-se em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1941 e iniciou sua trajetória acadêmica como assistente voluntário na mesma instituição (1942-1943), sob a orientação do respeitado professor Baeta Viana, que o incentivou a continuar os estudos.
Ainda jovem, demonstrou inclinação para a pesquisa e a docência. Durante sua formação, trabalhou no laboratório de análises clínicas do Dr. Oromar Moreira, onde também preparava aulas práticas para o curso de Física Biológica. Ao final do curso, defendeu uma tese inovadora sobre os efeitos do tabaco descotinizado, o que chamou a atenção de importantes médicos como o Dr. Otávio Magalhães e abriu portas para sua carreira na USP.

Início de Carreira e Experiência Internacional

Após migrar para São Paulo, Dr. Lopes de Faria integrou o Departamento de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina da USP. Em 1954, obteve uma oportunidade marcante no Instituto de Patologia da Universidade de Freiburg, na Alemanha, sob a direção de Franz Büchner. Lá, destacou-se por suas pesquisas sobre a respiração de aviadores submetidos a grandes altitudes e morte súbita, contribuindo significativamente para o conhecimento médico global sobre o tema, até então restrito a estudos em animais.
Os elogios recebidos de Büchner em cartas enviadas à USP atestam a excelência de seu trabalho: ele foi descrito como um cientista de altíssimo nível, com profundo conhecimento da literatura científica alemã e habilidades notáveis na morfologia e patologia experimental.

Contribuição à Unicamp e Anatomopatologia no Brasil

Em 1963, Dr. Lopes de Faria ingressou na Unicamp, onde desempenhou um papel central na fundação do Departamento de Anatomia Patológica. Tornou-se professor titular em 1965 e dirigiu a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) em dois períodos (1967-1969 e 1972-1976). Sua liderança foi essencial para projetar a Unicamp como referência nacional em patologia.
Dr. Lopes de Faria foi um professor exigente e admirado, deixando um legado acadêmico baseado em ensino sólido e pesquisa experimental. Publicou mais de 80 trabalhos, com quase metade em revistas internacionais, além de cinco teses e monografias. Destacam-se suas investigações sobre lepra, esquistossomose, aneurismas dissecantes, alterações no choque e aterosclerose. Editou cinco livros, incluindo os clássicos "Tumores de Pele" e "Anatomia Patológica Geral", amplamente adotados em cursos de medicina no Brasil.

Reconhecimento e Legado

Aposentado compulsoriamente em 1987, Dr. Lopes de Faria recebeu o título de professor emérito da Unicamp em 1988, uma honraria entregue pelo reitor Paulo Renato Costa Souza. Apesar da aposentadoria, permaneceu ativo, revisando edições de suas obras e contribuindo com a ciência.
Além de ser um cientista brilhante, Dr. Lopes de Faria foi um mentor inspirador. Suas palavras de conselho refletem sua visão de vida: “Trabalhe, para chegar a um bom resultado”. Sua influência persiste, e seu nome é lembrado no Memorial de Anatomia Patológica da Unicamp.
Dr. José Lopes de Faria foi mais do que um anatomopatologista. Ele foi um pioneiro que uniu ensino, pesquisa e compromisso com a excelência, deixando um impacto indelével na medicina brasileira e formando gerações de profissionais.

Mario Mantovani
Person · 1940 - 2010

O professor e médico Dr. Mario Mantovani (1940 - 2010) é figura de grande destaque na medicina brasileira. Nascido em 21 de julho de 1940, em Uberaba (MG), filho de imigrantes italianos, ele formou-se em Medicina pela Escola Paulista de Medicina, atual UNIFESP, em 1968. No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde consolidou sua trajetória acadêmica e profissional. Concluiu seu doutorado em 1973, tornou-se professor em 1978, quando obteve a Livre Docência em Cirurgia, e alcançou o título de Professor Titular em 1993.

Pioneirismo na Cirurgia de Trauma

Dr. Mantovani foi um entusiasta da Cirurgia de Urgência e Trauma, tendo criado, em 1987, a Disciplina de Cirurgia do Trauma na Unicamp. Este marco resultou na estruturação do atendimento a casos de urgências traumáticas e não traumáticas no Hospital de Clínicas da universidade, além da criação de uma enfermaria e um ambulatório específicos, que se tornaram referência nacional em ensino e pesquisa. Ele também foi responsável por ministrar disciplinas fundamentais, como Suporte Básico de Vida, Técnica Cirúrgica e Cirurgia do Trauma, contribuindo diretamente para a formação de gerações de médicos.

Legado Acadêmico e Científico

Dr. Mantovani desempenhou papel crucial na formação acadêmica e científica no Brasil. Criou a Residência Médica em Cirurgia do Trauma na Unicamp, voltada à especialização em atendimento a traumas e cirurgias de urgência. Fundou o LICIT (Laboratório de Investigação em Cirurgia do Trauma), localizado no Núcleo de Medicina e Cirurgia Experimental da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, que se tornou um centro de referência em pesquisas experimentais, formando diversos alunos de iniciação científica, mestres e doutores.
Sua contribuição científica é notável: publicou 230 artigos, editou 12 livros, escreveu 149 capítulos de obras, orientou 25 teses de mestrado e doutorado e participou de inúmeras bancas avaliadoras em instituições de todo o país. Organizou 20 congressos nacionais e cinco internacionais, consolidando sua liderança e influência na área.

“Pai das Ligas do Trauma”

Dr. Mantovani é reconhecido como o "pai das Ligas do Trauma" no Brasil. Ele fundou e incentivou a criação dessas ligas em diversas instituições, promovendo a especialidade de forma inovadora e eficiente. Em sua homenagem, ligas em São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro levam seu nome. Foi presidente do primeiro Congresso Brasileiro das Ligas do Trauma (CoLT), realizado em Campinas em 1999, além de presidir outros eventos de grande porte, como o X CoLT e o XXI Panamerican Trauma Congress em 2008, que marcaram a história da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT).

Contribuições Administrativas e Reconhecimentos

Na Unicamp, ocupou cargos administrativos de destaque, incluindo a presidência do Comitê de Ética, a direção do Departamento de Cirurgia e a superintendência do Hospital de Clínicas. Como presidente da SBAIT em três gestões e da Comissão Especial Permanente de Trauma do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, ele consolidou a relevância do Brasil no cenário internacional.
Recebeu 34 homenagens ao longo da vida, sendo 18 delas de turmas de formandos de medicina, um reflexo de seu impacto como educador. Reconhecido por sua dedicação ao ensino, ética profissional e valorização da relação médico-paciente, Dr. Mario Mantovani deixa um legado inestimável, inspirando gerações de profissionais.
Sem dúvida, sua trajetória é um exemplo de excelência e compromisso com a medicina, a pesquisa e a educação, fazendo dele uma referência nacional e internacional em Cirurgia do Trauma e Urgência.

Sérgio Buarque de Holanda

Sérgio Buarque de Holanda, jornalista, crítico literário, sociólogo e historiador, nasceu na cidade de São Paulo em 1902. Fez o curso primário na Escola Caetano de Campos e o secundário no Ginásio de São Bento. Formou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1925. Embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna em 1922, tornou-se o representante da revista Klaxon, editada em São Paulo pelos modernistas. Com Prudente de Morais Neto e Afonso Arinos de Melo Franco, publicou a revista Estética (1924). Colaborou com regularidade no Jornal do Brasil e na Revista do Brasil (2ª fase). Permaneceu na Alemanha, de 1928 a 1930, como correspondente dos Diários Associados. Inaugurando a Coleção Documentos Brasileiros dirigida por Gilberto Freyre, publica em 1936, seu primeiro livro, Raízes do Brasil. Foi professor da Universidade Federal do Distrito Federal (1936), chefe da Seção de Publicações do Instituto Nacional do Livro (1937-1944), diretor da Divisão de Consultas da Biblioteca Nacional (1946-1958), professor de História da Civilização Brasileira da USP (1956) - função em que se aposentou exercendo o cargo de chefe do Departamento de História do Brasil (1968). Foi presidente da Associação Brasileira de Escritores (1946 e 1947) e da Seção Regional de São Paulo da mesma entidade (1950). Trabalhou como crítico literário do Diário de Notícias (1943-1944) e do Diário Carioca (1951-1952). Reuniu em volume uma seleção de artigos de jornal, sob o título Cobra de vidro (1944) e publicou em 1945 o livro Monções, sobre a história paulista. Participou, sucessivamente, de três comitês da Unesco, em Paris, e pronunciou uma série de conferências na Sorbonne. Participou, também, em 1950, do Primeiro Seminário Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, em Washington, além dos Colóquios Luso-Brasileiros, em Salvador (1959), e nas Universidades de Harvard e Columbia (1966). Na Itália (1953-1954) lecionou na Universidade de Roma, na cadeira de Estudos Brasileiros. Participou do IX Rencontres Internationales de Geneve, com a conferência L´ Europe et le Nouveau Monde. Publicou em 1957, o livro Caminhos e Fronteiras. Entrou para a Academia Paulista de Letras, em 1958, na vaga de Afonso de E. Taunay. Com a tese Visão do Paraíso (os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil), efetiva-se por concurso na Faculdade de Filosofia da USP, para reger a cátedra de História da Civilização. O texto corrigido e ampliado foi editado em 1959 pela Coleção Documentos Brasileiros. Foi diretor do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (1962-1964). A convite da Universidade do Chile (Centro de Investigações de História Americana), ministrou curso e organizou seminários de História do Brasil. A convite do governo norte-americano, em 1965, percorreu várias universidades fazendo conferências e participando de seminários nas universidades de Columbia, Harvard e Califórnia (Los Angeles). Como Professor Visitante esteve na Universidade de Indiana e na New York State University. Aposentado em 1969, não interrompeu suas atividades como escritor, continuando à frente de publicações como a História Geral da Civilização Brasileira, da História do Brasil e da História da Civilização (coleção Sérgio Buarque de Holanda), entre outras atividades. Publicou, em 1975, Velhas Fazendas e, em 1979, Tentativas de Mitologias. Recebeu em 1980 dois prêmios: o Juca Pato, da União Brasileira dos Escritores, e o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Em 1986 foi publicado a sua obra póstuma O Extremo Oeste. Foi casado com Maria Amélia Alvim Buarque de Holanda e teve sete filhos: Heloísa Maria, Sérgio, Álvaro Augusto, Francisco, Maria do Carmo, Ana Maria e Maria Cristina. Faleceu na cidade de São Paulo, onde residia, em 24 de abril de 1982.