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Registro de autoridadeJoão Alexandre Ferreira da Rocha Pereira
Nasceu em Lisboa, Portugal, em 21 de dezembro de 1945. Concluiu a Graduação em Engenharia Químico Industrial pela Universidade Técnica de Lisboa (1970) tornou-se PHD pela University of Edinburgh (1977) e Livre Docente pela Universidade Estadual de Campinas, em 1985. Designado como docente pelo então Departamento de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas, em 1978, foi o responsável pela implantação de disciplinas e laboratórios. Dentre os cargos aos quais ocupou destacam-se: Coordenador da Comissão de Estruturação do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Química na área de Desenvolvimento de Processos (1979-1980) Chefe de Departamento de Engenharia Química (1983-1987) Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Química (1980-1981), Coordenador do Curso de Graduação de Engenharia Química (1981-1985) membro da Comissão de Implantação do Centro de Manutenção de Equipamentos da Unicamp CEMEQ Diretor do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas Biológicas e Agrícolas (1998-2003). Aposentou-se em julho de 2003.
- Pessoa
- 1927-1998
João Antônio de Souza Mascarenhas nasceu na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, em 24 de outubro de 1927. Filho de Balbino de Souza Mascarenhas e Inês Leite Mascarenhas, graduou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio Grande do Sul (atual UFRGS), em 1950. Em 1956, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou o resto de sua vida. Entre as décadas de 1950 e 1970, trabalhou como funcionário público em diversos órgãos federais, tais como Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), Serviço Social Rural (SSR), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entre outros. Seu primeiro contato com o ativismo ocorreu no início da década de 1970, através da leitura de publicações estrangeiras. Em 1977, organizou a vinda ao Brasil de Winston Leyland, diretor da editora norte-americana Gay Sunshine Press. Em decorrência desse encontro, um grupo de escritores e intelectuais reunidos na casa do pintor Darcy Penteado decidiu criar o jornal "Lampião da Esquina" (1978-1981), considerada a primeira publicação homossexual de grande circulação do país. João Antônio foi um dos fundadores, figurando no Conselho Editorial nos primeiros números. Manteve intensa correspondência com o movimento homossexual internacional. Foi o primeiro latino-americano a filiar-se à ILGA (International Lesbian and Gay Association) como pessoa física, participando de congressos e produzindo relatórios sobre a situação do movimento no Brasil. No início de 1985, criou o grupo Triângulo Rosa (1985-1988), cujo objetivo era a defesa dos direitos e liberdades individuais dos homossexuais. Devido a sua formação jurídica, Mascarenhas frequentemente prestava assessoria legal a outros grupos, tanto em relação ao registro dessas entidades, quanto nos casos de discriminação relacionados à sexualidade. Em associação com outros grupos, liderou uma forte campanha pela inclusão da proibição de discriminação por orientação sexual na Constituição de 1988, e na sua revisão de 1993. Em 1997, lançou o livro A tríplice conexão: machismo, conservadorismo político, falso moralismo, onde denuncia a corrupção de muitos políticos que combateram a inclusão, tudo documentado por recortes de jornais. Faleceu em 12 de junho de 1998 em decorrência de complicações de uma pneumonia.
João Apolinário Teixeira Pinto
- Pessoa
- 1924-1988
João Apolinário Teixeira Pinto nasceu na freguesia de Belas, concelho de Sintra, Portugal, em 18 de janeiro de 1924. Concluiu o ensino secundário em Lisboa, onde frequentou o Colégio Valsassina e o Liceu Camões. Apesar de ter se graduado em Direito pelas Universidades de Coimbra e Lisboa em 1945, optou por dedicar-se ao jornalismo e à poesia. Aos 21 anos foi para a França como correspondente da agência espanhola de informações Logos, onde teve a oportunidade de frequentar a universidade Sorbonne e conhecer intelectuais e artistas como Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Antonin Artaud, Jean Genet, Marcel Marceau e Édith Piaf. Após retornar a Portugal, casou-se com Maria Fernanda Gonçalves Talline Carneiro em março de 1949, com quem teve dois filhos, João Ricardo e Maria Gabriela. Ambos seguiram, posteriormente, carreiras profissionais no Brasil, o primeiro como compositor, cantor e fundador do grupo brasileiro Secos & Molhados, e a segunda como docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em novembro de 1950, João Apolinário fez parte do grupo de intelectuais que, reunidos por Manuel Breda Simões, viria a ser responsável pela criação do Teatro Experimental do Porto (TEP). Em 1958, desempenhou o cargo de Secretário na delegação do Porto da Associação Portuguesa de Escritores. Perseguido e preso pela polícia política da ditadura portuguesa devido a uma produção engajada e apartidária, partiu para o exílio no Brasil em dezembro de 1963. Fixou-se na cidade de São Paulo, onde encontrou emprego no jornal “Última Hora”, do qual viria a ser redator, colunista, crítico de teatro e editor de variedades. Após o golpe militar de 1964, como forma de manter a liberdade de seus textos, fez questão de não receber pelas críticas publicadas naquele jornal e também em “O Globo”. Durante o regime de exceção, escreveu sobre um teatro brasileiro que buscava construir uma identidade nacional em meio aos conflitos sociais e políticos daquele período. Conviveu com uma reconhecida geração de diretores, dramaturgos e atores brasileiros, tais como Oduvaldo Viana Filho, Ademar Guerra, Gianfrancesco Guarnieri, José Celso Martinez Corrêa, Augusto Boal, Plínio Marcos, entre outros. Em sua crítica, Apolinário acompanhou e escreveu sobre o trabalho de importantes grupos teatrais do país, como o Teatro Brasileiro de Comédia, o Teatro de Arena e o Teatro Oficina. Em consonância com sua ideia de criação de uma política cultural para São Paulo, foi co-fundador da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 1972, ano em que foi eleito presidente da entidade. Retornou a Portugal em 1975, já com a sua segunda esposa, Maria Luiza Teixeira Vasconcelos, logo após a restauração da democracia no país. Morreu de câncer, aos 64 anos, em 22 de outubro de 1988, na vila portuguesa de Marvão.