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Registro de autoridadeJosé Carlos Valladão de Mattos
José Carlos Valladão de Mattos nasceu no dia 05 de julho de 1940, na cidade do Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara, filho de Jayme Vieira de Mattos e Emir Valladão de Mattos.
Valladão, como é conhecido no meio acadêmico, foi aluno da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil de 1962 a 1964. Transferiu-se para a Universidade de Brasília em 1965, onde concluiu o Bacharelado em Física. Em 1968 conclui o mestrado em Física no Instituto Central de Física Pura e Aplicada da UnB nessa mesma Universidade.
Em 1966 cursou disciplinas de pós-graduação no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF e em julho de 1968 apresentou a dissertação “Estudo da Emissão de Hidrogênio na Banda 21cm e a Estrutura da Galáxia”, sob orientação do Prof. Luiz Carlos Gomes e obteve o grau de Mestre em Física pelo Instituto Central de Física Pura e Aplicada da Universidade de Brasília.
Em setembro de 1968, uniu-se ao grupo do Prof. Sérgio S. P. Porto, na “University fo Southern Califónia” onde trabalhou até 1971, cumprindo nesse período todos os cursos e exames, inclusive o exame de qualificação para obtenção do título de Doutor em Fìsica.
Em agosto de 1971 foi contratado pelo Departamento de Física do Estado Sólido e Ciência dos Materiais – DFESCM, da Universidade Estadual de Campinas, por solicitação do Prof. Carlos Alfredo Argüello.
Em seus primeiros anos na Unicamp, foi responsável pela planificação do Laboratório de Espalhamento de Luz (Raman II) do DFESCM e desenvolveu pesquisas com o Diretor do Departamento, Prof. Rogério Cezar de Cerqueira Leite, seu orientador, que resultaram no artigo “Non-Equilibrium Phonon Distribution and Electron Phonon Coupling in Semi-conductors”, concluído em 1972 e publicado na Solid State Communications, Vol. 12, pp. 465-468, Março de 1973. Em 11 de maio de 1973, obteve o título de doutor ao defender a tese “Distribuições Não-equilibradas de Fonons Ópticos em Semicondutores”
De setembro de 1974 a agosto de 1976, licenciou-se da Unicamp e retornou aos Estados Unidos a convite da Bell Laboratories, onde trabalhou com o Dr. John M. Worlock, na qualidade de pesquisador visitante, desenvolvendo trabalhos em condensação de excitons, ou gotas de életron-buraco em Germânio.
De 1977 a 1979, além de suas atividades didáticas e de pesquisa, exerce diversas outras funções administrativas no Instituto de Física destacando-se a de Co-Executor do Projeto Física para o Ensino Secundário (MEC/Unicamp), além de tornar-se colaborador da Seção Ciência e Tecnologia do Jornal Folha de São Paulo.
Em 1980 licenciou-se novamente da Unicamp e passou dois anos na UnB, como professor visitante, onde contribuiu na reforma do Curso Básico Geral da Física, oferecido para todos os cursos das áreas de ciências e também na reformulação da disciplina de Física Ondulatória. Como pesquisador colaborou com o Grupo de Física da Matéria Condensada colocando em funcionamento um laboratório de interação de luz com a matéria, com duas atividades principais: espectroscopia fotoacústica e espectroscopia ótica.
Em 1981, de volta à Unicamp, passa para o Departamento de Física Aplicada para atuar no Laboratório de Pesquisa em Dispositivos – LPD em convênio com o CpqD / Telebrás/ CNET em pesquisa sobre caracterização de junções de semicondutores, usados na fabricação de lasers de GaAs. Tornou-se também Coordenador de Pós-Graduação do Insituto de Física, cargo que exerceu até 1983.
De abril a maio de 1983 esteve por um mês no Max Planck Institut fur Festköperforschung em Stuttgart, convidado pelo Dr. Ernest Göbel para trabalhar em espectroscopia ultra-rápida de fonons e fotoluminescência de populações não-equilibradas termicamente com a rede cristalina. O convite deveu-se ao seu trabablho de doutorado no tema dez anos antes. Na época no IFGW a possibilidade de trabalho restringia-se a região de microssegundos, sendo que nos laboratórios do Dr. Göbel havia facilidades para espectroscopia de picosegundo. No período em que esteve na Alemanha também interagiu com o grupo do Dr. Pilhuln da Univesidade de Stuttgart, com estruturação semelhante ao grupo da Telebrás, onde procurou coletar o maior número de informações sobre lasers de GaAs e InGaAsP quanto a defeitos, novas estruturas e metodologias para estudos óticos de substratos e camadas epitaxiais e teve extensivas discussões com o Dr. Sawer, responsável pelo desenvolvimento de estudos de defeitos em semicondutores. Um resultado significativo de sua visita ao Max Planck foi a proposta do Dr. Göbel de estabelecer em bases definitivas um intercâmbio com a Unicamp, através do programa de colaboração bilateral Max Planck Society/CNPq, abrindo a possibilidade para que alunos e pesquisadores em nível de pós-doutorado brasileiros pudessem visitar esse laboratório. Na segunda etapa da viagem passou duas semanas no Bell Laboratories onde interagiu estreitamento com o grupo de estudo de propriedades óticas no infravermelho que trabalhava majoritariamente em física e tecnologia de camadas epitaxiais de GaAs e InGaAsP, visando dispositivos tais como lasers e detectores.
Além de sua atividade como pesquisador, a partir de setembro de 1983 passa a ser o executor do Convênio Unicamp/CNPq/SUBIN/MRE “Capacitação de Pesquisadores e Professores Latino-Americanos”. A partir de 1985 para a ser também executor do Convênio Unicamp/Secretaria de Educação do Estado de São Paulo/CENP “Atualização e aperfeiçoamento de docentes e especialistas do quadro do Magistério Público do Estado de São Paulo.
Foi representante docente no Conselho Diretor da Unicamp nos biênios 1982-1984 e 1984-1986.
Em maio de 1986 foi designado Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários respondendo pela execução de diversos convênios e projetos até o final do mandato do Prof. Paulo Renato Costa Souza como Reitor em 1990, tais como:
- Organização e realização do Encontro Integração entre os Setores Produtivos e de Pesquisa e Desenvolvimento em 1986; a Feira de Tecnologia da Unicamp – evento de grande porte visitado por mais de 170.000 pessoas na Unicamp e no Rio de Janeiro, durante o qual ocorreram o Encontro de Tecnologia e Desenvolvimento Industrial, a realização da Reunião Mensal FIESP/CIESP – DECOR e o Encontro da Indústria do Estado de São Paulo em Agosto/Setembro de 1988; a Interação Universidade-Empresa ação em larga escala no estabelecimento do convênios na área tecnológica com empresas privadas. Implantou diversos projetos educativos para a comunidade da Unicamp e de extensão em colaboração com a Prefeitura Municipal e orgãos da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Ministério da Educação. Projetos habitacionais para alunos e funcionários entre outras ações sociais.
De 1990 a 1991 foi Assessor Especial do Secretário de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Belluzo.
Em 1992 aposentou-se pela Unicamp.
Em 2001 torna-se Diretor Superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas – CIATEC, concebido na década de 1970 por Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito do Instituto de Física da Unicamp , constituida por decreto municipal em 1991 e transformada em empresa de economia mista, mantendo a Prefeitura de Campinas como acionista majoritária.