Autos Crimes é o nome genérico dado a parte dos documentos cartoriais e judiciais sob a guarda do Arquivo Público do Estado de São Paulo recolhidos durante as primeiras décadas do século XX. Esses processos passavam por diversas instâncias, tais como o juízo municipal, o juízo de direito, a secretaria de polícia e as delegacias de diversas localidades. Hoje estão acondicionados em 219 caixas-arquivo, totalizando cerca de 17 mil processos, com datas-limite de 1717 a 1913. Em 1998, um projeto financiado pelo Fundo Nacional de Cultura - Ministério da Cultura - fez com que 190 mil documentos referentes aos "Autos Crimes da Capital" passassem por intervenções técnicas de higienização, restauro, organização e microfilmagem, resultando desse trabalho um instrumento de pesquisa intitulado Catálogo de fundos dos Juízos da Capital existentes no Arquivo do Estado de São Paulo. Entre 2005 e 2006, o conjunto restante denominado Autos Crimes do Interior, corresponde a 99 caixas-arquivo referentes aos Autos Crimes nas diversas comarcas das cidades de Campinas, Jundiaí e Sorocaba, sob o patrocínio da Caixa Econômica Federal, sofreu processamento técnico semelhante.
O Curtume Brasil, também conhecido como Curtume Firmino Costa, foi fundado em 1915 na cidade de Campinas, estado de São Paulo. Localizava-se na Vila Industrial, primeiro bairro operário da cidade, próximo aos curtumes Cantúsio e Companhia Curtidora Campineira de Calçados, bem como das Companhias de Estradas de Ferro Paulista e Mogiana.
Filho de imigrantes libaneses, Azis Simão nasceu em Bragança Paulista, São Paulo, no dia 1 de maio de 1912. Na adolescência, perdeu a vista esquerda. Por recomendação médica, deixou os estudos e dedicou-se ao mercado de café e atacadista, porém sem sucesso. Seus primeiros contatos com o jornalismo ocorreram entre 1928 e 1929 com o movimento operário, via Federação Operária de São Paulo (FOSP) e União dos Trabalhadores Gráficos (UTG). No ano de 1934, fundou a Escola Proletária Noturna, gratuita e aberta a todo trabalhador sindicalizado, onde foi professor. No ano de 1932, formou-se pela Escola de Farmácia. No ano seguinte, ingressou no Partido Socialista. Em fins de 1935, sofreu outro descolamento de retina, perdendo posteriormente a visão direita. Em 1939, ingressou na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP como aluno ouvinte, vindo a completar o curso de Sociologia como aluno regular em 1950. Em 1951, foi convidado para integrar a FFLCH-USP como Auxiliar de Ensino e Pesquisa. Devido à deficiência visual, foi contratado somente em 1953, por lei especial do Governo do Estado aprovada pela Assembléia Legislativa. Tornou-se Livre-Docente pela FFLCH-USP em 1964 e professor titular, pela mesma faculdade, em 1973. De 1969 a 1982, ano de sua aposentadoria, desempenhou diversas funções administrativas na FFLCH-USP. Faleceu em 19 de julho de 1990, na cidade de São Paulo.
Robert Jackson Alexander foi um ativista americano, docente e estudioso das questões políticas e econômicas, além de pioneiro nas pesquisas sobre movimento sindical na América Latina. A partir de 1946, viajou e se engajou em diversos eventos na América Latina, Caribe e África, nos quais pode entrevistar líderes políticos e religiosos, trabalhadores, estudantes, intelectuais, militares e pessoas de vários outros segmentos da sociedade relacionados aos movimentos de esquerda, material que serviu de base para suas pesquisas acadêmicas.
Monsenhor Jamil Nassif Abib, ou padre Jamil, nasceu em 4 de março de 1940 na cidade de Canitar, São Paulo. Foi ordenado sacerdote na Catedral de Piracicaba no dia 09 de janeiro de 1966 pelo rito Bizantino Greco-melquita, pela imposição das mãos de dom Elias Coueter. No dia 16 do mês seguinte, iniciou seu trabalho em Rio Claro. Em 1969 foi transferido para Santa Maria da Serra e, em 1973, para a Paróquia Santa Cruz e São Dimas, em Piracicaba. Em fevereiro de 1975, retornou a Rio Claro, tomando posse como pároco da Paróquia São João Batista e assumindo também a missão de Vigário Episcopal da Região Pastoral de Rio Claro. Foi agraciado com o título de Monsenhor Capelão Pontifício, nomeado pelo Papa João Paulo 2º, em 6 de setembro de 1988. Desde fevereiro de 2006 é pároco da Catedral da cidade de Piracicaba, coordenando também as capelas São Benedito, Nossa Senhora Aparecida, Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Graças (Dispensário dos Pobres). Possui especialização em museologia, arquivologia e arte sacra e mestrado em história. Ele se destaca na área de história, história da Igreja, museologia, patrimônio histórico e artístico e filatelia. Foi por muitos anos conselheiro do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). Como pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas para a História da Igreja no Brasil CEPEHIB, atua nas questões ligadas à necessidade de definição de uma política cultural e documental voltada para os arquivos eclesiásticos e juntou, ao longo de anos de trabalho eclesiástico, imensa coleção documental sobre a Igreja Católica no Brasil.
Nascido em Portugal, José Vieira Pontes veio ainda jovem para o Brasil. Tendo se instalado em São Paulo, foi atuante no teatro amador e autor de peças teatrais. Além disso, foi proprietário da Livraria Teixeira e da Vieira Pontes Editores & Cia. Ltda, localizadas no centro da cidade. Seu interesse pelo assunto fez com que reunisse uma rica coleção de textos da dramaturgia de língua portuguesa. Em 1904, iniciou a edição da série Biblioteca Dramática Popular, dedicada à dramaturgia de representação popular e operária. Também publicou sua coleção particular de textos dramáticos em língua portuguesa.
O historiador Prof. Stanley Julian Stein nasceu em New York, NY, nos Estados Unidos, em 08.06.1920. Formou-se na Harvard University na década de 1950. Em 1942 Stein com uma bolsa do Programa Roosevelt fez sua primeira viagem para o Brasil. Especializou-se em História da América Latina e influenciado pelos estudos sobre os ciclos econômicos, delimitou o tema de sua tese: o desenvolvimento das fazendas de café no século XIX. Viajou para o Rio de Janeiro em 1948, onde permaneceu até 1949. Escolheu como objeto de estudo o município de Vassouras que na segunda metade do século XIX havia sido o maior produtor de café do mundo e, além disso, dispunha da documentação necessária no Arquivo da Câmara Municipal e nos cartórios públicos para realizar sua pesquisa. A essas fontes Stein associou ainda documentos guardados nos arquivos particulares das famílias locais, jornais locais, entrevistou pessoas que viveram no período da escravidão. Stein gravou jongos, entoados por habitantes da região de Vassouras. O material recolhido pelo pesquisador passou muitos anos adormecido em uma bobina de arame em seu arquivo pessoal, mas em 1999, motivado pela curiosidade do antropólogo Gustavo Pacheco, a bobina foi localizada e doada ao AEL. Stein fotografou fazendas de café e aspectos da cidade de Vassouras, bem como alguns de seus entrevistados. Essas fotografias foram guardadas juntamente com imagens doadas pelo Arquivo Nacional e reproduções de litografias de Victor Frond que ele utilizou em sua pesquisa e depois como ilustração para seu livro sobre Vassouras. Esse material iconográfico foi localizado em 2007 e posteriormente doado ao Arquivo Edgard Leuenroth. Boa parte das imagens recolhidas pelo autor faz parte do álbum fotográfico que ilustrava sua tese de doutorado sobre economia cafeeira em Vassouras-RJ. Defendida em 1951, a tese foi publicada em 1957 com o título: Vassouras, a Brazillian Coffee Country, 1850-1900. Esse livro foi reimpresso e reeditado várias vezes nos Estados Unidos e no Brasil.
A produção acadêmica de Stanley J. Stein abrange, além de estudos sobre Brasil, México ou América Latina, importantes trabalhos sobre a história da Espanha e da América espanhola.