Arthur da Silva Bernardes nasceu em Viçosa, Minas Gerais, no dia 08 de agosto de 1875. Iniciou o estudo universitário como aluno ouvinte no primeiro ano da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais, em 1896. Após se transferir para a Faculdade de Direito de São Paulo, formou-se advogado em 1900. Em 1903, casou-se com Clélia Vaz de Melo, filha de Carlos Vaz de Melo, importante político da Zona da Mata mineira, Deputado e Senador da República. Após a morte do sogro em 1904, Bernardes assumiu o comando da política municipal e também da direção do jornal da cidade de Viçosa. Iniciou sua carreira política como vereador e presidente da Câmara Municipal, em 1906. Pelo Partido Republicano Mineiro (PRM), foi eleito deputado federal (1909 e 1915) e presidente de Minas Gerais (1918-1922), além de ter sido nomeado secretário das finanças do estado ainda em 1910. Durante esse período, fortaleceu a economia e a política mineira e reformulou o PRM, tornando-se seu principal líder. Eleito Presidente da República para o período de 1922 a 1926, seu mandato foi cumprido em ambiente político tenso, governando praticamente sob estado de sítio e ameaça revolucionária por parte do movimento tenentista. Enfrentou grave crise econômico-financeira, reorganizou o crédito bancário, realizou a reforma do ensino, criou o Conselho Nacional do Trabalho, instituiu a Lei de Imprensa e propôs uma divisão nos Códigos Penal e Comercial. Ao deixar a Presidência, foi eleito senador (1927-1930) e atuou como um dos líderes da Revolução Constitucionalista de 1932. Derrotado o movimento, foi preso e permaneceu exilado em Portugal por dois anos. Anistiado, retornou ao Brasil e foi eleito mais uma vez deputado federal (1935-1937), quando ocorreu o golpe do Estado Novo. Foi um dos signatários do manifesto dos mineiros em 1943, manifestação contrária à ditadura de Getúlio Vargas. Após o período ditatorial, elegeu-se deputado federal pela quarta vez (1946-1955), agora pelo Partido Republicano (PR), posto que ocupou até o seu falecimento em 23 de março de 1955, na cidade do Rio de Janeiro.
Arsênio Oswaldo Sevá Filho nasceu na cidade de Campinas, São Paulo, em 18 de agosto de 1948. Concluiu o antigo ensino ginasial no Colégio Culto à Ciência, época em que ingressou no movimento estudantil secundarista. Graduou-se em Engenharia Mecânica de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) em 1971, e obteve o mestrado na mesma especialidade na COPPE/UFRJ, em 1974. No ano seguinte e em parte de 1976, trabalhou comissionado no então Ministério de Educação e Cultura, no Departamento de Assuntos Universitários. Entre 1976 e 1986, atuou como professor do Centro de Tecnologia da UFPB, em João Pessoa. Obteve o doutorado em Letras e Ciências Humanas pela Universidade de Paris-I Panthéon-Sorbonne, em 1982, com pesquisa sobre os aspectos políticos e geográficos dos investimentos internacionais em eletricidade, mineração e metalurgia. Em 1988, obteve por concurso o título de Livre-Docente na área de Mudança Tecnológica e Transformações Sociais do Instituto de Geociências da Unicamp. Em 1991, foi admitido no quadro docente permanente da universidade, integrando o Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica, onde também fez parte, até 2007, do corpo docente pleno na área de pós-graduação em Planejamento Energético. Na mesma faculdade, criou a disciplina Energia, Sociedade e Meio Ambiente e a linha de pesquisa correspondente, na qual orientou várias teses de doutorado e dissertações de mestrado. Foi credenciado como docente colaborador em cursos de pós-graduação no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp: em 2007, no departamento de Antropologia, na área de concentração Processos Sociais e Territorialidades; e em 2008, no de Ciências Sociais, na área Processos Sociais, Identidades e Representações no Mundo Rural. A trajetória de Oswaldo Sevá foi marcada pela militância – cotidiana e institucional – na defesa dos direitos das pessoas e do meio ambiente frente aos abusos e devastação consequentes dos grandes empreendimentos de produção e distribuição de energia, principalmente no setor hidrelétrico. Nesse sentido, foi pesquisador de destaque no cenário nacional e internacional em questões relacionadas ao meio ambiente, realizou o mapeamento de riscos ambientais em diferentes regiões brasileiras e trabalhou junto a diversas entidades ligadas à causa ambiental. Também se tornou uma referência por assessorar movimentos sociais populares como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e de trabalhadores das grandes obras e empreendimentos dos setores energéticos. Atuou interdisciplinarmente nas áreas de saúde do trabalhador e de conflitos ambientais decorrentes de projetos e ações desenvolvimentistas. Junto às comunidades e povos atingidos, construiu formas de produção de conhecimento sobre seus territórios e os conflitos que os envolviam, instrumentalizando-as, dessa maneira, em suas lutas por direitos. Morreu em 28 de fevereiro de 2015.