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Registro de autoridad
RODRIGUES, Ada Natal
Persona · 19/02/1930 - 10/10/1991

Ada Natal Rodrigues nasce em Sacramento, Minas Gerais, no dia 19 de fevereiro de 1930. É filha de Eulógio Natal e Guiomar Natal.

Faz o curso primário na Escola Normal Municipal de Sacramento entre 1937 e 1941. Logo em seguida se transfere para o Colégio Estadual e Escola Normal de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde termina o clássico, em 1948. No mesmo ano, conclui o Curso de Formação de Professor Primário, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, na mesma cidade. Durante esse período, participa do grêmio estudantil. Entre 1949 e 1952, cursa Licenciatura em Línguas Neolatinas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo (USP). No ano em que se forma, faz três especializações na mesma faculdade: "Filosofia Românica", "Língua e Literatura" e "Literatura Brasileira", começando também a dar aulas de português em escolas estaduais.

Após concluir sua formação, Ada é convidada para trabalhar como instrutora voluntária, na USP. Devido a necessidade de um trabalho remunerado, recusa o convite e inicia o trabalho como professora em uma escola de primeiro e segundo graus. Neste último nível, atua também em cursos de formação para professores de primeiro grau.

Em 1962, afasta-se do cargo e inicia um trabalho na Universidade de Brasília (UnB), tornando-se a responsável por planejar a instalação do Ensino de Nível Médio nessa universidade.

Em 1963, recebe o certificado de Pós-graduação em Linguística e, no ano seguinte, o de Pós-graduação em Teoria Literária, ambos pela UnB.

Entre 1963 e 1965, torna-se auxiliar do Prof. Nelson Rossi no Curso de Língua Portuguesa na UnB, lecionando em uma série de cursos.

Após o golpe de 1964 e à invasão do campus pelo Exército, em nove de abril de 1964, a liberdade de ação dos professores foi bastante cerceada, com vários professores sendo presos e departamentos sendo desmantelados.

Em 1965, seu afastamento no cargo como professora estadual não foi renovado e ela precisa se afastar da UnB, regressando a São Paulo.

Em 1966, não suportando as pressões policiais feitas contra sua família, muda-se para Lisboa, onde consegue um financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, com um plano de estudos para realizar, na Universidade de Lisboa, uma edição crítica da obra "História da Língua Portuguesa", de Serafim da Silva Neto, sob orientação dos professores Nelson Rossi e L. F. Lindley Cintra.

No ano seguinte, é contemplada com uma bolsa de "Cooperation Technique" da Association pour l'Organisation des Stages Techniques en France (Governo Francês) para fazer, por dois anos, estudos de especialização em Linguística Geral na Universidade de Paris, sob orientação dos professores B. Pottier e I. S. Révah. Nesse período, faz o curso "Problème de Linguistique Générale" com Émile Benveniste no Collège de France. Também participa, em outras instituições, de cursos com os professores André Martinet, J. Dubois, A. Greimas, O. Ducrot, A. Gross e Salkoff.

De retorno ao Brasil, trabalha como auxiliar de ensino no Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP entre 1969 e 1971.

Em 1971, é aposentada por motivos políticos em seu cargo no ensino médio e, em complemento, em qualquer cargo público que estivesse ocupando.

Entre 1970 e 1973, é técnica de pesquisa junto ao "Projeto de Estudo da Norma Linguística Culta", patrocinado pelo Programa Interamericano de Linguística e Ensino de Idiomas (PILEI).

Em 1973, doutora-se em Linguística pela USP com a tese "O dialeto caipira na região de Piracicaba". Publica-a no ano seguinte e conquista o Prêmio "Francisco Alves" da Academia Brasileira de Letras como melhor monografia sobre língua portuguesa.

Ao longo dos anos, ministra cursos, conferências e seminários em várias instituições do país. Trabalha como assessora e consultora para a Fundação para o Livro do Cego do Brasil, a Fundação Maranhense de Televisão Educativa, a Secretaria da Educação da Bahia, a Fundação Roberto Marinho e Fundação Padre Anchieta (Telecurso 2º Grau) e para a Fundação Carlos Chagas.

Era professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), quando falece com seu marido, num acidente automobilístico em São Carlos, interior de São Paulo, no dia dez de outubro de 1991.

Cesare Mansueto Giulio Lattes
Persona · 1924-2005

Cesar Mansueto Giulio Lattes nasceu em 11 de janeiro de 1924, em Curitiba, PR. Ingressou no curso de Bacharelado em Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1939-1943). Em seguida foi contratado como professor assistente de física teórica e matemática do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - USP (1944-1949). Foi pesquisador associado do H. H. Wills Laboratory - Universidade de Bristol (1946-1947), onde nesse período publicou juntamente com G. Occhialini e C. Powell na Revista Nature o trabalho sobre a descoberta do meson-pi e da desintegração pi-mi. Foi bolsista da Fundação Rockfeller e consultor do Radiation Laboratory (1948), ano em que publicou com E. Gardner na Science o trabalho sobre a detecção da produção do meson-A negativo no cíclotron de 184 de Berkeley. Voltou ao Brasil e foi contratado como professor catedrático de física nuclear da Universidade do Brasil (1949-1967). Idealizou o Laboratório de Física Cósmica de Chacaltya na Bolívia (1952-1954). Foi professor catedrático da USP e chefe do laboratório para estudos de interações de altas energias na radiação cósmica (1960-1967). Em 1962 iniciou o programa da Colaboração Brasil-Japão para a pesquisa em raios cósmicos, no laboratório de Chacaltaya, onde deu continuidade na Unicamp a partir de 1967 onde passou a ser o executor do programa e líder de grupo de pesquisas em raios cósmicos. Na Unicamp, ocupou os cargos de Diretor do Departamento de Cronologia, Raios Cósmicos e Altas Energias do Instituto de Física Gleb Wataghin - IFGW -UNICAMP (1980-1982 e 1982-1983) Coordenador do Curso Superior UNICAMP (1973-1984). Aposentou-se em 1998, após 30 anos dedicados a docência e pesquisa. Faleceu em 08 de março de 2005 de parada cardio-respiratória, na cidade de Campinas. Cesar Lattes foi o fundador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e primeiro diretor Científico, pesquisador titular e pesquisador emérito (1949-2005) Membro da Comissão que elaborou o anteprojeto de criação do Conselho Nacional de Pesquisas (1949-1955), Sócio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1951) Presidente da Comissão Internacional das Câmaras de Emulsão. Acumulou prêmios, entre eles destacam-se: Doutor Honoris Causa pela Universidade de São Paulo (1948) e Doutor Honoris Causa pela Universidade de São Paulo (1987).

Stela Meneghel
Persona · 1993-1994

Stela Meneghel é mestre e doutora em Educação pela Unicamp. Integrou a Comissão de Implantação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e da Universidade de Integração Internacional Luso Afro-Brasileira (UNILAB). Atua na Universidade Regional de Blumenau (FURB/SC).

LAFETÁ, João Luiz Machado
Persona · 12-03-1946 / 19-01-1996

Filho de José Carlos Lafetá e Maria da Conceição Machado Lafetá, João Luiz Machado Lafetá nasce em doze de março de 1946, em Montes Claros, norte de Minas Gerais.
João Luiz Lafetá conclui os estudos primário e secundário em Montes Claros e Belo Horizonte, cidade para a qual muda-se em 1962. Em 1965, muda-se para Brasília e inicia a graduação em Letras Brasileiras pela Universidade de Brasília (UnB), formando-se em 1968.

Inicia sua carreira profissional na área do jornalismo. Tendo atuado entre 1963 e 1964 na redação do "Jornal de Montes Claros", nas áreas do noticiário policial e de notícias locais, em 1966 é contratado pela sucursal de Brasília do "Diário de São Paulo", escrevendo na área dos comunicados de imprensa. Ao término desse período, torna-se monitor do curso "Oficina Literária", ministrado pelo escritor Cyro dos Anjos, na UnB, entre 1967 e 1968. A Oficina consistia em um ateliê de escrita criativa, realizada em forma de seminários sobre estilística e técnica literária.

Ao término de sua graduação na UnB, Lafetá muda-se para São Paulo, ingressando na pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada, na Universidade de São Paulo (USP), em 1969. Sob a orientação de Antonio Candido, tem como professores Paulo Emílio Salles Gomes, Ruy Coelho e Gilda de Mello e Souza, entre outros. Em 1973, conclui o mestrado sobre os aspectos da crítica literária no decênio de 1930. No ano seguinte à defesa da Dissertação, o trabalho é publicado pela editora Duas Cidades, com o título "1930: A Crítica e o Modernismo". Ainda durante o mestrado, entre 1971 e 1973, atua como instrutor voluntário junto à disciplina "Introdução aos Estudos Literários", na USP (no início em parceria com Davi Arrigucci Júnior, e, a partir de 1972, assumindo as aulas expositivas e a orientação das turmas).

Em 1973, obtém uma bolsa de doutoramento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), com projeto intitulado "A Poesia de Mário de Andrade: estudo de algumas tendências estéticas e ideológicas". Entre 1974 e 1977, escreve diversos artigos para periódicos científicos, notadamente na área de crítica literária e literatura brasileira, e também para o jornal "Movimento", um dos órgãos alternativos de resistência à ditadura militar.

Em 1975, João Luiz Lafetá é convidado por Antonio Candido para integrar a equipe inicial da área de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas (IEL - UNICAMP). Com o auxílio técnico de Haquira Osakabe e ao lado de Adélia Bezerra de Meneses Bolle e José Miguel Wisnik, Lafetá é um dos responsáveis pela concepção do futuro currículo do curso de Letras deste Instituto. Ao longo desse período, também é professor de Teoria Literária no IEL - UNICAMP, entre 1975 e 1979.

Em 1978, é finalmente admitido como professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP, após ter seu processo de contratação arquivado por motivos políticos, em decorrência da acusação de participação no movimento estudantil, em 1968. Tendo interrompido o curso de Doutorado em 1975, retoma-o em 1976. Em 1980, defende a tese, intitulada "Figuração da intimidade (contribuição ao estudo das imagens na poesia de Mário de Andrade)", perante uma banca composta pelos professores Drs. Antonio Candido (seu orientador), Marlyse Meyer, Iumna Maria Simon, Modesto Carone e Davi Arrigucci Jr. Já em 1986, essa tese é publicada pela Martins Fontes, com o título "Figuração da intimidade: imagens da poesia de Mário de Andrade". No ano de 1981, é bolsista da FAPESP para a realização de estudos de Pós-Doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Groupe de Sociologia de la Littérature, em Paris. No início da década de 1990, coordena, na USP, a área de pesquisa em "Literatura, Psicanálise e Sociedade", que tinha a Psicanálise como instrumento adicional para a interpretação literária.

Publica também a obra "Mário de Andrade: seleção de textos, estudos biográfico, histórico e crítico" (1990) e os ensaios "O Mundo à revelia" (prefácio à obra "São Bernardo", de Graciliano Ramos, em 1974), "Traduzir-se - Ensaio sobre a poesia de Ferreira Gullar" (1982) e "A Dimensão da noite" (1992), entre outros. Ao longo dos anos de 1990 e 1991, João Luiz Lafetá é professor visitante de Literatura Brasileira no Lateinamerika, Instituto da Universidade Livre de Berlim. Nos últimos anos de sua vida, dedica-se à tese de livre-docência, centrada na obra de Graciliano Ramos, que ficará inacabada. Em sua homenagem, no ano de 2004, tem seu repertório crítico reunido por Antonio Arnoni Prado, e publicado sob o título "A Dimensão da noite e outros ensaios".

João Luiz Machado Lafetá falece em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1996.

CELANI, Maria Antonieta Alba.
Persona · 09/12/1923 - 16/11/2018

Filha de Ferruccio Celani e Maria A. R. Celani, Maria Antonieta Alba Celani nasce em nove de dezembro de 1923, na cidade de São Paulo. Descendente de imigrantes italianos, cresce tendo contato com o idioma italiano e o dialeto veneziano, o que desperta seu interesse por línguas.

Inicia os estudos acadêmicos na área das Humanidades ao ingressar no curso de Licenciatura em Letras Anglo Germânicas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1943. Conclui a graduação em 1946 e, em 1955, obtém uma bolsa do Conselho Britânico para cursar um ano de Especialização em ensino de inglês como língua estrangeira no Instituto de Educação da Universidade de Londres, na Inglaterra. Em 1957, inicia o Doutorado em Letras Anglo Germânicas na PUC-SP, concluindo-o em 1960 com a tese "A Obra Poética de W. H. Davies". Entre 1963 e 1964, cursa uma nova Especialização no English Language Institute, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Nos anos de 1995 e 1997, realiza pós-doutorado na Universidade de Liverpool.

Em 1954, ingressa na carreira docente na PUC-SP. Com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), cria em 1969 o Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Ensino de Línguas (LAEL), pioneiro em toda a América Latina na área da Linguística Aplicada. Maria Antonieta Celani coordenará durante dez anos esse Programa, que posteriormente tem a denominação atualizada para Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, mantendo a sigla LAEL.

Ao longo de sua trajetória profissional, realiza diversas contribuições em projetos para o ensino instrumental de línguas estrangeiras. Em 1970, cria o Projeto Nacional Inglês Instrumental em Universidades e Escolas Técnicas Brasileiras/ Projeto Ensino de Inglês Instrumental em Universidades Brasileiras. Reconhecido nacional e internacionalmente, o Projeto tem grande impacto na educação nacional, envolvendo mais de vinte universidades, agências de fomento científico como a FAPESP e a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além do Conselho Britânico. Como parte desse Projeto, Maria Antonieta Celani cria em 1985 o Centro de Pesquisas, Recursos e Informação em Leitura (CEPRIL), vinculado à PUC-SP e ao LAEL. Em 1995, cria o Programa de Formação Contínua do Professor de Inglês: um Contexto para a Reconstrução da Prática, parceria entre a Associação Cultura Inglesa São Paulo, a PUC-SP, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e a Secretaria de Educação do Município de São Paulo. Tornado mais recentemente o curso de Especialização em Práticas Reflexivas de Ensino-Aprendizagem de Inglês na Escola Pública, esse Programa é dedicado exclusivamente à formação de professores da rede pública de ensino.

Na área dos periódicos científicos, é membro do corpo editorial de diversas revistas, entre estas, "DELTA", "Revista Brasileira de Linguística Aplicada", "Trabalhos em Linguística Aplicada" e "The ESPecialist". Publica em coorganização diversos livros, entre os quais "The Brazilian ESP Projetct: an evaluation" (1988), "Linguística Aplicada: da Aplicação da Linguística à Linguística Transdisciplinar" e "ESP in Brazil: 25 years of reflection and evolution" (2005). Também organiza obras de referência nas áreas do ensino de língua estrangeira e Linguística Aplicada, como "Professores e formadores em mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da prática docente" (2003), "A Abordagem instrumental no Brasil. Um projeto, seus percursos e seus desdobramentos" (2009), e "Reflexões e ações (trans)formadoras no ensino-aprendizagem de inglês" (2010).

Em reconhecimento a sua atuação em prol do ensino de inglês no Brasil, recebe em 1978 o título de "Officer of the British Empire". Em 2003, recebe o título de Professora Emérita da PUC-SP. Em sua homenagem, são publicados diversos livros no Brasil e no exterior, entre os quais se destacam "Reflections on Language Learning" (1994), "Linguística Aplicada na Modernidade Recente - Festschrift para Antonieta Celani" (2013) e "Maria Antonieta Alba Celani e a Linguística Aplicada: pesquisadores multiplicadores em (inter)ações" (2013).

Maria Antonieta Alba Celani falece na cidade de São Paulo, em 16 de novembro de 2018.

Associação de Docentes da Unicamp
Entidad colectiva · 1975-1981

A Associação de Docentes da Unicamp (ADunicamp) foi fundada em 1977 e se constitui em uma entidade de classe representativa da categoria dos docentes no âmbito da Universidade. De acordo com o seu regimento, são prerrogativas da associação: amparar e prestigiar os sindicalizados, incentivar a cultura científica, intelectual, física e artística, incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico nacional, representar interesses gerais e individuais de sua categoria. No regimento também estão previstas manifestações sobre atos ligados a atividades funcionais e temas de interesse nacional ou regional.

Entidad colectiva · 1976 e 1983-1986

Contém processo de criação, relatório de atividades, correspondências, atas e pautas de reuniões do Conselho Curador, escritura de instituição, constituição, estatutos.

Antônio Augusto de Almeida
Persona · 1926-1975

Antonio Augusto Almeida (1903-1975) nasceu na cidade de Oliveira (MG). Em 1926 se formou na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Especialista em oftalmologia, lecionou na USP, onde recebeu o título de professor emérito em 1973. Almeida foi um dos professores pioneiros da Unicamp ainda no início da década de 1960, antes de sua fundação oficial. Foi contratado em 1963 como professor de oftalmologia, tendo sido o primeiro diretor da história da Faculdade de Medicina. Ao ingressar, passou a compor o Conselho de Entidades de Campinas (CEC) até 1965. Na sequência, juntamente com Zeferino Vaz e Paulo Gomes Romeo, foi membro da Comissão Organizadora da Universidade, fundada em 5 de outubro de 1966. Na FCM, foi chefe do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia. Em Campinas, integrava a Associação Médica do Instituto Penido Burnier (IPB), reconhecido e centenário hospital especializado em doenças dos olhos, onde também exercia a clínica oftalmológica. Em 1969 passou a exercer a função de Coordenador das Faculdades da Unicamp até 1973, quando também recebeu o título de professor emérito da instituição.

CARVALHO, Flávio de Rezende.
Persona · 10/08/1899 - 04/06/1973

Flávio de Rezende Carvalho nasce em Amparo da Barra Mansa, RJ, em 10 de agosto de 1899, filho de Raul de Rezende Carvalho e de Ophélia Crissiuma. No ano seguinte, muda-se com a família para São Paulo, onde, a partir de então, fixam residência.

Inicia seus estudos em 1907, na Escola Americana de São Paulo. Em 1911, durante uma viagem pela Europa com sua família, é colocado em regime de internato no Lycéé Janson de Sailly, Paris. Em 1914, por ocasião do início da primeira guerra, fica retido na Inglaterra e inscreve-se, então, no Claphan College, em Londres. No ano que segue, matricula-se no Stonyhurst College em Blackburn, para estudar Filosofia. Ingressa, no Armstrong College, da Durham University em Newcastle-upon-Tyne, para estudar Engenharia, e matricula-se também no curso noturno da King Edward VII School of Fine Arts. No ano de 1922, forma-se em Engenharia Civil pela Durham University, abandona o curso de Artes e regressa para o Brasil.

Realiza em 1924 o projeto para a casa da Fazenda Pinheiros, em Valinhos, São Paulo, seu primeiro projeto pessoal. Em 1926, faz alguns trabalhos como ilustrador colaborador do "Diário da Noite", de São Paulo, onde trava conhecimento com Di Cavalcanti. Apresenta em 1927 seu polêmico projeto Eficácia para o concurso do Palácio do Governo de São Paulo.

Através de Mario de Andrade e de D. Olívia Guedes Penteado, trava os primeiros contatos com o Grupo Modernista de São Paulo.

Em 1931, realiza o que chama de "Experiência nº 2", ao caminhar em sentido contrário e usando chapéu numa procissão de Corpus Christi. Sob a ótica da psicologia das massas, Flávio descreve a sensação de linchamento a que foi submetido no livro "Experiência nº 2: realizada sobre uma procissão de Corpus Christi".

Em 1933, funda o Teatro da Experiência e escreve a peça "O Bailado do Deus Morto", mas não consegue encená-la, pois o teatro é fechado pela polícia. No ano seguinte participa do Primeiro Salão Paulista de Belas Artes e realiza sua primeira mostra individual, que também é fechada pela polícia, sendo cinco de seus quadros apreendidos.

Participa da fundação do novo grupo modernista de São Paulo, o "Quarteirão", com Oswald de Andrade, Paulo Emilio Salles Gomes, Décio de Almeida Prado, Afrânio Zuccoloto e Vera Vicente de Azevedo.

Em 1936, lança seu livro "Os Ossos do Mundo", onde reúne suas impressões da viagem que fizera à Europa dois anos antes.

Em 1942, publica a série "Rumo ao Paraguai".

Sua mãe, Ophélia Crissiuma de Carvalho, falece em 1947. Na ocasião, ele pinta sua famosa "Série Trágica", que é composta por desenhos que mostram sua mãe no leito de morte. Neste ano, realiza uma exposição individual no Museu de Arte de São Paulo, onde também pronuncia uma tumultuada conferência sobre o tema "Os Problemas da Pintura e do Pintor, do Ponto de Vista do Pintor".

Participa, em 1951, da Primeira Bienal de São Paulo e do Primeiro Salão Paulista de Arte Moderna. Em 1956, realiza a sua "Experiência nº 3", que foi a criação e lançamento nas ruas de São Paulo do New Look, um traje de verão para homens composto de blusão e saiote com sandálias. Faz, logo em seguida, exposição individual em Roma onde apresenta novamente o seu New Look, e recebe o apoio de Alberto Moravia e de Giuseppe Ungaretti.

No ano que se segue, inicia a publicação da série "Notas para a Reconstrução de um Mundo Perdido" e "Os gatos de Roma" no "Diário de São Paulo". Participa, ainda nesse mesmo ano, da "Mostra de Arte Moderna Brasileira", no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires, e é recusado pelo júri da IV Bienal e, gerando polêmica, organiza uma mostra paralela, intitulada "Doze Artistas de São Paulo", no saguão do prédio dos jornais do grupo Folha. O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque adquire 3 obras suas: "Retrato de Pablo Neruda", "Retrato de Carvalhal Ribas" e "Três Mulheres". No ano de 1958, sua obra, "Retrato de Giuseppe Ungaretti", é incorporada ao acervo da Galeria Nacional de Roma, e o museu de Arte Moderna de Paris adquire uma de suas obras, "Retrato de Paul Rivet".

No ano que se segue, 1959, ele realiza um projeto arquitetônico para a Assembleia Legislativa de São Paulo e projeta cenários para a peça "Calígula" de Albert Camus, no Teatro das Bandeiras, sob a direção de Jean Luc Descaves.

Na década seguinte (1964), realiza mostra individual na Art Galeria e pronuncia uma conferência sobre o tema "O Bailado do Deus Morto" e "Motivos que Levam ao Abandono de Deus".

Em 1968, uma de suas obras é adquirida pelo Pushkin Museum de Moscou.

No ano de 1973, é publicado seu livro "A Origem Animal de Deus" e "O Bailado do Deus Morto". Nesse mesmo ano, em decorrência de um derrame, vem a falecer no dia 4 de junho, na cidade de Valinhos.

BIONDI, Aloysio
Persona · 08/07/1936 - 21/07/2000

Aloysio Biondi nasce em oito de julho de 1936 em Caconde, interior de São Paulo. Tendo passado a maior parte de sua infância e adolescência na cidade de São José do Rio Pardo, também no estado de São Paulo, conquista aos quinze anos o segundo lugar no "Concurso Pan-Americano", concurso de redação para estudantes. Como prêmio, tem seu texto publicado pela "Folha da Noite".

Jornalista econômico, Aloysio Biondi colabora durante 44 anos com reportagens e análises para jornais e revistas. Começa sua carreira profissional na "Folha da Manhã" (que depois se tornaria "Folha de São Paulo"), em 1956 e, em poucos meses, torna-se subchefe do Departamento de Revisões.

Durante a ditadura militar iniciada em 1964, participa ativamente da resistência. Na revista "Direção", consolida sua atuação como jornalista econômico e, em 1968, assume o cargo de editor de Economia da revista "Visão", onde vence um Prêmio Esso ao denunciar os impactos econômicos do desrespeito ao Meio Ambiente. Desde o lançamento de seu primeiro número, assume a direção da revista "Fator", no Rio de Janeiro. Imprime um caráter contundente à revista, que chega apenas até a terceira edição, sendo extinta com a promulgação do Ato Institucional nº5.

Em 1969, Aloysio Biondi inicia atividade profissional na revista "Veja", desenvolvendo uma cobertura pioneira do mercado de capitais. No início de 1971, muda-se novamente para o Rio de Janeiro, onde aceita o desafio de produzir um caderno econômico diário no jornal "Correio da Manhã".

Em 1972, assume a direção de redação do "Jornal do Comércio", que sob sua direção, é o primeiro diário a apontar a concentração de renda como um dos pilares do milagre econômico, que atingia seu auge naquele ano. Nesse mesmo período, passa a escrever e editar a seção de economia do semanário alternativo de esquerda "Opinião".

Em 1973, casa-se com Ângela Leite, com quem teria três filhos, entre 1976 e 1979: Pedro, Antônio e Beatriz.

Entre 1974 e 1976, Biondi assume a chefia da sucursal do Rio de Janeiro da "Gazeta Mercantil", engajando-se em um processo de remodelação e modernização do jornal, até ser convidado para desenvolver seu próprio projeto de jornalismo econômico como editor-chefe do "Diário de Comércio e Indústria", onde atua entre 1976 e 1978.

A terceira passagem de Biondi pela "Folha de São Paulo" se dá entre 1981 e 1985, atuando inicialmente como repórter e depois como editor de Economia. Esse período é marcado por intensos debates com economistas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que se opunham às suas análises de que a economia dava sinais de recuperação.

Durante a década de 1990, Biondi é uma das poucas vozes a se levantar contra a abertura econômica sem freios e a condução das privatizações. Colabora, nessa época, com uma série de veículos: "Folha de São Paulo", "Diário Popular", "Caros Amigos", "Revista dos Bancários" e "Revista Bundas", entre outros. Durante esse período, também escreve o livro "O Brasil Privatizado - Um Balanço do Desmonte do Estado", em que calcula o montante gasto e obtido pelo Governo com a venda das estatais.

Aloysio Biondi atua também na área da docência, sendo professor do curso de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, onde, pelo trabalho como editor do "Esquinas", o jornal da faculdade, recebe o Prêmio Líbero Badaró 2000, da "Revista Imprensa", na categoria Jornalismo Universitário. Nesse mesmo ano, a faculdade lhe outorga o título de professor honoris causa, reconhecendo que a ausência de curso superior não o desautorizava a ensinar em uma universidade.

Aloysio Biondi falece em 21 de julho de 2000.