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Rádio Cultura FM

Hermano Tavares foi membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta

Centro de Pesquisa em História Social da Cultura
Entidade coletiva

O Cecult é vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, foi criado em 1995 por docentes do Departamento de História. Sua vocação é criar condições, apoiar e realizar projetos e estudos voltados à reflexão do pensamento tradicional (dentro e fora da academia) sobre as classes populares e suas relações com a cultura. Apresenta quatro grandes áreas de interesse, a saber: culturas e identidades entre africanos e seus descendentes; cultura de classe: trabalhadores urbanos; os literatos e os outros: uma história social da literatura; cultura do povo, cultura nacional: tradições e festas. Parte das verbas que financiam os projetos da instituição, destinam-se a compra de fontes microfilmadas, que são enviadas ao AEL para serem incorporadas no seu acervo. Desta feita, as pesquisas realizadas em documentos do período tais como imprensa, legislação, arquivos pessoais e relatórios ministeriais, adquirem importante significado no tocante ao acesso às informações da vida cultural, social e política dos indivíduos e de seus grupos sociais.

Hélio Vianna
Pessoa · 1908-1972

Hélio Vianna nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 5 de novembro de 1908, filho do comendador Artur Vianna e de Querubina Martins Vianna. Chegou ao Rio de Janeiro no fim da década de 1920, onde se graduou pela Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1932. Ainda como estudante participou, em 1931, da reunião convocada por Plínio Salgado para organizar uma corrente em defesa das ideias integralistas. Pouco tempo depois, em 1934, passou a integrar a chamada "ala intelectual" da Ação Integralista Brasileira (AIB), lecionando História do Brasil nos cursos promovidos pelo Departamento de Doutrina da Província da Guanabara da AIB, escrevendo nos veículos do movimento e publicando textos de história política e social do Brasil. Chegou a candidatar-se a um mandato parlamentar pela legenda da AIB ainda em 1934, mas não obteve êxito. Com a implantação do Estado Novo em novembro de 1937, e a dissolução da AIB e demais organizações políticas, afastou-se da atividade militante para dedicar-se à prática docente e à pesquisa histórica. Em 1939, tornou-se o primeiro catedrático de História do Brasil na Faculdade Nacional de Filosofia da então Universidade do Brasil (UB). Em 1941, assumiu a cátedra de História da América na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Foi também professor catedrático de História Moderna e Contemporânea da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Instituto Santa Úrsula, na mesma cidade. Durante a década de 1940, associou-se a diversas instituições de pesquisa histórica, aos institutos militares de formação e à academia diplomática brasileira. Foi membro da Comissão de Estudos dos Textos de História do Brasil do Ministério das Relações Exteriores e da Comissão Diretora de Publicações da Biblioteca do Exército. Pertenceu à Academia Portuguesa de História, à Sociedade Capistrano de Abreu, ao Instituto de Coimbra, em Portugal, à Academy of American Franciscan History, de Washington, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ao Instituto Histórico de Petrópolis, ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco e ao Instituto Histórico de Alagoas. Foi ainda sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e sócio correspondente dos institutos históricos e geográficos do Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Dentre as obras que publicou, destacam-se entre outras: "Formação brasileira"”(1935), "A contribuição de Portugal à formação americana" (1938), "A educação no Brasil colonial" (1938), "História do Brasil colonial" (1945), "História das fronteiras do Brasil" (1948), "Estudos de História Imperial" (1950), "História diplomática do Brasil" (1958) e "Vultos do Império" (1968). Morreu no dia 6 de janeiro de 1972 na cidade do Rio de Janeiro.

Voz da Unidade
Entidade coletiva · 1980-1991

O jornal “Voz da Unidade” surgiu em março de 1980, em São Paulo, como periódico porta-voz do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em suas páginas, publicava colunas de política, economia, cultura, educação, sindicalismo, noticiário nacional e internacional, questão feminina e esportes. Seu primeiro diretor responsável foi Henrique Cordeiro, que exerceria o cargo até 1983, sendo o Conselho Editorial da época formado por Armênio Guedes, Lindolfo Silva, Teodoro Melo e Gildo Marçal Brandão. João Avelino assumiu a direção do jornal a partir de maio de 1983, sendo sucedido no cargo por Luís Carlos Azedo, a partir de outubro de 1987. Defendeu as ideias veiculadas pelos militantes comunistas em todo o país, reforçou a busca por unidade das forças democráticas e foi também incentivador das campanhas pela legalidade do PCB, pelo fim da ditadura militar e pela estabilidade econômica. Em diversas cidades do Brasil, os militantes “Amigos da Voz” montaram comitês de apoio e difusão do jornal nos bairros, escolas e locais de trabalho com a finalidade de obter legitimidade, maior popularidade e, em diversos momentos, angariar fundos para sua continuidade. Ao longo dos 11 anos, 516 edições do jornal foram publicadas, ainda que os dois últimos números, de 1991, contassem com um novo nome, isto é, “Partido Novo”, anunciando mudanças no velho PCB. A última edição do jornal circulou em junho de 1991, dedicada especialmente às resoluções políticas do IX Congresso do PCB, realizado no Rio de Janeiro.

Edgard Leuenroth
Pessoa · 1881-1968

Edgard Frederico Leuenroth nasceu em Mogi Mirim, São Paulo, no dia 31 de outubro de 1881, filho de Waldemar Eugênio Leuenroth e Amélia de Oliveira Brito. Após o falecimento do pai em 1885, mudou-se no ano seguinte para a cidade de São Paulo com a mãe e os irmãos Etelvina, Waldemar, João e Eugênio, passando a residir no bairro operário do Brás. Em decorrência de dificuldades financeiras, abandonou o estudo regular e começou a trabalhar com apenas dez anos de idade. A partir de 1895, passou a exercer o ofício de tipógrafo quando ingressou nas oficinas da Companhia Industrial de São Paulo. Dois anos mais tarde, inseriu-se no fazer jornalístico como tirador de provas e depois tipógrafo do jornal O Commercio de São Paulo, onde permaneceu por 12 anos. Ainda em 1897, fundou seu primeiro jornal, O Boi, voltado à crítica literária, o qual seria sucedido em 1898 pela Folha do Braz, órgão defensor dos direitos dos moradores daquele bairro. Por volta de 1900, interessou-se pelo socialismo e frequentou por um tempo as reuniões do Círculo Socialista Primeiro de Maio, até que em 1904 foi apresentado à filosofia anarquista e passou a envolver-se com o movimento libertário. Em 1903, participou da fundação do Centro Tipográfico de São Paulo, que logo transformou-se em União dos Trabalhadores Gráficos (UTG), e colaborou na criação do jornal O Trabalhador Gráfico, veículo oficial da nova organização. Em 1905, transferiu-se para o Rio de Janeiro e trabalhou como tipógrafo nos periódicos A Imprensa e Portugal Moderno. No fim desse mesmo ano, participou da fundação da Federação Operária de São Paulo (FOSP) e do jornal A Terra Livre, onde conheceu o anarquista português Neno Vasco. A partir de então, sob seu próprio nome ou pseudônimos – Demócrito, Frederico Brito, Palmyro Leal, Len, Leão Vermelho, Routh, Siffleur, entre outros – Edgard Leuenroth esteve ligado à imprensa operária de maneira intensa, integrando-a totalmente à sua trajetória de militância. Em 1906, tornou-se redator do jornal A Lucta Proletaria (órgão da FOSP), participou do I Congresso Operário Brasileiro (também dos que viriam acontecer em 1913 e 1920) e casou-se com Aurora da Costa Reis, com quem viveria por toda sua vida. Voltando a residir em São Paulo, fundou o jornal Folha do Povo em 1908 e, no ano seguinte, passou a dirigir o jornal anticlerical A Lanterna, fundado por Benjamin Motta em 1901. Em 1911, colaborou na fundação do jornal A Guerra Social e foi preso pela primeira vez após participar de um comício em protesto ao desaparecimento e provável assassinato da menina Idalina Stamato, caso que gerou bastante comoção na imprensa libertária da época. Em 1912, participou da criação do Comitê de Agitação Contra a Carestia de Vida e da Escola Moderna de São Paulo, cuja proposta pedagógica guiava-se por um ensino laico, racionalista e libertário. Entre 1915 e 1917, colaborou nos jornais independentes O Combate e A Capital, ambos de São Paulo. Em seguida lançou A Plebe, que se tornaria um dos mais importantes periódicos anarquistas publicados no Brasil. O jornal sofreu recorrentes perseguições e foi fechado algumas vezes, tendo sido publicado, com interrupções, até 1951. Edgard também desempenhou papel de destaque nas mobilizações da greve geral de 1917, motivo pelo qual foi injustamente acusado pelas autoridades de ter liderado a pilhagem ao Moinho Santista, e permaneceu preso durante seis meses até seu julgamento e absolvição. Durante o ano de 1919, participou da criação dos Partidos Comunistas do Rio de Janeiro e de São Paulo (ambos de tendência libertária), colaborou na redação do jornal Spartacus e publicou, em parceria com Hélio Negro (pseudônimo de Antônio Candeias Duarte), o livreto O que é marxismo ou bolchevismo: programa comunista, distribuído durante a Primeira Conferência Comunista do Brasil em junho daquele ano. Entre 1917 e 1920, o movimento operário anarquista encontrava-se em pleno auge e Edgard Leuenroth, um de seus principais líderes, participava ativamente dos movimentos grevistas através da imprensa e também nas ruas, com discursos inflamados e liderando protestos. Colaborou ainda no jornal A Voz do Povo, extinto no final de 1920. Nesse mesmo ano, passou a trabalhar na agência de publicidade A Eclectica, da qual seu irmão Eugênio Leuenroth foi um dos primeiros proprietários, onde permaneceria até 1940. Pela agência, atuou na redação de alguns de seus periódicos (Eclectica, Romance Jornal, Ecla - Serviço de Notícias e Jornal dos Jornais) e compareceu ao I Congresso Pan-Americano de Imprensa, realizado no ano de 1926 em Washington, Estados Unidos, ocasião em que organizou uma exposição sobre a imprensa brasileira. Colaborou ainda na fundação do jornal A Vanguarda, em 1921, e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de São Paulo (STIG), em 1923. Na década seguinte, participou da criação do Centro de Cultura Social (CCS), importante entidade cultural vinculada ao movimento anarquista que tinha entre seus objetivos estimular, apoiar e promover entre as camadas populares o estudo dos problemas relacionados à questão social. Edgard Leuenroth também participou da fundação da Associação Paulista de Imprensa (API), em 1933, e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e da Associação Paulista de Propaganda, em 1937. Entre as décadas de 1940 e 1950, organizou e dirigiu os arquivos de A Noite (edição paulista), Jornal de São Paulo, A Época, Jornal do Comércio (Recife) e trabalhou na renovação dos arquivos da Folha da Manhã e de O Globo (Rio de Janeiro). Também compareceu por diversas vezes ao Congresso Nacional de Jornalistas, entre as quais, a quarta edição realizada em Recife, em 1951, onde apresentou o texto A organização dos jornalistas brasileiros, o qual foi publicado em livro postumamente. Participou de vários congressos e encontros anarquistas, entre os quais, o Encontro Libertário, realizado no Rio de Janeiro em 1958, ocasião em que aceitou assumir a direção do jornal Ação Direta, após o falecimento de seu fundador José Oiticica. Em 1963, publicou o livro Anarquismo - Roteiro da Libertação Social, uma antologia de textos que abordam diversos aspectos da teoria e prática anarquista. Durante os últimos anos de sua vida, trabalhou como arquivista na sede paulista da agência Standard Propaganda, fundada por seu sobrinho Cícero Leuenroth, e colaborou no jornal O Libertário, de São Paulo. Morreu em 28 de setembro de 1968 em decorrência de um câncer hepático.

Octavio Brandão
Pessoa · 1896-1980

Octavio Brandão Rego nasceu em Viçosa, Alagoas. Formou-se na Escola de Farmácia do Recife, em 1914. Seu primeiro trabalho intelectual, “Aspectos Pernambucanos nos Fins do Século XVI”, foi publicado em 1914 no “Diário de Pernambuco”, na edição de 17 de maio. Foi em 1919, quando chegou ao Rio de Janeiro, que tomou contato com as traduções francesas de Marx, Lênin e Engels. Em janeiro de 1920 ligou-se ao Grupo Clarté de Paris, através do Grupo Comunista Brasileiro Zumbi; filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB) em novembro de 1922, rapidamente tornou-se dirigente nacional e responsável pela fundação do jornal “A Voz Operária”, em 1925. Foi deportado com a família em 1931 para a Alemanha, seguindo para Moscou, retornando ao Brasil somente em 1946. No ano seguinte, foi eleito vereador para a Câmara do Distrito Federal (RJ). Com a cassação logo em seguida, Octavio Brandão segue grande período na clandestinidade. De seus escritos, destaca-se “Agrarismo e Industrialismo'' (1925), considerado a primeira obra de interpretação marxista da realidade brasileira, publicado na Argentina, com o pseudônimo de Fritz Mayer. Morreu em 15 de março de 1980, na cidade do Rio de Janeiro.

Gilberto Mathias
Pessoa · 1949-1987

Gilberto Mathias nasceu em São Paulo no dia 21 de julho de 1949, filho de Simão Mathias e Ana Mathias. Concluiu os estudos secundários em 1967 no Colégio Santa Cruz. Iniciou ainda jovem sua participação política no Partido Operário Comunista (POC), onde dirigiu as atividades de divulgação e imprensa junto ao setor operário, além de ter sido diretor regional do POC-São Paulo. Era aluno da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP quando entrou para a clandestinidade em junho de 1969, seguindo para Paris no mês de setembro daquele ano, onde viveu até sua morte. Cursou Sociologia na Universidade de Paris VIII. Em 1974, tornou-se colaborador da revista francesa "Critiques de l’Économie Politique", inicialmente com o pseudônimo de Fernandes, e publicou também em diversas revistas latino-americanas. Doutorou-se em 1983. No mesmo ano, publicou junto de Pierre Salama pela editora Brasiliense, "O Estado Superdesenvolvido: ensaios sobre a intervenção estatal e sobre as formas de dominação do capitalismo contemporâneo", com tradução de Carlos Nelson Coutinho. Lecionou Economia na Universidade de Paris-I.