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Registro de autoridad
Nair Benedicto (1940- )
Persona · 1940-

Nair Benedicto nasceu no dia 5 de janeiro de 1940, na cidade de São Paulo, filha mais nova entre seis irmãs e um irmão. Em 1967, já casada com o industrial francês Jacques Emile Frederic Breyton (1921-2005) e mãe de três filhos, ingressou na segunda turma da faculdade de Comunicação Social, com habilitação em Rádio e Televisão, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Dois anos depois foi presa pela ditadura militar aos 29 anos devido à sua militância política junto à Ação Libertadora Nacional (ALN). Passou 40 dias encarcerada no Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) e mais nove meses no Presídio Tiradentes, local em que dividiu cela com outras opositoras do regime, entre as quais a ex-presidente Dilma Rousseff, fazendo parte do primeiro grupo de presas políticas da Torre das Donzelas, nome dado ao conjunto de celas femininas daquele presídio. Após ser libertada em 1970, Nair Benedicto concluiu sua formação em Comunicação Social pela USP no ano de 1972, iniciando sua carreira profissional na capital paulista como realizadora de audiovisuais e fotógrafa freelancer do “Jornal da Tarde”. Contudo, na impossibilidade de apresentar um atestado de idoneidade moral e bons antecedentes, documento exigido à época para se trabalhar em veículos de televisão, acabou migrando definitivamente para a fotografia. Seu primeiro trabalho autônomo consistiu na documentação do cotidiano de migrantes nordestinos na cidade de São Paulo, sendo "Tesão no forró" (1978) uma das fotografias resultantes deste projeto.
Em 1979, fundou a Agência F4 de Fotojornalismo ao lado de Ricardo Malta e dos irmãos Juca e Delfim Martins. Primeira cooperativa de fotógrafos do Brasil, a F4 inseriu inovações importantes na área, como a autonomia dos profissionais em propor suas próprias pautas, além da possibilidade de manter o controle da produção e da distribuição de suas obras. Destacam-se duas publicações especiais da agência com fotografias suas: "A Greve do ABC" (1980) e "A Questão do Menor" (1980), que registraram aspectos da conjuntura política e social da época. Além disso, no final da década de 1980, Nair Benedicto foi comissionada pela UNICEF para documentar a situação de mulheres e crianças em países da América Latina, trabalho desenvolvido entre 1988 e 1989.
Após o encerramento das atividades da Agência F4 em 1991, criou o NAFoto (Núcleo dos Amigos da Fotografia), associação voltada para o estudo e debate da fotografia, junto de Stefania Bril, Rosely Nakagawa, Juvenal Pereira, Isabel Amado, Marcos Santilli, Rubens Fernandes Júnior e Fausto Chermont. Atuou como sua coordenadora geral até 1995, colaborando na organização de nove edições do "Mês Internacional da Fotografia", até 2011. Também em 1991, fundou sua própria agência, a N-Imagens, onde continuou trabalhando como fotógrafa, editora de audiovisuais e na divulgação de trabalhos de fotógrafos brasileiros. Além disso, dedicou-se à organização de exposições e ministrou cursos e palestras sobre fotografia em diversos estados do país.
Nair Benedicto cobriu uma vasta gama de temas, incluindo a construção da Transamazônica, documentação de povos indígenas como os Kayapó, Arara, Kaxinawá e Tembé, e o garimpo de Serra Pelada, no Pará. Entre seus trabalhos mais relevantes, destacam-se a ampla retratação da experiência feminina em suas múltiplas dimensões, reunindo registros que evidenciam a presença e a atuação das mulheres em diferentes contextos. Suas imagens percorrem desde as mulheres em condições de maternidade, prisão, prostituição e trabalho em suas rotinas e desafios cotidianos em diferentes regiões do Brasil e em países da América Latina, além de reflexões sobre a sexualidade feminina, como oficinas de conhecimento do corpo e autoexame ginecológico. Sua produção também documenta momentos de mobilização coletiva feminina, como debates sobre violência contra a mulher, marcha das mulheres, Congressos da Mulher Paulista, encontro de mulheres no Partido dos Trabalhadores (PT), passeatas pelo Dia Internacional da Mulher e das mães de desaparecidos na Argentina, entre outras manifestações.

Também retratou passeatas, movimentos sindicais e greves na década de 1980, reuniões e comícios do período de fundação do Partido do Trabalhadores (PT), a situação de menores internos da antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor de São Paulo (FEBEM), personalidades e acontecimentos da política nacional, além de festas populares, religiosas e manifestações culturais de diversas regiões do Brasil. Entre os prêmios que recebeu ao longo de sua carreira, destacam-se o primeiro prêmio no concurso "A Cidade é Também sua Casa" (1977), promovido pela Secretaria de Planejamento e Economia do Estado de São Paulo; o Prêmio Embratur (1984); o 11º Prêmio Abril de Jornalismo (1985); e o prêmio de Melhor Fotorreportagem de Turismo da Varig/Revista Ícaro (1998). Em 2015, foi premiada no concurso Revela Bertioga. Suas obras foram publicadas em diversas revistas nacionais (“Veja”, “IstoÉ”, “Marie Claire”, “Ícaro”) e internacionais (como a “Stern”, da Alemanha, na qual "Mulheres do Sisal" (1985) foi publicada pela primeira vez; além de “Paris-Match”, “Newsweek”, “Time” e “Geo-Magazine”). Lançou livros como "As Melhores Fotos de Nair Benedicto" (1988) e "Vi Ver – fotografias de Nair Benedicto" (2012), uma compilação de sua carreira.

Nair Benedicto
Persona · 1940-

Nair Benedicto nasceu no dia 5 de janeiro de 1940, na cidade de São Paulo, filha mais nova entre seis irmãs e um irmão. Em 1967, já casada com o industrial francês Jacques Emile Frederic Breyton (1921-2005) e mãe de três filhos, ingressou na segunda turma da faculdade de Comunicação Social, com habilitação em Rádio e Televisão, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Dois anos depois foi presa pela ditadura militar aos 29 anos devido à sua militância política junto à Ação Libertadora Nacional (ALN). Passou 40 dias encarcerada no Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) e mais nove meses no Presídio Tiradentes, local em que dividiu cela com outras opositoras do regime, entre as quais a ex-presidente Dilma Rousseff, fazendo parte do primeiro grupo de presas políticas da Torre das Donzelas, nome dado ao conjunto de celas femininas daquele presídio. Após ser libertada em 1970, Nair Benedicto concluiu sua formação em Comunicação Social pela USP no ano de 1972, iniciando sua carreira profissional na capital paulista como realizadora de audiovisuais e fotógrafa freelancer do “Jornal da Tarde”. Contudo, na impossibilidade de apresentar um atestado de idoneidade moral e bons antecedentes, documento exigido à época para se trabalhar em veículos de televisão, acabou migrando definitivamente para a fotografia. Seu primeiro trabalho autônomo consistiu na documentação do cotidiano de migrantes nordestinos na cidade de São Paulo, sendo "Tesão no forró" (1978) uma das fotografias resultantes deste projeto.
Em 1979, fundou a Agência F4 de Fotojornalismo ao lado de Ricardo Malta e dos irmãos Juca e Delfim Martins. Primeira cooperativa de fotógrafos do Brasil, a F4 inseriu inovações importantes na área, como a autonomia dos profissionais em propor suas próprias pautas, além da possibilidade de manter o controle da produção e da distribuição de suas obras. Destacam-se duas publicações especiais da agência com fotografias suas: "A Greve do ABC" (1980) e "A Questão do Menor" (1980), que registraram aspectos da conjuntura política e social da época. Além disso, no final da década de 1980, Nair Benedicto foi comissionada pela UNICEF para documentar a situação de mulheres e crianças em países da América Latina, trabalho desenvolvido entre 1988 e 1989.
Após o encerramento das atividades da Agência F4 em 1991, criou o NAFoto (Núcleo dos Amigos da Fotografia), associação voltada para o estudo e debate da fotografia, junto de Stefania Bril, Rosely Nakagawa, Juvenal Pereira, Isabel Amado, Marcos Santilli, Rubens Fernandes Júnior e Fausto Chermont. Atuou como sua coordenadora geral até 1995, colaborando na organização de nove edições do "Mês Internacional da Fotografia", até 2011. Também em 1991, fundou sua própria agência, a N-Imagens, onde continuou trabalhando como fotógrafa, editora de audiovisuais e na divulgação de trabalhos de fotógrafos brasileiros. Além disso, dedicou-se à organização de exposições e ministrou cursos e palestras sobre fotografia em diversos estados do país.
Nair Benedicto cobriu uma vasta gama de temas, incluindo a construção da Transamazônica, documentação de povos indígenas como os Kayapó, Arara, Kaxinawá e Tembé, e o garimpo de Serra Pelada, no Pará. Entre seus trabalhos mais relevantes, destacam-se a ampla retratação da experiência feminina em suas múltiplas dimensões, reunindo registros que evidenciam a presença e a atuação das mulheres em diferentes contextos. Suas imagens percorrem desde as mulheres em condições de maternidade, prisão, prostituição e trabalho em suas rotinas e desafios cotidianos em diferentes regiões do Brasil e em países da América Latina, além de reflexões sobre a sexualidade feminina, como oficinas de conhecimento do corpo e autoexame ginecológico. Sua produção também documenta momentos de mobilização coletiva feminina, como debates sobre violência contra a mulher, marcha das mulheres, Congressos da Mulher Paulista, encontro de mulheres no Partido dos Trabalhadores (PT), passeatas pelo Dia Internacional da Mulher e das mães de desaparecidos na Argentina, entre outras manifestações.

Também retratou passeatas, movimentos sindicais e greves na década de 1980, reuniões e comícios do período de fundação do Partido do Trabalhadores (PT), a situação de menores internos da antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor de São Paulo (FEBEM), personalidades e acontecimentos da política nacional, além de festas populares, religiosas e manifestações culturais de diversas regiões do Brasil. Entre os prêmios que recebeu ao longo de sua carreira, destacam-se o primeiro prêmio no concurso "A Cidade é Também sua Casa" (1977), promovido pela Secretaria de Planejamento e Economia do Estado de São Paulo; o Prêmio Embratur (1984); o 11º Prêmio Abril de Jornalismo (1985); e o prêmio de Melhor Fotorreportagem de Turismo da Varig/Revista Ícaro (1998). Em 2015, foi premiada no concurso Revela Bertioga. Suas obras foram publicadas em diversas revistas nacionais (“Veja”, “IstoÉ”, “Marie Claire”, “Ícaro”) e internacionais (como a “Stern”, da Alemanha, na qual "Mulheres do Sisal" (1985) foi publicada pela primeira vez; além de “Paris-Match”, “Newsweek”, “Time” e “Geo-Magazine”). Lançou livros como "As Melhores Fotos de Nair Benedicto" (1988) e "Vi Ver – fotografias de Nair Benedicto" (2012), uma compilação de sua carreira.