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Estevão Maya-Maya
Personne · 1943-2021

Estevão Maya-Maya nasceu José Estevão Maya no povoado de Pano Grosso, em Viana, Maranhão, em 1943, criado por uma tia-avó. Maestro, cantor, compositor, escritor e professor, Estevão estudou música na Academia de Música do Maranhão e nos Seminários de Música da Universidade Federal da Bahia desenvolvendo trabalhos de Canto, Piano, Rítmica, Estruturação, Análise Musical e Composição. Viveu um tempo no Rio de Janeiro antes de se estabelecer em São Paulo nos anos 1970. Bolsista da Pró-Arte no Rio de Janeiro, estudou canto com Sonia Born e análise musical com Esther Scliar. Fez parte da equipe de pesquisas musicais da Fundação de Artes de São Caetano do Sul, tornando-se técnico do Laboratório Experimental de Desenvolvimento Auditivo. Estudou composição com H.J. Koellreutter, além de outros mestres como Margarita Schack e Eugênio Kusnet. Sua rara voz de baixo profundo oferecia três oitavas de extensão, característica que lhe aferiu grande versatilidade. Era musicólogo e compositor, sendo seu maior interesse voltado para pesquisas em torno da música africana e sua contribuição à estética musical brasileira. Maya-Maya também possuía bons conhecimentos em oito idiomas, incluindo russo e dois dialetos africanos. Sua experiência como cantor lírico inclui recitais e concertos como solista ao lado de grandes pianistas e de orquestras como a Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP, além da passagem por palcos como o do Theatro Municipal e o do Teatro Colón, em Buenos Aires. No teatro, emprestou seu talento ao personagem Caifás, na montagem brasileira da ópera-rock “Jesus Christ Superstar”. Além disso, trabalhou no espetáculo “Hair” e no show “Síntese da História do Jazz”. No campo da literatura, tem dois livros publicados, um em parceria com o poeta Vilmar Ribeiro e ocupou a cadeira número 23 da Academia Vianense de Letras. Em 1974, liderou a fundação da Cacupro - Casa da Cultura e do Progresso, entidade negra que funcionou no bairro do Ipiranga, zona sul da capital paulista. O legado de seu estudo distribui-se ao longo de suas obras, desde o musical “Ongira: Grito Africano”, até o coral Cantafro, criação sua – grupo que foi responsável pela trilha sonora do seriado “Abolição”, da Rede Globo e registra aparição num documentário da BBC londrina. Além do Cantafro, Maya-Maya já dirigiu vários outros corais, fundando o Coral Afro-braisleiro “Melodiafro” na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Maya-Maya faleceu em 17 de setembro de 2021 de Covid-19.

Centro Informação Mulher
Collectivité · 1971-

Idealizado em 1971 por Miriam Botassi, Rosa Beatriz Gouvêa, Sônia Cailó, o Centro Informação Mulher - CIM surgiu a partir da reflexão de um grupo de feministas inconformadas com o apagamento das mulheres da história da humanidade, neste contexto, a urgência de um centro de memória, documentação e informação para subsidiar pesquisas, estudos, informações e a organização da história recente e remota das mulheres, se fez imprescindível para reparar o Epistemicídio relacionado a 52% da população mundial, além circunstanciar a história contemporânea da vida e luta das mulheres no Brasil, na América Latina e no mundo. Assim, em 30 de junho de 1981 foi fundada a Associação Centro Informação Mulher, uma entidade feminista, sem fins lucrativos. A entidade se fez território para acolher o movimento de mulheres e assessorar grupos populares, entidades sindicais, pesquisadoras(es), além de palpitar informações sobre a agenda de gênero através de boletins, periódicos e se tornou conhecida por centralizar reuniões de grupos, atividades culturais/artísticas e fóruns permanentes, além da participação ativa na organização de encontros, conferências e seminários, desenvolvendo projetos e convênios de caráter federal, estadual e municipal, dentre outras atividades. Atuando multidisciplinarmente, o CIM desenvolve projetos, pesquisas, assessorias promove eventos externos e internos, na sede situada na região central da cidade São Paulo, acontecem atividades como reuniões, oficinas, apresentação teatral, ações de geração de renda, rodas de conversa, saraus, mostra e instalações, cursos, seminários, além de disponibilizar uma biblioteca para consultas de pesquisadoras/es nacionais e internacionais nas mais diversas áreas do conhecimento. Ao longo da história, o CIM, em estado permanente de resistência, pôde registar o surgimento de tantas outras organizações feministas, ao mesmo tempo em que sobreviveu violento despejo realizado pela administração Kassab, que invadiu a sede do CIM com máquinas, sob pretexto de uma reforma da praça, e, novamente, no dia 02 de março de 2023, enfrenta um processo violento de despejo e reintegração de posse, desta vez sendo acolhido pela União de Mulheres de São Paulo.

Elisabeth de Souza Lobo Garcia
Personne · 1943-1991

Elisabeth de Souza Lobo Garcia, ou Elisabeth Souza Lobo, como assinava seus textos, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 30 de agosto de 1943. Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1965. Esteve em Paris entre os anos de 1967 e 1969, onde pode acompanhar os seminários de Lucien Goldmann (“Sociologie de la Philosophie et de la Littérature”), de Anouar Abdel-Malek (“Sociologie des mouvements sociaux”) e de Louis Althusser (“Philosophie spontanée des savants”). Após retornar ao Brasil, foi professora de literatura no ensino médio por um breve período antes de seguir para o Chile em 1970, onde vinculou-se como docente de metodologia das ciências sociais na Escola de Estudos Econômicos Latino-Americanos (ESCOLATINA) até o golpe de estado de 1973. Por essa época, integrou a Universidade de Paris VIII lecionando nos departamentos de Sociologia e Ciências Políticas, onde também defendeu a tese de doutorado em Sociologia sob a orientação do filósofo Jean-Marie Vincent, em 1979. Durante a década de 1980, trabalhou como docente na Universidade Metodista de Piracicaba (1980), na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – Marília (1981-1982), na Universidade de São Paulo (1982-1991), como professora visitante na Universidade de Québec – Canadá (1989) e na Universidade Estadual de Campinas (1989-1991). Em 1983, publicou seu primeiro livro, uma biografia da anarquista lituana Emma Goldman (1869-1940). Destaca-se ainda "A classe operária tem dois sexos", de 1991. Publicou também diversos artigos nos jornais "Em Tempo", "Mulherio", "Leia" e "O Estado de S. Paulo", e nas revistas "Desvios", "Teoria e Debate" e "Tempo e Presença". Projetou uma agenda de pesquisa feminista, marxista e heterodoxa. Sua produção intelectual está voltada para a questão da divisão sexual do trabalho, do trabalho feminino e das relações de gênero na sociedade capitalista. Morreu em 15 de março de 1991, vítima de um acidente automobilístico, quando dirigia-se para Campina Grande, Paraíba, em visita a trabalhadores rurais.

Zainunnissa Gool
Personne · 1897-1963

Nascida na Cidade do Cabo com o nome Zainunnissa (Cissie) Abdurahman, estudou na Universidade de Londres (1918) e obteve o bacharelado em Artes pela Universidade do Cabo, o qual conseguiu concluir apenas em 1932 após diversas interrupções, entre as quais, o casamento com A. H. Gool. No ano seguinte, obteve o título de Mestra em Psicologia pela mesma instituição, fato inédito até então para uma mulher negra. Foi eleita presidente da National Liberation League (NLL), organização que combatia a segregação e o imperialismo. Em 1938, foi eleita presidente da Non-European United Front, que tinha a missão de coordenar a união de organizações congêneres. Nesse mesmo ano, foi a primeira mulher não europeia a ser eleita para o Conselho da Cidade do Cabo, cargo no qual permaneceu até sua morte, lutando pela igualdade dos não-europeus. Em 1943, tornou-se membro da Anti-CAD Organization e do Western Province Unity Movement. No mesmo ano, foi delegada do South African Indian Congress, realizado na região de Transvaal. Nos anos de 1940, participou do Cape Passive Resistance Council.

Helen Abdurahman
Personne · 1872-1953

Helen Potter James, também conhecida como Nellie, nasceu em 2 de setembro de 1872 na cidade escocesa de Greenock, filha de Harriet James e John Cumming James, contador que desempenhou um importante papel político naquele país. Após casar-se com o médico Abdullah Abdurahman, mudou-se para a África do Sul onde participou de diversas organizações na Cidade do Cabo voltadas à luta por justiça social, igualdade na educação e emancipação feminina, entre as quais: a Wynberg General Board of Aid, The Ratepayer's Association, The Women's Municipal Association, African Political Organization, Women's Guild, Western Province Amateur Musical Society, Women's Enfranchisement League e National Liberation League Finance Committee. Faleceu em 23 de junho de 1953.

Collectivité · 1990-

Criado em 1990 pela iniciativa de Hédio Silva Jr, Ivair Augusto Alves dos Santos e Maria Aparecida Silva Bento (Cida Bento), o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades - CEERT é uma entidade sem fins lucrativos que se dedica à promoção da equidade racial e de gênero nas instituições públicas e privadas, atuando na defesa dos direitos da população negra, em particular da juventude e das mulheres negras. Com 4 grandes áreas de atuação, o CEERT é pioneiro na realização de auditorias de equidade racial e de gênero em organizações públicas e privadas, a partir de tecnologia social própria: o Censo de Equidade e Diversidade. No campo da educação antirracista, desde 1995, a entidade colabora com programas de pesquisa e de promoção da igualdade racial nas práticas pedagógicas e de gestão escolar. Essa longa trajetória consolidou a base teórico-metodológica para iniciativas de educação para as relações étnico-raciais e implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, alterada pela Lei 10.639/2003. Além disso, constrói ações e iniciativas contra a evasão escolar, sobretudo no ensino médio, e de apoio ao desenvolvimento de futuras lideranças negras que estão nas universidades públicas e privadas das regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, por meio de estratégias de fortalecimento e permanência acadêmica, além de estabelecer diálogos e pontes com o mundo de trabalho. O CEERT atua, ainda, no campo da justiça racial por meio de ações judiciais e atuação extrajudicial, buscando garantir direitos da população negra, além da capacitação de profissionais do direito, organizações negras e antirracistas para atuarem no sistema de justiça nacional e junto aos organismos internacionais de direitos humanos. O Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero faz parte do Programa de Educação do CEERT, promovido juntamente com instituições parceiras. Foi criado pela própria entidade juntamente com seus parceiros, e realizado pela primeira vez em 2002. Reconhecido no âmbito do MEC como um dos principais métodos de promoção da igualdade étnico-racial já feita por uma instituição. O objetivo inicial é reconhecer e apoiar boas práticas pedagógicas e de gestão escolar que valorizem a diversidade étnico-racial nas escolas. Além de procurar o reconhecimento dessa diversidade, há uma abordagem com foco na valorização da mulher, especialmente africanas e indígenas. O prêmio possui duas categorias: Professor e Gestão Escolar e os premiados recebem dinheiro; professores e escolas são presenteados com cursos de formação, kit de livros, notebooks voltados para o tema em questão. Atualmente, a entidade possui uma equipe de psicólogos, juristas, educadores, sociólogos, assistentes sociais e gestores, que procuram promover e divulgar a ideia da inclusão racial. O trabalho é feito baseado em diagnósticos, passando por algumas etapas como a primeira sendo a elaboração e depois a implementação de programas que promovem a igualdade racial e a valorização da diversidade em sindicatos, escolas, empresas e órgãos públicos. Além do trabalho motivado por uma questão social, o CEERT é responsável por assessorar órgãos do governo, instituições privadas e movimentos sociais em formação política, capacitação do pessoal e produção de material didático.