Radha Antonia Pinto Abramo nasceu em São Paulo no dia 4 de dezembro de 1928. Filha de Maria de Lourdes de Almeida Pinto e do jornalista e poeta paulista Decio Abramo. Foi casada com o jornalista Cláudio Abramo (1923-1987), com quem teve duas filhas: Barbara e Berenice. Cursou o Clássico no Colégio São Paulo, formando-se em 1948. Em 1951, cursa História da Arte na École du Louvre (Sorbonne), sob orientação de Jean Cassou. Período em que estagia no Museu, sob orientação de Bernard Dorival, cargo que ocupa até 1952. De volta ao Brasil, trabalha na produção, direção e apresentação do programa da TV Record "Por um mundo melhor", entre 1954 e 1955. Ainda nesse meio de comunicação, produz e apresenta, entre 1957 e 1964, o programa da TV Tupi "Arte e Forma", destinado à divulgação das artes plásticas. Nessa mesma época, entre 1958 e 1964, foi Diretora Artística da Galeria Ambiente (SP) e, entre 1965 e 1967, Diretora artística do Centro de Artes Visuais da Folha de São Paulo. Paralelamente, em 1967, foi Diretora Artística da 9ª Bienal Internacional de São Paulo. Ainda nos anos 1960, enquanto historiadora e crítica de arte, colaborou com os jornais "Diário de São Paulo", "O Estado de São Paulo", "O Tempo" e "Tribuna da Imprensa" (RJ). Entre 1970 e 1971, formou-se em Artes Plásticas, cursou aulas de Pós-graduação na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e viajou para Paris, onde, sob orientação de Lucien Goldman, estuda estética e história da arte na École de Hautes Études en Sciences Sociales. Em 1974, foi Diretora artística da 2ª (e última) Bienal Nacional de São Paulo. No ano seguinte, é presa, junto com o marido, pelo DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), acusados de subversão. Ainda nos anos 1970, foi Diretora do Centro de Pesquisas/IDART ? Prefeitura de São Paulo, escreveu críticas de arte na "Folha de São Paulo" e, com a psicóloga Maria Margarida de Carvalho, desenvolveu estudos de arterapia no Hospital das Clínicas de São Paulo e no Centro de Psicologia de São Paulo e fez ensaios de psicologia e da aplicação de métodos de "Terapias Expressivas" em institutos terapêuticos, universidades e, em especial, nos presídios do estado de São Paulo. Na primeira metade dos anos de 1980 volta a residir na Europa, ficando entre Paris e Londres. Nesse período, participa de pesquisas no norte da África, na França e na Itália. Em 1985, retorna ao Brasil e, convidada pelo governador Franco Montoro, monta, instala e é nomeada Curadora do Acervo Artístico Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, cargo que ocuparia até aposentar-se em 1998. Entre 1984 e 1987, é responsável pela mostra internacional "Da Cor e do desenho do Brasil", projeto que percorreu inúmeros países europeus mostrando a qualidade das obras dos brasileiros. Em 1986, é curadora da Bienal de Veneza/Brasil. Radha Abramo participou da elaboração e construção de vários projetos de Arte Pública: "Museu da Praça da Sé", "Arte no Metrô de São Paulo", "Praça da memória" ? Arquivo do Estado, Campus da Cidade Universitária" e Projeto "Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife", com Cícero Dias e Francisco Brennand, e, em Lisboa, com um grande mural de Luiz Ventura, na Estação Restauradores, quando da "Comemoração dos 500 Anos do Brasil". Professora, museóloga, historiadora e crítica de arte, publicou estudos e comentários históricos/críticos de artes plásticas da Europa e da América Latina em diversos jornais, revistas e como capítulos de livros. Como crítica de arte, realizou diversas apresentações de artistas plásticos brasileiros, em catálogos para mostras nacionais e estrangeiras em galerias de arte. Fez parte de comissões culturais e executou diversos projetos de pesquisa na área da cultura e da educação e fez inúmeras mostras e participou de salões de arte no Brasil e no exterior. Foi membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte ? ABCA, da Associação Internacional de Críticos de Arte ? AICA, da Internacional Council of Monuments and Sites - ICOMOS/Brasil, do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, e, em 1983, participou da fundação da ONG Comissão Teotônio Vilela de Defesa da Pessoa Humana. Dentre os muitos prêmios recebidos, ganha em 2003 o prêmio Mario de Andrade da ABCA. Em 2004, é curadora da exposição "Uma Viagem de 450 anos" no SESC Pompéia, São Paulo, em comemoração do aniversário da cidade. Em 2005, é curadora da "Exposição Caderno de Notas - Vlado, 30 anos", exposição que acontece nas antigas celas do DEOPS (Departamento Estadual da Ordem Política e Social), atualmente integradas à Estação Pinacoteca, organizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo em memória do jornalista Vladimir Herzog, no 30º aniversário de seu assassinato. Radha falece em São Paulo no dia 24 de julho de 2013.
Aloysio Biondi nasceu em 1936 em Caconde, interior de São Paulo, e passou a maior parte de sua infância e adolescência em São José do Rio Pardo, outra cidade do interior do Estado, onde, aos 15 anos, ganha o 2º lugar no "Concurso Pan-Americano", concurso de redação para estudantes, sendo seu texto publicado pela "Folha da Noite".Jornalista econômico, colaborou durante 44 anos com reportagens e análises para jornais e revistas. Começou na "Folha da Manhã" (que depois se tornaria "Folha de São Paulo") em 1956 e, em poucos meses, se tornou subchefe do Departamento de revisões.Durante o regime militar participou, com seu trabalho, ativamente da resistência.Na revista "Direção", consolidou sua atuação como jornalista econômico e, em 1968, assume o cargo de editor de economia da revista "Visão", onde vence um Prêmio Esso ao mostrar os impactos econômicos do desrespeito ao meio ambiente.Assume a direção da revista "Fator" no Rio de Janeiro desde seu primeiro número, onde imprime um caráter contundente à revista, apesar dela chegar apenas até a 3ª edição, sendo extinta com a promulgação do AI -5.Em 1969 entrou para a revista "Veja", onde desenvolveu uma cobertura pioneira do mercado de capitais.No início de 1971, mudou-se outra vez para o Rio de Janeiro, onde aceitou o desafio de produzir um caderno econômico diário no jornal "Correio da Manhã".Em 1972 assume a direção de redação do "Jornal do Comércio", que sob sua direção, foi o primeiro diário a apontar a concentração de renda como um dos pilares do milagre econômico, que atingia seu auge naquele ano. Nesse mesmo período passou a escrever e editar a seção de economia do semanário alternativo de esquerda "Opinião".Casa-se com Ângela Leite em 1973, com quem teria três filhos entre 1976 e 1979: Pedro, Antônio e Beatriz.Entre 1974 e 1976, Biondi assumiu a chefia da sucursal do Rio de Janeiro da "Gazeta Mercantil", se engajando num processo de remodelação e modernização do jornal até ser convidado para desenvolver seu próprio projeto de jornalismo econômico como editor chefe do "Diário de Comércio e Indústria", onde atuou entre 1976 e 1978.A terceira passagem de Biondi pela "Folha de São Paulo" se dá entre 1981 e 1985. Inicialmente como repórter e depois como editor de economia. Esse período foi marcado por intensos debates com economistas da Unicamp que se opunham as suas análises de que a economia dava sinais de recuperação.Durante a década de 90, foi uma das poucas vozes a se levantar contra a abertura econômica sem freios e a condução das privatizações.Colaborou, nessa época, com uma série de veículos: "Folha de São Paulo", "Diário Popular", "Caros Amigos", "Revista dos Bancários" e "Revista Bundas", entre outros. Período que também escreveu o livro "O 'Brasil Privatizado' - Um Balanço do Desmonte do Estado", em que calculou quanto o governo gastou e quanto obteve com a venda das estatais.Foi professor do curso de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, onde, pelo trabalho de editor do jornal da faculdade, o "Esquinas", recebeu o Prêmio Líbero Badaró 2000, da "Revista Imprensa", na categoria Jornalismo Universitário.No mesmo ano, a faculdade lhe outorgou o título de professor Honoris Causa, reconhecendo que a ausência de curso superior não o desautorizava a ensinar em uma universidade.Faleceu em 21 de julho de 2001.
A Oficina do Livro Rubens Borba de Moraes foi fundada em 1999 como uma entidade sem fins lucrativos que se propõe trabalhar em prol da recuperação e conservação da memória cultural brasileira, com ênfase na palavra escrita, reunindo associados que partilhem dos mesmos interesses, promovendo atividades e realizando publicações.Instalada na que fora a casa e ateliê do artista plástico Samson Flexor(1907 - 1971) cujo projeto é do arquiteto Rino Levi, sua ocupação se configura numa iniciativa de recuperação histórica.Tem como atividades formar e manter biblioteca, cujo acervo se compunha majoritariamente de obras obtidas em sebos e com alguma característica de representatividade cultural e/ou editorial; estabelecer parceria com Ateliê de encadernação e restauro para recuperação, tratamento e manutenção do acervo; realização de palestras e oficinas que promovam o respeito pela palavra impressa e ensine com recupera-los e conserva-lo; trabalhar no sentido de angariar livros que ampliem seu acervo ou que sejam encaminhados a bibliotecas carentes ou até mesmo que venham a formar bibliotecas em escolas, municípios, bairros, etc.Também tem como objetivo, produzir e publicar a Revista Bibliográfica e Cultural que divulgue o acervo da Oficina do Livro, e o Nanico, boletim que, a par de registrar a produção literária presente que chegue à OFICINA, divulgue suas atividades. A OFICINA pretende também, estabelecer relacionamentos com centros de estudos e pessoas qualificadas para, entre outras atividades, explorar e divulgar autores, textos e documentos da biblioteca, além de traduzir e publicar trabalhos da biblioteca em língua estrangeira que mereçam ser reavivados.Os principais patrocinadores da Oficina do Livro foram José Mindlin (co-fundador), Fundação Filantrópica Safra, Companhia Brasileira de Alumínio (Antônio Ermírio de Moraes), Siemens e Imprensa Oficial do Estado.Em 2006, por falta de recursos financeiros, a Oficina do Livro entregou o imóvel que ocupava na Vila Mariana e ficou sem espaço físico para suas atividades, porém suas atividades como editora continuam até hoje.
