Néstor Osvaldo Perlongher nasceu em 24 de dezembro de 1949, em Buenos Aires, estudou na escola primária de Avellaneda, Buenos Aires (de 1956 até 1963), escola secundária Nacional de Comércio nº 1 de Avellaneda, Buenos Aires (de 1964 até 1967). Entra para a Universidade de Buenos Aires em 1968, licenciando-se em sociologia em 1975. Durante este período foi jornalista colaborador da Editorial Atlântida de Buenos Aires (1971) e em 1973 encabeçou a coluna de frente de libertação homossexual, que horas depois, desembocou no massacre de Ezeiza. Em 1974 foi secretário de redação e correspondência da Confederacion General Econômica de la Republica Argentina, também de Buenos Aires, cargo que ocupou até 1976. No ano em que concluiu o ensino superior (1975) publicou "Evita Vive", seu trabalho ficcional mais conhecido. Entre suas publicações, destacam-se: "AUSTRIA-HUNGRIA" (Poemas, 1980), "La Família Abandónica y sus Consecuencias", este com a colaboração de Sérgio Perez Alvarez e Ramon Sal Llarguez, "Un nuevo Verso Argentino" (1982), "ALAMBRES" (poemas, 1987); "Hule" (1989) e "Parque Lezama" (1990). Recebeu em 1987 o Prêmio Boris Vian de Literatura, na Argentina, por sua obra poética e ficcional.Em 1982, ingressa no curso para a obtenção do grau de mestre em antropologia social pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, tendo como orientadora a Prof.ª. Drª. Mariza Corrêa. Em 1983 é publicada nos Estados Unidos uma tradução, em inglês, de seu primeiro livro, agora intitulado "Evita Lives, in My Deep Dark Pain is Love". Defende tese em 1984 com o título: "O negócio do Miche: Prostituição Viril em São Paulo", publicado depois na forma de livro. Depois da conclusão de seu curso de mestrado, assume o cargo de professor no Departamento de Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Publica ainda inúmeros trabalhos técnicos e de esclarecimento baseados em seus estudos, como "O que é AIDS?" (1987) e "El Fantasma Del Sida" (1988).Faleceu na cidade de São Paulo, no dia 26 de novembro de 1992.
Paulo Alfeu Junqueira Duarte nasceu na cidade de São Paulo, em 17 de novembro de 1899, filho de Hermínio de Monteiro Duarte e de Jovina Junqueira Duarte. Estudou no instituto Champagnat, no Ginásio de São Paulo e São Bento, no Externato Pereira Barreto e no Externato Alfredo Paulino. Diplomou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo. Desenvolveu, ao longo de sua vida, as atividades de cronista, memorialista, ensaísta e tradutor, utilizando-se em suas obras de inúmeros pseudônimos, tais como Alfeu Caniço, Caniço Filho, Gabica Diniz e Tietê Borda. Ele foi um dos fundadores do Departamento Cultural da Cidade de São Paulo, da Universidade de São Paulo, e foi fundador da revista Anhembi, foi também político, professor, diretor de diversos jornais e revistas e membro da Sociedade Paulista de Escritores. Iniciou sua carreira no jornal "O Estado de São Paulo" (1919), como revisor, foi repórter responsável pelas notícias sobre o governo e chegou ao cargo de editor-chefe, no final dos anos 40, além disso, participou de importantes episódios da vida política e cultural paulista, atuou na revolução constitucionalista e, por isso,permaneceu exilado por cerca de um ano, ajudou a articular a oposição ao Partido Republicano Paulista, engajando-se, junto com industriais emergentes, no Partido Democrático, exerceu também a função de consultor jurídico do prefeito de São Paulo e conseguiu-se eleger-se deputado estadual pelo Partido Constitucionalista. Em 1938, foi exilada pelo Estado Novo, condição que permaneceu até 1945, vivendo a maior parte do tempo na França. Em 1950, deixou o jornal e fundou a revista Anhembi, nesta revista abriu-se espaço para que intelectuais brasileiros e estrangeiros publicassem suas pesquisas acadêmicas, até 1962, quando ele foi obrigado a fechar a revista por razões econômicas. Durante a existência da revista, elafoi palco de embates com personalidades da política da época, como Adhemar de Barros e Getulio Vargas, ao mesmo tempo em que o jornalista causava polêmica devido a uma incompreendida amizade com Jânio Quadros. Ele desenvolveu ao longo de sua vida um grande paixão pela antropologia, paixão que foidespertada pelo professor Hermann von Hering,foi, também,discípulo de Paul Rivet, criador do Museu de l'Homme e quem estimulou Paulo Duarte a criar o Instituto de Pré-História. Entre suas amizades no campo das letras, foi amigo, entre outros importantes nomes, de Mário de Andrade, Érico Veríssimo e de Monteiro Lobato. Apesar de, ao que tudo indica, ter tido participação efetiva na criação da USP, não foireconhecido como um dos fundadoresda Instituição. Fundou, em 1962, oInstituto de Pré-História, quedepois foi absorvido pela USP. Desenvolve também a atividade de professor universitário e, devido a suas aulas,foi responsável por muitas polêmicas, principalmentedevido as criticas que fazia à situação interna do país no período da ditadura. Sua obra é composta por: "Sob as arcadas" (crônicas), 1927; "Agora Nós" (crônicas), 1927; "Que é que há?" (pequena história de uma grande pirataria), 1931; "Um conluio moral"(ensaio), 1934; "Variações sobre a gastronomia" (ensaio), 1944; "Prisão, exílio, luta" (política), 1946; "Departamento de Cultura, vida e morte de Mário de Andrade", 1946; "Palmares pelo avesso" (crônicas), 1947; "Versos de Trilussa" (tradução), 1954; "O espírito das catedrais" (memória), 1958; "Paul Rivet por ele mesmo" (tradução), 1960; "O resto não é silêncio...", 1965; "O processo dos rinocerontes", 1969; "Mário de Andrade por ele mesmo" (cartas, prefácio de Antônio Cândido), 1971; "Memórias", 1974, "Raízes profundas (2ª ed.)", memórias, 1975; "Memórias: vou-me embora pra Pasárgada", 1979; "Memórias n. 9: e vai começar uma era nova",[s.d.].
Michel Lahud nasceu no dia 8 de setembro de 1949, filho de Bechara Lahud e Victória Arbid Lahud.Fez seu estudo primário e secundário na cidade de São Paulo, entre 1956 e 1967. Em 1968 iniciou a graduação na Universidade de São Paulo, estudando nos departamentos de filosofia e de psicologia.No ano seguinte, transfere-se para a França, onde continuou seus estudos de filosofia. Primeiramente na Université de Paris VIII, onde estudou com Michel Foucault, que o aconselhou a mudar para a Université de Provence, Aix-en-Provence, onde, orientado por Gilles Gaston Granger se licenciou em filosofia em 1972 e, no ano seguinte, recebe o título de mestre em filosofia com a dissertação "Enquête autor de la notion de deixis".Em 1974, retoma seus estudos na Universidade de São Paulo, ingressando no doutorado.No ano seguinte, entra para o quadro de docentes do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) como professor assistente do Departamento de Linguística.Em 1979 obtém o título de Doutor na USP e publica "A propósito da noção de dêixis", tradução do mestrado que fez na França. Nesse mesmo ano, lança a tradução de dois livros que fez em parceria: "Usos da linguagem" de François Vanoye (tradução e adaptação com Haquira Osakabe, Clarice Madureira e Éster Gebara) e "Marxismo e Filosofia da Linguagem" de Mikhail Bakhtin (tradução com Yara F. Vieira).Entre 1978 e 1981, com uma bolsa de estudos da CAPES, faz estágio no Département de Recherches Linguistiques da Université de Paris VII e, entre 1981 e 1982, na Section "Sémantique, Sémiologie et Linguistique" da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (Paris).Nesse período, publica, em conjunto com F. Franklin de Matos, o livro "Matei minha mulher: o caso Althusser" (1981).Entre 1976 e 1983, foi membro do comitê de redação da revista "Almanaque: Cadernos de Literatura e Ensaio".Em 1985, faz a conferência de abertura da "Mostra Pier Paolo Pasolini", realizada no Museu da Imagem e do Som em Campinas, São Paulo.No ano seguinte, torna-se professor do Programa de Pós-graduação em Lógica e Filosofia das Ciências do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e profere conferências no curso "Os sentidos da paixão", promovido pela Funarte em quatro capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Curitiba.Entre 1987 e 1988, com bolsa de estudos concedida pela CAPES, foi pesquisador no Fondo Pier Paolo Pasolini em Roma. Nessa estadia, participa como pesquisador convidado da mostra "Pier Paolo Pasolini: um cinema di poesia", realizada junto à "Mostra Internazionale del Cinema", em Veneza.Em 1989, quando retorna ao país, transfere-se do IEL para o IFCH, tornando-se professor assistente do Departamento de Filosofia.Em 1990 publica "Os jovens infelizes: antologia de ensaios corsários" de Pier Paolo Pasolini; livro que traduziu com Maria Betânia Amoroso.Além das obras citadas, possui ensaios e traduções publicados em vários periódicos brasileiros e estrangeiros.Faleceu em 18 de dezembro de 1992.Fontes: LAHUD, Michel. Currículo (datilografado). 2 p.; FRANCHI, Carlos. "O caminho de Michel Lahud". Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 jan. 1993.
