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Registro de autoridad
Entidad colectiva · 1933-

Fundada em 11 de junho 1933, no centro de Campinas, a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor teve Antônio Narcizo como seu idealizador e primeiro presidente, Juarez dos Santos como vice, João José Pereira como primeiro secretário, José Braulio Francisco como segundo, Antônio Alves de Souza e Antônio Dias Marques como primeiro e segundo tesoureiros, e Lucas Hymalaia de Souza como cobrador. A comissão de contas era formada por Benedito Evangelista, Jorge Clemente e Francisco Xavier Teixeira. João de Oliveira que, além de maestro, cedeu um cômodo de sua casa para a realização das atividades do grupo, enquanto Benedito Passos era o contra maestro, como era chamado à época, o maestro auxiliar. Contou com o respaldo dos clubes negros da região, como o Grêmio Recreativo Dançante Familiar José do Patrocínio, do qual Narcizo fora membro, e o Grupo Ideal que, em 1934, organizou diversos eventos em prol da Corporação, à exemplo da quermesse realizada todas as noites durante um mês para arrecadação de dinheiro para a compra de uniformes para a Corporação. Com a mobilização dessas organizações, a Corporação foi capaz de conquistar desde cedo espaço em importantes locais onde prestigiadas bandas costumavam se apresentar e, em 1947, a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor prestou serviços à prefeitura de Campinas, recebendo 500 cruzeiros por apresentação. Em janeiro de 1949, Venâncio Pompeu do Nascimento foi eleito presidente, tendo ele e seu irmão, Benedito Barnabé Pompeu, papel fundamental na consolidação da Corporação. Embora a Corporação fosse em essência um grupo musical e dançante, ela foi além desses objetivos, conferindo aos seus membros vantagens como respeitabilidade e visibilidade social, além da possibilidade de circular em espaços da cidade e tratar com interlocutores de órgãos municipais e estaduais que dificilmente seriam acessados sem a mediação de uma associação. Única sobrevivente entre todas as associações negras fundadas na primeira metade do século XX na cidade de Campinas, a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor é grande representante do associativismo negro na cidade, na medida em que constituiu um importante espaço na circulação, através música e cultura, da população negra na vida pública da região nas primeiras décadas do pós-Abolição. Atuante até hoje, e com sede no mesmo endereço desde sua fundação, a Corporação resiste às mudanças nos costumes e gostos musicais e à falta de espaço para apresentações.

Entidad colectiva · 1987-

Fundado em 1987 por um grupo de profissionais e educadores populares vinculados a movimentos sociais, universidades, igrejas e instituições públicas, o Centro de Educação e Assessoria Popular (CEDAP) tinha como objetivo contribuir com o movimento de redemocratização da sociedade brasileira pós-regime militar, buscando fortalecer e apoiar as organizações e movimentos populares de Campinas e região. Tendo como pressupostos os pilares da educação popular, o CEDAP realizou os chamados trabalhos de base, contribuindo para que o público envolvido (grupos de trabalhadores, mulheres, lideranças comunitárias e outros) tivesse uma formação que o colocasse em condições de intervir na realidade para transformá-la. O CEDAP se posiciona politicamente entre as organizações no campo democrático da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), da qual é associada desde a fundação. Com mais de vinte anos de existência, o CEDAP firmou-se no cenário de Campinas e região como espaço de referência em projetos destinados ao público adolescente e jovem, e no apoio, assessoria e formação de lideranças comunitárias. As atividades oferecidas são totalmente gratuitas e para a sustentação dos seus projetos, o CEDAP estabelece parcerias com órgãos da cooperação internacional, órgãos governamentais das esferas municipal, estadual e federal, empresas e fundações, além da prestação de serviços de assessoria a projetos socioeducativos e da contribuição de seus associados e de indivíduos.

Entidad colectiva · 1990-

Criado em 1990 pela iniciativa de Hédio Silva Jr, Ivair Augusto Alves dos Santos e Maria Aparecida Silva Bento (Cida Bento), o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades - CEERT é uma entidade sem fins lucrativos que se dedica à promoção da equidade racial e de gênero nas instituições públicas e privadas, atuando na defesa dos direitos da população negra, em particular da juventude e das mulheres negras. Com 4 grandes áreas de atuação, o CEERT é pioneiro na realização de auditorias de equidade racial e de gênero em organizações públicas e privadas, a partir de tecnologia social própria: o Censo de Equidade e Diversidade. No campo da educação antirracista, desde 1995, a entidade colabora com programas de pesquisa e de promoção da igualdade racial nas práticas pedagógicas e de gestão escolar. Essa longa trajetória consolidou a base teórico-metodológica para iniciativas de educação para as relações étnico-raciais e implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, alterada pela Lei 10.639/2003. Além disso, constrói ações e iniciativas contra a evasão escolar, sobretudo no ensino médio, e de apoio ao desenvolvimento de futuras lideranças negras que estão nas universidades públicas e privadas das regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, por meio de estratégias de fortalecimento e permanência acadêmica, além de estabelecer diálogos e pontes com o mundo de trabalho. O CEERT atua, ainda, no campo da justiça racial por meio de ações judiciais e atuação extrajudicial, buscando garantir direitos da população negra, além da capacitação de profissionais do direito, organizações negras e antirracistas para atuarem no sistema de justiça nacional e junto aos organismos internacionais de direitos humanos. O Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero faz parte do Programa de Educação do CEERT, promovido juntamente com instituições parceiras. Foi criado pela própria entidade juntamente com seus parceiros, e realizado pela primeira vez em 2002. Reconhecido no âmbito do MEC como um dos principais métodos de promoção da igualdade étnico-racial já feita por uma instituição. O objetivo inicial é reconhecer e apoiar boas práticas pedagógicas e de gestão escolar que valorizem a diversidade étnico-racial nas escolas. Além de procurar o reconhecimento dessa diversidade, há uma abordagem com foco na valorização da mulher, especialmente africanas e indígenas. O prêmio possui duas categorias: Professor e Gestão Escolar e os premiados recebem dinheiro; professores e escolas são presenteados com cursos de formação, kit de livros, notebooks voltados para o tema em questão. Atualmente, a entidade possui uma equipe de psicólogos, juristas, educadores, sociólogos, assistentes sociais e gestores, que procuram promover e divulgar a ideia da inclusão racial. O trabalho é feito baseado em diagnósticos, passando por algumas etapas como a primeira sendo a elaboração e depois a implementação de programas que promovem a igualdade racial e a valorização da diversidade em sindicatos, escolas, empresas e órgãos públicos. Além do trabalho motivado por uma questão social, o CEERT é responsável por assessorar órgãos do governo, instituições privadas e movimentos sociais em formação política, capacitação do pessoal e produção de material didático.

Estevão Maya-Maya
Persona · 1943-2021

Estevão Maya-Maya nasceu José Estevão Maya no povoado de Pano Grosso, em Viana, Maranhão, em 1943, criado por uma tia-avó. Maestro, cantor, compositor, escritor e professor, Estevão estudou música na Academia de Música do Maranhão e nos Seminários de Música da Universidade Federal da Bahia desenvolvendo trabalhos de Canto, Piano, Rítmica, Estruturação, Análise Musical e Composição. Viveu um tempo no Rio de Janeiro antes de se estabelecer em São Paulo nos anos 1970. Bolsista da Pró-Arte no Rio de Janeiro, estudou canto com Sonia Born e análise musical com Esther Scliar. Fez parte da equipe de pesquisas musicais da Fundação de Artes de São Caetano do Sul, tornando-se técnico do Laboratório Experimental de Desenvolvimento Auditivo. Estudou composição com H.J. Koellreutter, além de outros mestres como Margarita Schack e Eugênio Kusnet. Sua rara voz de baixo profundo oferecia três oitavas de extensão, característica que lhe aferiu grande versatilidade. Era musicólogo e compositor, sendo seu maior interesse voltado para pesquisas em torno da música africana e sua contribuição à estética musical brasileira. Maya-Maya também possuía bons conhecimentos em oito idiomas, incluindo russo e dois dialetos africanos. Sua experiência como cantor lírico inclui recitais e concertos como solista ao lado de grandes pianistas e de orquestras como a Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP, além da passagem por palcos como o do Theatro Municipal e o do Teatro Colón, em Buenos Aires. No teatro, emprestou seu talento ao personagem Caifás, na montagem brasileira da ópera-rock “Jesus Christ Superstar”. Além disso, trabalhou no espetáculo “Hair” e no show “Síntese da História do Jazz”. No campo da literatura, tem dois livros publicados, um em parceria com o poeta Vilmar Ribeiro e ocupou a cadeira número 23 da Academia Vianense de Letras. Em 1974, liderou a fundação da Cacupro - Casa da Cultura e do Progresso, entidade negra que funcionou no bairro do Ipiranga, zona sul da capital paulista. O legado de seu estudo distribui-se ao longo de suas obras, desde o musical “Ongira: Grito Africano”, até o coral Cantafro, criação sua – grupo que foi responsável pela trilha sonora do seriado “Abolição”, da Rede Globo e registra aparição num documentário da BBC londrina. Além do Cantafro, Maya-Maya já dirigiu vários outros corais, fundando o Coral Afro-braisleiro “Melodiafro” na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Maya-Maya faleceu em 17 de setembro de 2021 de Covid-19.

Entidad colectiva · 1982-1999

O 13 de Maio – Núcleo de Educação Popular iniciou suas atividades na cidade de São Paulo em 13 de maio de 1982, fundado a partir do racha com a Federação dos Órgãos para Assistência Social (FASE). A entidade de natureza anticapitalista, desenvolvia cursos de formação política para trabalhadores no intuito de capacitá-los para a militância. Por meio de diversos educadores por ela formados propagava essa formação para outros locais do país. O curso incluía assuntos tais como: comunicação de militantes, sindicatos, história do movimento operário, história das revoluções, dentre outros. Nesse sentido, acumulou materiais que fomentaram esse curso, bem como documentos sobre o funcionamento da instituição. Apesar da extinção da entidade, muitos dos monitores formados ainda se reúnem e mantêm-se atuantes. Alguns materiais de seu acervo encontram-se com seus participantes.

Cacilda Lanuza de Godoy Silveira
Persona · 1930-2018

Cacilda Lanuza de Godoy Silveira, filha de José De Albuquerque Silveira e Lanuza de Godoy Silveira, nasceu em Campina Grande, em 1 de setembro de 1930 e faleceu em São Paulo, em 17 de junho de 2018. Mãe de Sevani e Marcelo e avó de Amanda, Gabriel, Rafael e Tomás, Cacilda Lanuza foi atriz de rádio, cinema, televisão e teatro. Desde 1978, aposentada de sua profissão, dedicou-se integralmente às questões ambientais, principalmente à luta antinuclear. Organizou o primeiro evento público em defesa das baleias no Brasil em 1979. Autora e intérprete da peça “Verde que te Quero Verde”, em 1982 escreveu o livro “A Semente na Palma da Mão”, também de informações ecológicas. Fundou e presidiu por 13 anos o Grupo Seiva de Ecologia, cujo “boletim” também elaborava. Teve atuação decisiva na inclusão do Artigo 204, de proibição da caça, na Constituição de São Paulo em 1989, após longa e árdua batalha. Recebeu do CGE - Grupo Consciência Ecológica, o título de General na Ecologia. Foi mencionada no livro “Galeria dos Ecologistas” em 1997.