O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) foi fundado em 1942, em São Paulo, pelo paulista Auricélio Penteado, proprietário da Rádio Kosmos, que pretendia conhecer os índices de audiência de sua emissora. Ao constatar que sua rádio não era a das mais ouvidas, passou a dedicar-se exclusivamente às pesquisas. A partir de então, o Ibope passou a realizar pesquisas de mídia, opinião pública, política, consumo, comportamento, mercado, marca, propaganda e internet, caracterizando-se como fornecedor de informações para a tomada de decisões de marketing, propaganda e mídia, nas esferas empresarial, política e governamental. Data de 1986 a criação das duas empresas de pesquisa que classificam o material desse arquivo: Ibope Mídia e Ibope Opinião. Em janeiro de 2002, o Grupo Ibope extinguiu a emissão dos relatórios de pesquisa em papel, que passaram a ser enviados aos clientes exclusivamente via internet (Client Center). O grupo atuou amplamente no território brasileiro e foi uma multinacional de destaque nesse ramo na América Latina. Em 2015, após parte da empresa ser vendida, as atividades de pesquisas de opinião e de mercado do antigo Ibope deram origem ao Ibope Inteligência. Contudo, em janeiro de 2021, a empresa encerrou definitivamente suas atividades após o fim do contrato de cessão da marca com a Kantar Ibope Media.
Perseu Abramo nasceu em São Paulo, em 17 de julho de 1929. Bacharel em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1959), mestre em Ciências Humanas pela Universidade Federal da Bahia (1968). Iniciou no jornalismo em 1946 como revisor e trabalhou em diversos veículos de imprensa ao longo de sua carreira: O Estado de São Paulo, Folha Socialista, A Hora, Folha de São Paulo, entre outros. Foi professor universitário e também atuou em outros cargos relacionados à sua formação profissional. Militante sindical desde a década de 1950, lutou contra a ditadura militar e participou da fundação e estruturação do Partido dos Trabalhadores (PT). Atuou em cargos de direção e secretaria do PT até a sua morte, ocorrida em 06 de março de 1996.
Eloíza Felizardo Prestes nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 31 de março de 1900. Em 1928, começou a trabalhar no jornal "A Esquerda", exercendo a função de secretária e auxiliar de guarda-livros. Em 1930, emigrou para a Argentina com sua família. Luiz Carlos Prestes, seu irmão, já estava exilado no mesmo país. Mudou-se com a família para a União Soviética no ano de 1931. Retornou ao Brasil em 1945 e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, no qual teve participação até o seu fechamento. Militou também em causas feministas e trabalhou como secretária no jornal "O Momento Feminino". A partir de 1956, atuou como secretária no escritório de advocacia de Sinval Palmeira até 1968, ano de sua aposentadoria. Faleceu em 3 de maio de 1998 na cidade do Rio de Janeiro.
O Arquivo Edgard Leuenroth Centro de Pesquisa e Documentação Social (AEL) iniciou suas atividades em 1974 com a chegada da coleção de documentos impressos reunidos por Edgard Leuenroth (1881-1968), jornalista e militante anarquista. Tais fontes foram adquiridas a época pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com o intuito de constituir um centro de documentação que possibilitasse acesso às fontes primárias necessárias aos trabalhos do então recém-criado programa de pós-graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Ao longo de sua história, o AEL vem cumprindo seus objetivos de atender a demanda acadêmica e preservar registros históricos da sociedade. Além do acervo que o originou, recebeu outros tantos ligados à história social, política e cultural do Brasil e da América Latina.
Vanda Lacerda nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 10 de setembro de 1923. Formou-se em piano pela Escola Nacional de Música. Em 1943, pisou pela primeira vez num palco fazendo teatro amador por intermédio de Jerusa Camões, diretora do Teatro Universitário, local que agregava alunos de todas as escolas e faculdades do Rio de Janeiro. Ainda no fim da década de 1940, estreou como atriz da Rádio Nacional, de onde seria demitida anos depois com o golpe militar de 1964. Junto do ator Mário Brasini, com quem se relacionava, e outros dois casais de atores (Alberto Pérez e Iris Del Mar, Mílton Carneiro e María Luisa), fez parte da companhia Os Artistas do Povo (1947-1948). O grupo inovou com turnês pelo país num tempo em que as grandes companhias apresentavam-se apenas nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, costume talvez derivado do “rastro de desordem” que os grupos teatrais costumavam deixar nas cidades por onde passavam, atitude abominada pelos atores de Os Artistas do Povo. Apesar do sucesso, o grupo foi extinto, segundo a atriz, “por pura falta de administração financeira”. Em 1950, casou-se com Mário, com quem teve uma filha, Cláudia, falecida ainda criança. Vanda Lacerda construiu uma respeitada carreira no teatro, mas atuou também no cinema e na televisão. Passava de um papel dramático à comédia com naturalidade, numa época em que os atores eram estigmatizados e, também por isso, foi muito elogiada pela crítica. Entre as telenovelas teve destaque em Minha Doce Namorada (1971), O Espigão (1974), Anjo Mau (primeira versão 1976), Sinal de Alerta (1979), Tudo ou Nada (1987), entre muitas outras. No início da década de 1980, dirigiu o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ), tendo assumido o cargo por temer uma intervenção do Ministério da Educação e Cultura, visto que o presidente anterior havia pedido demissão. Durante o período em que presidiu o sindicato (1981-1982), foi aprovada a lei que regulamentou a profissão de ator. Morreu em 14 de julho de 2001, aos 77 anos, vítima de edema pulmonar.
Francisco Paulo Gaona nasceu em Ypacaraí, Paraguai, no dia 2 de abril de 1901, filho de Fermín Gaona e Casimira Guerrero. Foi professor, jornalista, militante sindicalista e historiador do movimento operário paraguaio. Formou-se professor pela Escola Normal do Paraguai em 1920. Posteriormente, ingressou na Escola Normal de Professores Presidente Franco, onde obteve o título de professor normalista em 1924. Estudou Direito até o quarto ano na Universidade Nacional de Assunção (UNA) entre 1925 e 1929. Em relação à sua atuação em sindicatos e associações de trabalhadores, foi secretário geral da Asociación Ferroviaria, subsecretário geral da Unión Obrera del Paraguay (1926), secretário geral da Confederación Nacional de Trabajadores (1936) e secretário geral da Confederación de Trabajadores del Paraguay (1939). Dedicou-se também a recolher documentos do movimento sindical, a partir dos quais, escreveu "Introducción a la Historia Gremial y Social del Paraguay". Editado em três tomos e considerada como a obra fundacional da história social e sindical do país, seu primeiro volume foi publicado quando o autor encontrava-se exilado em Buenos Aires, em 1967. Postumamente a morte do autor, em 1987 e 1990, publicou-se no Paraguai os tomos II e III da mesma obra. Na Argentina, Francisco Gaona teve também preponderante ação sindical e social, entre outras coisas, organizou a primeira greve do algodão no território nacional do Chaco - hoje Província do Chaco -, em 1934, foi co-fundador do Sindicato Único de Portuários Argentinos (SUPA), em 1944, e secretário geral do Sindicato União Pessoal Auxiliar de Casas Particulares (UPACP) até 1974. Sua atuação sindical sempre lhe causou perseguições. Morreu em Buenos Aires, Argentina, em 8 de março de 1980.
Os produtores são pesquisadores na área de História Social e as entrevistas foram colhidas com o objetivo de elaboração de trabalhos acadêmicos.
A Fundação Perseu Abramo (FPA) foi criada em 1996 pelo Partido dos Trabalhadores para desenvolver projetos de caráter político-cultural. Abriga o Centro Sérgio Buarque de Holanda Documentação e Memória Política, organismo que tem a responsabilidade de expandir o trabalho desenvolvido pelo Projeto Memória & História, instituído em 1997, visando estimular a pesquisa acadêmica sobre a história social brasileira e contribuir para recuperar a documentação produzida pelo Partido dos Trabalhadores, por militantes, lideranças e dirigentes partidários e pelos movimentos sociais a ele relacionados. Seu acervo é composto por documentos produzidos pelo PT desde 1980, uma coleção relativa aos movimentos pré-PT e significativa coleção de publicações e de audiovisuais editados pelo partido, por movimentos sociais, prefeituras, governos, parlamentos e organizações não-governamentais, nacionais e estrangeiras. Essa coleção de documentos foi microfilmada no contexto do Projeto de Microfilmagem do Acervo Histórico do Partido dos Trabalhadores, desenvolvido pelo Centro de Documentação "Sérgio Buarque de Holanda", tendo como objetivo a recuperação do arquivo do Partido dos Trabalhadores.
Para informações adicionais consulte: http://www.fpa.org.br/
Donald Pierson nasceu em Indianápolis, Estados Unidos, no dia 8 de setembro de 1900, filho de Robert Pierson e Mary Wilcox Pierson. Obteve seu doutorado pela Universidade de Chicago em 1939, com uma tese sobre as relações raciais no estado brasileiro da Bahia. Para tanto, realizou pesquisa de campo entre os anos de 1935 e 1937. Em seguida, foi um dos professores convidados a contribuir com a Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, onde trabalhou de 1939 a 1959, lecionando Sociologia e Antropologia Social. Foi coordenador da graduação entre 1943 e 1957 e também responsável pela formação da coleção de Ciências Sociais na biblioteca da instituição, a partir de doações da American Library Association, do American Council of Learned Societies. Fez parte também, a partir de 1946, do Instituto de Antropologia da Smithsonian Institution. Deve-se destacar o papel de Donald Pierson como um dos transmissores da chamada "Escola de Chicago", linha sociológica norte americana com forte influência no Brasil. Estudou e publicou sobre o preconceito de raça no Brasil. Entre suas publicações, destacam-se os livros: "Negros in Brazil" (1942, tradução em 1945 sob o título "Brancos e Pretos na Bahia"), "Cruz das Almas" (1953), "Race Relations in Portuguese America" (1955) e "Teoria e Pesquisa em Sociologia" (1965).