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A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística, ANPOLL, é uma entidade jurídica sem fins lucrativos, fundada em 21 de maio de 1984, por professores reunidos em Brasília, DF.
A principal característica dessa entidade é a capacidade de associar Programas de Pós-Graduação em Letras e Linguística das diversas instituições brasileiras, que funcionam através de Grupos de Trabalho (GT), agrupados por tema.
A ANPOLL é gerida por uma Diretoria, com mandato de dois anos, eleita com base em um programa de gestão, submetido à aprovação da Assembleia da Associação. Organiza encontros nacionais, que são realizados segundo uma norma: nos anos ímpares, se volta para uma discussão geral sobre a Pós-Graduação Brasileira, com a participação de coordenadores dos Programas de Pós-Graduação e dos Grupos de Trabalho; nos anos pares, concentra-se na discussão acerca dos Grupos de Trabalho e na articulação entre eles.
O objetivo da ANPOLL é incentivar o estudo, o ensino e a pesquisa, especificamente nas áreas de Letras e Linguística; promover a divulgação e o intercâmbio de trabalhos científicos produzidos nessas áreas; estimular os debates entre os responsáveis pelos estudos e pesquisas para que estas possam contribuir diretamente para a solução de problemas nacionais relacionados à língua e à linguagem; promover o intercâmbio docente e a cooperação entre as diversas instituições de pós-graduação e pesquisa; apoiar as iniciativas de seus associados e diligenciar o apoio necessário junto às agências de coordenação, de fomento e de financiamento da pós-graduação e da pesquisa existentes no país e no exterior.
Desde 1995, a ANPOLL publica a "Revista da ANPOLL", periódico que seleciona para cada número artigos baseados em temática estabelecida pelos participantes. A partir de 1997, a revista, que era anual, passou a ser publicada semestralmente.

Em São Paulo, durante a realização do II Instituto Brasileiro de Linguística, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística do Museu Nacional, o professor Joaquim Mattoso Câmara Jr., então presidente da Asociación de Lingüística y Filología de América Latina, ALFAL, convoca, no dia 9 de janeiro de 1969, diversos professores interessados na instalação da Associação Brasileira de Linguística.
Após historiar as iniciativas tomadas nesse sentido, o professor Mattoso Câmara informa que os objetivos daquela reunião eram a discussão e a aprovação dos estatutos da ABRALIN, e a eleição de uma diretoria pro-tempore.
Indicado para presidência da Associação, Mattoso Câmara, no entanto, propõe aos membros que o professor Aryon Dall'Igna Rodrigues, então coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguística do Museu Nacional e diretor do II Instituto Brasileiro de Linguística, assumisse o cargo.
Assim, o Conselho Científico foi integrado pelos professores Joaquim Mattoso Câmara Jr. (UFRJ), Nélson Rossi (UFBA), Isaac Nicolau Salum (USP), Geraldo Lapenda (UFPE), Jürn Jacob Philipson (USP) e Ataliba Teixeira de Castilho (FFCL de Marília, SP).

MARGARIDO, Alfredo

Alfredo Augusto Margarido nasceu em 5 de fevereiro de 1928, na freguesia de Moimenta, região de Vinhais em Portugal. Ficcionista, ensaísta, poeta, crítico literário, jornalista, tradutor, artista plástico e estudioso de problemáticas africanas.
Iniciou sua formação acadêmica na Escola de Belas Artes do Porto, onde realizou algumas exposições, ao lado das que fez em Lisboa, antes de seguir, a serviço do governo português, para o continente africano no início dos anos 50. Primeiro foi para São Tomé e Príncipe e, em seguida, para Angola, onde foi responsável pelo Fundo das Casas Econômicas.
Em 1953, inicia a sua obra literária com a publicação de "Poemas com Rosas". Em 1957 é expulso do território angolano devido a denúncias que fez - publicadas no "Diário Popular" de Lisboa - sobre as situações de descriminação racial que ocorriam no país. No período que ficou na África colaborou com várias publicações; entre elas, o "Boletim de Cabo Verde" e o "Boletim da Guiné".
Regressa para Portugal e se dedica ao jornalismo, dirigindo o suplemento literário do "Diário Ilustrado", fazendo crítica literária e críticas sobre artes plásticas. Em 1958, publica "Poema Para Uma Bailarina Negra", de inspiração surrealista. Na ficção, integra-se na tendência do noveau roman com "No Fundo Deste Canal" (1960) e "A Centopeia" (1961). Em 1961 publica o ensaio "Teixeira de Pascoais" e, no ano seguinte, lança – em parceria com Artur Portela Filho – "O Novo Romance", livro que divulga o noveau roman em Portugal. Em 1963 edita, nessa mesma linha literária, o romance "As Portas Ausentes". Em 1964 publica em Lisboa o ensaio "Negritude e humanismo" e se instala em Paris, onde se formaria em Ciências Socias na École des Haute Études en Sciences Sociales.
Por combater ativamente o colonialismo durante o período da ditadura, seu regresso a Portugal lhe era vetado. Nesse período, criou e co-dirigiu a revista "Cadernos de Circunstância" ao lado de um grupo de exilados portugueses: Manuel Villaverde Cabral, Jorge Valadas (conhecido também pelo pseudônimo de Charles Reeve), Fernando Medeiros, Alberto Melo, João Freire e José Maria Carvalho Ferreira.
Enquanto professor lecionou em várias universidades francesas (Paris, Vincennes e Amiens) e, após o 25 de Abril de 1974, retorna para Portugal e leciona em Lisboa. No Brasil, passará pela USP, Unicamp, UFRJ e UFPB.
Da vasta obra de Alfredo Margarido, muita da qual dispersa por jornais e revistas, destaque-se, além das citadas, os ensaios "Jean Paul Sartre" (1965), "A Introdução ao Marxismo em Portugal" (1975), "Ensaio Sobre a Literatura das Nações Africanas" (1980), "Fernando Pessoa/Santo Antônio, São João, São Pedro - introdução crítica e notas" (1986), "Plantas e Conhecimento do Mundo nos Séculos XV e XVI" (1989) em colaboração com Isabel Castro Henriques, "As Surpresas da Flora no Tempo dos Descobrimentos" (1994) e "A Lusofonia e os Lusófonos: novos mitos portugueses" (2000).
Também se notabilizou na tradução: Anouilh, Faulkner, James Joyce, Steinbeck, Dylan Thomas, Nietzsche, Saint-John Perse, Kafka, entre outros, fizeram parte de seu trabalho nesse campo.
Deixou uma vasta obra, muita da qual dispersa por obras coletivas – capítulos, introduções, prefácios, posfácios –, e por estudos espalhados em jornais e revistas culturais e científicas, nacionais e estrangeiras.
Uma parte da sua obra plástica foi reunida em "33+9 Leituras Plásticas de Fernando Pessoa" (1988) e em "Obra Plástica de Alfredo Margarido" (2007).
O espólio de Alfredo Margarido passou a integrar o acervo da Biblioteca Nacional de Portugal por doação do próprio em 2009.
Faleceu em Lisboa no dia 12 de outubro de 2010.