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Bernardo Beiguelman
Person · 1932 - 2010

O Prof. Dr. Bernardo Beiguelman (1932-2010), natural de Santos–SP, é amplamente reconhecido como um dos pioneiros da Genética Médica no Brasil. Sua atuação visionária na área deixou um legado significativo na pesquisa, no ensino e na estruturação da genética médica no país.

Trajetória Acadêmica

Formado em História Natural pela USP (1953), obteve o título de Doutor em Ciências Biológicas pela mesma instituição em 1961 e tornou-se Livre-docente em Genética pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP em 1969. Beiguelman fundou em 1963 o Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM/Unicamp), o primeiro no Brasil dedicado exclusivamente à área. Além disso, criou o Ambulatório de Genética Clínica em 1969, consolidando a genética como parte essencial da prática médica.

Na Unicamp, foi também o primeiro Pró-Reitor de Pós-Graduação e atuou como professor e coordenador do Departamento de Genética Médica até sua aposentadoria em 1997. Em reconhecimento por suas contribuições, foi nomeado Professor Emérito da Unicamp em 2004.

Contribuições Científicas

As pesquisas de Beiguelman abordaram temas inovadores e de grande impacto na genética médica e na saúde pública. Entre seus trabalhos mais notáveis estão:

  • Resistência e suscetibilidade hereditária à hanseníase (lepra): pioneiro no estudo da influência genética na vulnerabilidade à doença.
  • Genética antropológica: estudos sobre diversidade genética de populações brasileiras.
  • Epidemiologia de gêmeos: pesquisas que ampliaram o entendimento sobre a biologia da reprodução humana.
  • Epidemiologia genética na Amazônia: investigações sobre doenças transmissíveis comuns na região.

Seus estudos trouxeram informações importantes sobre a interação entre genética e saúde, ajudando a moldar políticas públicas e estratégias de prevenção.

Reconhecimentos e Participações

Dr. Beiguelman acumulou uma série de homenagens e títulos ao longo de sua carreira. Ele foi:

  • Conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 1972 e 1992.
  • Presidente da Sociedade Brasileira de Genética e da Associação Latino-Americana de Genética (1970-1972).
  • Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.
  • Recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (2004) e a Medalha do CNPq (1981), além de homenagens em diversos eventos científicos e placas comemorativas na Unicamp.

Legado

O trabalho de Bernardo Beiguelman não apenas abriu caminhos para o desenvolvimento da Genética Médica no Brasil, mas também contribuiu para o avanço global na compreensão de doenças hereditárias e transmissíveis. Seu impacto vai além da pesquisa, refletindo-se na formação de gerações de profissionais e no fortalecimento da ciência brasileira.

Person · 1943 - atualmente

O Prof. Dr. Fortunato Antônio Badan Palhares, nascido em São Paulo–SP em 27 de junho de 1943, é um renomado médico legista, professor universitário e pesquisador com uma vasta trajetória acadêmica e profissional, especialmente na área de Medicina Legal. Sua formação acadêmica é extensa e diversificada, abrangendo cursos técnicos, graduações, especializações e doutorado. Ele concluiu o Curso Técnico de Laboratório de Análises Clínicas pela FCM/Unicamp em 1967, formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra, Portugal (1967-1971), e também pela FCM/Unicamp (1971-1974). Em 1985, obteve seu doutorado na Unicamp, com a tese intitulada "Efeitos Lesivos Causados pelo Uso Indiscriminado do Gás Lacrimogênio ‘CN’". Além disso, especializou-se em Medicina Legal pelo Conselho Federal de Medicina do Estado de São Paulo.

Trajetória na Unicamp

Na Unicamp, destacou-se por sua atuação tanto acadêmica quanto administrativa. Foi técnico de laboratório no Departamento de Histologia e assumiu diversas funções como docente no Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal, que posteriormente originou o Departamento de Medicina Legal. Sua progressão acadêmica incluiu cargos de Professor Assistente e Professor Doutor, alcançando posições de liderança, como chefe e vice-chefe do departamento em diferentes períodos (1986-1995). Também coordenou importantes iniciativas, como a integração do Centro Regional de Maus Tratos na Infância ao departamento e o emblemático Projeto Ossadas de Perus (1990-1991), que visava identificar restos mortais de vítimas de violência política durante a ditadura militar brasileira.

Entre outras responsabilidades, foi coordenador de disciplinas na área de Medicina Legal, membro da Comissão de Ética Médica e presidente da Comissão de Revalidação de Diplomas Estrangeiros da FCM/Unicamp, além de atuar no setor pericial do departamento.

Atuação Externa

Fora da Unicamp, Dr. Badan Palhares contribuiu em instituições como o Instituto de Anatomia Patológica e Citopatologia de Campinas, Pontifícia Universidade Católica de Campinas e o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo e Campinas, onde atuou como médico legista efetivo. Foi professor de Medicina Legal no Instituto Médico Legal de São Paulo e na Academia Nacional de Polícia de Brasília. Também ocupou cargos de liderança em entidades como a Sociedade Brasileira de Medicina Legal, sendo vice-presidente em 1986, e o Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância.

Reconhecimentos e Impacto

Sua carreira é marcada pela excelência no ensino, pesquisa e prática médica, com contribuições significativas à Medicina Legal, perícia forense e ética médica. Foi consultor “ad hoc” de importantes órgãos de pesquisa e membro ativo em conselhos e comissões dedicadas à ética médica, evidenciando seu compromisso com a formação de profissionais e o fortalecimento da ciência no Brasil.

Dr. Badan Palhares é reconhecido como um dos principais especialistas brasileiros em Medicina Legal, com impacto relevante na formação acadêmica, perícia científica e investigações que contribuíram para a justiça e a preservação dos direitos humanos.

Centro de Memória e Arquivo
Corporate body · 2008 - atualmente

O Centro de Memória e Arquivo da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) é uma unidade dedicada à preservação, organização e disseminação do patrimônio documental da instituição. Inaugurado em 26 de maio de 2008, o Centro integra três componentes principais: o Arquivo Setorial, o Grupo de Estudos História das Ciências da Saúde (GEHCSaúde) e a Comissão Setorial de Arquivos. Sua missão é garantir a preservação e o acesso às informações contidas em seus acervos, beneficiando tanto a comunidade acadêmica quanto o público externo, com foco em atividades de pesquisa, educação e promoção do conhecimento.

Estrutura Física

O Centro ocupa uma área de 600 m², organizada para atender suas diversas funções:

  • Recepção e Atendimento ao Pesquisador: espaço que também abriga atividades de catalogação e digitalização de documentos.
  • Área Administrativa: suporte para as operações internas.
  • Sala do Acervo Histórico: destinada à guarda de documentos em caráter permanente.
  • Sala do GEHCSaúde: utilizada para reuniões, apresentações e atividades relacionadas ao grupo de estudos.
  • Espaço Técnico: dedicado à higienização e ao processamento técnico da documentação.

Grupo de Estudos História das Ciências da Saúde (GEHCSaúde)

O GEHCSaúde foi criado em março de 2007 com o objetivo de fomentar o ensino, a pesquisa e a extensão relacionados à história das ciências da saúde. Seu foco está em promover uma compreensão aprofundada e contextualizada das ciências da saúde sob uma perspectiva histórica, abrangendo tanto estudos gerais quanto temas específicos de interesse da comunidade científica da FCM. O grupo também organizou eventos e promoveu ações educativas voltadas à valorização da história da área da saúde.

Contribuição para a Comunidade

O Centro de Memória e Arquivo da FCM desempenha um papel estratégico na preservação do patrimônio histórico da instituição, disponibilizando informações valiosas que auxiliam na produção de conhecimento e na valorização da história das ciências da saúde. Por meio de seu acervo e de atividades como digitalização, pesquisas históricas e eventos, o Centro busca conectar o passado ao presente, proporcionando um legado documental que beneficia tanto a academia quanto a sociedade.

Carlos Ricardo Rosa
Person · 1964 - atualmente

Carlos Ricardo Rosa é um músico, regente e professor com uma formação acadêmica e artística de destaque, especialmente ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Sua trajetória combina uma sólida formação em música, incluindo performance, regência e composição, com uma graduação em Física, demonstrando um perfil multifacetado.

Formação Musical

Carlos Ricardo Rosa iniciou seus estudos musicais em 1986, destacando-se por sua dedicação a diversas áreas da música:

  • Flauta doce: Estudou com Alexander Amaral e Valéria Bittar.
  • Análise, harmonia e composição: Recebeu orientação de Maria Helena Rosas Fernandes e outros renomados professores.
  • Percussão: Aprendeu com Glória Pereira da Cunha e André Juarez.
  • Técnica vocal e canto: Estudou com Cecília Valentim, Adriana Giarola e Niza Tank.
  • Regência coral e orquestral: Aprofundou-se com mestres como Kay Brown, Eduardo Navega, Benito Juarez e o sueco Erik Westberg.

Possui formação acadêmica diversificada:

  • Bacharel em Música – Regência pela Unicamp (1996).
  • Bacharel em Física pela Unicamp (1998).
  • Mestre em Artes – Música, com pesquisa em Estruturação Musical, também pela Unicamp (1998), sob a orientação da Profa. Maria Lúcia Pascoal.
  • Atualmente, realiza seu Doutorado em Música, complementando sua extensa trajetória acadêmica.

Atuação Artística

Rosa desenvolveu um trabalho consistente como regente, compositor e solista. Entre suas realizações:

  • Atuou em grupos de música antiga, como Pró-Música Antiga, Banda Modalis e Trio Ars Camjaraunis, explorando repertórios da Idade Média, Renascença, Barroco e do século XX.
  • Foi tenor solista na Missa em Sí Bemol Maior (1801) de Padre José Maurício, sob regência de Déborah Rossi (1992).

Como regente, dirigiu peças icônicas, incluindo:

  • Cantatas de Johann Sebastian Bach, como BWV 106 Actus Tragicus e BWV 56 Ich Will den Kreuzstab gerne tragen.
  • Ópera Dido e Aeneas de Henry Purcell (1995).
  • Obras orquestrais como a Sinfonia nº 4 de Robert Schumann (1996).
  • Grandes peças sacras como o Gloria de Antonio Vivaldi (2000).

Contribuições à Unicamp

Carlos Ricardo Rosa tem uma ligação profunda com a Unicamp, onde dirigiu importantes grupos musicais, como:

  • Coral Recital/ITAL.
  • Coral Vozes/Unicamp, com o qual lançou, em 2001, o CD Coletânea.

Além disso, liderou o Coral Vozes/FCM/Unicamp na conquista do 1º lugar no I Festival de Artes do Trabalhador do Serviço Público (2001), destacando-se pela qualidade de sua regência.

Legado

A trajetória de Carlos Ricardo Rosa combina excelência artística e acadêmica, consolidando-o como uma referência na regência coral e na música erudita brasileira. Sua contribuição vai além das apresentações, impactando a formação musical de novos talentos e promovendo a música como um elemento transformador na sociedade.

Corporate body · 1979-1990

A história do Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) começa em fevereiro de 1979, quando mulheres lésbicas passaram a participar das reuniões do Grupo SOMOS, coletivo militante homossexual pioneiro da cidade de São Paulo. Dois meses depois, em abril, os editores do jornal carioca “Lampião da Esquina” fizeram um convite para que as mulheres do SOMOS produzissem um artigo sobre homossexualidade feminina, matéria que foi publicada na edição de maio daquele ano sob o título “Nós também estamos aí”. Logo após esse evento, algumas integrantes do grupo que se reuniu para a elaboração do texto decidiram formar um subgrupo exclusivamente de mulheres dentro do SOMOS, oficializando-o como subgrupo Lésbico-Feminista em junho de 1979. As razões para essa decisão estariam na necessidade de se dar continuidade às discussões especificamente lésbicas, episódios de machismo vivenciados nos subgrupos mistos do SOMOS e o fato de o grupo não tomar posição quanto a dupla discriminação sofrida pelas lésbicas, como mulheres e homossexuais. A partir de então, o subgrupo Lésbico-Feminista passou a desenvolver uma série de atividades autônomas, aproximando-se também do movimento feminista: elaborou um roteiro lésbico da cidade de São Paulo a partir de entrevistas sobre locais abertos às mulheres homossexuais; participou da II Semana Feminista de Campinas realizada em outubro de 1979; integrou as reuniões de organização do II Congresso da Mulher Paulista, realizado nos dias 8 e 9 de março de 1980 no Teatro da PUC-SP, onde pôde enriquecer as discussões sobre a sexualidade feminina; participou do I Encontro Brasileiro de Grupos Homossexuais Organizados (I EBHO) e do I Encontro Brasileiro de Homossexuais, realizados nos dias 4, 5 e 6 de abril de 1980, onde levantou a questão do machismo gay e da importância da formação de coletivos compostos exclusivamente por mulheres. Contudo, o acirramento das divergências com os demais integrantes do SOMOS levaram a grande maioria das mulheres do subgrupo à declarar sua autonomia em 17 de maio de 1980, dando início ao Grupo Lésbico-Feminista (LF). Por essa época, o coletivo participou das manifestações em repúdio à violência policial empreendida contra homossexuais e prostitutas no centro de São Paulo; do I Encontro dos Grupos Feministas de São Paulo (mais conhecido como encontro de Valinhos), realizado nos dias 21 e 22 de junho de 1980; e dividia uma sede localizada no bairro Vila Madalena com o grupo feminista Brasil-Mulher. Em outubro de 1980, o Grupo Lésbico-Feminista sofre um racha devido a uma série de conflitos internos, o que resulta na saída de algumas militantes. Entre as dissidentes, uma parte criaria o grupo Terra Maria – Opção Lésbica (de curta duração) e outras passariam a atuar em organizações feministas como o SOS Mulher. Mesmo reduzido e abalado por conta dessas saídas, o grupo conseguiu persistir, com altos e baixos, até meados do ano seguinte. Nos dias 8 e 9 de março de 1981, participou do III Congresso da Mulher Paulista, onde realizou o lançamento do jornal “Chanacomchana”. Em 25 e 26 de abril, participou do I Encontro Paulista de Grupos Homossexuais Organizados (I EPHO), realizado na Faculdade de Ciências Sociais da USP. Seguiu ainda com algumas atividades de menor relevância até julho de 1981, quando suas militantes se dispersaram. Em 17 de outubro de 1981, as remanescentes do LF Míriam Martinho e Rosely Roth (1959-1990) decidiram então fundar o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) com novas colaboradoras. O grupo retoma a publicação do periódico “Chanacomchana” em dezembro de 1982, desta vez em formato de boletim. Dividiram uma sede por três anos com o Grupo Outra Coisa – Ação Homossexualista. Em 1984, tentaram dividir um espaço com o Centro Informação Mulher (CIM), o que acabou não funcionando. A partir de 1985, o GALF passou a reunir-se na casa de uma de suas integrantes e assim permaneceu até o seu final em 1990. Junto dos demais grupos do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB), participou da campanha vitoriosa pela desclassificação da homossexualidade como transtorno e desvio sexual, adotada pelo INAMPS. Em 1990, em um novo ciclo de ativismo, integrantes do já extinto GALF (Luíza Granado e Míriam Martinho) fundaram a Rede de Informação Um Outro Olhar, que foca seu trabalho na coleta e veiculação de informações sobre lesbianidade, homossexualidade e feminismo como instrumentos de conscientização lésbica e de conquista de cidadania.