Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1931-2013 (com lacunas) (Produção)
Nível de descrição
Fundo
Dimensão e suporte
1.994 documentos: 1.252 textuais, 712 iconográficos e 30 audiovisuais.
Área de contextualização
Nome do produtor
História administrativa
Em 19 de maio de 1901, Luiz Dias Araújo, mais um grupo de pessoas, fundou a Sociedade Beneficente Antônio Bento, em Piracicaba, interior de São Paulo. O objetivo inicial era recolher fundos para a comemoração anual do 13 de Maio. Sem uma sede própria, realizavam festas no largo da Igreja Santa Cruz e no pátio da Escola Agrícola. Em 1908, os estatutos da associação foram reformulados e esta passou a denominar-se Sociedade Beneficente 13 de Maio. A mudança do nome é em parte atribuída à resistência da sociedade local à figura de Antônio Bento, identificado com a ala radical do movimento abolicionista. Mas também é possível que a inscrição da data da abolição no nome da entidade acompanhasse um movimento feito, naquele momento, por outras agremiações no estado de São Paulo. A aproximação com a tônica mais geral que envolvia a organização das sociedades negras nesse período também se revela no novo estatuto, que define ajuda mútua (de socorros médicos, pecuniários e funerários), estímulo à instrução e educação, além de auxílio jurídico como as metas principais da entidade. Sendo assim, ampliando suas atividades, a Sociedade passou a oferecer serviços médicos e farmacêuticos, assistência jurídica, bem como ajuda financeira e funerária aos sócios e suas famílias. Havia também a preocupação em garantir aos negros e negras de Piracicaba um espaço de convivência, onde pudessem desenvolver ações culturais, esportivas e de lazer. Durante toda a sua trajetória, a Sociedade enfrentou dificuldades. Em 1914, problemas financeiros e disputas políticas internas levaram à desativação da agremiação, que foi refundada em 1921. Um marco importante desse momento foi a criação do jornal “O Patrocínio”, empreendimento que envolveu membros destacados da Sociedade, como Alberto de Almeida. Conseguiu ter uma sede própria somente em 1948, localizada na Rua 13 de Maio. Muitos membros da Sociedade trabalharam na construção da sede, o que demonstra sua importância para a população negra piracicabana. Em 1948, depois da sede própria, a Sociedade ganhou também um novo estatuto. Naquele momento, o enfoque maior era a educação, com destaque para a criação do Curso Musical Luiz Gama e do Curso de Alfabetização de Adultos, em funcionamento desde 1935. Além disso, foi pensada a construção de um jardim de infância e de escolas de educação doméstica para os filhos e filhas dos associados. Esse interesse pela instrução dos sócios teve continuidade no estatuto de 1963. A promoção de festas em comemoração à abolição da escravidão sempre permaneceu como atividade importante da Sociedade Beneficente 13 de Maio, constituindo momento de destacada visibilidade pública da entidade. A realização de eventos, como desfiles de escolas de samba e concursos de beleza, constam nas atividades promovidas pela Sociedade 13 de Maio entre as décadas de 1940 e 1980. Atualmente, a Sociedade continua em funcionamento, apesar de contar com redução drástica no número de sócios, principalmente entre os mais jovens, sendo necessário o aluguel de partes da sede para a manutenção do espaço.
Entidade custodiadora
História do arquivo
O primeiro contato com a Sociedade Beneficente 13 de Maio foi feito por Mário Augusto Medeiros da Silva, durante pesquisas para a elaboração do parecer técnico UPPH/Condephaat nº GEI-272-2013. Já no âmbito do projeto “As Cores da Cidadania: os clubes negros do estado de São Paulo (1897-1952)”, financiado pela Fapesp (processo n. 2017/06218-9), foram feitos novos contatos e, em junho de 2018, foi acertado o empréstimo temporário do acervo da Sociedade com sua presidente e representante, senhora Conceição Sandoval. A documentação chegou ao AEL em agosto de 2018, quando foi higienizada, identificada e organizada arquivísticamente, passando em seguida pelo processo de digitalização. Devidamente acondicionado, o acervo foi devolvido à Sociedade, ficando os arquivos digitais depositados no repositório AEL. Essas tarefas foram realizadas por bolsistas SAE/Unicamp e de Treinamento Técnico da Fapesp, sob orientação dos técnicos do AEL e dos docentes vinculados ao projeto mencionado acima.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Doação do Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (Cecult) em 2019.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
O fundo reúne documentos textuais, iconográficos e audiovisuais referentes ao funcionamento e principais atividades da Sociedade Beneficente 13 de Maio, tais como estatutos, registros de eventos, inscrição de novos associados, comunicação interna, contratos, procedimentos jurídicos, atas de reuniões, lista de presença (do Curso de Alfabetização de Adultos), projetos estruturais da sede, reportagens, entre outros. Ainda que a fundação da Sociedade remonte à 1901 (com alteração para o nome atual em 1908), só foi possível identificar documentos com data a partir de 1940.
Avaliação, seleção e eliminação
Ingressos adicionais
Não são esperadas novas incorporações.
Sistema de arranjo
O conjunto documental foi organizado em dez grupos: 1) Organização e funcionamento, 2) Conselho deliberativo, 3) Associados, 4) Recursos humanos, 5) Comunicação, 6) Projetos de ação política, educacional e cultural, 7) Eventos, 9) Correspondência e 10) Finanças e Patrimônio, com seus respectivos subgrupos, séries e dossiês.
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Consulta livre.
Condiçoes de reprodução
É permitida a reprodução (cópia parcial ou integral) dos documentos do acervo do AEL mediante a assinatura do termo de responsabilidade. No caso de uso de direitos autorais e de imagem consulte a LDA - n. 9.610/98 e outras legislações pertinentes.
Idioma do material
- português do Brasil
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
O upload do instrumento de pesquisa foi concluído
Área de materiais associados
Existência e localização de originais
Os originais encontram-se em posse da Sociedade Beneficente 13 de Maio.
Existência e localização de cópias
Reproduções disponíveis no repositório digital do AEL.
Unidades de descrição relacionadas
Nota de publicação
OLIVEIRA, José F.; TERCI, Eliana T. A fala, o texto e a imagem negra na região de Piracicaba: a Sociedade Beneficente 13 de Maio. Piracicaba: Unimep, 1991.
Nota de publicação
ORSI, Bernadete. Clube 13 de Maio: um estudo sobre um território negro na área urbana de Tijucas. Monografia (Aperfeiçoamento/Especialização em Educação, Relações Raciais e Multiculturalismo). Florianópolis: Udesc, 1999.
Nota de publicação
TERCI, E. T.; OLIVEIRA, J. F. Sociedade Beneficente 13 de Maio: memória e cidadania. Piracicaba: Unimep, 1991.
Nota de publicação
TERCI, E. T.; OLIVEIRA, J. F. História e memória negra na região de Piracicaba: a Sociedade Beneficente 13 de Maio. Impulso: Piracicaba, ano 3, n. 5, p. 5-20, 1º sem. 1989.
Área de notas
Nota
Veja também a exposição virtual “Sociedade Beneficente 13 de Maio: um clube negro do interior de São Paulo”, disponível em: https://www.expo.ifch.unicamp.br/portal/SB13.
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ponto de acesso nome
Pontos de acesso de gênero
Área de controle da descrição
Identificador da descrição
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
Descrição baseada em: CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS (CIA). ISAD (G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.
Estado atual
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão, eliminação
04/2019 (criação)
Idioma(s)
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Nota do arquivista
Conjunto documental organizado por Flávia Teles, Tábita Barbosa, Jéssica Cristina Rosa, Gabriel Antonio Bonfim Seghetto, Ana Vitória Cavalcante Santos, Diego Malta da Silva, Guilherme Henrique de Souza Pires, João Vitor Valeriano, Gisele de Oliveira Bezerra e Maykon Norberto do Nascimento, bolsistas SAE/Unicamp e de Treinamento Técnico da Fapesp, sob orientação de Lívia Cristina Corrêa e Tainá Guimarães Paschoal, e supervisão de Sílvia Rosana Modena Martini, técnicas da Seção de Processos Técnicos e Atendimento do AEL. Descrição arquivística elaborada por Jéssica Cristina Rosa, Flávia Teles e Tábita Barbosa.