Área de identificação
Tipo de entidade
Forma autorizada do nome
DUARTE, Paulo Alfeu Junqueira Monteiro.
Forma(s) paralela(s) de nome
Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras
Outra(s) forma(s) de nome
identificadores para entidades coletivas
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Datas de existência
Histórico
Paulo Alfeu Junqueira Duarte nasceu na cidade de São Paulo, em 17 de novembro de 1899, filho de Hermínio de Monteiro Duarte e de Jovina Junqueira Duarte. Estudou no instituto Champagnat, no Ginásio de São Paulo e São Bento, no Externato Pereira Barreto e no Externato Alfredo Paulino. Diplomou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo. Desenvolveu, ao longo de sua vida, as atividades de cronista, memorialista, ensaísta e tradutor, utilizando-se em suas obras de inúmeros pseudônimos, tais como Alfeu Caniço, Caniço Filho, Gabica Diniz e Tietê Borda. Ele foi um dos fundadores do Departamento Cultural da Cidade de São Paulo, da Universidade de São Paulo, e foi fundador da revista Anhembi, foi também político, professor, diretor de diversos jornais e revistas e membro da Sociedade Paulista de Escritores. Iniciou sua carreira no jornal 'O Estado de São Paulo' (1919), como revisor, foi repórter responsável pelas notícias sobre o governo e chegou ao cargo de editor-chefe, no final dos anos 40, além disso, participou de importantes episódios da vida política e cultural paulista, atuou na revolução constitucionalista e, por isso, permaneceu exilado por cerca de um ano, ajudou a articular a oposição ao Partido Republicano Paulista, engajando-se, junto com industriais emergentes, no Partido Democrático, exerceu também a função de consultor jurídico do prefeito de São Paulo e conseguiu-se eleger-se deputado estadual pelo Partido Constitucionalista. Em 1938, foi exilado pelo Estado Novo, condição que permaneceu até 1945, vivendo a maior parte do tempo na França. Em 1950, deixou o jornal e fundou a revista Anhembi, nesta revista abriu-se espaço para que intelectuais brasileiros e estrangeiros publicassem suas pesquisas acadêmicas, até 1962, quando ele foi obrigado a fechar a revista por razões econômicas. Durante a existência da revista, ele foi palco de embates com personalidades da política da época, como Adhemar de Barros e Getulio Vargas, ao mesmo tempo em que o jornalista causava polêmica devido a uma incompreendida amizade com Jânio Quadros. Ele desenvolveu ao longo de sua vida um grande paixão pela antropologia, paixão que foi despertada pelo professor Hermann von Hering, foi, também, discípulo de Paul Rivet, criador do Museu de l´Homme e quem estimulou Paulo Duarte a criar o Instituto de Pré-História. Entre suas amizades no campo das letras, foi amigo, entre outros importantes nomes, de Mário de Andrade, Érico Veríssimo e de Monteiro Lobato. Apesar de, ao que tudo indica, ter tido participação efetiva na criação da USP, não foi reconhecido como um dos fundadores da Instituição. Fundou, em 1962, o Instituto de Pré-História, que depois foi absorvido pela USP. Desenvolve também a atividade de professor universitário e, devido a suas aulas, foi responsável por muitas polêmicas, principalmente devido as criticas que fazia à situação interna do país no período da ditadura. Sua obra é composta por: 'Sob as arcadas' (crônicas), 1927; 'Agora Nós' (crônicas), 1927; 'Que é que há?' (pequena história de uma grande pirataria), 1931; 'Um conluio moral'(ensaio), 1934; 'Variações sobre a gastronomia' (ensaio), 1944; 'Prisão, exílio, luta' (política), 1946; 'Departamento de Cultura, vida e morte de Mário de Andrade', 1946; 'Palmares pelo avesso' (crônicas), 1947; 'Versos de Trilussa' (tradução), 1954; 'O espírito das catedrais' (memória), 1958; 'Paul Rivet por ele mesmo' (tradução), 1960; 'O resto não é silêncio...', 1965; 'O processo dos rinocerontes', 1969; 'Mário de Andrade por ele mesmo' (cartas, prefácio de Antônio Cândido), 1971; 'Memórias', 1974, 'Raízes profundas (2ª ed.)', memórias, 1975; 'Memórias: vou-me embora pra Pasárgada', 1979; 'Memórias n. 9: e vai começar uma era nova', [s.d.].