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Registro de autoridade
Entidade coletiva

Grupo SOMOS de Afirmação Homossexual

  • Entidade coletiva
  • 1978-1984

O início do que viria a ser o Grupo SOMOS, considerado o primeiro coletivo paulista de militância homossexual, remonta à maio de 1978 quando um pequeno grupo de homens homossexuais decidiu se reunir periodicamente a fim de discutir questões relacionadas à homossexualidade. A proposta era possibilitar o encontro desses indivíduos para além dos ambientes habituais de sociabilidade e proporcionar um espaço em pudessem relatar suas histórias, trocar experiências e desenvolver uma maior conscientização sobre a própria sexualidade. Os encontros foram denominados “reuniões de identificação” e aconteciam, na maioria das vezes, nas residências dos próprios integrantes. A primeira manifestação pública desse grupo ocorreu através da divulgação de uma carta de protesto dirigida ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, na qual reclamavam da forma sensacionalista e preconceituosa com que a imprensa retratava os homossexuais. Receosos de se exporem ao grande público, seus membros optaram por assinar o documento com o nome coletivo “Núcleo de Ação pelos Direitos dos Homossexuais”. Em fins de agosto de 1978, o grupo promoveu uma reunião ampliada para outros homossexuais no Teatro da Praça, no bairro paulistano de Santa Cecília. Como forma de acolher novos participantes, foi proposta a criação de vários subgrupos de identificação sendo que, periodicamente, haveria uma reunião geral com a participação de todos. Em dezembro do mesmo ano, foi rebatizado como Grupo SOMOS de Afirmação Homossexual, em alusão ao título da primeira revista homossexual da América Latina, publicada em 1973 pela Frente de Liberación Homosexual da Argentina. Em fevereiro de 1979, participou de um debate público sobre grupos sociais discriminados no Brasil (negros, mulheres, indígenas e homossexuais), realizado no campus da Universidade de São Paulo (USP). Sua atuação nas discussões sobre homossexualidade foi um grande marco na história do grupo, que nessa época estava próximo de completar um ano de existência. A partir desse evento, mais pessoas passaram a fazer parte do SOMOS, inclusive mulheres e, ao final do primeiro semestre daquele ano, suas reuniões juntavam quase uma centena de participantes. O grupo fazia ampla divulgação de suas atividades no jornal carioca “Lampião da Esquina”, criado um mês antes do SOMOS e que também contava entre seus editores com um membro fundador do grupo, o escritor João Silvério Trevisan. No entanto, o relacionamento de alguns integrantes do SOMOS com o periódico acabou se tornando um dos muitos focos de tensão que começaram a surgir dentro do grupo. Apesar de seu aspecto positivo, o crescimento do número de participantes tornava cada vez mais evidente a pluralidade de opiniões e posições políticas entre seus membros. Entravam em conflito duas visões de como deveria ser, de fato, a atuação do coletivo: se ater às questões exclusivamente relacionadas à experiência homossexual ou alinhar-se também às demais pautas do campo da esquerda junto de outras organizações políticas. Além disso, as mulheres, que já haviam organizado um subgrupo lésbico-feminista dentro do SOMOS, reclamavam da falta de representação de suas demandas específicas enquanto mulheres lésbicas e também do comportamento machista por parte de diversos homens do grupo. Logo após a realização do “I Encontro Brasileiro de Homossexuais” e do “I Encontro de Grupos Homossexuais Organizados” em abril de 1980, o SOMOS sofre um grande racha onde diversos integrantes comunicam a sua saída do grupo. Os dissidentes seriam responsáveis pela criação de dois novos coletivos: o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) e o Grupo Outra Coisa – Ação Homossexualista. Após esse episódio e nova reestruturação interna, o SOMOS finalmente conseguiu estabelecer-se em uma sede na Rua Abolição, no bairro da Bela Vista, local onde promoveu inúmeras atividades como festas, debates e até um clube de cinema. Também passou a publicar o boletim “O Corpo” e participou de ações conjuntas do movimento homossexual como manifestações em repúdio à violência policial contra homossexuais e a campanha pela desclassificação da homossexualidade como “desvio e transtorno sexual”, adotada pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Contudo, a falta de um rumo ideológico mais concreto, problemas financeiros e dificuldades em conseguir novos membros levaram o Grupo SOMOS a entregar sua sede e encerrar as atividades em meados de 1984.

Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes

  • Entidade coletiva
  • 1931-

Fundado em 1931 como Leprosário Pirapitingui, depois denominado Asilo Colônia Pirapitingui, foi criado para abrigar vítimas da hanseníase quando a doença ainda era vista com preconceito e os procedimentos de saúde pública impunham o isolamento. Os pacientes viviam no Asilo Colônia, constituindo ali família e recriando seu mundo sociocultural (Rádio Colônia Pirapitingui), sendo muitas vezes ali mesmo enterrados (Cemitério São José) em função da perda de contato com os familiares. Hoje, o antigo complexo abriga o Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes.

Organização Revolucionária Marxista – Política Operária

  • Entidade coletiva
  • 1961-1967

A Organização Revolucionária Marxista – Política Operária foi fundada em 1961, em Jundiaí, São Paulo. No fim de 1967 e início de 1968 o que havia restado da POLOP se fundiu com a dissidência leninista do PCB no Rio Grande do Sul e fundou-se o Partido Operário Comunista (POC). Em abril de 1970, um grupo de militantes se desligou do partido e voltou a constituir a POLOP, rebatizada como Organização de Combate Marxista-Leninista Política Operária (OCML-PO). Em 1976 surge o Movimento pela Emancipação do Proletariado (MEP); sendo, ambos, POC e MEP dissidentes da POLOP.

Hospital Psiquiátrico do Juqueri

  • Entidade coletiva
  • 1898-2021

O Asilo de Alienados do Juqueri foi inaugurado em 1898, no atual município de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo, por uma iniciativa do governo do estado. Teve como idealizador e primeiro diretor o médico psiquiatra Francisco Franco da Rocha, que buscou nas colônias agrícolas de reabilitação francesas a inspiração para o empreendimento. As obras, iniciadas em 1895, ocuparam uma área de 150 hectares, com projetos dos arquitetos Emílio Olivier e Francisco de Paula Ramos de Azevedo. No início de seu funcionamento, o Asilo Hospital de Juqueri possuía fama de excelência, atendendo não apenas aos cidadãos mais humildes como também pessoas da alta sociedade. No entanto, logo passou a ter problemas com o rápido crescimento do número de pacientes, ultrapassando a capacidade máxima pela primeira vez em 1909. Após mudanças de conduta que passaram a separar pessoas com doenças mentais daquelas condenadas e internadas por ordem judicial, o Asilo passou a denominar-se Hospital e Colônia de Juqueri, em 1929. Apesar disso, continuou enfrentando a superlotação, chegando a ter cerca de 14 mil internos entre os anos de 1960 e 1970. Na década de 1980, denúncias de maus tratos e desvios de verba eram frequentes. Por conta disso, nos anos seguintes, teve sua estrutura funcional redefinida, quadro de profissionais aumentado e o protocolo de confinamento abolido, optando-se pela não hospitalização, pelo atendimento ambulatorial e pela inserção na sociedade. Encerrou as atividades em 1 de abril de 2021, com a transferência dos nove últimos pacientes que ali viviam.

Curtume Brasil

  • Entidade coletiva
  • 1915-1996

O Curtume Brasil, também conhecido como Curtume Firmino Costa, foi fundado em 1915 na cidade de Campinas, estado de São Paulo. Localizava-se na Vila Industrial, primeiro bairro operário da cidade, próximo aos curtumes Cantúsio e Companhia Curtidora Campineira de Calçados, bem como das Companhias de Estradas de Ferro Paulista e Mogiana.

Fábrica de Tecidos Carioba

  • Entidade coletiva
  • 1875-1976

A Fábrica de Tecidos Carioba foi fundada em 1875 na cidade de Americana, estado de São Paulo. Estava localizada próxima às vias férreas e fluviais (Estação Santa Bárbara, Rio Piracicaba e Ribeirão Quilombo), onde encontrou os requisitos básicos para a sua instalação e desenvolvimento, alcançando importância relevante entre as indústrias que nasceram no final do século XIX na região de Campinas e marcando o início das grandes tecelagens paulistas.

Em 1901, após dificuldades financeiras, a tecelagem foi adquirida pelo comendador alemão Franz Müller (depois Franz Müller Carioba) e outros. A Vila Operária ali existente foi ampliada em sua infraestrutura e no início da década de 1920 a fábrica empregou mais de 700 operários, a maioria imigrantes italianos, chegando a 2 mil no início da década de 1940. O pequeno centro fabril, que se expandiria no futuro, inovou com tecnologia e criatividade, destacando-se o fornecimento de energia elétrica para a região, gerada na própria usina, e a preocupação com maior rendimento das sementes de algodão e de outros grãos.

Desde sua fundação até 1976, data de sua extinção, a fábrica obteve várias denominações e proprietários de diversas nacionalidades, a saber: Souza Queirós, Ralston & Cia.; Clement H. Wilmot &Cia. (1882); Jorge & Clement Wilmot e outros; Cia. de Tecidos Carioba (1889); Rawlinson, Müller & Cia. (1901); Fiação e Fábrica de Tecidos de Algodão "Carioba" (1911); Müller Carioba & Cia. (1930); Grupo J. J. Abdalla (1944).

Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro

  • Entidade coletiva
  • 1945-

A Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro foi fundada em 28 de setembro de 1945 por um grupo de quatorze trabalhadores ferroviários da antiga companhia Estrada de Ferro Sorocabana e da Companhia Nacional de Estamparia (Cianê). Sem fins lucrativos, a Sociedade surgiu com o intuito de promover atividades beneficentes, recreativas e culturais entre a população negra de Sorocaba, uma vez que outros clubes da cidade, como o União Recreativo, o Sorocaba Clube e o próprio Estrada de Ferro Sorocabana Futebol Clube, não permitiam, ou dificultavam, o ingresso de pessoas negras. Veio também a ocupar um espaço como sucessora da representação local da Frente Negra Brasileira (FNB), extinta em dezembro de 1937 logo após a instauração do Estado Novo. Seu nome, como de outros clubes sociais negros do mesmo período, faz alusão à data de promulgação da Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871), bem como ao Dia da Mãe Preta. As primeiras reuniões e festas do “28 de Setembro” aconteceram ainda em um espaço provisório, localizado na Rua Miranda de Azevedo. Em 1950, no entanto, conquistou sede própria após a doação de um terreno pelo então governador Adhemar de Barros, passando a localizar-se na rua Machado de Assis, a partir do ano seguinte. Foram seus dirigentes no período de inauguração Luiz Leopoldino Mascarenhas (Luiz Pequeno), os irmãos Benedito e Mário Trindade, Lucídio de Moraes Leite, Jorge de Oliveira (o “Onça”) e José Marciano. Para além dos tradicionais bailes e apresentações de renomados artistas, as festas mais importantes do calendário da Sociedade aconteciam nas comemorações de seu aniversário durante o mês de setembro; no famoso Baile da Aparecidinha, realizado no segundo sábado de julho, véspera da tradicional romaria e maior festa religiosa da cidade; e nos concursos de “Miss Colored”, “Miss Afro” e “Mister Afro”, que de tanta repercussão, movimentavam caravanas de outras cidades da região. Em 1978, a Sociedade reformulou seu estatuto para permitir a formação de organismos que cuidassem especificamente da parte cultural de seus objetivos. Surgiu então a Escola de Samba 28 de Setembro que, através de seus enredos, passou a contar um pouco da participação do negro na história do país. Vale mencionar os sambas “100 anos abolição: verdade ou mentira?” e “Valeu Zumbi”, composto por ocasião dos trezentos anos de sua morte. Fruto da mesma reformulação estatutária, em 28 de setembro de 1979, foi instalado na sede social da Sociedade o Instituto de Cultura Afro-Brasileira (Icab), ali permanecendo até 1992, quando foi transformado em órgão complementar da atual Universidade de Sorocaba (Uniso), passando a denominar-se Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (Nucab). Em 5 de maio de 1990, foi criada dentro do Instituto a Fundação Cafuné, a qual oferecia um programa de bolsas de estudos para negros universitários de baixa renda. A Sociedade também sediou a formação do MOMUNES – Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba, criado em meados de 1999 pela iniciativa das integrantes Maria José de Almeida Lima (Mazé), Vera Lúcia Torquato Pires e Rosângela Cecília da Silva Alves (1963-2017). A entidade surge como um desdobramento da atuação do Coral de Mulheres Negras de Sorocaba, tendo como objetivos principais o acolhimento de mulheres, seus filhos e dependentes em situação de vulnerabilidade; o oferecimento de orientação educacional e capacitação profissional, principalmente, à comunidade jovem; além da conscientização e promoção dos valores da cultura e história afro-brasileira em diversos ambientes da sociedade, contribuindo para a eliminação de todas as formas de discriminação racial, social e de gênero. Funcionou durante um tempo diretamente vinculada ao “28 de Setembro”, até conquistar sede própria no ano de 2010. Apesar de ter enfrentado períodos de dificuldades financeiras e de quase perder o imóvel da sede por questões judiciais, a Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro continua em pleno funcionamento, realizando eventos e participando ativamente das discussões e políticas públicas da cidade de Sorocaba, especialmente aquelas voltadas à população negra.

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

  • Entidade coletiva
  • 1955-

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) é uma instituição de pesquisa, assessoria e educação do movimento sindical brasileiro. Teve sua origem em 22 de dezembro de 1955, quando 20 dirigentes sindicais de São Paulo decidiram criar um órgão para assessoria técnica aos trabalhadores, além de desenvolver atividades de pesquisa e educação nos temas relacionados ao mundo do trabalho. Trata-se de entidade civil sem fins lucrativos, mantida pela contribuição das entidades sindicais filiadas, onde estão representadas todas as correntes do movimento sindical brasileiro. Possui abrangência nacional, com sede em São Paulo e escritórios regionais em 17 estados da federação.

Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística

  • Entidade coletiva
  • 1945-2021

O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) foi fundado em 1942, em São Paulo, pelo paulista Auricélio Penteado, proprietário da Rádio Kosmos, que pretendia conhecer os índices de audiência de sua emissora. Ao constatar que sua rádio não era a das mais ouvidas, passou a dedicar-se exclusivamente às pesquisas. A partir de então, o Ibope passou a realizar pesquisas de mídia, opinião pública, política, consumo, comportamento, mercado, marca, propaganda e internet, caracterizando-se como fornecedor de informações para a tomada de decisões de marketing, propaganda e mídia, nas esferas empresarial, política e governamental. Data de 1986 a criação das duas empresas de pesquisa que classificam o material desse arquivo: Ibope Mídia e Ibope Opinião. Em janeiro de 2002, o Grupo Ibope extinguiu a emissão dos relatórios de pesquisa em papel, que passaram a ser enviados aos clientes exclusivamente via internet (Client Center). O grupo atuou amplamente no território brasileiro e foi uma multinacional de destaque nesse ramo na América Latina. Em 2015, após parte da empresa ser vendida, as atividades de pesquisas de opinião e de mercado do antigo Ibope deram origem ao Ibope Inteligência. Contudo, em janeiro de 2021, a empresa encerrou definitivamente suas atividades após o fim do contrato de cessão da marca com a Kantar Ibope Media.

Instituto de Organização Racional do Trabalho

  • Entidade coletiva
  • 1931-

Criado em 1931, o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT) estruturou-se nos moldes da Taylor Society, dos Estados Unidos, e divulgou o processos racionalista de trabalho, em andamento nos grandes centros industriais, articulando a implementação do taylorismo no Brasil. Contou com o apoio dos empresários paulistas organizados pela Associação Comercial de São Paulo, tendo à frente o engenheiro Armando de Salles Oliveira, diretor do jornal "O Estado de S. Paulo", além do professor Roberto Mange, da Escola Técnica Liceu de Artes e Ofícios e da Escola Politécnica. Preocupado com os aspectos organizacionais e de formação profissional, realizou seus primeiros projetos em empresas particulares. Considerada a primeira empresa de treinamento no Brasil, a partir de 1934 dirigiu suas atividades para a administração pública, implantando a Reorganização Administrativa do Governo do Estado (Rage), inicialmente em São Paulo, e depois nos estados do Paraná, Pernambuco e Goiás. Em 1941, foi responsável pela estruturação do Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional (Cfesp) e, em 1942, pela criação do Curso de Organização Racional do Trabalho e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

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