O dossiê reúne documentos relativos ao projeto Programa de Autoestima para Jovens, realizado pelo MOMUNES – Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba, em que são oferecidas atividades esportivas e culturais aos jovens da cidade de Sorocaba.

O dossiê é constituído por três documentos relativos ao projeto Cultura Afro-Brasileira, desenvolvido pelas professoras Rosângela Cecília da Silva Alves (1963-2017), Tania Maria Cação e Renata Cristina Bellinassi Passos, com alunos da CEI-15 Professora Terezinha Lucas Fernandes, em maio de 1998. Durante uma semana, foram feitas apresentações de capoeira, danças, músicas e culinária afro-brasileira. Integra o dossiê o folheto “João e o Preconceito”, escrito por Rosângela Alves com ilustrações de José de Campos Lima (Zezinho Lima). No ano seguinte, o projeto foi apresentado por Rosângela em um congresso de educação na cidade de Águas de Lindóia. Além de professora da rede pública da Prefeitura Municipal de Sorocaba, Rosângela Alves foi uma das fundadoras do MOMUNES – Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba, integrou o Coral de Mulheres Negras e, junto das também professoras Ondina Seabra e Ana Maria Mendes, fundou o Centro Cultural Quilombinho, local destinado ao ensino de história e cultura africana e afrodescendente para crianças e adolescentes de todas as etnias.

O dossiê é composto por algumas publicações (livro, folhetos e periódicos) acumuladas por membros da Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro: “Afrochamber” (n. 5), “A Crise e as Opções Nacionais”, “Relações Raciais e Cidadania”, “A Condição Feminina no Novo Milênio: 100% Sem Discriminação”, “Mulheres Negras: Um retrato da discriminação racial no Brasil”, “Manual de Cidadania da Mulher”, “Revista da Gente” (n. 1), “Minas de Quilombos”, “O Ciclo do Tropeirismo na História de Sorocaba” e “Anemia Falciforme”.

O dossiê é constituído por documentos relativos a uma reclamação trabalhista ajuizada por Abdias Teixeira dos Santos, ex-funcionário do clube de campo da Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro, em 1997. Como forma de viabilizar o pagamento de indenização ao reclamante, foi decidido pela Primeira Junta de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho de Sorocaba que a linha telefônica e o imóvel da sede da Sociedade seriam levados a leilão. O dossiê contém requerimentos, carta, edital, procuração, relatórios da Receita Federal, avisos de cobrança e comprovantes de pagamento que documentam o andamento do processo.

Regina Lúcia dos Santos nasceu na cidade de Fortaleza (CE), em 7/11/1954, tendo se mudado para São Paulo ainda criança. Desde a infância dedicou-se à literatura e aos estudos. Nos anos 1970 fez parte do movimento “Liberdade e Luta – Libelu”. Em 1980, ingressou no curso de Geografia da USP, tendo sido diretora do Centro Acadêmico no período entre 1982 e 1983. Foi uma das primeiras filiadas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi professora da Rede Estadual de Ensino de São Paulo até 2001. Atua no MNU desde 1996 onde ocupou diversas funções, inclusive de Coordenadora Estadual. Os documentos do dossiê refletem alguns episódios da sua vida pessoal, profissional e como militante do Movimento Negro. Há correspondências e outros documentos que remetem à sua relação com seus alunos no ensino público. Seus apontamentos registram os compromissos e preparativos para a luta dentro do Movimento Negro e do PT. Alguns documentos isolados e inconclusivos reportam a questão da dislexia.

O dossiê reúne documentos relacionados à manutenção predial da sede da Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro, bem como à sua regularização junto aos órgãos competentes. Contém alvarás, certidões e relatórios de vistorias, notificações, intimações, legislação, planilha de custos, registros de imóveis e plantas arquitetônicas.

O dossiê é constituído por alguns documentos relativos a torneios de truco e de futebol promovidos pela Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro em parceria com a Frente Negra Liberal Sorocabana (Freneliso). Contém ainda um diploma de agradecimento (em branco) produzido no contexto das comemorações do centenário da abolição da escravidão no Brasil, em 1988.

O dossiê referente ao X Congresso Nacional do MNU, realizado nos dia 9, 10 e 11 de abril de 1993, em Goiânia – GO reúne documentos que definiram as políticas do MNU nos anos seguintes ao Congresso. Os relatórios elucidam as discussões ocorridas a partir da apresentação da Tese 4, de autoria dos filiados do MNUBA, Valdélio Silva, Luíza Bairros, entre outros. A Tese apresentou o conceito de Raça e de Consciência Negra, sendo esse último conceito proposto pelo ativista sul africano antiapartheid Stephen Biko (1946-1977). Os relatórios descrevem a criação da Comissão de Ética do MNU, tanto a nível nacional quanto municipal; a proposta e discussão sobre o voto nulo no plebiscito de 21 de abril de 1993, referente ao sistema de governo no país; a transformação do MNU em OLP (Organização para a Libertação da Palestina) brasileira; a divulgação do resultado do concurso para escolha do logotipo do MNU, vencido por Nethio Benguela – MNU-DF e, por fim, a criação da campanha “Raça e Território”, amplamente discutida no Congresso. O conjunto traz ainda documentos que antecedem o Congresso com sugestões de pauta, de roteiro e informações gerais.

O dossiê do XI Congresso Nacional do MNU, realizado entre os dias 7 e 10 de setembro de 1995, na cidade de Nova Iguaçu - Rio de Janeiro, reúne documentos produzidos antes e depois do evento. Além da programação com os horários de funcionamento do local onde o evento seria realizado, o conjunto traz uma carta de repúdio dos organizadores do MNU- Rio de Janeiro criticando a ausência da CEN na organização do Congresso. Também reúne documento preparatório com críticas ao MNU/CON/CEN e Coordenadorias Estaduais, manuscrito por Milton Barbosa. Destacam-se entre os documentos algumas teses elaboradas para o Congresso, como a “Quilombo Brasil – um Embrião Revolucionário”. Esse documento propõe a criação de um gigantesco Quilombo chamado Brasil. A Tese No. 2 apresenta contribuições de vários militantes do MNU, que são questões abertas para reflexão. Conta ainda com um vasto balanço do Movimento.

O XII Congresso Nacional do MNU, realizado entre os dias 9 e 12 de abril de 1998, em Salvador – BA, cuja solenidade de abertura foi em comemoração aos 20 Anos do Movimento, ocorrida no Salão Nobre da Universidade Federal da Bahia – UFBA em 9 de abril. Compõe o conjunto documentos que se referem à organização do Congresso, tal como o Regimento Interno, entre outros. A Tese “Kilombo, um olhar do povo negro”, que foi aprovada no Congresso e passou a orientar o MNU no biênio seguinte, foi acumulada por Milton Barbosa junto com documentos que a complementam. Um dos pilares da tese é a questão da formação da militância quanto aos conceitos defendidos pelo movimento. A sugestão da tese é a criação de cursos básicos de Sensibilização da Identidade Africana de Adolescentes e Jovens e, em um segundo momento, de um curso avançado sobre essas questões. A tese orienta como os cursos devem ser estruturados. Há ainda outros documentos, como as correspondências solicitando apoio aos deputados para participação dos membros do MNU-SP no Congresso de Salvador. Conta ainda com o Regimento Interno discutido no Congresso; lista de tarefas, entre outros documentos.