Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane narrando a tensão sentida no presídio por todos e da expectativa de iminência de transferência do presídio de Ilha Grande para outro no Rio de Janeiro.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane comentando carta enviada por Aton e da adaptação deste em novo presídio. Lamenta o fato de que não verá mais “Patrícia Mariano e outros companheiros”.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando de sua indolência diante das suas “proposições elaboradas a partir de autocríticas”. Comenta brevemente sobre a morte de Toledo e da situação da Argentina. Fala de como lhe causou tristeza a morte do tio Elan, dos problemas da prisão de Itamaracá. Carta com 8 linhas censuradas.
Carta de Colombo Vieira a Jessie Jane falando da necessidade que sente em vê-la, da visita de Iná e de sua conversa com ela sobre o estado de saúde de Jessie e sobre os sobrinhos. Comenta cartas recebidas de Jessie, Padre Nilson e André, além de carta que Fernando recebeu de Jessie. Fala da perda da espontaneidade dos colegas de prisão, que estão amedrontados diante de pessoas de fora de seu círculo, reflexo das dificuldades criadas pela instituição. Comenta carta enviada aos deputados sobre a situação desumana das prisões e suas consequências: divulgação pela imprensa dos problemas, ida de comissão do MDB ao Secretário de Justiça. Mas nenhuma resposta às reivindicações: violência, falta de assistência médica, trabalho árduo, má alimentação, dificuldade no transporte das visitas etc. Comenta sobre a produção de vestidos de Jessie junto às companheiras e sobre moda e gostos. Fala de leituras realizadas e sobre os sequestros de crianças no Vietnã como “onda de salvar órfãos”.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane dizendo como foi doloroso ser transportado do presídio onde ela estava e onde tinham possibilidade de se encontrar. Diz tê-la olhado do camburão até não conseguir vê-la nitidamente. Diz que assim que chegou, receberam visita do diretor da DESIPE e do diretor da cadeia e que estes comunicaram que as obras durarão 4 meses e que a vinda dos presos de Ilha Grande será adiada por causa da vinda do “pessoal do Partido Comunista”. Pedido de audiência com o diretor para tratar dos problemas do presídio. Fala da banda de música que montaram no presídio e de como a rotina está aos poucos se acertando. A preocupação, no entanto, é com os companheiros de Ilha Grande e os que estão no PP, e que não foram transferidos. Comenta sobre a greve de fome dos presos comuns por reivindicações. Faz considerações sobre o cotidiano dos presos comuns e a situação social que os favorece a cometer delitos. Fala da insatisfação da classe média em desejar bens de consumo e viver marginalizada. Fala da vida de ambos em liberdade (9 meses) e em cárcere (5 anos). Mais adiante, fala da chegada de companheiros do presídio de Ilha Grande.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane dizendo que obteve notícias dela através da mãe. Fala sobre seu julgamento, a rotina no presídio, o tédio que sente e os livros trazidos por familiares que ainda não foram liberados.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Fala sobre a rotina do presídio, sobre o contato com colegas militantes envolvidos no “processo da Estrela” que passaram por Volta Redonda e pelo CODI. Comenta a necessidade de ser consumado o casamento de ambos por meio de procuração, pois assim a família de Colombo seria autorizada a visitar Jessie, até então isolada do mundo exterior.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Fala da boa relação entre Jessie e sua família, do carinho que ela tem por Ivan e da boa discoteca disponível no presídio. Diz não se arrepender do casamento pois havia necessidade dele para “se documentar” e “cumprir formalidades”. Faz chacota com a jocosa proposta de desquite de Jane. Fala do reaproveitamento da comida no presídio onde todos participam como em um “rancho com comida do rancho”. Mais uma vez lamenta a morosidade no tratamento de Jessie.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane na qual demonstra-se carinhoso e fala sobre suas tarefas no presídio. Diz ter acompanhado a classificação das escolas de samba e relembra uma viagem de ambos no ano de 1970. Comenta suas leituras de Julio Cortázar e sobre o longo tempo que estão sem se ver (aprox. 1 ano). Diz ter planejado viagem à Capetiba com Jane e amigos e faz brincadeiras a respeito de Niterói e Caratinga. 1 linha censurada.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando da visita de Iná, de seus companheiros Cláudio, Aton e da dificuldade para que Gerônimo saísse da cadeia. Faz considerações sobre o “Julgamento em Nuremberg” e a participação da CIA e da Alemanha em acontecimentos pelo mundo.