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Repositório Digital de Documentos Arquivísticos Permanentes e Sistema Informatizado de Acervos Permanentes da Unicamp
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Fala da boa relação entre Jessie e sua família, do carinho que ela tem por Ivan e da boa discoteca disponível no presídio. Diz não se arrepender do casamento pois havia necessidade dele para “se documentar” e “cumprir formalidades”. Faz chacota com a jocosa proposta de desquite de Jane. Fala do reaproveitamento da comida no presídio onde todos participam como em um “rancho com comida do rancho”. Mais uma vez lamenta a morosidade no tratamento de Jessie.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane comentando uma das cartas recebidas e sobre as leituras realizadas. Refere-se a Jessie de forma carinhosa e recorda o tempo em que estavam juntos e em liberdade.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando da alegria que sentiu ao receber boas notícias da família de Jessie no Chile. Fala de seu crescimento pessoal nos últimos três anos de cárcere.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane comentando sobre a guerra no Vietnã (“rendição incondicional das tropas americanistas”) e sobre carta enviada por Jessie anteriormente. Diz que tem escrito toda semana, mas suspeita de que suas cartas não estejam sendo entregues. Fala da estrutura de exceção dos presídios, da reclamação de familiares de um preso no DESIPE que resultou na visita do Secretário de Justiça e do Diretor da DESIPE ao presídio de Ilha Grande. Em consequência, deram garantia de melhorias mas continuam dificultando as transferências. O presídio tem apenas um clínico geral, sem nenhuma aparelhagem, o que impossibilita o tratamento médico e dentário dos presos, além de problemas como superlotação e má alimentação. Como a maioria dos presos têm penas altas, Colombo fala da inexorabilidade de uma “morte, lenta, segura e gradativa”.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando de sua vontade em conversar pessoalmente e da sensação de frustração e impotência que a atual circunstância impõe. Fala da complicada situação no presídio de Ilha Grande, a proximidade dos presos comuns, a dificuldade para a locomoção das famílias até a ilha. Faz comentários e dá sugestões sobre o tratamento de Jane. Faz considerações sobre a “arte intelectualizada”.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Fala de sua ida à ilha Grande e retorno ao P.P. Relata a ida definitiva à Ilha Grande e sua conturbada travessia. Fala sobre os anos de reclusão que os esperam e as relações afetivas no presídio.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando de sua estadia no hospital e da expectativa de que ela consiga o tratamento que resolva seus problemas de saúde. Fala do excesso de chuva na região de Caratinga, de seus estudos de francês com o colega Cataldo, seus estudos de História do Brasil e sua diversão ao assistir a novela “O Bem Amado”. Fala do julgamento de Zenaide e comenta cartas anteriores de Jessie. Faz uma longa crítica a Antônio Callado, fala de “Madame Satã” como o “mais famoso cidadão que Ilha Grande já teve”. Carta com muitas linhas censuradas o que dificulta a compreensão de alguns parágrafos.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando de suas atividades no presídio, do recebimento de visitas e da soltura de dois companheiros. Diz que para superar a falta de “vivência” é necessário que ambos acreditem em viver o futuro juntos.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane dizendo que obteve notícias dela através da mãe. Fala sobre seu julgamento, a rotina no presídio, o tédio que sente e os livros trazidos por familiares que ainda não foram liberados.
Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Fala sobre a rotina do presídio, sobre o contato com colegas militantes envolvidos no “processo da Estrela” que passaram por Volta Redonda e pelo CODI. Comenta a necessidade de ser consumado o casamento de ambos por meio de procuração, pois assim a família de Colombo seria autorizada a visitar Jessie, até então isolada do mundo exterior.