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Repositório Digital de Documentos Arquivísticos Permanentes e Sistema Informatizado de Acervos Permanentes da Unicamp
Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira falando da tristeza com sua transferência da aeronáutica e de estar longe de Colombo que encontra-se em um alojamento coletivo que, no entanto, segundo Jessie, é preferível à Ilha Grande. Diz que apesar da bagunça, Colombo deixou muito de si nos objetos da cela e que todas gostaram da presença dos colegas no presídio e dos objetos que deixaram. Jessie diz ter recebido livros e roupas que Colombo deixou.
Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira falando da visita de Ivan e Iná. Comenta o desgaste e solidão pelos quais passam ela e Norma. Diz que cuidar da horta é uma grande distração e que planeja criar pintinhos e aos poucos montar uma granja. Comenta sobre a agradável visita de suas tias. Jane está pessimista quanto ao julgamento na Auditoria, critica a desmobilização de Colombo. Reclama da falta de notícias devido à falta de recursos e meios para obter jornais e revistas. Jessie lamenta depender de ajuda financeira, fala do quanto fica constrangida. Comenta o passeio de camburão em que estava “sentindo um perfume gostoso de liberdade” e da chegada da TV a cores no presídio.
Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira falando de sua atual “tensão emocional” e de seus estudos sobre fascismo a partir da obra de Poulantzas. Diz que é um tema muito atual “principalmente nesse momento de crise do capitalismo internacional”. Comenta a eleição do novo presidente da ARENA e diz que não há novidade nem no processo nem no escolhido. Diz que o modelo econômico faliu, mas que “tudo se justifica em nome do lucro”. Faz considerações sobre o interesse internacional atuante no Brasil e sobre as bases institucionais do sistema: “com todos os AI-5 possíveis”.
Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira avisando sobre a saída da filha Leta do presídio. Considerações sobre a opção de vida de ambos e questionamentos sobre o futuro. Fala da existência da “célula multiplicadora”.
Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira em que faz alusão aos eletrochoques e suas consequências. Fala de seus problemas hormonais, cita autores e livros que leu e está lendo, além de sua pesquisa sobre América Latina.
Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira descrevendo sua chegada à clínica, algemada e escoltada por PMs. Anuncia que o parto está próximo e da possibilidade e vantagens de fazer cesariana. Reclama da solidão, da falta que o marido lhe faz.
Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira dizendo que está muito cansada porém muito feliz. Pede para que vá visitá-la logo e diz o quanto a filha é resultado da luta e do amor de ambos. Agradece a solidariedade de todos no presídio em que ele se encontra.
Carta de agradecimento de Jessie Jane aos amigos e companheiros que estiveram presentes na gravidez e nascimento de sua filha. Fala das Auditorias, da conquista de encontros quinzenais e da importância disso para “diminuir a carga de repressão”. Desabafa sobre sua revolta com a ditadura. Fala de sua filha Leta como “filha de todos” e da difícil decisão em tê-la.