Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane, referindo-se à mudança de cela, às restrições submetidas no presídio e à tortura de colegas.
Jessie Jane Vieira de SouzaRio de Janeiro (RJ)
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Carta de Colombo Vieira à Jessie Jane em que fala sobre o atendimento médico conseguido depois de “muita insistência” no Instituto Médico Penal onde tirou chapas do pulmão e extraiu um dente. No momento, Colombo ainda aguardava um exame oftalmológico e um eletroencefalograma. Comenta o encontro na Auditoria (supostamente dia 24 passado) e o estado de saúde de Jane que, mesmo 13 meses após terem-na submetido à tortura, ainda sente dores pelo corpo. Faz referência ao torturador de Jane e descreve alguns passatempos no presídio.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Reclama da irregularidade quanto ao recebimento de correspondência, da falta de notícias e da falta de visitas. Despede-se com frases de estímulo à companheira.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Jessie Jane a Colombo Vieira. Fala sobre a rotina no presídio, sobre o isolamento nas celas individuais, sem o contato tanto de presos políticos como de presos comuns. Reclama da rotina e tenta tranquilizar Colombo.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Fala sobre a transferência para novas e melhores celas no mesmo presídio. Segundo ele, “parece que a nova administração não está mesmo afim de nos sufocar”. Fala sobre as restrições sentidas no dia-a-dia do presídio e a convivência com presos comuns. Expressa muito carinho à Jessie.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane comentando a euforia dos companheiros ao receber as correspondências, a sua alegria ao receber 7 envelopes de Jessie. Lamenta o isolamento pelo qual Jessie está submetida e sua sensação de impotência. Envia notícias de Tatiana “nossa filhinha” transmitidas pela mãe de Colombo. Fala da morte do filho de Fernando, supostamente vítima da repressão.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane. Fala sobre a rotina do presídio, sobre o contato com colegas militantes envolvidos no “processo da Estrela” que passaram por Volta Redonda e pelo CODI. Comenta a necessidade de ser consumado o casamento de ambos por meio de procuração, pois assim a família de Colombo seria autorizada a visitar Jessie, até então isolada do mundo exterior.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Jessie Jane a Colombo Vieira. Lamenta a chegada do final do ano, o que significa que seu pai está há 1 ano preso, que há 1 ano casou-se com Colombo e que há seis meses ambos estão presos. Diz passar o tempo relendo cartas pensando muito no passado. Denuncia o sadismo do Cabo Brito e o cinismo do “coronel”. Compara o presídio civil e o militar e diz que há vantagens no primeiro.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Jessie Jane a Colombo Vieira. Lamenta não ter tido notícias dele desde o julgamento (1 mês) e fala da solidão em que se encontra. Fala sobre a rotina no presídio e demonstra desânimo com atitudes do passado e com sua atual situação.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Jessie Jane a Colombo Vieira falando sobre a decisão do Conselho (“tantos anos!”). Diz tê-lo visto na auditoria: “sentado naquele banco, sério, olhar vago, distante”. Lamenta não poder se expressar livremente por escrito devido às limitações da censura. A carta termina bruscamente, possivelmente a parte final foi censurada.
Jessie Jane Vieira de Souza