Nasce José Renato Monteiro Lobato em 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, SP, filho de José Bento Marcondes Lobato e Olympia Monteiro Lobato. Em 1893 muda seu nome para José Bento. Com o falecimento de seus pais, em 1899 o avô materno José Francisco Monteiro, visconde de Tremembé, assume a tutela de Lobato e de suas duas irmãs, Esther e Judith. Lobato realiza os estudos primários e secundários na cidade natal e em 1900 ingressa na vida acadêmica, cursa direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Escreve regularmente para o jornal da faculdade e preside a revista 'Arcádia', uma sociedade literária dos alunos desta instituição. Em 1903, funda-se o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito, e Lobato figura, desde o primeiro número, na comissão de redatores do seu jornal, 'O Onze de Agosto'. Diploma-se bacharel em 1904. Em 1907, assume a promotoria de Areias, seu primeiro cargo de relevância. No ano seguinte se casa com Maria da Pureza Natividade, em Taubaté, com quem tem quatro filhos: Martha (1909), Edgard (1910), Guilherme (1912) e Ruth (1916). Lobato permanece em Areias até 1911, quando recebe como herança a fazenda do Buquira, para onde se muda com a família. Transfere-se, em 1917, para São Paulo, onde organiza, neste período, a pedido do jornal 'O Estado de São Paulo', um estudo sobre o mito do Saci. No ano seguinte, compra a 'Revista do Brasil' e lança uma coletânea de contos intitulada 'Urupês'. Em 1920 publica 'A menina do narizinho arrebitado', ingressando assim no universo da literatura infantil, gênero que renderia outras 16 obras ao longo de sua vida. Funda neste mesmo ano a editora Monteiro Lobato & Cia, empresa que em 1924 se transformaria na Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato, um ano depois, ainda no ramo editorial, participa da constituição da Companhia Editora Nacional e em 1946 torna-se sócio da Editora Brasiliense e, mais tarde, durante sua estada na Argentina, da Editorial Acteon. Entre 1925 e 1946 publica dezenas de traduções e adaptações de conhecidas obras da literatura universal. Paralelamente à sua produção literária, produz ao longo de toda sua vida inúmeras aquarelas e desenhos: caricaturas, ilustrações, esboços para personagens de sua obra e ainda deixa registrada sua impressão dos lugares onde viveu ou visitou, inclusive ilustrou a primeira edição de 'Urupês', seu livro de estreia. Uma temporada de quatro anos, 1927 a 1931, em Nova Iorque, como adido comercial, estimulou o seu lado progressista, levando-o a publicar um livro intitulado 'América' (1932), onde relata suas impressões sobre o desenvolvimento e a eficiência dos Estados Unidos em contraposição à situação do Brasil. Acredita firmemente que pode levar o Brasil ao desenvolvimento, assim como vira nos Estados Unidos. Inicia a Campanha do Petróleo, alimentando debates pela imprensa e realizando palestras sobre a importância dos empreendimentos petrolíferos nacionais, participa da fundação de diversas companhias e realiza a prospecção de petróleo em alguns estados brasileiros. Lança, em 1936, o livro 'O escândalo do petróleo'. Mesmo ano em que é eleito para a Academia Paulista de Letras. Sua atuação na Campanha do Petróleo o leva a entrar em choque com o governo de Getúlio Vargas e mais tarde (1941) tem sua prisão decretada, onde permanece durante alguns meses. Em 1938 perde seu filho Guilherme e em 1943, Edgard. Após passar por alguns problemas de saúde, sofre um derrame e falece, em São Paulo, na madrugada de 4 de julho de 1948.
A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística, ANPOLL, é uma entidade jurídica sem fins lucrativos, fundada em 21 de maio de 1984, por professores reunidos em Brasília, DF.
A principal característica dessa entidade é a capacidade de associar Programas de Pós-Graduação em Letras e Linguística das diversas instituições brasileiras, que funcionam através de Grupos de Trabalho (GT), agrupados por tema.
A ANPOLL é gerida por uma Diretoria, com mandato de dois anos, eleita com base em um programa de gestão, submetido à aprovação da Assembleia da Associação. Organiza encontros nacionais, que são realizados segundo uma norma: nos anos ímpares, se volta para uma discussão geral sobre a Pós-Graduação Brasileira, com a participação de coordenadores dos Programas de Pós-Graduação e dos Grupos de Trabalho; nos anos pares, concentra-se na discussão acerca dos Grupos de Trabalho e na articulação entre eles.
O objetivo da ANPOLL é incentivar o estudo, o ensino e a pesquisa, especificamente nas áreas de Letras e Linguística; promover a divulgação e o intercâmbio de trabalhos científicos produzidos nessas áreas; estimular os debates entre os responsáveis pelos estudos e pesquisas para que estas possam contribuir diretamente para a solução de problemas nacionais relacionados à língua e à linguagem; promover o intercâmbio docente e a cooperação entre as diversas instituições de pós-graduação e pesquisa; apoiar as iniciativas de seus associados e diligenciar o apoio necessário junto às agências de coordenação, de fomento e de financiamento da pós-graduação e da pesquisa existentes no país e no exterior.
Desde 1995, a ANPOLL publica a "Revista da ANPOLL", periódico que seleciona para cada número artigos baseados em temática estabelecida pelos participantes. A partir de 1997, a revista, que era anual, passou a ser publicada semestralmente.
Em São Paulo, durante a realização do II Instituto Brasileiro de Linguística, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística do Museu Nacional, o professor Joaquim Mattoso Câmara Jr., então presidente da Asociación de Lingüística y Filología de América Latina, ALFAL, convoca, no dia 09 de janeiro de 1969, diversos professores interessados na instalação da Associação Brasileira de Linguística.
Após historiar as iniciativas tomadas nesse sentido, o professor Mattoso Câmara informa que os objetivos daquela reunião eram a discussão e a aprovação dos estatutos da ABRALIN, e a eleição de uma diretoria "pro tempore".
Indicado para presidência da Associação, Mattoso Câmara, no entanto, propõe aos membros que o professor Aryon Dall'Igna Rodrigues, então coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguística do Museu Nacional e diretor do II Instituto Brasileiro de Linguística, assumisse o cargo.
Assim, o Conselho Científico foi integrado pelos professores Joaquim Mattoso Câmara Jr. (UFRJ), Nélson Rossi (UFBA), Isaac Nicolau Salum (USP), Geraldo Lapenda (UFPE), Jürn Jacob Philipson (USP) e Ataliba Teixeira de Castilho (FFCL de Marília, SP).
A Oficina do Livro Rubens Borba de Moraes foi fundada em 1999 como uma entidade sem fins lucrativos que se propõe trabalhar em prol da recuperação e conservação da memória cultural brasileira, com ênfase na palavra escrita, reunindo associados que partilhem dos mesmos interesses, promovendo atividades e realizando publicações. Instalada na que fora a casa e ateliê do artista plástico Samson Flexor(1907 - 1971) cujo projeto é do arquiteto Rino Levi, sua ocupação se configura numa iniciativa de recuperação histórica. Tem como atividades formar e manter biblioteca, cujo acervo se compunha majoritariamente de obras obtidas em sebos e com alguma característica de representatividade cultural e/ou editorial; estabelecer parceria com Ateliê de encadernação e restauro para recuperação, tratamento e manutenção do acervo; realização de palestras e oficinas que promovam o respeito pela palavra impressa e ensine com recupera-los e conserva-lo; trabalhar no sentido de angariar livros que ampliem seu acervo ou que sejam encaminhados a bibliotecas carentes ou até mesmo que venham a formar bibliotecas em escolas, municípios, bairros, etc. Também tem como objetivo, produzir e publicar a Revista Bibliográfica e Cultural que divulgue o acervo da Oficina do Livro, e o Nanico, boletim que, a par de registrar a produção literária presente que chegue à OFICINA, divulgue suas atividades. A OFICINA pretende também, estabelecer relacionamentos com centros de estudos e pessoas qualificadas para, entre outras atividades, explorar e divulgar autores, textos e documentos da biblioteca, além de traduzir e publicar trabalhos da biblioteca em língua estrangeira que mereçam ser reavivados. Os principais patrocinadores da Oficina do Livro foram José Mindlin (co-fundador), Fundação Filantrópica Safra, Companhia Brasileira de Alumínio (Antônio Ermírio de Moraes), Siemens e Imprensa Oficial do Estado. Em 2006, por falta de recursos financeiros, a Oficina do Livro entregou o imóvel que ocupava na Vila Mariana e ficou sem espaço físico para suas atividades, porém suas atividades como editora continuam até hoje.
O GEL - Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo - é fundado juridicamente em maio de 1972. Congregando professores de Linguística, Língua Portuguesa, Linguística Românica, Língua Latina, Línguas Estrangeiras e de outras disciplinas, tanto da rede de ensino superior oficial como particular do Estado de São Paulo, tem como principal objetivo promover a melhoria do ensino e desenvolver pesquisas linguísticas. O primeiro encontro do GEL ocorre em janeiro de 1969, quando alguns professores de Linguística Geral, Românica e Portuguesa se reúnem para discutir a constituição de um grupo de estudos de Linguística. Convocada pelo Prof. Drº Isaac Nicolau Salum, nesta reunião foi apresentada proposta formulada pelo Prof. Ataliba T. de Castilho de que se estudasse a possibilidade de constituição de um grupo informal de professores universitários e alunos de pós-graduação. O principal objetivo do grupo seria discutir em seminários semestrais assuntos de interesse comum, tais como problemas suscitados pelo estudo e ensino da Linguística, veiculação de informação científica, promoção conjunta de pesquisas linguísticas, organização do trabalho intelectual, etc. Após aprovação da proposta é eleita a seguinte diretoria: Prof. Ataliba T. de Castilho (presidente), Prof. Cismar Teodoro Paes (secretário) e Prof. Francisco da Silva Borba (tesoureiro). Em junho de 1969 é realizado, em Araraquara, o primeiro Seminário do GEL. Estes Seminários aconteceram semestralmente até o ano de 1991 quando, durante a 11ª Assembléia Geral, foi decidido que a partir daquela data seria realizado apenas um seminário por ano. A maior parte da produção destes Seminários encontra-se registrada nos Anais, publicados ininterruptamente desde 1978. Até o volume 23, publicaram-se todos os trabalhos apresentados nos Seminários. Em 1995, a partir do volume 24, só se publicam os trabalhos selecionados pelo Conselho Editorial. Desde 2001, tais artigos vêm sendo publicados em CD-ROM. Em 2002, durante o 50º Seminário, paralelamente aos tradicionais Estudos Linguísticos - Anais dos Seminários do GEL, é inaugurado mais um canal de divulgação periódica da produção acadêmica do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo: é lançado o nº 0 da Revista do GEL, um número especial em memória do Prof. Carlos Franchi (1932-2001).
Filho de Antônio da Fonseca Coelho e Ana Silvestre Coelho, Henrique Maximiano Coelho Neto nasce em Caxias, MA, em 21 de fevereiro de 1864.
Aos seis anos de idade, Coelho Neto muda-se com os pais para o Rio de Janeiro. Inicia-se nas leituras com um tio e cursa os estudos primários e secundários no Colégio São Bento e no Colégio Pedro II. Coelho Neto inicia o curso de Medicina, mas logo desiste de sua realização e, em 1883, matricula-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali, envolve-se num movimento dos estudantes contra um professor e, prevendo represálias, transfere-se para Recife, onde cursa apenas o primeiro ano de Direito, curso que não chegará a concluir.
Em seguida, Coelho Neto regressa a São Paulo, filiando-se ao movimento abolicionista e republicano. De volta ao Rio de Janeiro, passa a se dedicar ao Jornalismo, trabalhando em prol das ideias às quais se vincula.
Em 1890, Coelho Neto casa-se com Maria Gabriela Brandão, com quem terá quatorze filhos, e é nomeado para o cargo de secretário do Governo do Estado do Rio de Janeiro. No ano seguinte, torna-se Diretor dos Negócios do Estado. Em 1892, é professor de História da Arte da Escola Nacional de Belas Artes e, mais tarde, professor de Literatura do Colégio Pedro II. Em 1910, é nomeado professor de História do Teatro e Literatura Dramática da Escola de Arte Dramática, sendo logo depois diretor do estabelecimento. Também exerce as atividades de professor de Literatura em Campinas/SP.
Eleito deputado federal pelo Maranhão, em 1909, Coelho Neto é reeleito no ano de 1917. Também exerce a ocupação de secretário-geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Teatro Municipal.
Além de ocupar vários cargos públicos, Coelho Neto multiplica a sua atividade em revistas e jornais, no Rio de Janeiro e em outras cidades. Atua na área das Letras e frequenta rodas literárias. Forma um grupo juntamente com Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney, romanceando a história dessa geração na obra "A Conquista", de 1899.
Ao longo de suas atividades relacionadas à área da escrita, cultiva praticamente todos os gêneros literários, deixando uma obra extensa entre poesia, romances, contos, narrativas históricas e bíblicas, lendas, memórias, conferências, antologias, crônicas, livros didáticos, teatro, além de volumes inéditos. Destaca-se da sua obra os livros de contos "Sertão" (1896), "Treva" (1906) e "Banzo" (1913); os romances "Turbilhão" (1906), "Miragem" (1895), "Inverno em flor" (1897); as memórias romanceadas "A capital federal" (1893), "A conquista" (1899), "Fogo fátuo" (1929) e "Mano" (1924); as peças teatrais "Neve ao sol", "A muralha", "Quebranto" e "O dinheiro".
Em 1928, Coelho Neto é eleito "Príncipe dos Prosadores Brasileiros", através de concurso público realizado pelo periódico "O Malho". Fundador da Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras, recebe os acadêmicos Osório Duque-Estrada, Mário de Alencar e Paulo Barreto.
Coelho Neto falece no dia 28 de novembro de 1934, no Rio de Janeiro.
O 'Projeto de Estudo do vocabulário Disponível dos Alunos de 1º Grau' situa-se no contexto das pesquisas sobre vocabulário fundamental e tem como objetivo levantar o vocabulário dominado por alunos de 1º grau das escolas oficiais da rede pública do Estado de São Paulo. Sob a responsabilidade inicial da Prof.ª Maria Alice de O Faria da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília UNESP, o projeto foi financiado pela FAPESP a partir de 1975. Em 1978 a responsabilidade do projeto foi transferida para o Prof. Ataliba Teixeira de Castilho do Departamento de Linguística do IEL, Unicamp. Para a constituição do corpus do projeto foram selecionadas quatro cidades, cada qual representativa de uma região do Estado de São Paulo: Marília, São José do Rio Preto, Piracicaba e São José dos Campos. Em cada cidade foram selecionadas duas escolas estaduais, sendo uma presumidamente frequentada por alunos de classe alta e a outra presumidamente frequentada por alunos da classe baixa. Foram escolhidos 24 alunos de cada uma das quatro ultimas séries do 1º grau, com idades entre 10 e 16 anos, os quais foram submetidos a questionários de avaliação sócio- cultural e preenchimentos de listas de palavras baseadas em centros de interesse pré-estabelecidos.
Guilherme de Andrade e Almeida nasceu em Campinas, SP, em 24 de julho de 1890. Filho de Estevão de Araújo Almeida, jurista e professor de direito, e de Angelina de Andrade Almeida. Dividiu os primeiros anos da infância entre a cidade natal, Limeira, Araras e Rio Claro, onde realizou os estudos primários. Em 1903, mudou-se com a família para São Paulo. Ali, estudou no Colégio de São Bento e no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, dos Irmãos Maristas, antes de ingressar no curso da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Formou-se em 1912. Atuou como promotor público em Apiaí e em Mogi-Mirim durante um breve período e em 1914 retornou à capital paulista para trabalhar com o pai, tarefa que desempenhou até 1923. As peças 'Mon Coeur Balance' e 'Leur Âme', escritas em parceria com Oswald de Andrade, foram a estreia de Guilherme de Almeida na literatura em 1916. Nesse mesmo ano começa a escrever para jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, publica seu primeiro livro de poemas: 'Nós'. Até 1922 - ano que participou da realização da Semana de Arte Moderna, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti e Menotti del Picchia, entre outros - publicou sete trabalhos: 'A dança das horas'(poesia; 1919); 'Messidor'(poesia; 1919); 'Livro de Horas de Sóror Dolorosa' (poesia; 1920); 'Natalika'(prosa; 1921); 'Scheherazada'(ato em versos; 1921); 'Narciso - A flor que foi um homem'(poesia; 1921) e 'Era uma Vez...'(poesia; 1922). Foi um dos fundadores da revista 'Klaxon' (porta-voz do movimento inaugurado com a Semana), integrando a equipe de editores, além de criar a capa do periódico. Em 1923, casou-se com Belkis Barroso do Amaral (Baby) e se mudou para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1925. Nesse ano, publicou quatro livros de poemas: 'Narciso', 'Encantamento', 'Raça' e 'Meu'. Também é em 25 que viaja para o Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará divulgando os ideais estéticos do movimento modernista com artigos e conferências, como a 'Revelação do Brasil pela poesia moderna'. Em 1926 publica dois livros de ensaio, 'Do sentimento nacionalista na poesia brasileira' e 'Ritmo, elemento de expressão'. Dois anos depois é eleito para a Academia Paulista de Letras, sucedendo seu pai na cadeira nº 22. Em 1929, publica um novo livro de poesia, 'Simplicidade'. No ano seguinte é eleito para a cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras, na vaga de Amadeu Amaral. Em 1931, publica 'Você' (poesia) e 'Poemas escolhidos' e se torna co-proprietário dos jornais paulistas 'Folha da Noite' e 'Folha da Manhã', onde manteve a coluna 'Sombra Amiga' até o jornal mudar de dono em 1945. Em 1932, lança 'Cartas que eu não mandei' (poesia, 1932) e 'Nova bandeira' (1932). Participa da Revolução Constitucionalista, lutando na cidade de Cunha, SP, mas é preso e exilado em Portugal, onde permaneceu até o ano seguinte. Esse período deu origem às crônicas reunidas no livro 'O meu Portugal', publicado em 1933. Ainda nos anos 30, publica mais um livro de poesia, 'Acaso' (1938). A década seguinte é bastante produtiva, são editados 'Cartas do meu amor' (poesia, 1941), 'Estudante poeta´ (teatro em parceria com C. J. Barcelos, 1943), 'Tempo' (poesia, 1944), 'Poesia varia' (poesia, 1947), 'Gonçalves Dias e o Romantismo' (conferência, 1948), 'Joca' (poesia, 1948) e 'Histórias talvez' (crônicas, 1949). Nos anos 50, publica 'O anjo de sal' (poesia, 1951), 'Toda poesia' (1952, em 6 v.), 'Acalanto de Bartira' (poesia, 1954), 'Camoniana' (poesia, 1956) e 'Pequeno Romanceiro' (poesia, 1957). Em 1959 foi eleito 'Príncipe dos Poetas Brasileiros', um concurso patrocinado pelo jornal 'Correio da Manhã', por meio da seção 'Escritores e livros' - escolhido por um 'colégio eleitoral' de cerca de mil componentes. Lança ainda, 'A rua' (poesia, 1961), 'Cosmópolis' (poesia, 1962), 'Rosamor' (poesia, 1966) e 'Os sonetos de G. A.' (poesia, 1968). Faleceu em 11 de julho de 1969, em sua casa, conhecida como a 'Casa da Colina', onde residia desde 1946. Na década de 1970, a residência foi adquirida pelo Governo do Estado, que a transformou no museu biográfico e literário Casa Guilherme de Almeida, inaugurado em 1979. Hoje, a instituição abriga também um Centro de Estudos de Tradução Literária. Guilherme de Almeida distinguiu-se também como heraldista e tradutor. Na primeira, foi autor dos brasões-de-armas de São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP). Na segunda, destaca-se a tradução dos poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e, ainda, 'Huisclos'('Entre quatro paredes') de Jean Paul Sartre. Além dos títulos e trabalhos citados, destacam-se ainda um extenso trabalho jornalístico. Foi redator de 'O Estado de São Paulo', diretor da 'Folha da Manhã' e da 'Folha da Noite', fundador do 'Jornal de São Paulo' e redator do 'Diário de São Paulo'.
Filho de Renato Ilari e Onorata Pelucce Ilari, Rodolfo Ilari nasce em 25 de outubro de 1943 em Biella (província de Vercelli), em Piemonte, na Itália.
Rodolfo Ilari realiza seus estudos no Ginnasio Superiore e Liceo Classico G. e Q. Sella. Ao final do Ginásio, em 1959, interrompe os estudos devido à mudança de sua família para o Brasil.
Sua primeira cidade no país é Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde retoma os estudos no Liceu Braz Cubas. Muda-se em seguida para Jundiaí, no interior de São Paulo, prosseguindo os estudos no Instituto de Educação Jundiaí. Nesta cidade, conhece Carlos Franchi e Maria Evangelina Villa Nova Soeiro, professores que o incentivam na escolha da universidade que faria e que marcam a sua formação.
Em 1963, Rodolfo Ilari ingressa no curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP). Abandona, logo de início, a ideia de estudar literatura italiana, aproximando-se da "Cadeira de Francês". No ano seguinte, começa a dar aulas em cursos preparatórios do Grêmio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da USP, e no "Equipe Vestibulares", permanecendo nessas atividades até o ano de 1968.
Ilari naturaliza-se brasileiro em 9 de agosto de 1965. Em 1966, inicia as atividades de professor de Português, Latim e Francês em colégios estaduais de São Paulo, profissão que desempenhará por três anos.
Em 1967, gradua-se em Letras Neolatinas (Português e Francês), pela USP. Em seguida, torna-se instrutor na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras "Nossa Senhora Medianeira" (Faculdades Anchieta), desempenhando essa função até 1969. Entre 1968 e 1969, faz especialização em Língua e Literatura Italiana, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH - USP). Nessa época, acompanha aulas de Roman Jakobson, também na USP. Nesse mesmo período, o Prof. Albert Audubert, na ocasião diretor do Centro de Estudos Franceses da USP, indica seu nome ao Prof. Fausto Castilho, o que resulta na vinda de Rodolfo Ilari para a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Em janeiro de 1970, já vinculado à UNICAMP, Rodolfo Ilari parte para a França ao lado de Carlos Franchi, Haquira Osakabe e Carlos Vogt, para estudar na Université de Besançon. No ano seguinte, obtém o título de mestre em Linguística, com a tese "Une introduction sémantique à la théorie du discours", orientada por Jean Peytard. Durante esse período, Ilari aproveita sua estadia na França e frequenta informalmente os cursos sobre fascismo de Max Gallo e Nicos Poulantzas, e acompanha as aulas do Prof. Oswald Ducrot, no College de France.
Quando retorna ao Brasil, em agosto de 1971, assume a direção do Centro de Linguística Aplicada. Em 1973, inicia o doutorado em Linguística, na UNICAMP, defendendo dois anos depois a sua tese "Propriedades de sentenças e contextos discursivos".
Em 1977, o departamento de Linguística é desmembrado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH - UNICAMP) para formar o Instituto de Estudos da Linguagem (IEL - UNICAMP). Na ocasião, Rodolfo Ilari torna-se chefe do departamento de Linguística. Entre 1977 e 1979, é eleito presidente do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo (GEL). Entre 1981 e 1983, realiza pós-doutorado no departamento de Linguística da Universidade da Califórnia, Berkeley. Nesse período, dá nova redação a sua tese de doutorado, transformando-a no livro publicado pela Editora da Unicamp em 1986 com o título "Estrutura funcional da frase portuguesa".
No período que se estende de dezembro de 1986 a julho de 1987, é professor convidado da Section de Portugais da Université de Bordeaux III, para ministrar cursos de cultura e literatura brasileira a alunos de pós-graduação. Em 1990, faz um estágio na Università di Roma, La Sapienza. Entre 1991 e 1995, é diretor do IEL - UNICAMP. Atua como professor da disciplina "Semântica da palavra", na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e na Universidade Estadual do Sul de Minas, entre 1995 e 2002. Em 1998, recebe o Prêmio Jabuti de tradução.
Em 1998, Rodolfo Ilari aposenta-se como professor titular em "Semântica e Pragmática das Línguas Naturais", permanecendo, no entanto, como professor colaborador voluntário junto ao IEL - UNICAMP. Entre 2007 e 2009, é professor titular de português no Instituto de Espanhol, Português e Estudos Latino-americanos da Universidade de Estocolmo.
Durante o período de 2009 a 2013 é editor da Revista da Associação Brasileiro de Linguística (ABRALIN). Ao longo de sua carreira acadêmica, tem publicado livros destinados ao ensino de graduação em Linguística, particularmente nas áreas de Linguística Românica, Semântica e Características do Português Brasileiro. Suas atividades também contemplam a tradução de diversas obras, a exemplo do "Breviário de Estética", de Benedetto Croce, e o "Dicionário de Linguística", de Trask.
Em 2015, Rodolfo Ilari recebe o título de Professor Emérito da UNICAMP.