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CUNHA, Alexandre Eulalio Pimenta da

Alexandre Eulalio nasceu Alexandre Magitot Pimenta da Cunha em 18 de junho de 1932 no Rio de Janeiro. Filho de Eliziário Pimenta da Cunha e de Maria Natália Eulalio de Sousa Pimenta da Cunha.
Seus estudos foram realizados na terra natal: Scuola Principe di Piemonte (1937-1941), Colégio São Bento (1942-1948) e Colégio Andrews (1949-1951). Frequentou a Faculdade Nacional de Filosofia (1952-1955), que não chegou a concluir. Participou ali de um curso com Augusto Meyer, com quem trabalharia, logo em seguida, no Instituto Nacional do Livro. Local onde se tornou, ao lado de Brito Broca, redator da "Revista do Livro" (1956-1965).
Publicou em jornais de grande circulação desde 1952: "O Diário" (Belo Horizonte), "Estado de Minas", "Jornal de Letras", "Correio da Manhã", "Diário Carioca", "O Globo", "Folha de São Paulo", entre outros. Em 1963, recebeu o Prêmio Brito Broca ("Correio da Manhã") com "O ensaio literário no Brasil". A partir de meados dos anos 60 diminui sua contribuição nos jornais diários e passa a escrever para revistas especializadas.
Em dezembro de 1961 consegue mudar seu nome para Alexandre Eulalio Pimenta da Cunha.
Comissionado pelo governo federal, partiu para a Itália em 1966 como leitor brasileiro junto ao Instituto Universitàrio di Venezia, onde permaneceu até 1972. Entre setembro de 1966 e fevereiro de 1967, todavia, foi conferencista-visitante na Universidade de Harvard.
Publicou uma quantidade expressiva de prefácios, introduções, apresentações e posfácios. Em formato de livro, entretanto, saiu apenas "A aventura brasileira de Blaise Cendrars" (1978), que obteve o Prêmio Pen Club do Brasil.
Em suas atividades de pesquisas, se dedicou, entre outros temas e pessoas, à elaboração da biografia de Dom Luís, neto de Dom Pedro II. Não concluiu o perfil biográfico do príncipe, mas deixou um vasto material iconográfico e documental, inclusive esboços, notas, discursos sobre membros da família imperial brasileira e colaborou com outros historiadores do período.
Traduziu "O Belo Antonio" de Vitaliano Brancati (1962), "Nathanael West" de Stanley Edgar Hyman (1964), "Isadora" de Alberto Savinio (1985) e textos de Jorge Luis Borges que foram publicados no "Jornal de Letras", na revista "Senhor" e na "Leitura".
Dirigiu, em meados do decênio de 1980, a coleção "Tempo reencontrado" (parceria da editora Nova Fronteira com a Fundação Casa de Rui Barbosa), e colocou em circulação dois textos raros: "Mattos, Malta ou Matta?" de Aluísio Azevedo e "O Tribofe" de Arthur Azevedo. Enquanto Assessor Superior do Departamento de Assuntos Culturais do MEC (1972-1975), foi roteirista e orientador da mostra itinerante "Tempo de Dom Pedro II" e escreveu o roteiro e dirigiu os documentários "Memória da Independência" e "Arte Tradicional da Costa do Marfim". Nesse campo, escreveu o roteiro e dirigiu o curta-metragem "Murilo Mendes: a poesia em pânico". Além deste, colaborou com Joaquim Pedro de Andrade no roteiro do longa "O homem do pau-brasil" (1981).
Na condição de Chefe de Gabinete do Secretário Municipal de Cultura de São Paulo (1975-1979), entre outras iniciativas, montou as exposições "José de Alencar e seu Mundo" e "Dom Pedro II" e editou vários números especiais do "Boletim Bibliográfico da Biblioteca Municipal Mário de Andrade". Atuou como Comissário brasileiro junto ao Ministério das Relações Exteriores, dentro do programa França-Brasil (1984-1985). Participou do Conselho do MASP e do MAM. Esteve ligado, ainda, a inúmeras atividades culturais no Rio de Janeiro e em São Paulo (palestras, cursos, exposições, etc.), particularmente na Casa Rui Barbosa e no Museu Nacional de Belas Artes. É desse período a exposição sobre o autor de "Menina Morta", organizada pelo amigo Marco Paulo Alvim, cujo catálogo estampou o conhecido ensaio "Os Dois Mundos de Cornélio Pena" (1979) e o ensaio "Henrique Alvim Corrêa: Guerra & Paz" (1981), também concebido para apresentar os trabalhos do artista reunidos na Casa Rui Barbosa. Nesse universo, destaca-se ainda a exposição "Seculo XIX", da qual foi um dos responsáveis, dentro da mostra "Tradição e Ruptura", patrocinada pela Fundação Bienal de São Paulo em 1984.
Em 1979, Eulalio voltou à Universidade brasileira, como docente notório saber no Departamento de Teoria Literária da Unicamp. Lecionou no instituição entre 1980 e 1988. Retomou pontos de interesse e atuou em diferentes projetos. Entre eles, destaca-se "Literatura e Pintura: simpatia, diferenças, interações" (1979), em que valorizou a perspectiva comparativa, outrora presente em artigos e textos. Nessa fase, também planejou a organização dos volumes da obra de Brito Broca, dos quais publicou três. Alexandre Eulalio faleceu no dia 2 de junho de 1988, na cidade de São Paulo.

A idéia da fundação da Associação de Linguística e Filologia da América Latina, ALFAL, ocorreu durante o IX Congresso Internacional de Linguística, organizado pelo Comitê Internacional Permanente de Linguistas(CIPL / UNESCO), realizado em Cambridge, Massachusetts, em agosto de 1962.
Sua efetivação, no entanto, só aconteceu dois anos depois, em uma reunião realizada pelo Instituto de Filologia da Universidade do Chile, em Viña del Mar, Chile.
Entre 1966 e 1981, a ALFAL desenvolveu suas atividades em conjunto com o Programa Interamericano de Linguística e Ensino de Idiomas (PILEI). Neste período, à Associação coube a tarefa de organizar congressos, enquanto que, ao PILEI, coube promover projetos coletivos de pesquisa, simpósios e institutos.
Em janeiro de 1966, foi realizado em Montevidéu, Uruguai, o I Congresso Internacional da ALFAL. O segundo ocorreu três anos depois, em São Paulo. Até 1981, quando a parceria acaba, devido ao desaparecimento do PILEI, foram realizados mais quatro congressos.
A ALFAL assimilou alguns projetos que eram desenvolvidos no PILEI.
A nova etapa que se iniciou a partir daí, caracterizou-se, principalmente, pela determinação em se manter a Associação, aumentar seu número de associados e estimular os interessados nas atividades da ALFAL.
A partir de 1984, ocorreram mais sete congressos internacionais.
O IX ocorreu em Campinas, em agosto de 1990, no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (IEL/UNICAMP).
O XIII Congresso, o último realizado, aconteceu em San José, na Costa Rica, em fevereiro de 2002.
A partir de 1989, passou a ser publicado o primeiro número da revista “Linguística”, que em 2002 chegou ao seu 14º número.
A ALFAL é constituída por Comissões de Pesquisa, que são o núcleo da Associação.
Essas comissões são integradas por especialistas, que se reúnem voluntariamente, e organizadas através de uma agenda de pesquisas, cujos resultados são apresentados nos congressos internacionais. É administrada por uma Diretoria composta de Presidente, Secretário Geral e Tesoureiro, que exercem um mandato de seis anos, sendo renovada, pela metade, a cada três anos.
O órgão deliberativo máximo é a Assembleia Geral, convocada a cada três anos pelo Presidente.
Seis vogais, igualmente eleitos, fiscalizam e aprovam os informes da presidência, da secretaria e da tesouraria, auxiliando-a em suas deliberações. Delegados regionais nomeados pela Diretoria auxiliam-na nas tarefas administrativas.

Salum, Isaac Nicolau

Isaac Nicolau Salum nasce em Alpinópolis, antiga São Sebastião da Ventania, em Minas Gerais, no dia 24 de março de 1913. Filho de Nicolau Jorge Salum e de Maria Vilela Salum. Realiza o curso primário em sua cidade natal, na Escola Pública Masculina, de 1919 a 1922, e o secundário no Ginásio Mineiro de Muzambinho, de 1930 a 1934.
No ano seguinte, matricula-se no curso Pré-Teológico do Instituto "José Manuel da Conceição", em Jandira (SP), concluindo-o em 1937. Nesse mesmo ano ingressa no Curso Superior de Letras (Licenciatura em Letras Clássicas e Português e de Línguas Estrangeiras - dois diplomas) da Universidade de São Paulo (USP), onde se gradua em 1939. Faz o Curso de Didática na mesma universidade e, em 1941, sai licenciado como professor secundário.
Entre 1938 e 1940 estuda na Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, bacharelando-se em Teologia. Mesmo período em que a denominada "questão doutrinária", relativa aos chamados ministros liberais, abala a Igreja Presbiteriana Independente. No dia 5 de abril 1942, Salum participa da fundação da Igreja Cristã de São Paulo ao lado de Lívio Teixeira, Theodoro Henrique Maurer Jr. e Otoniel Mota, entre outros.
Casa-se com Antoinette Leuba Salum, norte-americana de ascendência suíça, no dia 23 de junho de 1942, de quem teve cinco filhos: Maria Luisa, Carlos Augusto, Maria Josefina, Marta Heloísa e Maria Elisabete.

Inicia suas atividades docentes como professor secundário de latim, português, francês e grego, em vários ginásios e colégios públicos e particulares de São Paulo (1941-1962). Em 1943 é aprovado no Concurso de Ingresso ao Magistério Secundário do Estado de São Paulo e torna-se Professor Efetivo de Latim no Colégio Estadual de Moji das Cruzes e, posteriormente, em Santo Amaro, no Colégio Estadual "Prof. Alberto Conde".

Sua primeira experiência no magistério superior se dá na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil (1942-1951). Logo em seguida, ao lado do Prof. Theodoro Henrique Maurer Jr., foi um dos iniciadores dos estudos lingüísticos na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH (a antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), na USP, atuando como Professor Assistente de Filologia Românica (1947-1968) e, posteriormente (1969), como Professor Titular da área até sua aposentadoria em 1983. Durante esse tempo também foi Professor Titular de Latim e encarregado do Curso de Português na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Mackenzie (1947-1959).
Desenvolve sua carreira científica inteiramente na USP: em 1954 apresenta à defesa sua tese de doutoramento, intitulada "A Contribuição Lingüística do Cristianismo na România Antiga"; faz o Concurso de Livre-Docência em 1967, submetendo ao exame sua tese sobre "A Semana Astrológica e a Judeu-Cristã: Introdução à Problemática da Nomenclatura Semanal Românica" e, no ano seguinte, o Concurso de Cátedra com a tese "A Problemática da Nomenclatura Semanal Românica".

Em 1969 convoca uma reunião que resultará na fundação do Grupo de Estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo e, nesse mesmo ano, passa a coordenar, juntamente com o Prof. Ataliba Teixeira de Castilho, a execução do Projeto de Estudo da Norma Urbana Lingüística Culta da Cidade de São Paulo (NURC), função que desempenhará até 1980.
Exerce na USP diversas funções administrativas: Chefe do Departamento de Lingüística e Línguas Orientais da FFLC (1970-1973); Vice-Diretor da Faculdade de Educação (1972-1975) e Presidente da Comissão de Pós-Graduação da FFLCH (1976-1979).
Entre os trabalhos de natureza bíblica que realizou destaca-se a tradução do grego das "Epístolas Aos Efésios", "Aos Filipenses" e "Aos Colossenses" para a edição portuguesa de "A Bíblia de Jerusalém", publicada em 1975.
Em 1985 recebe o título de Professor Emérito da USP. Falece em São Paulo no dia 3 de maio de 1993.

Oficina do Livro “Rubens Borba de Moraes”

A Oficina do Livro Rubens Borba de Moraes foi fundada em 1999 como uma entidade sem fins lucrativos que se propõe trabalhar em prol da recuperação e conservação da memória cultural brasileira, com ênfase na palavra escrita, reunindo associados que partilhem dos mesmos interesses, promovendo atividades e realizando publicações.

Instalada na que fora a casa e ateliê do artista plástico Samson Flexor(1907 – 1971) cujo projeto é do arquiteto Rino Levi, sua ocupação se configura numa iniciativa de recuperação histórica.

Tem como atividades formar e manter biblioteca, cujo acervo se compunha majoritariamente de obras obtidas em sebos e com alguma característica de representatividade cultural e/ou editorial; estabelecer parceria com Ateliê de encadernação e restauro para recuperação, tratamento e manutenção do acervo; realização de palestras e oficinas que promovam o respeito pela palavra impressa e ensine com recupera-los e conserva-lo; trabalhar no sentido de angariar livros que ampliem seu acervo ou que sejam encaminhados a bibliotecas carentes ou até mesmo que venham a formar bibliotecas em escolas, municípios, bairros, etc.

Também tem como objetivo, produzir e publicar a Revista Bibliográfica e Cultural que divulgue o acervo da Oficina do Livro, e o Nanico, boletim que, a par de registrar a produção literária presente que chegue à OFICINA, divulgue suas atividades. A OFICINA pretende também, estabelecer relacionamentos com centros de estudos e pessoas qualificadas para, entre outras atividades, explorar e divulgar autores, textos e documentos da biblioteca, além de traduzir e publicar trabalhos da biblioteca em língua estrangeira que mereçam ser reavivados.

Os principais patrocinadores da Oficina do Livro foram José Mindlin (co-fundador), Fundação Filantrópica Safra, Companhia Brasileira de Alumínio (Antônio Ermírio de Moraes), Siemens e Imprensa Oficial do Estado.

Em 2006, por falta de recursos financeiros, a Oficina do Livro entregou o imóvel que ocupava na Vila Mariana e ficou sem espaço físico para suas atividades, porém suas atividades como editora continuam até hoje.

Programa Certas Palavras

O Programa “Certas Palavras” foi concebido em 1980, por iniciativa dos jornalistas Claudiney José Ferreira e Jorge Marques de Vasconcellos, e foi concretizado na forma de um programa veiculado em rádio e que versava sobre livros e ideias.

O programa, que contava com uma produção independente, foi ao ar pela primeira vez em 21 de fevereiro de 1981, veiculado pela rádio Gazeta AM de São Paulo. Três meses após sua estreia recebeu premiação da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e, nesse mesmo ano, o prêmio Jabuti. Recebeu o prêmio da APCA ainda outras quatro vezes (1982, 1989, 1991 e 1995) e o prêmio Jabuti outras duas (1982 e 1988). Em Julho de 1982 passou a ser veiculado pela rádio Excelsior de São Paulo, permanecendo no ar até 1983. Voltou ao ar cinco anos depois (1988), agora pela rádio Eldorado AM. A emissora passou por uma reformulação e passou a se chamar Nova Eldorado AM. Durante este intervalo de existência do programa, Jorge Marques de Vasconcellos dirigiu, entre 1985 e 1987, um programa da rádio Cultura AM de São Paulo, inicialmente chamado “De Letras” e posteriormente teve seu nome alterado para “De Letras e Artes”, nesse programa, ele procurou alcançar os mesmos objetivos do “Certas Palavras”. Em março de 1991, o programa “Certas Palavras”, que havia permanecido dois anos e meio no ar pela Nova Eldorado AM, foi novamente cancelado. Porém, em julho deste mesmo ano voltou a ser transmitido pela Excelsior AM, emissora que poucos meses depois fez parte do núcleo formador da Rede CBN Brasil.

Há no acervo gravações do programa Certas Palavras realizadas até abril de 1996. O programa constitui-se fundamentalmente de entrevistas ou de perfis, de um escritor ou personalidade possuidor de alguma relação com o ambiente cultural nacional, além de debates, coberturas jornalísticas de eventos do mercado editorial, e eventuais entrevistas com autores estrangeiros. O programa ainda estabeleceu intercâmbios culturais com a veiculação de produções radiofônicas e estrangeiras, como os programas “Livros e Autores”, produzido pelo Serviço Brasileiro da Rádio BBC de Londres; “Prisma Cultural” e “Berlim com olhos sul-americanos”, ambos produzidos pela Rádio alem㠓Deutsche Welle” e, “Meridiano Zero”, produzido pelo Ministério Britânico das Relações Exteriores.

Michel Lahud

Michel Lahud nasceu no dia 8 de setembro de 1949, filho de Bechara Lahud e Victória Arbid Lahud.

Fez seu estudo primário e secundário na cidade de São Paulo, entre 1956 e 1967. Em 1968 iniciou a graduação na Universidade de São Paulo, estudando nos departamentos de filosofia e de psicologia.

No ano seguinte, transfere-se para a França, onde continuou seus estudos de filosofia. Primeiramente na Université de Paris VIII, onde estudou com Michel Foucault, que o aconselhou a mudar para a Université de Provence, Aix-en-Provence, onde, orientado por Gilles Gaston Granger se licenciou em filosofia em 1972 e, no ano seguinte, recebe o título de mestre em filosofia com a dissertação “Enquête autor de la notion de deixis”.

Em 1974, retoma seus estudos na Universidade de São Paulo, ingressando no doutorado.

No ano seguinte, entra para o quadro de docentes do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) como professor assistente do Departamento de Linguística.

Em 1979 obtém o título de Doutor na USP e publica “A propósito da noção de dêixis”, tradução do mestrado que fez na França. Nesse mesmo ano, lança a tradução de dois livros que fez em parceria: “Usos da linguagem” de François Vanoye (tradução e adaptação com Haquira Osakabe, Clarice Madureira e Éster Gebara) e “Marxismo e Filosofia da Linguagem” de Mikhail Bakhtin (tradução com Yara F. Vieira).

Entre 1978 e 1981, com uma bolsa de estudos da CAPES, faz estágio no Département de Recherches Linguistiques da Université de Paris VII e, entre 1981 e 1982, na Section “Sémantique, Sémiologie et Linguistique” da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (Paris).

Nesse período, publica, em conjunto com F. Franklin de Matos, o livro “Matei minha mulher: o caso Althusser” (1981).

Entre 1976 e 1983, foi membro do comitê de redação da revista “Almanaque: Cadernos de Literatura e Ensaio”.

Em 1985, faz a conferência de abertura da “Mostra Pier Paolo Pasolini”, realizada no Museu da Imagem e do Som em Campinas, São Paulo.

No ano seguinte, torna-se professor do Programa de Pós-graduação em Lógica e Filosofia das Ciências do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e profere conferências no curso “Os sentidos da paixão”, promovido pela Funarte em quatro capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Curitiba.

Entre 1987 e 1988, com bolsa de estudos concedida pela CAPES, foi pesquisador no Fondo Pier Paolo Pasolini em Roma. Nessa estadia, participa como pesquisador convidado da mostra “Pier Paolo Pasolini: um cinema di poesia”, realizada junto à “Mostra Internazionale del Cinema”, em Veneza.

Em 1989, quando retorna ao país, transfere-se do IEL para o IFCH, tornando-se professor assistente do Departamento de Filosofia.

Em 1990 publica “Os jovens infelizes: antologia de ensaios corsários” de Pier Paolo Pasolini; livro que traduziu com Maria Betânia Amoroso.

Além das obras citadas, possui ensaios e traduções publicados em vários periódicos brasileiros e estrangeiros.

Faleceu em 18 de dezembro de 1992.

Fontes: LAHUD, Michel. Currículo (datilografado). 2 p.; FRANCHI, Carlos. "O caminho de Michel Lahud". Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 jan. 1993.

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O Projeto Integrado em Neurolinguística está em vigência desde 1992 e tem dois objetivos centrais: a elaboração de um Banco de Dados em Neurolinguística (BDN), a partir da transcrição de dados registrados em áudio, de 1990 a 1996, e em vídeo, a partir de 2001, do Centro de Convivência de Afásicos (CCA). Este banco é organizado por um sistema de busca abrangente, de modo que várias frentes de pesquisa possam se estabelecer.

O segundo objetivo deste projeto diz respeito à formulação de princípios e versões protocolares discursivamente informados a constarem na avaliação de patologias da linguagem que podem afetar sujeitos-falantes que partilham uma mesma língua e cultura. Por isso, neste projeto investigam-se as possibilidades de relações implicadas nos diversos processos de significação em funcionamento: da semiose verbal com a não verbal e de aspectos linguístico-cognitivos com as diversas referências sócio-culturais.

Considera-se que tanto a formulação de um banco de dados, derivado de dados obtidos em uma perspectiva discursiva, quanto mecanismos e processos (neuro)linguísticos envolvidos no conhecimento das dificuldades e possibilidades de reorganização do estado cognitivo geral do sujeito afásico, possam interessar a diferentes investigações acerca do funcionamento da linguagem e de relações entre o normal e o patológico.

Diferentemente da tradição de se avaliar a linguagem no contexto patológico a partir de atividades essencialmente metalinguísticas, descontextualizadas e assentadas na variedade culta (escrita) e normativa do português, este projeto coloca sob bases discursivas o processo de natureza heurística de avaliação da linguagem, o que quer dizer avaliar o funcionamento da linguagem em meio a práticas discursivas que fazem sentido aos sujeitos falantes em questão, considerando, pois, as variedades vernaculares do português brasileiro e as diferentes configurações textuais em que podem se apresentar.

Fontes: Currículo Lattes da Profa. Dra. Maria Irma Hadler Coudry e material sobre o projeto no site da CNPq. Disponível em: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0079801CJCPEHZ. Acesso em: 29.08.2013.

MARGARIDO, Alfredo

Alfredo Augusto Margarido nasceu em 5 de fevereiro de 1928, na freguesia de Moimenta, região de Vinhais em Portugal. Ficcionista, ensaísta, poeta, crítico literário, jornalista, tradutor, artista plástico e estudioso de problemáticas africanas.
Iniciou sua formação acadêmica na Escola de Belas Artes do Porto, onde realizou algumas exposições, ao lado das que fez em Lisboa, antes de seguir, a serviço do governo português, para o continente africano no início dos anos 50. Primeiro foi para São Tomé e Príncipe e, em seguida, para Angola, onde foi responsável pelo Fundo das Casas Econômicas.
Em 1953, inicia a sua obra literária com a publicação de "Poemas com Rosas". Em 1957 é expulso do território angolano devido a denúncias que fez - publicadas no "Diário Popular" de Lisboa - sobre as situações de descriminação racial que ocorriam no país. No período que ficou na África colaborou com várias publicações; entre elas, o "Boletim de Cabo Verde" e o "Boletim da Guiné".
Regressa para Portugal e se dedica ao jornalismo, dirigindo o suplemento literário do "Diário Ilustrado", fazendo crítica literária e críticas sobre artes plásticas. Em 1958, publica "Poema Para Uma Bailarina Negra", de inspiração surrealista. Na ficção, integra-se na tendência do noveau roman com "No Fundo Deste Canal" (1960) e "A Centopeia" (1961). Em 1961 publica o ensaio "Teixeira de Pascoais" e, no ano seguinte, lança – em parceria com Artur Portela Filho – "O Novo Romance", livro que divulga o noveau roman em Portugal. Em 1963 edita, nessa mesma linha literária, o romance "As Portas Ausentes". Em 1964 publica em Lisboa o ensaio "Negritude e humanismo" e se instala em Paris, onde se formaria em Ciências Socias na École des Haute Études en Sciences Sociales.
Por combater ativamente o colonialismo durante o período da ditadura, seu regresso a Portugal lhe era vetado. Nesse período, criou e co-dirigiu a revista "Cadernos de Circunstância" ao lado de um grupo de exilados portugueses: Manuel Villaverde Cabral, Jorge Valadas (conhecido também pelo pseudônimo de Charles Reeve), Fernando Medeiros, Alberto Melo, João Freire e José Maria Carvalho Ferreira.
Enquanto professor lecionou em várias universidades francesas (Paris, Vincennes e Amiens) e, após o 25 de Abril de 1974, retorna para Portugal e leciona em Lisboa. No Brasil, passará pela USP, Unicamp, UFRJ e UFPB.
Da vasta obra de Alfredo Margarido, muita da qual dispersa por jornais e revistas, destaque-se, além das citadas, os ensaios "Jean Paul Sartre" (1965), "A Introdução ao Marxismo em Portugal" (1975), "Ensaio Sobre a Literatura das Nações Africanas" (1980), "Fernando Pessoa/Santo Antônio, São João, São Pedro - introdução crítica e notas" (1986), "Plantas e Conhecimento do Mundo nos Séculos XV e XVI" (1989) em colaboração com Isabel Castro Henriques, "As Surpresas da Flora no Tempo dos Descobrimentos" (1994) e "A Lusofonia e os Lusófonos: novos mitos portugueses" (2000).
Também se notabilizou na tradução: Anouilh, Faulkner, James Joyce, Steinbeck, Dylan Thomas, Nietzsche, Saint-John Perse, Kafka, entre outros, fizeram parte de seu trabalho nesse campo.
Deixou uma vasta obra, muita da qual dispersa por obras coletivas – capítulos, introduções, prefácios, posfácios –, e por estudos espalhados em jornais e revistas culturais e científicas, nacionais e estrangeiras.
Uma parte da sua obra plástica foi reunida em "33+9 Leituras Plásticas de Fernando Pessoa" (1988) e em "Obra Plástica de Alfredo Margarido" (2007).
O espólio de Alfredo Margarido passou a integrar o acervo da Biblioteca Nacional de Portugal por doação do próprio em 2009.
Faleceu em Lisboa no dia 12 de outubro de 2010.