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Comissão de Ensino de Graduação
Entidad colectiva · 1963 - atualmente

A Comissão de Ensino de Graduação (CEG) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp é um órgão colegiado responsável por coordenar, supervisionar e propor políticas relacionadas aos cursos de graduação em medicina e demais cursos vinculados à FCM. Sua criação está ligada à estruturação da própria faculdade, que foi fundada em 1963, mas ganhou maior formalização com a consolidação da Unicamp como universidade de excelência em ensino e pesquisa. A CEG/FCM surgiu para garantir a qualidade acadêmica, alinhando-se às diretrizes institucionais e às demandas sociais na área da saúde.

Principais atividades da CEG/FCM:

  1. Currículo e Projetos Pedagógicos: Elabora e revisa grades curriculares, integrando inovações educacionais e diretrizes nacionais (como as do Ministério da Educação).
  2. Acompanhamento Acadêmico: Monitora o desempenho discente, analisa índices de evasão e propõe ações para melhoria do ensino.
  3. Processos Acadêmicos: Gerencia matrículas, transferências, ajustes de disciplinas e reconhecimento de diplomas.
  4. Estágios e Práticas: Coordena atividades práticas e estágios em hospitais universitários e redes de saúde, assegurando a integração teoria-prática.
  5. Eventos e Capacitação: Promove seminários e workshops para atualização docente e discussão de metodologias ativas (como problem-based learning).
  6. Avaliação Institucional: Participa de processos de avaliação interna e externa (como o SINAES/MEC) para manter a excelência dos cursos.

Composição e Estrutura:

A comissão é formada por docentes, representantes discentes e técnicos administrativos, eleitos periodicamente, garantindo representatividade multissetorial. Suas decisões são tomadas em reuniões periódicas, com relatórios públicos disponíveis no site da FCM/Unicamp.

Comissão de Pós-Graduação
Entidad colectiva · 1989 - atualmente

A Comissão de Pós-Graduação (CPG) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) é o órgão responsável por coordenar e supervisionar as atividades relacionadas aos programas de pós-graduação oferecidos pela faculdade. Seu objetivo principal é garantir a excelência acadêmica e científica dos cursos de mestrado, doutorado e especialização, promovendo a formação de profissionais altamente qualificados.

As principais atribuições da CPG incluem:

  1. Definir diretrizes e zelar pela execução dos programas de pós-graduação.
  2. Coordenar atividades didático-científicas e divulgar os critérios de seleção.
  3. Organizar e divulgar o calendário acadêmico, definir vagas, e deliberar sobre trancamentos de matrícula.
  4. Analisar processos de equivalência e reconhecimento de títulos.
  5. Propor a constituição de Comissões de Programa e aprovar áreas de concentração.

A CPG é composta por professores e representantes discentes, assegurando uma gestão participativa e alinhada às demandas da comunidade acadêmica.

Departamento de Clínica Médica
Entidad colectiva · 1966 - atualmente

O Departamento de Clínica Médica (DCM) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp é uma unidade acadêmica dedicada ao ensino, pesquisa e assistência na área de clínica médica. Sua origem está vinculada à fundação da própria FCM, que iniciou suas atividades em 1963, integrando-se à estrutura da Unicamp em 1966. O DCM consolidou-se como um pilar fundamental na formação de profissionais de saúde e no desenvolvimento de pesquisas clínicas.

Principais atividades e estrutura:

  1. Ensino:
    • Oferece disciplinas para os cursos de Graduação em Medicina, incluindo estágios em clínica médica, e participa de programas de Residência Médica em especialidades como cardiologia, endocrinologia, gastroenterologia e pneumologia.
    • Atua em programas de Pós-Graduação (mestrado e doutorado), focando em pesquisas translacionais e clínicas.
  2. Pesquisa:
    • Desenvolve estudos em áreas como doenças crônicas (diabetes, hipertensão), doenças infecciosas, oncologia e saúde pública.
    • Mantém colaborações com instituições nacionais e internacionais, além de participar de projetos financiados por agências como FAPESP e CNPq.
  3. Assistência:
    • Integra-se ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, onde docentes e residentes prestam atendimento a pacientes do SUS, alinhando teoria e prática.
    • Promove ações de extensão, como campanhas de prevenção e atendimento a populações vulneráveis.

Relevância para a FCM/Unicamp:

O DCM é estratégico para a missão da FCM de aliar excelência acadêmica e impacto social. Sua atuação garante:

  • Formação de médicos generalistas e especialistas com base em evidências científicas.
  • Produção de conhecimento que influencia políticas públicas de saúde.
  • Atendimento de alta complexidade à população, reforçando o compromisso da universidade com o SUS.
    Em síntese, o DCM é um centro dinâmico que une educação, pesquisa inovadora e assistência humanizada, contribuindo para o avanço da medicina e a melhoria da saúde no Brasil.
Departamento de Radiologia
Entidad colectiva · 2004 - 2007

O Departamento de Radiologia (DRX) da FCM-Unicamp é uma unidade acadêmica e de pesquisa dedicada ao ensino, à inovação tecnológica e à prestação de serviços em diagnóstico por imagem e oncologia. Sua história remonta à década de 1960, quando a necessidade de infraestrutura radiológica para o ensino médico motivou protestos estudantis, culminando na instalação do primeiro serviço de radiologia em 1968, em condições improvisadas na Santa Casa de Campinas. Em 1992, após décadas de crescimento, o DRX foi oficialmente instituído como departamento autônomo, consolidando-se como referência na área.

Principais Atividades

  1. Ensino e Formação: O DRX oferece residência médica e programas de pós-graduação, integrando teoria e prática em radiologia diagnóstica, intervencionista e oncologia.
  2. Pesquisa Científica: Produz artigos em periódicos especializados, capítulos de livros e participa ativamente de congressos nacionais e internacionais.
  3. Serviços Clínicos: Presta atendimento por meio de tecnologias de imagem avançadas, vinculado ao Hospital de Clínicas da Unicamp.
  4. Inovação: Desenvolve materiais didáticos audiovisuais e projetos técnicos para aprimorar o ensino e a prática médica.

Relevância Institucional

O DRX destaca-se por sua contribuição histórica para a estruturação da FCM, sendo pioneiro na integração de tecnologia médica no ensino. Sua produção acadêmica (como os 121 artigos publicados em 2008) e a participação em eventos científicos reforçam seu papel na formação de profissionais qualificados e na geração de conhecimento em radiologia e oncologia. Além disso, recebeu prêmios e mantém parcerias, evidenciando reconhecimento nacional e internacional.
Em síntese, o DRX é um pilar da FCM-Unicamp, alinhando tradição acadêmica, excelência em pesquisa e compromisso social na área da saúde.

José Francisco Figueiredo
Persona · 1942 - 2017

Dr. José Francisco Figueiredo foi um renomado nefrologista, pesquisador e professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Reconhecido por suas contribuições pioneiras no campo da nefrologia e fisiologia renal, o professor deixou um legado de excelência acadêmica e científica.

Graduou-se em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) em 1969. Iniciou sua carreira acadêmica como professor auxiliar na disciplina de Nefrologia da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) entre 1973 e 1976, obtendo em seguida seu doutorado na mesma instituição, em 1976. Posteriormente, realizou um prestigiado pós-doutorado na Cornell University Medical College, em Nova York, de 1976 a 1979, período em que ampliou sua expertise em transplante e conservação renal.

De volta ao Brasil, foi aprovado como professor adjunto da EPM, cargo que ocupou de 1980 a 1986, antes de ingressar na Unicamp, onde se estabeleceu como professor titular de nefrologia a partir de 1998. Sua atuação no ensino, na pesquisa e no cuidado com pacientes foi marcada pela liderança no desenvolvimento de técnicas de conservação e transplante de órgãos, além de sua ampla produção científica na área de fisiologia de órgãos e sistemas.

Ao longo de sua trajetória, Figueiredo também contribuiu para o avanço da pesquisa científica no Brasil como assessor e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além disso, foi membro ativo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, desempenhando papel importante na disseminação do conhecimento técnico-científico no campo.

Mesmo após sua aposentadoria, em 2004, continuou a se dedicar à ciência e à formação de novos profissionais como professor voluntário colaborador no Departamento de Cirurgia da FCM/Unicamp e como pesquisador no Laboratório de Nefrologia Experimental. Seu trabalho no laboratório foi amplamente reconhecido, incluindo uma homenagem em 2017 durante a X Semana de Pesquisa da FCM, pelo impacto de suas contribuições na Comissão de Pesquisa da faculdade entre 1984 e 1988.

Dr. José Francisco Figueiredo também foi responsável por coordenar o Laboratório de Conservação de Órgãos da FCM/Unicamp até sua extinção, em 2013. O conjunto documental produzido por ele reúne registros valiosos das orientações e pesquisas conduzidas não apenas na Unicamp, mas também em outras instituições de ensino onde atuou.

Seu legado ultrapassa as fronteiras acadêmicas, simbolizando a dedicação incansável à ciência, à formação de novos profissionais e à melhoria do cuidado médico no Brasil.

José Martins Filho
Persona · 1943 - atualmente

Nascido em Santos, São Paulo, no dia 11 de setembro de 1943, José Martins Filho trilhou um caminho de grande impacto na Medicina e na Educação Superior no Brasil. Desde os primeiros passos na graduação até a ocupação de cargos de liderança na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), consolidou-se como uma das figuras mais importantes da pediatria e da administração universitária no país.

Início da Carreira e Formação Acadêmica

O desejo de atuar na medicina levou José Martins Filho a ingressar na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, onde obteve seu diploma de médico. Desde cedo, demonstrou interesse especial pela pediatria, área à qual dedicaria toda a sua vida profissional. Seu aprofundamento nos estudos o levou a seguir carreira acadêmica na Unicamp, onde se tornou doutor em Medicina em 1972 e Professor Livre-Docente em 1976.
Naquele período, a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp ainda estava em seus primeiros anos de existência. O professor José Martins Filho desempenhou um papel fundamental em sua consolidação, especialmente na área da pediatria. Em 1986, alcançou o posto de Professor Titular, coroando sua trajetória acadêmica e iniciando uma fase de intensas contribuições para a universidade.

Contribuições para a Pediatria e a Formação Médica

Sua atuação como pediatra e neonatologista sempre esteve aliada ao ensino e à pesquisa. Foi um dos grandes incentivadores do fortalecimento da residência em pediatria na Unicamp e do desenvolvimento de programas de especialização e pós-graduação na área. Durante sua gestão, ajudou a transformar a faculdade em um referência nacional em ensino, pesquisa e assistência pediátrica.
Além disso, teve um papel decisivo na implantação do Hospital das Clínicas da Unicamp, onde coordenou o Departamento de Pediatria e participou ativamente do planejamento da estrutura hospitalar, garantindo que o setor de pediatria fosse um dos mais bem desenvolvidos dentro da instituição. Seu compromisso com a qualidade do ensino e da assistência médica o levou também a atuar como Presidente da Comissão de Pós-Graduação em Pediatria e Presidente do Conselho de Administração do Hospital das Clínicas.

Reitor da Unicamp e Gestão Universitária

A trajetória acadêmica do Prof. Dr. José Martins Filho o levou naturalmente à administração universitária. Após atuar como Vice-Diretor e depois Diretor da Faculdade de Ciências Médicas, assumiu, em 1990, o cargo de Coordenador Geral da Universidade (Vice-Reitor) na gestão de Carlos Vogt. Seu perfil agregador e sua defesa de uma universidade mais democrática e participativa o destacaram na comunidade acadêmica.
Em 1994, venceu a consulta pública da universidade com 60,45% dos votos e foi nomeado Reitor da Unicamp pelo governador do Estado. Durante seu mandato, que durou até 1998, conduziu uma gestão focada na valorização dos recursos humanos, na reestruturação do ensino de graduação e na expansão da universidade. Entre suas realizações, destaca-se a ampliação dos cursos noturnos, possibilitando o acesso de mais estudantes à universidade pública, e a criação de programas voltados ao bem-estar de alunos e funcionários, como o Centro de Apoio aos Funcionários (CAF).
Além disso, liderou um projeto de urbanização e infraestrutura do campus, ampliando as instalações da área da saúde e modernizando laboratórios de pesquisa. Sua visão estratégica contribuiu para fortalecer a Unicamp como um dos maiores centros de ensino e pesquisa da América Latina.

Pesquisa e Contribuições Científicas

Paralelamente à sua atuação administrativa, José Martins Filho nunca deixou de lado sua paixão pela pesquisa. Tornou-se um referência internacional na área de nutrição infantil e aleitamento materno, sendo fundador do Grupo Nacional de Estímulo ao Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Lutou pelo aumento da licença-maternidade de três para quatro meses, defendendo a importância do vínculo materno nos primeiros meses de vida do bebê.
Seus estudos e iniciativas renderam-lhe diversos prêmios e reconhecimentos. Em 1996, recebeu o Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas pelo livro "Lidando com Crianças, Conversando com os Pais". Em 2015, foi laureado com o Prêmio Mérito Científico da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas.
Além disso, ocupa a Cadeira 21 da Academia Brasileira de Pediatria, consolidando sua posição como um dos mais respeitados especialistas na área.

Legado e Influência

A vida e a obra do Prof. Dr. José Martins Filho são um testemunho de dedicação à educação, à pesquisa e à assistência médica. Seu trabalho moldou a formação de centenas de pediatras, impactou diretamente a estrutura da Unicamp e influenciou políticas públicas na área da saúde infantil.
Ao olhar para sua trajetória, percebe-se um profissional que não apenas construiu uma carreira brilhante, mas também contribuiu ativamente para a construção de uma universidade mais forte e de um país mais preparado para os desafios da saúde pública.
Seu legado permanece vivo na formação de novos médicos, na consolidação da pediatria como especialidade essencial para o desenvolvimento infantil e na história da Unicamp, onde sua presença marcou gerações de estudantes, professores e profissionais da saúde.

Oswaldo Vital Brazil
Persona · 1912 - 2008

O Professor Emérito Doutor Oswaldo Vital Brazil é uma figura fundamental na história da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Filho do renomado médico e cientista Vital Brazil, fundador do Instituto Butantan, Oswaldo seguiu os passos do pai no campo da pesquisa científica e desempenhou um papel crucial na consolidação da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Inicialmente assistente na Universidade de São Paulo (USP), Oswaldo Vital Brazil chegou à Unicamp por indicação de Armando Otávio Ramos, que o considerava mais apto para o desafio. Assim, tornou-se o responsável por fundar e estruturar o Departamento de Farmacologia da FCM. Seu compromisso foi essencial para o sucesso do departamento, consolidando-o como referência no ensino e na pesquisa farmacológica.

Entre suas principais contribuições científicas, destacam-se os estudos pioneiros sobre o veneno de cobras, especialmente a crotoxina da cascavel, além da descoberta da ação neuromuscular dos antibióticos, esclarecendo complicações médicas até então pouco compreendidas. Ele também liderou pesquisas sobre toxinas (venenos) de serpentes e seus antagonistas, contribuindo significativamente para a toxicologia e farmacologia no Brasil.

Oswaldo Vital Brazil sempre enfatizou a importância da pesquisa aliada ao ensino, formando diversas gerações de profissionais e cientistas. Seus estudos são amplamente citados em teses, livros e revistas científicas internacionais, demonstrando a profundidade e o impacto de sua trajetória acadêmica.

Seu legado na FCM da Unicamp é inegável. Como professor e pesquisador, dedicou-se à construção de um ambiente acadêmico inovador e à formação de um centro de excelência em farmacologia. Sua paixão pelo conhecimento e sua dedicação ao ensino deixaram uma marca indelével na história da universidade e da ciência brasileira.

SEKI, Lucy
Persona · 27/03/1939 - 23/06/2017

Nascida em 27 de março de 1939, em Belo Horizonte, Lucy Soares Ferreira (que após o casamento substitui esse sobrenome pelo o de Seki), é a terceira filha de Maria Odete e Aristides Soares Ferreira. Linguista, pesquisadora e professora universitária, torna-se uma das maiores referências na área da Linguística Antropológica, especializando-se nas línguas Kamaiurá (família Tupi-Guarani) e Krenak (tronco Macro-Jê), com as quais trabalhou ao longo de quatro décadas.

Sua trajetória no Ensino Superior é inaugurada em 1960, ao graduar-se em História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Posteriormente, muda-se para Moscou (na época, pertencente à União Soviética) e realiza o Mestrado (1969) e o Doutorado (1973) em Filologia na Universidade Patrice Lumumba e o Pós-doutorado na Universidade do Texas, nos Estados Unidos (1986).

Durante a permanência em território soviético, sua família enfrenta a perseguição política da ditadura militar iniciada em 1963: nesse processo, diversos livros que possuía foram escondidos ou queimados pela família. Em 1973, Seki retorna ao Brasil, tendo dificuldades para ingressar no mercado de trabalho devido ao período que esteve em Moscou.

Em 1974, casa-se com o japonês Hiroshi Seki, com quem posteriormente tem os filhos Augusto Hiroyuki Seki e Célia Harumi Seki.

Em 1977, passa a lecionar no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no qual posteriormente se afirma como titular da área de Linguística Antropológica/Línguas Indígenas.
Seu interesse acerca das línguas indígenas inicia-se em 1968, quando auxilia a antropóloga Carmem Junqueira (professora titular e emérita da PUC-SP) em um trabalho de campo na comunidade indígena Kamaiurá. Durante os próximos vinte anos, realiza estudos encomendados pela FUNAI sobre a língua Krenak (que incluem o levantamento de dados linguísticos para o estudo da história e interferência sofrida a partir do contato com a língua portuguesa). Retoma o trabalho no Xingu a partir de 1987, iniciando pelas línguas que corriam maior risco de extinção (como Yawalapiti, Panará e Juruna).

Ao aliar sólida formação teórica a um prolongado trabalho de campo, contribui significativamente para o conhecimento de diversas línguas indígenas, seja em decorrência de seus próprios trabalhos ou das diversas orientações realizadas em nível de Mestrado e Doutorado. Suas preocupações com línguas em situação de risco refletem-se no amplo trabalho realizado com o Krenak, língua então em acelerado processo de extinção. Em 2000, publica a "Gramática da língua Kamaiurá, língua Tupi-Guarani do Alto Xingu" (Editora da Unicamp/ Imprensa Oficial do Estado de São Paulo), primeira gramática abrangente de uma língua indígena brasileira realizada por um autor brasileiro. Em 2012, publica "O que Habitava a boca de nossos ancestrais" (Museu do Índio - FUNAI), coletânea que reúne narrativas Kamaiurá registradas ao longo de quarenta anos de pesquisa com os anciãos do grupo.

Ao longo da carreira, também desenvolve e assessora projetos para a formação de professores indígenas, à exemplo do Formação de Professores Indígenas de Rondônia, Formação de Professores Indígenas do Parque do Xingu e Formação de Professores Indígenas Kayapó, Panará e Tapatuna Goronã. Ao utilizar metodologias que buscam engajar os falantes no processo educativo para romper com a assimetria de poder existente na prática escolar, essas metodologias partem do universo sociocultural dos próprios falantes para a criação de alfabetos e elaboração de materiais didáticos. Nesse sentido, também é responsável pela organização da obra "Linguística Indígena e Educação na América Latina" (1993) e uma das responsáveis pela criação do Centro de Estudos de Línguas e Culturas Ameríndias (CELCAM) e da revista acadêmica "Línguas Indígenas da América do Sul" (LIAMES), um periódico científico dedicado exclusivamente às línguas indígenas do continente. Em 2010, Lucy Seki é eleita membro honorário da Linguistic Society of America, como forma de reconhecimento às relevantes contribuições feitas na área.

Faleceu no dia 23 de junho de 2017, na cidade de Campinas, aos 78 anos de idade.