SEKI, Lucy

Área de identificação

Tipo de entidade

Pessoa

Forma autorizada do nome

SEKI, Lucy

Forma(s) paralela(s) de nome

    Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

      Outra(s) forma(s) de nome

        identificadores para entidades coletivas

        Área de descrição

        Datas de existência

        27/03/1939 - 23/06/2017

        Histórico

        Nascida em 27 de março de 1939, em Belo Horizonte, Lucy Soares Ferreira (que após o casamento substitui esse sobrenome pelo o de Seki), é a terceira filha de Maria Odete e Aristides Soares Ferreira. Linguista, pesquisadora e professora universitária, torna-se uma das maiores referências na área da Linguística Antropológica, especializando-se nas línguas Kamaiurá (família Tupi-Guarani) e Krenak (tronco Macro-Jê), com as quais trabalhou ao longo de quatro décadas.

        Sua trajetória no Ensino Superior é inaugurada em 1960, ao graduar-se em História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Posteriormente, muda-se para Moscou (na época, pertencente à União Soviética) e realiza o Mestrado (1969) e o Doutorado (1973) em Filologia na Universidade Patrice Lumumba e o Pós-doutorado na Universidade do Texas, nos Estados Unidos (1986).

        Durante a permanência em território soviético, sua família enfrenta a perseguição política da ditadura militar iniciada em 1963: nesse processo, diversos livros que possuía foram escondidos ou queimados pela família. Em 1973, Seki retorna ao Brasil, tendo dificuldades para ingressar no mercado de trabalho devido ao período que esteve em Moscou.

        Em 1974, casa-se com o japonês Hiroshi Seki, com quem posteriormente tem os filhos Augusto Hiroyuki Seki e Célia Harumi Seki.

        Em 1977, passa a lecionar no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no qual posteriormente se afirma como titular da área de Linguística Antropológica/Línguas Indígenas.
        Seu interesse acerca das línguas indígenas inicia-se em 1968, quando auxilia a antropóloga Carmem Junqueira (professora titular e emérita da PUC-SP) em um trabalho de campo na comunidade indígena Kamaiurá. Durante os próximos vinte anos, realiza estudos encomendados pela FUNAI sobre a língua Krenak (que incluem o levantamento de dados linguísticos para o estudo da história e interferência sofrida a partir do contato com a língua portuguesa). Retoma o trabalho no Xingu a partir de 1987, iniciando pelas línguas que corriam maior risco de extinção (como Yawalapiti, Panará e Juruna).

        Ao aliar sólida formação teórica a um prolongado trabalho de campo, contribui significativamente para o conhecimento de diversas línguas indígenas, seja em decorrência de seus próprios trabalhos ou das diversas orientações realizadas em nível de Mestrado e Doutorado. Suas preocupações com línguas em situação de risco refletem-se no amplo trabalho realizado com o Krenak, língua então em acelerado processo de extinção. Em 2000, publica a "Gramática da língua Kamaiurá, língua Tupi-Guarani do Alto Xingu" (Editora da Unicamp/ Imprensa Oficial do Estado de São Paulo), primeira gramática abrangente de uma língua indígena brasileira realizada por um autor brasileiro. Em 2012, publica "O que Habitava a boca de nossos ancestrais" (Museu do Índio - FUNAI), coletânea que reúne narrativas Kamaiurá registradas ao longo de quarenta anos de pesquisa com os anciãos do grupo.

        Ao longo da carreira, também desenvolve e assessora projetos para a formação de professores indígenas, à exemplo do Formação de Professores Indígenas de Rondônia, Formação de Professores Indígenas do Parque do Xingu e Formação de Professores Indígenas Kayapó, Panará e Tapatuna Goronã. Ao utilizar metodologias que buscam engajar os falantes no processo educativo para romper com a assimetria de poder existente na prática escolar, essas metodologias partem do universo sociocultural dos próprios falantes para a criação de alfabetos e elaboração de materiais didáticos. Nesse sentido, também é responsável pela organização da obra "Linguística Indígena e Educação na América Latina" (1993) e uma das responsáveis pela criação do Centro de Estudos de Línguas e Culturas Ameríndias (CELCAM) e da revista acadêmica "Línguas Indígenas da América do Sul" (LIAMES), um periódico científico dedicado exclusivamente às línguas indígenas do continente. Em 2010, Lucy Seki é eleita membro honorário da Linguistic Society of America, como forma de reconhecimento às relevantes contribuições feitas na área.

        Faleceu no dia 23 de junho de 2017, na cidade de Campinas, aos 78 anos de idade.

        Locais

        Estado Legal

        Funções, ocupações e atividades

        Mandatos/fontes de autoridade

        Estruturas internas/genealogia

        Contexto geral

        Área de relacionamentos

        Área de pontos de acesso

        Pontos de acesso de assunto

        Pontos de acesso local

        Ocupações

        Área de controle

        Identificador de autoridade arquivística de documentos

        Identificador da entidade custodiadora

        Regras ou convenções utilizadas

        Estado atual

        Nível de detalhamento

        Datas de criação, revisão e eliminação

        Idioma(s)

          Sistema(s) de escrita(s)

            Fontes

            Notas de manutenção