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Registro de autoridad
LOBATO, José Bento Monteiro

Nasce José Renato Monteiro Lobato em 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, SP, filho de José Bento Marcondes Lobato e Olympia Monteiro Lobato. Em 1893 muda seu nome para José Bento. Com o falecimento de seus pais, em 1899 o avô materno José Francisco Monteiro, visconde de Tremembé, assume a tutela de Lobato e de suas duas irmãs, Esther e Judith. Lobato realiza os estudos primários e secundários na cidade natal e em 1900 ingressa na vida acadêmica, cursa direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Escreve regularmente para o jornal da faculdade e preside a revista 'Arcádia', uma sociedade literária dos alunos desta instituição. Em 1903, funda-se o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito, e Lobato figura, desde o primeiro número, na comissão de redatores do seu jornal, 'O Onze de Agosto'. Diploma-se bacharel em 1904. Em 1907, assume a promotoria de Areias, seu primeiro cargo de relevância. No ano seguinte se casa com Maria da Pureza Natividade, em Taubaté, com quem tem quatro filhos: Martha (1909), Edgard (1910), Guilherme (1912) e Ruth (1916). Lobato permanece em Areias até 1911, quando recebe como herança a fazenda do Buquira, para onde se muda com a família. Transfere-se, em 1917, para São Paulo, onde organiza, neste período, a pedido do jornal 'O Estado de São Paulo', um estudo sobre o mito do Saci. No ano seguinte, compra a 'Revista do Brasil' e lança uma coletânea de contos intitulada 'Urupês'. Em 1920 publica 'A menina do narizinho arrebitado', ingressando assim no universo da literatura infantil, gênero que renderia outras 16 obras ao longo de sua vida. Funda neste mesmo ano a editora Monteiro Lobato & Cia, empresa que em 1924 se transformaria na Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato, um ano depois, ainda no ramo editorial, participa da constituição da Companhia Editora Nacional e em 1946 torna-se sócio da Editora Brasiliense e, mais tarde, durante sua estada na Argentina, da Editorial Acteon. Entre 1925 e 1946 publica dezenas de traduções e adaptações de conhecidas obras da literatura universal. Paralelamente à sua produção literária, produz ao longo de toda sua vida inúmeras aquarelas e desenhos: caricaturas, ilustrações, esboços para personagens de sua obra e ainda deixa registrada sua impressão dos lugares onde viveu ou visitou, inclusive ilustrou a primeira edição de 'Urupês', seu livro de estreia. Uma temporada de quatro anos, 1927 a 1931, em Nova Iorque, como adido comercial, estimulou o seu lado progressista, levando-o a publicar um livro intitulado 'América' (1932), onde relata suas impressões sobre o desenvolvimento e a eficiência dos Estados Unidos em contraposição à situação do Brasil. Acredita firmemente que pode levar o Brasil ao desenvolvimento, assim como vira nos Estados Unidos. Inicia a Campanha do Petróleo, alimentando debates pela imprensa e realizando palestras sobre a importância dos empreendimentos petrolíferos nacionais, participa da fundação de diversas companhias e realiza a prospecção de petróleo em alguns estados brasileiros. Lança, em 1936, o livro 'O escândalo do petróleo'. Mesmo ano em que é eleito para a Academia Paulista de Letras. Sua atuação na Campanha do Petróleo o leva a entrar em choque com o governo de Getúlio Vargas e mais tarde (1941) tem sua prisão decretada, onde permanece durante alguns meses. Em 1938 perde seu filho Guilherme e em 1943, Edgard. Após passar por alguns problemas de saúde, sofre um derrame e falece, em São Paulo, na madrugada de 4 de julho de 1948.

ANDRADE, José Oswald de Souza

José Oswald de Souza Andrade nasceu no dia 11 de janeiro de 1890, na cidade de SP, filho de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta de Souza Andrade. Sua educação inicialmente se deu com professores particulares, passando, em 1900, à escola Modelo Caetano de Campos e, no ano seguinte, ao Ginásio Nossa Senhora do Carmo e em 1903 ao Colégio São Bento onde conclui os estudos em Humanidades em 1908, ano que ingressa na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco e interrompe o curso, que só concluirá em 1919. Em 1909 inicia sua vida profissional como redator e crítico de teatro para o jornal 'Diário Popular'. Monta, em 1910, junto com o pintor Oswaldo Pinheiro, um ateliê. Nesse ano ele conhece o RJ onde fica hospedado na casa de seu tio, o escritor Inglês de Souza, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, usando recursos financeiros de sua mãe, funda o periódico 'O Pirralho'. Embarca para a Europa em 1912, onde conhece vários países e a jovem dançarina Carmen Lydia. Nesse período trabalha como correspondente do 'Correio da Manhã'. Em setembro desse ano sua mãe falece. Volta ao Brasil com a estudante francesa Henriette Denise Bouflers, a Kamiá, e reassume o posto de redator de 'O Pirralho' até o fim desta publicação em 1917. Em 1913 publica 'A Recusa' (drama). No ano seguinte Kamiá dá à luz a seu primeiro filho, José Oswald Antônio de Andrade, o Nonê. Em 1915 chega ao Brasil, Carmen Lydia com quem mantém rumoroso envolvimento. Dois anos depois participa com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti, do primeiro grupo modernista e realiza com vários colaboradores a composição de 'O Perfeito Cozinheiro das Almas desse Mundo...'. Em fevereiro de 1919 morre seu pai. Casa-se 'in extremis' com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone), que havia colaborado em algumas de suas obras. Foi um dos principais idealizadores da 'Semana da Arte Moderna' de 1922. Nesse ano começa sua amizade com Tarsila do Amaral, no ano seguinte viaja com ela pela Europa. Em 1924 sai no 'Correio da Manhã' seu 'Manifesto da Poesia Pau Brasil', período em que excursiona, em companhia de outros intelectuais brasileiros e do poeta francês Blaise Cendrars, pelas cidades históricas de Minas Gerais. Publica 'Memórias Sentimentais de João Miramar'. Viaja pela Europa e assume endereço definitivo em Paris na companhia de Tarsila, onde vive até 1929. Em 1925 publica 'Pau Brasil' (poemas). No ano seguinte, numa visita ao Brasil, casa-se com Tarsila. Publica ainda nesse ano 'Serafim Ponte Grande' na 'Revista do Brasil'. Em 1927 publica 'A Estrela do Absinto' e o 'Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade' e, no ano seguinte, o 'Manifesto Antropofágico' na 'Revista da Antropofagia'. Em 1929 rompe com Tarsila e parte em viagem para a Bahia acompanhado de Patrícia Galvão, Pagú, com quem se casaria em abril de 1930 em cerimônia realizada em um cemitério. Pagú dá à luz Rudá Poronominare Galvão de Andrade. Oswald publica várias obras de cunho político, engaja-se no Partido Comunista e lança 'Serafim Ponte Grande' como livro. Em 1934, deixa Pagú e une-se a pianista Pilar Ferrer. No mesmo ano, publica 'A Escada Vermelha' e 'O Homem e o Cavalo', e assina contrato antenupcial com regime de separação de bens com Julieta Bárbara Guerrini, com quem se casaria em 1936. Escreve, em 1937, 'O País da Sobremesa' e publica as peças 'A Morta' e 'O Rei da Vela'. Dois anos depois escreve 'O Lar do Operário'. Em 1942 publica 'Cântico do Cânticos para Flauta e Violão', obra dedicada à Maria Antonieta d´Alkmin, com quem se casaria em 1943, e 'Marco Zero I: A Revolução Melancólica'. Em 1945 sai 'O Sentido da nacionalidade no Caramuru e no Uruguai' e 'A Arcádia e a Inconfidência' e nasce sua filha Antonieta Marília. Lança uma coletânea de artigos intitulada 'Ponta de Lança' e publica 'A Sátira na Poesia Brasileira', 'Poesias Reunidas' e 'Marco Zero II - Chão'. Lança um manifesto ao 'Povo de São Paulo, Trabalhadores de São Paulo, Homens Livres de São Paulo', e escreve 'Canto do Pracinha Só'. Rompe definitivamente com Carlos Prestes e com o Partido Comunista. Publica 'A Lição da Inconfidência' e 'O Escaravelho de Ouro'. Em 1948 nasce seu filho Paulo Marcos e, no ano seguinte, viaja com o escritor francês Albert Camus pelo interior do Brasil para assistir a festa do Divino. Em 1950 escreve 'O Antropófago' e lança 'O Santeiro do Mangue', em versão definitiva. Participa de concurso para provimento da Cadeira de Filosofia na FFLCH/USP, ocasião em que defende a tese 'A crise da filosofia messiânica', sem êxito. Candidata-se a deputado federal pelo PRT. Escreve, em 1952, 'Introdução a antropofagia' e, dois anos depois, publica o primeiro volume de 'Memórias - Um homem sem profissão' e é indicado para ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. No dia 22 de Outubro de 1954, falece em sua residência na cidade de SP, onde está sepultado em jazigo da família no cemitério da Consolação.

ÉLIS, Bernardo

Bernardo Elis Fleury de Campos Curado nasceu em Corumbá de Goiás, GO, em 15 de novembro de 1915. Filho do poeta Érico José Curado e de Marieta Fleury Curado, o titular iniciou os estudos primários com seu pai, por quem teve o gosto pela literatura despertado. Em 1928, viajou com a família para Goiânia onde concluiu o curso ginasial no Liceu de Goiás (1937). Foi obrigado a parar de estudar por dois anos e só veio a concluir seus estudos em 1940, no curso clássico do Colégio Estadual de Goiânia. Em 1944, casou-se com a poetisa Violeta Metran, com quem teve três filhos: Ivo, Silas e Simeão. Formou-se em Direito, no ano seguinte, pela Faculdade de Direito de Goiânia. Profissionalmente, iniciou carreira pública em 1934, como tesoureiro da Prefeitura Municipal de Corumbá de Goiás. Em 1936, tornou-se escrivão da Delegacia Especial de Polícia em Anápolis e, nesse mesmo ano, foi nomeado Delegado de Polícia de Corumbá de Goiás, tendo mudado ainda, em 1938, para a função de escrivão do Cartório do Crime, no mesmo município. No ano seguinte, transferiu-se para Goiânia, onde foi nomeado secretário da Prefeitura Municipal, permanecendo nesse cargo até 1942, quando passou uma temporada na cidade do Rio de Janeiro, regressando em 1943 para Goiânia, onde assumiu o cargo de técnico do Departamento Estadual de Assistência ao Cooperativismo de Goiás. A partir de 1945, passou a dedicar-se também ao magistério como professor de história, geografia e língua portuguesa, na Escola Técnica de Goiânia e no ensino público estadual e municipal. Exerceu ainda, entre 1945 e 1968, a função de advogado. Entre 1970 e 1978, desempenhou as funções de Assessor Cultural junto ao Escritório de Representação do Estado de Goiás, no Rio de Janeiro e, no regresso, reassumiu o cargo de professor na Universidade Federal de Goiás. Desempenhou a função de Diretor Adjunto do Instituto Nacional do Livro, em Brasília, de 1978 a março de 1985. Em 1986, foi nomeado para o Conselho Federal de Cultura, onde permaneceu até a extinção do órgão, em 1989. Fundou, em 1943, a revista literária Oeste, e publicou, nas páginas deste periódico, o conto Nhola dos Anjos e a Cheia do Corumbá. No ano seguinte lançou seu primeiro livro de contos, Ermos e Gerais, pela Bolsa de Publicações de Goiânia 'Hugo de Carvalho Ramos'. Participou do 1º Congresso de Escritores de São Paulo (1945) e conheceu vários literatos, entre os quais podemos destacar: Aurélio Buarque de Hollanda, Mário de Andrade e Monteiro Lobato. Voltando para Goiânia, fundou a Associação Brasileira de Escritores, tendo sido eleito presidente por vários biênios. Publicou A Terra e as Carabinas (1951), romance em folhetim, Primeira Chuva (1953), poesias, e O Tronco, romance pelo qual recebeu o prêmio Jabuti, oferecido pela Câmara Brasileira do Livro, em 1968. Foi um dos fundadores, vice-diretor e professor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás (1961-1964), depois foi professor de Literatura na Universidade Católica de Goiás (1965-1967). Durante esse período, lançou mais dois livros de contos, Caminhos e Descaminhos (1965) e Veranico de Janeiro (1966). O primeiro obteve o prêmio Affonso Arinos da Academia Brasileira de Letras e o segundo recebeu o Prêmio Jabuti e o Prêmio José Lins do Rego. Em 1972, recebeu o Prêmio Sesquicentenário da Independência, por um estudo realizado sobre o Marechal Xavier Curado, criador do Exército Nacional. Publicou neste período outros livros de contos, ensaios e crônicas. Em 1987, publicou sua Obra Reunida pela coleção Alma de Goiás, da Editora José Olympio, incluindo o romance inédito Chegou o Governador. Faleceu em sua cidade natal, no dia 30 de novembro de 1997.

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística, ANPOLL, é uma entidade jurídica sem fins lucrativos, fundada em 21 de maio de 1984, por professores reunidos em Brasília, DF. A principal característica dessa entidade é a capacidade de associar Programas de Pós-Graduação em Letras e Linguística das diversas instituições brasileiras, que funcionam através de Grupos de Trabalho (GT), agrupados por tema. A ANPOLL é gerida por uma Diretoria, com mandato de dois anos, eleita com base em um programa de gestão, submetido à aprovação da Assembleia da Associação. Organiza encontros nacionais, que são realizados segundo uma norma: nos anos ímpares, se volta para uma discussão geral sobre a Pós-Graduação Brasileira, com a participação de coordenadores dos Programas de Pós-Graduação e dos Grupos de Trabalho; nos anos pares, concentra-se na discussão acerca dos Grupos de Trabalho e na articulação entre eles. O objetivo da ANPOLL é incentivar o estudo, o ensino e a pesquisa, especificamente nas áreas de Letras e Linguística; promover a divulgação e o intercâmbio de trabalhos científicos produzidos nessas áreas; estimular os debates entre os responsáveis pelos estudos e pesquisas para que estas possam contribuir diretamente para a solução de problemas nacionais relacionados à língua e à linguagem; promover o intercâmbio docente e a cooperação entre as diversas instituições de pós-graduação e pesquisa; apoiar as iniciativas de seus associados e diligenciar o apoio necessário junto às agências de coordenação, de fomento e de financiamento da pós-graduação e da pesquisa existentes no país e no exterior. Desde 1995, a ANPOLL publica a 'Revista da ANPOLL', periódico que seleciona para cada número artigos baseados em temática estabelecida pelos participantes. A partir de 1997, a revista, que era anual, passou a ser publicada semestralmente.