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Flávio de Carvalho

Flávio de Rezende Carvalho nasceu em Amparo da Barra Mansa no estado do Rio, em 10 de agosto de 1899, filho de Raul de Rezende Carvalho e de Ophélia Crissiuma. No ano seguinte, muda-se com a família para São Paulo, onde, a partir de então, fixam residência. Inicia seus estudos em 1907, na Escola Americana de São Paulo. Em 1911, durante uma viagem pela Europa com sua família, é colocado em regime de internato no Lycéé Janson de Sailly, Paris.Em 1914, por ocasião do início da primeira guerra, fica retido na Inglaterra e inscreve-se, então, no Claphan College, Londres. No ano que segue, matricula-se no Stonyhurst College em Blackburn, para estudar filosofia. Nesse período, tem sua primeira experiência teatral, participando do elenco da peça "Raffles". Ingressa, no Armstrong College, da Durham University em Newcastle-upon-Tyne, para estudar engenharia, e matricula-se também no curso noturno da King Edward VII School of Fine Arts.No ano de 1922 forma-se em engenharia Civil pela Durham University e abandona o curso de artes, então regressapara o Brasil. Realiza em 1924 o projeto para a casa da Fazenda Pinheiros, em Valinhos, São Paulo, seu primeiro projeto pessoal. Em 1926 Flávio de Carvalho escreve seu primeiro livro: O Trabalho, que permanece inédito. Nesta mesma época faz alguns trabalhos comoilustrador colaborador do Diário da Noite de São Paulo, onde trava conhecimento com Di Cavalcanti.Apresenta em 1927 seu polêmico projeto Eficácia para o concurso do Palácio do Governo de São Paulo. Através de Mario de Andrade e de D. Olívia Guedes Penteado, trava os primeiros contatos com o Grupo Modernista de São Paulo.Em 1931, ilustra o livro Cobra Norato de Raul Bopp. Neste ano, ele é quase linchado devido ao que ele chamou de "experiência" realizada na praça da Sé, centro de São Paulo, andando contra o caminho dos fiéis de uma procissão, baseando-se nesse fato, escreve, ilustra e publica seu livro Experiência Nº 2.Em 1933 funda Teatro da Experiência, escreve uma peça: O Bailado do Deus Morto, mas não consegue encená-la, pois o teatro é fechado pela polícia. No ano seguinte participa do primeiro Salão Paulista de Belas Artes e realiza sua primeira mostra individual, que também é fechada pela polícia. Participa da fundação do novo grupo modernista de São Paulo, o "Quarteirão", com Oswald de Andrade, Paulo Emilio Salles Gomes, Décio de Almeida Prado, Afrânio Zuccoloto e Vera Vicente de Azevedo. No ano posterior, lança seu livro os Ossos do Mundo, prefaciado por Gilberto Freyre.Em 1942 seu pai, Raul de Rezende Carvalho falece. Publica a série Rumo ao Paraguai. Em 1944, inicia vasta pesquisa sobre a moda na história e nos trópicos que só ira ser concluída em 1956. Sua mãe, Ophélia Crissiuma de Carvalho, falece em 1947, na ocasião, ele pinta sua famosa"Série Trágica", que é composta de desenhos que mostram sua mãe no leito de morte. Neste ano, realiza uma exposição individual no Museu de Arte de São Paulo, onde também pronuncia uma tumultuada conferência sobre o tema Os Problemas da Pintura e do Pintor, do Ponto de Vista do Pintor.Participa, em 1951, da 1ª Bienal de São Paulo e no 1º Salão Paulista de Arte Moderna, dois anos depois, conclui seu livro Meridiano 55, inicia uma extensa colaboração com o jornal Diário de São Paulo.Com o apoio de Assis Chateaubriand, através de uma conturbada passeata, lança em São Paulo o seu New Look. Faz, logo em seguida, exposição individual em Roma onde apresenta novamente o seu New Look, e recebe o apoio de Alberto Moravia e de Giuseppe Ungaretti. No ano que se segue, inicia a publicação da série Notas para a Reconstrução de um Mundo Perdido e Os gatos de Roma no Diário de São Paulo. Participa, ainda nesse mesmo ano, da "Mostra de Arte Moderna Brasileira", no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires, é recusado pelo júri da IV Bienal e, gerando polemica, organiza uma mostra paralela, intitulada Doze Artistas de São Paulo, no saguão do prédio dos jornais do grupo Folha. O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque adquire 3 obras suas: "Retrato de Pablo Neruda", "Retrato de Carvalhal Ribas" e "Três Mulheres".No ano de 1958, sua obra, "Retrato de Giuseppe Ungaretti", é incorporada ao acervo da Galeria Nacional de Roma, e o museu de Arte Moderna de Paris adquire uma de suas obras, "Retrato de Paul Rivet". No ano que se segue, 1959, ele realiza um projeto arquitetônico para a Assembléia Legislativa de São Paulo e projeta cenários para a peça "Calígula" de Albert Camus, no Teatro das Bandeiras, sob a direção de Jean Luc Descaves.Na década seguinte (1964), realiza mostra individual na Art Art Galeria e pronuncia uma conferência sobre o tema "O Bailado do Deus Morto" e "Motivos que Levam ao Abandono de Deus". Em 1968, uma de suas obras é adquirida pelo Pushkin Museum de Moscou.No ano de 1973 é publicado seu livro "A Origem Animal de Deus" e "O Bailado do Deus Morto". Nesse mesmo ano, em decorrência de um derrame, vem a falecer no dia 04 de junho, na cidade de Valinhos.

Hilda Hilst

Hilda Hilst nasce em 21 de Abril de 1930 em Jaú, interior de São Paulo. Filha do fazendeiro, ensaísta e poeta Apolônio de Almeida Prado Hilst e de Bedecilda Vaz Cardoso.O casal não chega a se matrimoniar e, em 1932, Bedecilda separa-se de Apolônio, mudando-se para Santos, litoral paulista, com Hilda e Ruy Vaz Cardoso, filho de um relacionamento anterior.Cerca de três anos depois, Apolônio é diagnosticado esquizofrênico paranoico. Daí em diante passará por inúmeras internações e tratamentos até o final de sua vida, que se dará em 24 de setembro de 1966. Após esse diagnóstico e devido aos longos períodos de tratamentos, Hilda se encontrará com o pai raríssimas vezes.Com sete anos ela é matriculada como aluna interna no colégio Santa Marcelina, na cidade de São Paulo. Em 1945 inicia o curso clássico no colégio do Instituto Presbiteriano Mackenzie, concluído em 1948, quando se matricula no curso de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo. Ali conhece a escritora Lygia Fagundes Telles, amiga e companheira para o resto de sua vida. Forma-se em 1952, mas exercerá a profissão apenas por apenas alguns meses entre 1953 e 1954. Durante o período de bacharelado lançou suas primeiras obras poéticas: "Presságio" (1950) e "Balada de Alzira" (1951).Em 1954, depois de uma viagem à Argentina e ao Chile, muda-se para um apartamento de sua mãe em São Paulo. Nos anos cinquenta publica ainda "Balada do Festival" (1955) e "Roteiro do silêncio" (1959).Sua produção acelera: em 1960 lança "Trovas de Muito Amor para um Amado Senhor", em 1961 sai "Ode Fragmentária" e em 1962 "Sete Cantos do Poeta para o Anjo", que lhe concede o Prêmio Pen Clube de São Paulo.Por volta de 1964, Hilda retorna para o interior do Estado de São Paulo, mudando-se para a Fazenda São José, propriedade de sua mãe, a 11 quilômetros de Campinas.Em 1966 muda-se para a Casa do Sol, local que construiu nas terras da fazenda e que será sua residência até o final da vida, e se casa com o escultor Dante Casarini.Em 1967 publica sua primeira coletânea: "Poesia 1959-1967".Nos anos seguintes, Hilda, até então reconhecida como poeta, se dedica a dois novos gêneros: prosa de ficção e dramaturgia. Em apenas três anos compõe oito peças: "A Possessa" (1967), "O Rato no Muro" (1967), "O Visitante" (1968), "Auto da Barca de Camiri" (1968), "O Novo Sistema" (1968), "Aves da Noite" (1968), "O Verdugo" (1969), vencedora do Prêmio Anchieta, e, por fim, "A Morte do Patriarca" (1969).Em 1970 publica "Fluxo-Floema", sua primeira obra em prosa de ficção.No dia 31 de maio do ano seguinte sua mãe falece.Em 1973 lança "Qadós" e em 1974 retorna à poesia com "Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão". Não voltará a escrever dramaturgia novamente. Por sua vez, as produções de poemas e de ficção seguirão em paralelo.Em 1977 publica "Ficções", que recebe prêmio de "Melhor Livro do Ano" conferido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Em 1980 lança três livros: uma nova coletânea, "Poesia 1959-1979"; um livro de poemas inéditos, "Da Morte/Odes Mínimas"; e um de prosa de ficção, "Tu não te Moves de Ti". No ano seguinte recebe o prêmio da APCA pelo conjunto da obra.Nos próximos anos, nova sequência de publicações: "A Obscena Senhora D" (1982), "Cantares de Perda e Predileção" (1983), "Poemas malditos, gozosos e devotos" (1984), "Sobre a tua Grande Face" (1986) e "Com meus Olhos de Cão" (1986).Em 1989 sai "Amavisse".Em 1990 são mais três livros: "O Caderno Rosa de Lori Lamby"; "Contos d´Escárnio/Textos Grotescos" e "Alcoólicas". Depois, segue nova sequência: "Cartas de um Sedutor" (1991); "Do Desejo" (1992); "Bufólicas" (1992) e "Rútilo nada" (1993).Entre 1992 e 1995, escreve crônicas semanais para o jornal "Correio Popular", da cidade de Campinas, SP.Suas últimas obras inéditas publicadas são "Cantares do sem nome e de partidas" (1995) e "Estar Sendo/Ter Sido" (1997).No dia 4 de fevereiro de 2004 Hilda Hilst falece no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas.Fontes: DINIZ, Cristiano & DESTRI, Luisa. "Cronologia". In: PÉCORA, Alcir (org.). "Por que ler Hilda Hilst". SP: Globo, 2010; DUARTE, Edson Costa & FUENTES, José Luís Mora. "Cronologia". In: HISLT, Hilda. "A obscena senhora D". SP: Globo, 2002; CADERNOS de Literatura Brasileira. São Paulo: Instituto Moreira Salles, n. 8, out. 1999.