O contato inicial com os doadores ocorreu em 1980, resultando na incorporação da primeira remessa de documentos, que foi organizada e teve seu catálogo publicado em 1986. Era composta por documentação pessoal, artigos publicados em jornais, manuscritos, textos sobre assuntos políticos, discursos do período de gestão como vereador do Distrito Federal, panfletos de campanha eleitoral e correspondência enviada e recebida por Octavio e Laura Brandão a políticos, amigos e familiares. A segunda remessa de documentos encontrava-se em Moscou sob a guarda do neto de Octavio Brandão e foi doada ao AEL em 1995. Tratava-se de material relativo ao período de exílio em Moscou do casal Octavio e Laura Brandão após deportação. Muitos pacotes e maços de documentos encontravam-se identificados, com anotações feitas pela família do titular, especialmente pela filha Valná Brandão e pelo neto, que também listaram toda a documentação entregue (essa listagem foi de grande utilidade para a organização do material, especialmente na identificação de documentos em russo). A terceira remessa de documentos foi recebida pelo AEL via correio através de Simone Kropf, em 2004. Os documentos foram guardados, a pedido de Octavio Brandão, pelo amigo Antonio de Medeiros Gualter. Segundo informações da esposa de Antonio Medeiros, por ocasião do Golpe de 1964, Octavio Brandão, preocupado com possíveis buscas em sua residência, solicitou a guarda dos documentos. A última remessa de foi recebida pelo AEL em 2008 e encontrava-se no Rio de Janeiro sob a guarda da filha de Octavio Brandão, Dionysa Brandão, e sua neta, Marisa Brandão. A documentação passou por uma organização preliminar, trazendo a maioria dos documentos previamente identificados e acompanhados por listagens.

A primeira remessa de documentos foi adquirida por meio de compra de Dionysa Brandão Rocha, em 1980. A segunda remessa foi doada por Serguei Tchernov em 1995. A terceira remessa foi enviada via correio por Simone Kropf em agosto de 2004. A quarta remessa foi doada por Dionysa Brandão em fevereiro de 2008.

O arquivo de Octavio Brandão reúne documentação pessoal, correspondência, textos pessoais e de terceiros, além de vasta biblioteca cujos títulos são relevantes para a história social e política da república, entre 1917 e 1979. A produção intelectual traz textos escritos para a imprensa, manuscritos de obras, textos de estudos políticos, literários e autobiográficos. As cadernetas trazem registros autobiográficos e das atividades na clandestinidade, bem como comentários sobre as questões nacionais. Os cadernos apresentam estudos das teses do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e dos Congressos do Partido Comunista do Brasil (PCB). Há grande quantidade de documentos referentes ao período de exílio na União Soviética (1937-1946), composto por manuscritos de obras, correspondência – principalmente com e entre suas filhas durante o período da guerra e intelectuais, textos biográficos e autobiográficos, recordações da vida na Europa, grande quantidade de estudos sobre diversos temas, textos com relatos de guerra, material escrito para o programa da Rádio Moscou, documentos pessoais, recortes, mapas, folhetos e periódicos. Reúne também documentação de sua esposa, a poetisa Laura Brandão: poemas, cadernos e algumas cartas.

Consulte também no AEL outros conjuntos relacionados ao movimento comunista no Brasil: Astrojildo Pereira, Brasil: Nunca Mais, Hermínio Sacchetta, Instituto Astrojildo Pereira, Luiz Carlos Prestes e Voz da Unidade. Veja ainda o vídeo e o cd: “Octavio Brandão: as lutas do seu tempo”, disponíveis nas localizações físicas VD/792 e CD/00009.

Após a finalização do Inventário Octavio Brandão foram encontrados quatro manuscritos, pertencentes a Octavio Brandão, dentro do livro “El Pensamiento Antiguo: historia de la filosofia greco-romana”, de Rodolfo Mondolfo. Localização: Grupo 4, Série Documentação Pessoal, Subsérie Documentos Pessoais, pasta 243. Silvia Modena, out./2014.

Descrição baseada em: CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD (G): Norma geral internacional de descrição arquivística: segunda edição, adotada pelo Comitê de Normas de Descrição, Estocolmo, Suécia, 19-22 de setembro de 1999, versão final pelo CIA - Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.