Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1932 - 1968 (Predominantemente 1935 - 1937) (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
Textuais: 171 manuscritos/datiloscritos e 2 impressos; Iconográficos: 54 fotografias e 1 mapa.
Área de contextualização
Nome do produtor
Biografia
Karl Werner Francke nasce em Berna, Suíça, no dia quatro de março de 1894, filho de Franz Theodor Walther Francke e Adele Mathilde [?] Binber. Desembarcando no Brasil em vinte de junho de 1920, Karl Werner Francke altera o nome para Charley Warren Frankie.
Há poucas informações sobre a sua vida na Europa. Sabemos, através das cartas que enviou a sua filha Laís, que inicia os estudos em Medicina, abandonando-a na ocasião do falecimento de seu pai. Posteriormente, obtém uma bolsa de estudos do governo para estudar Geologia, ciência em que se diploma bacharel. Sabe-se, ainda, que participa da Primeira Guerra Mundial.
No Brasil, Charley Warren Frankie estabelece-se em Limeira, interior de São Paulo. Na cidade, trabalha como técnico na "Máquina São Paulo", indústria especializada em máquinas de beneficiamento de café. Casa-se com Otília Diehl, em sete de novembro de 1925, com quem tem cinco filhos: Adelaide, Laís, Córa, George e Charley.
Em 1930, logo depois do falecimento do engenheiro Trajano de Barros Camargo, dono da "Máquina São Paulo", Frankie pede demissão da indústria. A pedido da família da esposa, muda-se, em seguida, para Piracicaba, passando a trabalhar como autônomo.
Em 1931, o diploma de engenheiro geólogo é reconhecido pela Escola Livre de Engenharia do Rio de Janeiro. Em 1934, conhece Monteiro Lobato e Edson de Carvalho, sócios da Companhia de Petróleo Nacional (CPN), que o convidam para trabalhar na área de prospecção. Charley Warren Frankie segue, então, para Araquá, local em que trabalha como técnico responsável pelas perfurações da região.
Devido ao longo período de ausência de casa, desentende-se com a família, afastando-se do seu convívio por definitivo. Desde então, manteria contato apenas com sua filha Laís, com quem passa permanentemente a trocar correspondências.
Entre 1934 e 1935, apontado como especialista, Charley Warren Frankie chega a ser procurado pela imprensa para falar sobre a geologia brasileira e as prospecções de petróleo. Em 1935, é publicada, pela Companhia Editora Nacional, a tradução que faz do livro de Essad Bey, "A luta pelo petróleo", prefaciado por Monteiro Lobato.
Entre 1935 e 1936, trabalha nas pesquisas de petróleo em Riacho Doce, Alagoas, e em Picuí, Rio Grande do Norte, como auxiliar topógrafo e geofísico. Na ocasião, desenvolve suas atividades sendo o representante técnico da Elektrische Bodenforschung - ELBOF, departamento responsável pelas pesquisas sobre a geofísica brasileira da empresa alemã Piepmeyer & Co, parceira da CPN. Nesse período, publica artigos na imprensa sobre a geologia de Alagoas. Em 1937, ao lado de Monteiro Lobato, Hilário Freire e J. W. Winter (diretor da ELBOF no Brasil), participa da formação da Aliança Mineração e Petróleo (AMEP), que se tornaria o departamento de prospecção da CPN. Em seguida, segue para o Mato Grosso, com o objetivo de fazer pesquisas na região.
Em 1940, desloca-se para Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, cidade em que, ao lado de Ubaldo Medeiros, passa a trabalhar na área de construção civil até o ano de 1943. Nesse mesmo ano, muda-se para Corumbá, dedicando-se à topografia da região e a levantamentos geológicos até 1945.
Em 1948, torna-se membro interino da 4ª subsede da Comissão Brasileira Demarcadora de Limites - CBDL (atualmente, Segunda Comissão Brasileira Demarcadora de Limites - SCDL), órgão do Ministério das Relações Exteriores. Inicialmente, trabalha na área de radiotécnica, para, no ano seguinte, ser efetivado na função de auxiliar técnico. Nessa função, atua, principalmente, na demarcação da fronteira do Brasil com a Bolívia e com o Paraguai, chegando, entretanto, a trabalhar também na região do Acre, demarcando os limites entre o Brasil e o Peru.
Em 1957, naturaliza-se brasileiro, sendo efetivado no quadro oficial do Itamaraty na ocupação de auxiliar de engenheiro, onde se aposenta.
Charley Warren Frankie falece em Corumbá, no dia dois de fevereiro de 1968.
Entidade custodiadora
História do arquivo
Em fins de 2002, durante uma aula para o 2º ano do ensino médio na Escola São Paulo, em Holambra, a Profa. Kátia Chiaradia (na época, aluna de graduação do IEL) entra em contato com dezenas de cartas de Charley Warren Frankie, trazidas pelo seu bisneto, Gustavo Stolf Jeuken. Seguindo uma sugestão da Profa. Dra. Marisa Lajolo (DTL/IEL), Kátia sugere para a família - que já havia se disposto a deixar os documentos com ela - a doá-los para o CEDAE, o que se efetiva em fins de 2005. Em meados de 2013, o CEDAE, com o objetivo de fazer uma breve biografia do titular, busca, junto à família, informações sobre a vida do mesmo e recebe, como doação, um 2º conjunto de documentos que pertenceram a ele.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Doação de Laís Frankie Stolf, em 21 de novembro de 2005 (1º lote), julho de 2013 (2º lote) e novembro de 2017 (3º lote).
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
O fundo é constituído, majoritariamente, por correspondência trocada entre o titular e Monteiro Lobato, além de outras pessoas envolvidas com as questões relativas à exploração do petróleo brasileiro (1º lote). Constam também cartas enviadas à filha Laís, documentos pessoais, um mapa geológico de Corumbá feito pelo titular, artigos de sua autoria e um conjunto de fotos do titular, de familiares e dos trabalhos realizados durante seu período na 4ª subsede da CBDL (2º lote).
Avaliação, seleção e eliminação
Incorporações
Sistema de arranjo
O 1º lote lote do fundo está organizado em 3 séries e 3 subséries. O 2º lote está parcialmente organizado.
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Consulta livre.
Condiçoes de reprodução
Consulte as normas de reprodução de documentos do CEDAE.
Idioma do material
- inglês
- português do Brasil
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
Área de materiais associados
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Fundo Monteiro Lobato - Série 6 - Campanha do Petroléo.
Nota de publicação
CHIARADIA, Kátia. Ao amigo Franckie, do seu Lobato: estudo da correspondência entre Monteiro Lobato e Charles Frankie (1934-37) e sua presença em "O Escândalo do Petróleo" (1936) e "O Poço do Visconde" (1937). 2008. Dissertação (Mestrado em Teoria e História Literária) - IEL, Unicamp, Campinas, 2008.
CHIARADIA, Kátia. O Poço do Visconde: o faz-de-conta quase de verdade. In: LAJOLO, Marisa; CECCANTINI, João Luís (Org.). Monteiro Lobato, livro a livro: Obra infantil. São Paulo: Editora Unesp: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008. p. 355-369.
ZORZATO, Lucila Bassan. "A Alemanha em Lobato". In: SEMANA DE LETRAS, 10., 2010, Porto Alegre-RS. 70 anos: a FALE fala. Anais... Porto Alegre-RS: EDIPUCRS, 2010. p. 1-20.
Área de notas
Nota
Localização Física: P. 1 a 3.
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ponto de acesso nome
Pontos de acesso de gênero
Área de controle da descrição
Identificador da descrição
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
Descrição baseada em: CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD (G): Norma geral internacional de descrição arquivística: segunda edição, adotada pelo Comitê de Normas de Descrição,Estocolmo, Suécia, 19-22 de setembro de 1999, versão final pelo CIA - Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.
Estado atual
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão, eliminação
30/10/2012
Idioma(s)
- português do Brasil
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Nota do arquivista
Descrição elaborada por Patrícia Cano Saad e revisada por Roberta Botelho. Biografia do titular escrita por Cristiano Diniz.