Área de identificação
Tipo de entidade
Forma autorizada do nome
Forma(s) paralela(s) de nome
Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras
Outra(s) forma(s) de nome
identificadores para entidades coletivas
Área de descrição
Datas de existência
Histórico
No dia 16 de março de 1978, o jornalista Sérgio Coelho, correspondente em Sorocaba do jornal 'O Estado de S. Paulo', procura o Prof. Zeferino Vaz, Magnífico Reitor da Unicamp, para comunicar a existência de uma comunidade negra no bairro do Cafundó, município de Salto de Pirapora, interior de São Paulo, que teria, entre outras, a característica de falar uma língua aparentemente de origem africana. Encaminhada a notificação ao Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, o Prof. Peter Fry houve por bem procurar os professores Maurizio Gnerre e Carlos Vogt do Departamento de Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem, com o intuito de criar uma equipe interdisciplinar que pudesse esclarecer a situação, nos seus aspectos tanto sociais quanto linguísticos. Logo na primeira visita da equipe na comunidade, gravaram uma conversa que serviu como análise preliminar e, logo em seguida, encaminharam um projeto de pesquisa intitulado 'Os Negros do Cafundó: Linguagem e Comunidade' para a FAPESP que aceitou financiá-lo. Entre Cafundó, na região de Sorocaba, Patrocínio em Minas Gerais, Mogi das Cruzes, Itapetininga, Conceição da Barra (ES) realizaram durante o desenvolvimento da pesquisa um total de 65 visitas. Na maior parte destas visitas, foram realizadas gravações de entrevistas, onde se registraram histórias de vida, histórias das comunidades, incidentes de relevância, tais como brigas por terras, violência e morte, a significação social das linguagens, seus léxicos e estruturas. As demais visitas foram dedicadas à reconstrução da história documental das comunidades de Cafundó e Caxambú e, para tanto, foram realizadas pesquisas nos cartórios de Itapetininga, Sorocaba e Sarapuí, na Cúria de Sorocaba e no arquivo do Estado de São Paulo na cidade de São Paulo. Para o enfoque histórico contaram com a ajuda constante do historiador Robert Slenes, professor da Universidade Federal Fluminense. Os objetivos fundamentais da pesquisa foram, ao mesmo tempo, investigar as relações entre linguagem, cultura e organização social no contexto específico do Cafundó e procurar levantar elementos que pudessem contribuir para o estudo da história da população negra no Estado de São Paulo. Os resultados foram publicados parcialmente em diversos artigos e comunicações durante o desenvolvimento da pesquisa e, posteriormente, de forma mais ampla, no livro 'Cafundó: a África no Brasil - linguagem e sociedade'. Fonte: Documentos do Fundo - Cf. 01 e Cf. 13.