O fundo Milton Barbosa reúne documentos produzidos e acumulados pelo titular do conjunto a partir do final dos anos 1960 e início de 1970. Conta com um grupo de documentos que se relacionam com a criação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, e uns poucos documentos dos anos subseqüentes, incluindo nesse conjunto o 1º. Congresso Nacional do MNU. A documentação ganha mais representatividade a partir de 1993, período em que Milton Barbosa assumiu a Coordenadoria Estadual do MNU – São Paulo, e segue até 2010 quando ocupou o cargo de Coordenador de Relações Internacionais. Paralelamente à documentação produzida pelo MNU, Milton Barbosa acumulou documentos do Movimento Negro como um todo, sobretudo do movimento paulista, com destaque para os 140 documentos jornalísticos que tratam das questões raciais, da ocupação no Haiti, entre outros temas. Sobre sua vida privada os documentos acumulados referem-se, essencialmente, ao âmbito profissional e político-partidário, não incluindo documentos pessoais oficiais e nem de familiares.
Milton BarbosaA série é composta por documentos que trazem uma bibliografia sobre as questões raciais, sendo que a publicação apresentada no Io. Congresso de la cultura negra de las américas e al sesquicentenário de la Universidade del Cauca, em Popayan, Colômbia, em 1977, traz uma vasta bibliografia antropológica afro-colombiana. O conjunto reúne ainda um plano de formação política e um sumário de programa de curso.
A série reúne diversos textos que, aparentemente, foram produzidos ou selecionados para servirem como material de formação. São eles: a resenha do filme Sambizanga, de Sarah Maldoror – Congo/Angola, 1972; Parábola de ESOJ NOMAR; Fábula do Boneco de Sal; Fábula “A Águia que (quase) virou galinha”, de Rubem Alves; texto de Yedo Ferreira sobre organização política; texto sobre Quilombos; texto de Milton Barbosa em que reflete sobre a obra de Franz Fanon; texto sobre Pan-Africanismo e um poema de Maiakovski. Para apresentar os líderes que se destacaram na luta contra o racismo aos alunos dos cursos de formação, foi produzido um dicionário de biografias contemplando várias dessas pessoas, como: Machado de Assis, Aleijadinho, Solano Trindade, André Rebouças, Teodoro Sampaio, entre outros. Há, por fim, um texto intitulado “O Partido Revolucionário de Todos os Povos”, bem como um texto com verbetes e definições sobre os termos, racismo, consciência negra e conceito de raça. Ao final, foi reunido no conjunto um texto de Introdução do livro “As Veias Abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano.
A série reúne documentos que se referem às reuniões da Coordenadoria de Formação, bem como um relatório sobre a Oficina Quilombola no FSM-RS.
A série reúne documentos textuais fotocopiados que serviram de base para as atividades de formação dos filiados do MNU. Os textos tratam da questão racial e também de história política, econômica e social. Os livros reproduzidos na série são: “O Fantasma do Rei Leopoldo”, de Adan Hochschild; “As veias abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano; “Mulher e Família: uma análise histórica”, discurso publicado por SDS – Students for a Democratic Society, 1969 (traduzido); “História da Riqueza do Homem”, de Leo Huberman; “1964: A Conquista do Estado – Ação Política, Poder e Golpe de Classe”, de René Armand Dreifuss e artigos da série “Sankofa”, organizados por Elisa Larkin. Há capítulos de livros sem identificação da obra original, além das obras: o XVI capítulo de “O Capital”, de Karl Marx; intitulado “Materialismo Dialético”; “África na Ordem Mundial”, de Michael Hamenoo, extraído do livro “A Matriz Africana”, organizado por Elisa Nascimento, e o capítulo “Crise do Regime Servil e Abolição do Tráfico”, da obra “História Econômica do Brasil, de Caio Prado Jr., entre outros.
A série reúne artigos publicados em diferentes meios de divulgação, tal como revistas e cadernos. O artigo “Desigualdade de Gênero e Raça: o informal no Brasil em 1910”, de Alice Rangel, Angela Filgueiras e Bila Sorj, publicado na Revista de Estudos Femininos, em 1994, enquanto o artigo de Ollie A. Johnson, traduzido por Elizabeth S. Ramos, intitulado “Explicando a Extensão do Partido dos Panteras Negras: o papel dos fatores internos”, foi publicado no Caderno CRH No. 35, em Salvador-BA, em 2002. Conta ainda com o texto de Ivo Pereira de Queiróz – professor da PUC-RS e membro do MNU-PR, intitulado “Educar para o Axé: Elementos para um modo de ser africano”, de 2003, que faz parte da obra: “Tecnologia e Sociedade: (im) possibilidades”, de 2003. Por último, o artigo sobre o Ensino de História da África, que utiliza como fonte de análise os dados da Lei No. 10.639, de 9/01/2003, publicado, provavelmente, a partir de 2003, sem autoria definida.
A série reúne documentos produzidos pela Coordenadoria Nacional de Formação e alguns documentos da Coordenadoria Estadual de São Paulo que se confundem com a nacional, tal como o trabalho produzido por José Carlos Gomes dos Anjos, MNU-RS. Conta ainda com duas apostilas históricas do MNU, a de Formação para Novos Filiados, produzida em fevereiro de 1992 em São Paulo, e a brochura de 1999, Módulo I: “Pressupostos para Reflexão do Processo de Consciência Negra”, com apoio da CUT-RJ. Outras apostilas, algumas incompletas, trazem discussões e projetos políticos sobre os seguintes temas: reparações e civilizações africanas anteriores à invasão.
O dossiê no. 8 reúne documentos do 3º. Congresso Nacional Extraordinário Temático, realizado em Vassouras-RJ, e do 6º. Congresso Nacional Extraordinário de 2012. Com relação ao 3º Congresso foram reunidos o Regimento Interno; o documento de repúdio em que Milton Barbosa reivindica a liberdade do militante Luiz Gonzaga da Silva – o Gegê do Movimento Sem Teto e a condenação dos policiais militares assassinos de Flávio Ferreira Sant’ Ana. Já o 6º Congresso Nacional Extraordinário conta apenas com o projeto de realização do evento proposto por Reginaldo Bispo, que na época era o Coordenador Nacional de Organização do MNU.
O XVI Congresso Nacional do MNU foi realizado entre os dias 10 e 13 de junho de 2009, em Itapecerica da Serra – SP, sob a temática da Reparação Histórica e a Construção do Projeto Político do Povo Negro para o Brasil. Fazem parte da documentação os informativos, propostas e normas que orientaram a realização do Congresso, bem como a programação do Seminário Pré-Congressual realizado em São Paulo. Constam do conjunto documentos solicitando apoio financeiro; a Tese produzida por Reginaldo Bispo para ser apresentada no Congresso e, por fim, um prospecto de divulgação do evento.
O XV Congresso Nacional do MNU foi realizado entre os dias 14 e 18 de junho de 2006, em Lauro de Freitas – BA. O conjunto é composto por documentos preparatórios para o Congresso, como o relatório da Plenária Nacional da região nordeste, sul e sudeste; a programação das atividades e orientações para o Congresso; contribuições da Comunidade de Resgate Afro Rosas Negra e o relatório geral do Congresso; um manifesto em favor da lei de cotas e ao estatuto da igualdade racial, endereçado aos deputados e senadores do Congresso Brasileiro.
