Área de identidad
Código de referencia
Título
Fecha(s)
- 1979-1990 (Creación)
Nivel de descripción
Volumen y soporte
273 documentos textuais, 5 documentos iconográficos, 1 documento sonoro e 3 títulos de periódicos.
Área de contexto
Nombre del productor
Historia administrativa
A história do Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) começa em fevereiro de 1979, quando mulheres lésbicas passaram a participar das reuniões do Grupo SOMOS, coletivo militante homossexual pioneiro da cidade de São Paulo. Dois meses depois, em abril, os editores do jornal carioca “Lampião da Esquina” fizeram um convite para que as mulheres do SOMOS produzissem um artigo sobre homossexualidade feminina, matéria que foi publicada na edição de maio daquele ano sob o título “Nós também estamos aí”. Logo após esse evento, algumas integrantes do grupo que se reuniu para a elaboração do texto decidiram formar um subgrupo exclusivamente de mulheres dentro do SOMOS, oficializando-o como subgrupo Lésbico-Feminista em junho de 1979. As razões para essa decisão estariam na necessidade de se dar continuidade às discussões especificamente lésbicas, episódios de machismo vivenciados nos subgrupos mistos do SOMOS e o fato de o grupo não tomar posição quanto a dupla discriminação sofrida pelas lésbicas, como mulheres e homossexuais. A partir de então, o subgrupo Lésbico-Feminista passou a desenvolver uma série de atividades autônomas, aproximando-se também do movimento feminista: elaborou um roteiro lésbico da cidade de São Paulo a partir de entrevistas sobre locais abertos às mulheres homossexuais; participou da II Semana Feminista de Campinas realizada em outubro de 1979; integrou as reuniões de organização do II Congresso da Mulher Paulista, realizado nos dias 8 e 9 de março de 1980 no Teatro da PUC-SP, onde pôde enriquecer as discussões sobre a sexualidade feminina; participou do I Encontro Brasileiro de Grupos Homossexuais Organizados (I EBHO) e do I Encontro Brasileiro de Homossexuais, realizados nos dias 4, 5 e 6 de abril de 1980, onde levantou a questão do machismo gay e da importância da formação de coletivos compostos exclusivamente por mulheres. Contudo, o acirramento das divergências com os demais integrantes do SOMOS levaram a grande maioria das mulheres do subgrupo à declarar sua autonomia em 17 de maio de 1980, dando início ao Grupo Lésbico-Feminista (LF). Por essa época, o coletivo participou das manifestações em repúdio à violência policial empreendida contra homossexuais e prostitutas no centro de São Paulo; do I Encontro dos Grupos Feministas de São Paulo (mais conhecido como encontro de Valinhos), realizado nos dias 21 e 22 de junho de 1980; e dividia uma sede localizada no bairro Vila Madalena com o grupo feminista Brasil-Mulher. Em outubro de 1980, o Grupo Lésbico-Feminista sofre um racha devido a uma série de conflitos internos, o que resulta na saída de algumas militantes. Entre as dissidentes, uma parte criaria o grupo Terra Maria – Opção Lésbica (de curta duração) e outras passariam a atuar em organizações feministas como o SOS Mulher. Mesmo reduzido e abalado por conta dessas saídas, o grupo conseguiu persistir, com altos e baixos, até meados do ano seguinte. Nos dias 8 e 9 de março de 1981, participou do III Congresso da Mulher Paulista, onde realizou o lançamento do jornal “Chanacomchana”. Em 25 e 26 de abril, participou do I Encontro Paulista de Grupos Homossexuais Organizados (I EPHO), realizado na Faculdade de Ciências Sociais da USP. Seguiu ainda com algumas atividades de menor relevância até julho de 1981, quando suas militantes se dispersaram. Em 17 de outubro de 1981, as remanescentes do LF Míriam Martinho e Rosely Roth (1959-1990) decidiram então fundar o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) com novas colaboradoras. O grupo retoma a publicação do periódico “Chanacomchana” em dezembro de 1982, desta vez em formato de boletim. Dividiram uma sede por três anos com o Grupo Outra Coisa – Ação Homossexualista. Em 1984, tentaram dividir um espaço com o Centro Informação Mulher (CIM), o que acabou não funcionando. A partir de 1985, o GALF passou a reunir-se na casa de uma de suas integrantes e assim permaneceu até o seu final em 1990. Junto dos demais grupos do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB), participou da campanha vitoriosa pela desclassificação da homossexualidade como transtorno e desvio sexual, adotada pelo INAMPS. Em 1990, em um novo ciclo de ativismo, integrantes do já extinto GALF (Luíza Granado e Míriam Martinho) fundaram a Rede de Informação Um Outro Olhar, que foca seu trabalho na coleta e veiculação de informações sobre lesbianidade, homossexualidade e feminismo como instrumentos de conscientização lésbica e de conquista de cidadania.
Institución archivística
Historia archivística
A documentação do Grupo Ação Lésbica Feminista encontrava-se junto ao acervo do Grupo Outra Coisa – Ação Homossexualista, com quem dividiu sede no final dos anos 80. Devido à sua recorrente demanda de pesquisa, foi decidido, em julho de 2024, pela organização, seguida da completa digitalização do fundo. A organização foi concluída no início de novembro, enquanto o processo de digitalização foi terminado no início de outubro do mesmo ano. Em função da pouca quantidade de documentos constitutivos do fundo, optou-se pela sua organização em séries tipológicas e dossiês temáticos, representativos dos eventos de maior influência para a entidade.
Origen del ingreso o transferencia
A documentação do GALF chegou ao AEL junto à doação do acervo do Grupo Outra Coisa – Ação Homossexualista, em 1990.
Área de contenido y estructura
Alcance y contenido
O conjunto reúne documentos de constituição e história do Grupo Ação Lésbica Feminista, revelando os diversos nomes que a entidade assumiu ao longo de sua existência; além de trazer documentos de tipologias diversas, tais como: manifestos, cartas abertas, recortes de jornais, prospectos e teses, acumulados no decorrer da participação do grupo em congressos e encontros do movimento lésbico paulista e homossexual brasileiro. A documentação conta, ainda, com a coleção completa do boletim “Chanacomchana”, produzido pela entidade entre os anos de 1979 e 1987, além de oito edições do título que o sucedeu, o boletim “Um Outro Olhar”.
Valorización, destrucción y programación
Acumulaciones
Não são esperadas novas incorporações.
Sistema de arreglo
O conjunto documental foi organizado em dez séries: 1) Apontamentos, 2) Boletim, 3) Carta aberta, 4) Convite, 5) Correspondência, 6) Manifesto, 7) Material jornalístico, 8) Prospecto, 9) Tese e 10) Diversos, com suas respectivas subséries; além de quatro dossiês: 1) Constituição e história, 2) Congresso da Mulher Paulista, 3) Encontros de Grupos Homossexuais e 4) Encontro com Dacia Maraini sobre Feminismo Internacional.
Área de condiciones de acceso y uso
Condiciones de acceso
Consulta livre.
Condiciones
É permitida a reprodução (cópia parcial ou integral) dos documentos do acervo do AEL mediante a assinatura do termo de responsabilidade. No caso de uso de direitos autorais e de imagem consulte a LDA - n. 9.610/98 e outras legislações pertinentes.
Idioma del material
- alemán
- español
- francés
- inglés
- portugués de Brasil
Escritura del material
Notas sobre las lenguas y escrituras
Características físicas y requisitos técnicos
Instrumentos de descripción
Uploaded finding aid
Área de materiales relacionados
Existencia y localización de originales
GALF pastas 1-4; GALF pasta GF; Mapoteca 3; FC/00212, FC/00226 e FC/00228.
Existencia y localización de copias
Documentos disponíveis no repositório digital do Arquivo Edgard Leuenroth. Consulta local.
Unidades de descripción relacionadas
Consulte também no AEL outros conjuntos relacionados ao movimento LGBT: Clovis Casemiro, Grupo Outra Coisa - Ação Homossexualista, Grupo SOMOS, Identidade - Grupo de Luta pela Diversidade Sexual, João Antônio Mascarenhas, Mo.Le.Ca. - Movimento Lésbico de Campinas, Paulo Ottoni e Turma OK.
Para mais informações sobre o movimento homossexual brasileiro entre os anos de 1978 e 1981, consulte também a coleção completa e digitalizada do jornal Lampião da Esquina, disponível no site: https://cedoc.grupodignidade.org.br/jornal-lampiao-da-esquina-1978-1981/?order=ASC&orderby=date&view_mode=cards&perpage=12&paged=1&fetch_only=thumbnail%2Ccreation_date%2Ctitle%2Cdescription&fetch_only_meta=.
Nota de publicación
CAMPOS, Núbia Carla. A lesbianidade como resistência: a trajetória dos movimentos de lésbicas no Brasil, 1979-2001. Dissertação (mestrado). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação, Rio de Janeiro, RJ. 2014.
Nota de publicación
FACCHINI, Regina. Movimento homossexual no Brasil: recompondo um histórico. Cadernos AEL, v. 10, n. 18/19, p. 81-125, 2003.
Nota de publicación
KUMPERA, Julia Aleksandra Martucci. "O lesbianismo é um barato": o GALF e o ativismo lésbico-feminista no Brasil (1979-1990). 2021. 1 recurso online (221 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641394. Acesso em: 1 out. 2022.
Nota de publicación
MARTINHO, Míriam. Memória Lesbiana: há 40 anos surgia o Grupo Lésbico Feminista, o primeiro coletivo de ativistas lésbicas do Brasil. Um Outro Olhar, 2019. Disponível em: http://www.umoutroolhar.com.br/2019/05/ha-40-anos-surgia-o-grupo-lesbico-feminista.html. Acesso em: 09 de set. de 2020.
Área de notas
Identificador/es alternativo(os)
Puntos de acceso
Puntos de acceso por materia
Puntos de acceso por lugar
Puntos de acceso por autoridad
Tipo de puntos de acceso
Área de control de la descripción
Identificador de la descripción
Identificador de la institución
Reglas y/o convenciones usadas
Descrição baseada em: Descrição baseada em: CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS (CIA). ISAD (G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.
Estado de elaboración
Nivel de detalle
Fechas de creación revisión eliminación
09/09/2019 (criação)
04/2021 (revisão)
Idioma(s)
Escritura(s)
Fuentes
Nota del archivista
Descrição elaborada por Lívia Cristina Corrêa, técnica da Seção de Tratamento da Informação e Apoio à Pesquisa do AEL, em 9 de setembro de 2019. Revisado em abril de 2021. Conjunto organizado por Barbara Anesi Carmo, técnica da Seção de Tratamento da Informação e Apoio à Pesquisa, em junho de 2024.