O Sindicato foi invadido pelo exército em 09 de novembro de 1988. Dias antes, prevendo a invasão, seus dirigentes procuraram os professores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, Cláudio Batalha e Ricardo Antunes e, numa ação preventiva, enviaram ao Arquivo Edgard Leuenroth todo o material arquivístico que havia em suas dependências, sem qualquer tipo de seleção. O AEL foi escolhido como depositário do material por indicação da historiadora Jessie Jane Vieira de Souza, que desenvolvia um projeto de memória naquele sindicato. Posteriormente, o AEL microfilmou e devolveu ao Sindicato os processos trabalhistas. Foram devolvidos também os documentos administrativos, contábeis e as fichas médicas do ambulatório do Sindicato, juntamente com outros documentos relativos à área de saúde. O fundo documental foi parcialmente organizado com apoio do CNPq em 1996. Em 2003, foi refeita a catalogação das fotografias, criando-se um arranjo em separado para esse gênero documental. A organização do conjunto foi concluída com o processamento da documentação textual (respeitando-se o arranjo criado em 1996), a catalogação do material bibliográfico e a inserção da descrição no sistema eletrônico de consultas Pesquisarqh.

O arquivo reflete as atividades do trabalho sindical através dos documentos de campanhas salariais, assembleias, eleições, acordos, atas de reuniões, processos trabalhistas (1958-1986) e material utilizado para formação sindical, além dos documentos que mapeiam as relações deste Sindicato com instituições similares e de apoio. Grande parte dos livros da biblioteca é dedicada à jurisprudência trabalhista e à leitura de lazer (literatura nacional e estrangeira). As fotografias do arquivo registram as greves gerais de 1987 e 1988, quando ocorreu a invasão do exército na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Sobre esse episódio, as imagens retratam diversos momentos, tais como a chegada das tropas, enterros dos operários e manifestações de protesto. Registram também, entre outros acontecimentos, a história, inauguração e destruição do Memorial 09 de Novembro, concebido por Oscar Niemeyer em homenagem aos operários mortos.

O conjunto documental foi organizado em quinze grupos: 1) Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Barra Mansa, Resende e Região, 2) Outras Instituições, 3) Administração do Sindicato, 4) Campanhas sindicais, 5) Greves, 6) Instalações de empresas de base, 7) Juarez Antunes, 8) Manifestações, 9) Memorial 09 de Novembro, 10) Movimentos populares pró CSN, 11) Privatização, 12) Segurança do Trabalho, 13) Seminários, congressos e cursos, 14) Vistas parciais e 15) Comemorações, com suas respectivas séries e subséries; além dos dossiês: 1) Juarez Antunes, 2) Legislação Trabalhista e 3) Ocupação. Também agrega documentos anexos como cartazes, folhetos, periódicos e objetos tridimensionais.

Consulte também no AEL: vídeos com depoimentos de sindicalistas, realizados em 11 de março de 2003 (AEL VD/00857-1-VD/00857-2); entrevista com dirigentes para a identificação das fotografias do fundo (AEL FC/01365-1-FC/01365-4); pesquisas encomendadas pelo Sindicato disponíveis no Fundo IBOPE, série Pesquisas Especiais; fundo documental Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

SINDICATO dos metalúrgicos de Volta Redonda: 50 anos brasileiros. Coautoria de José Murilo de Carvalho, ngela Maria de Castro Gomes, Wilma Mangabeira. Rio de Janeiro, RJ: FSB Comunicações, 1995. 104p.

GRACIOLLI, Edilson José. Um caldeirão chamado CSN: resistência operária e violência militar na greve em 1988. 2. ed. atual. Uberlândia: Editora da UFU, c1997. 207p.

Descrição baseada em: CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD (G): Norma geral internacional de descrição arquivística: segunda edição, adotada pelo Comitê de Normas de Descrição, Estocolmo, Suécia, 19-22 de setembro de 1999, versão final pelo CIA - Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.