Fundo PD - Paulo Duarte

Área de identificação

Código de referência

BR SPCEDAE PD

Título

Paulo Duarte

Data(s)

  • 1899 - 1986 (Produção)

Nível de descrição

Fundo

Dimensão e suporte

37 metros lineares

Área de contextualização

Nome do produtor

Biografia

Paulo Alfeu Junqueira Duarte nasceu na cidade de São Paulo, em 17 de novembro de 1899, filho de Hermínio de Monteiro Duarte e de Jovina Junqueira Duarte. Estudou no instituto Champagnat, no Ginásio de São Paulo e São Bento, no Externato Pereira Barreto e no Externato Alfredo Paulino. Diplomou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo. Desenvolveu, ao longo de sua vida, as atividades de cronista, memorialista, ensaísta e tradutor, utilizando-se em suas obras de inúmeros pseudônimos, tais como Alfeu Caniço, Caniço Filho, Gabica Diniz e Tietê Borda. Ele foi um dos fundadores do Departamento Cultural da Cidade de São Paulo, da Universidade de São Paulo, e foi fundador da revista Anhembi, foi também político, professor, diretor de diversos jornais e revistas e membro da Sociedade Paulista de Escritores. Iniciou sua carreira no jornal 'O Estado de São Paulo' (1919), como revisor, foi repórter responsável pelas notícias sobre o governo e chegou ao cargo de editor-chefe, no final dos anos 40, além disso, participou de importantes episódios da vida política e cultural paulista, atuou na revolução constitucionalista e, por isso, permaneceu exilado por cerca de um ano, ajudou a articular a oposição ao Partido Republicano Paulista, engajando-se, junto com industriais emergentes, no Partido Democrático, exerceu também a função de consultor jurídico do prefeito de São Paulo e conseguiu-se eleger-se deputado estadual pelo Partido Constitucionalista. Em 1938, foi exilado pelo Estado Novo, condição que permaneceu até 1945, vivendo a maior parte do tempo na França. Em 1950, deixou o jornal e fundou a revista Anhembi, nesta revista abriu-se espaço para que intelectuais brasileiros e estrangeiros publicassem suas pesquisas acadêmicas, até 1962, quando ele foi obrigado a fechar a revista por razões econômicas. Durante a existência da revista, ele foi palco de embates com personalidades da política da época, como Adhemar de Barros e Getulio Vargas, ao mesmo tempo em que o jornalista causava polêmica devido a uma incompreendida amizade com Jânio Quadros. Ele desenvolveu ao longo de sua vida um grande paixão pela antropologia, paixão que foi despertada pelo professor Hermann von Hering, foi, também, discípulo de Paul Rivet, criador do Museu de l´Homme e quem estimulou Paulo Duarte a criar o Instituto de Pré-História. Entre suas amizades no campo das letras, foi amigo, entre outros importantes nomes, de Mário de Andrade, Érico Veríssimo e de Monteiro Lobato. Apesar de, ao que tudo indica, ter tido participação efetiva na criação da USP, não foi reconhecido como um dos fundadores da Instituição. Fundou, em 1962, o Instituto de Pré-História, que depois foi absorvido pela USP. Desenvolve também a atividade de professor universitário e, devido a suas aulas, foi responsável por muitas polêmicas, principalmente devido as criticas que fazia à situação interna do país no período da ditadura. Sua obra é composta por: 'Sob as arcadas' (crônicas), 1927; 'Agora Nós' (crônicas), 1927; 'Que é que há?' (pequena história de uma grande pirataria), 1931; 'Um conluio moral'(ensaio), 1934; 'Variações sobre a gastronomia' (ensaio), 1944; 'Prisão, exílio, luta' (política), 1946; 'Departamento de Cultura, vida e morte de Mário de Andrade', 1946; 'Palmares pelo avesso' (crônicas), 1947; 'Versos de Trilussa' (tradução), 1954; 'O espírito das catedrais' (memória), 1958; 'Paul Rivet por ele mesmo' (tradução), 1960; 'O resto não é silêncio...', 1965; 'O processo dos rinocerontes', 1969; 'Mário de Andrade por ele mesmo' (cartas, prefácio de Antônio Cândido), 1971; 'Memórias', 1974, 'Raízes profundas (2ª ed.)', memórias, 1975; 'Memórias: vou-me embora pra Pasárgada', 1979; 'Memórias n. 9: e vai começar uma era nova', [s.d.].

História do arquivo

Em fevereiro de 1970, Paulo Duarte escreve ao então reitor da Unicamp, Zeferino Vaz, manifestando seu interesse em vender sua biblioteca para a Unicamp. O reitor solicita uma avaliação do material por uma comissão formada por: Antonio Candido e Sérgio Buarque de Holanda, da USP; José de Barros Martins, diretor da Editora Martins, e Rubens Borba de Moraes, da UnB, então considerado o maior conhecedor de livros sobre o Brasil. A comissão avaliou a biblioteca e a compra foi fechada em agosto de 1970. Dois meses antes, em reconhecimento ao interesse da Unicamp, Paulo Duarte, em carta, se comprometeu a doar seu arquivo pessoal à Universidade. Após seu falecimento, em 23 de março de 1984, o então coordenador do Centro de Informação e Difusão Cultural da Unicamp, CIDIC (atual Arquivo Central do Sistema de Arquivos, Siarq), Ataliba T. de Castilho, resgatou o ato de venda da referida biblioteca para a Unicamp, onde constava a proposta de doação do arquivo. Entrou em contato com a família e, após ampla negociação, transferiu para a Unicamp o arquivo que estava armazenado na Indústria Metal Leve, em poder de José Mindlin, amigo de Paulo Duarte. Em agosto de 1994, toda a documentação foi transferida do Siarq para o CEDAE.

Procedência

Doação recebida em 29 de abril de 1985 e transferida ao CEDAE em 7 de novembro de 1994.

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

A documentação é constituída de correspondência, recortes de jornais e revistas, cartões postais, fotografias, quadros, gravuras, mapas, gráficos, objetos tridimensionais, acumulada pelo titular enquanto redator de 'O Estado de São Paulo', diretor da revista 'Anhembi' e fundador do museu de Pré-História da USP. O fundo contém ainda inúmeros dossiês, que refletem a efervescência cultural e política do Brasil num período que vai do século XIX ao começo dos anos 1980. A documentação aborda várias áreas do conhecimento como bibliografia, história do Brasil, literatura portuguesa, francesa e italiana, etnografia e pré-história, sociologia, história natural, filologia.

Avaliação, selecção e eliminação

Ingressos adicionais

Sistema de arranjo

Os documentos encontram-se classificados em: Vida Pessoal (VP); Documentos (DOC); Produção Intelectual (PI); Documentos Especiais de pessoas; Documentos Especiais Temáticos; Dossiê Pré-História Diapositivos, Material Iconográfico e Cartográfico

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Consulta livre

Condiçoes de reprodução

Consulte as normas gerais de reprodução de documentos do CEDAE.

Idioma do material

  • francês
  • inglês
  • italiano
  • português do Brasil

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

Catálogo do Arquivo Paulo Duarte. Org. Arquivo Central - SIARQ. Campinas,SP: SIARQ, [ s.d].

Área de documentação associada

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Descrições relacionadas

Nota de publicação

HAYASHI, Marli Guimarães. Paulo Duarte, um Dom Quixote Brasileiro. 200p. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de Filosofia, letras e ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

Área de notas

Nota

Localização Física: Ar8, C1-2; Ar15 C1-6,D1-6; Ar16 A1-D6

Identificador(es) alternativos

Pontos de acesso

Pontos de acesso de assunto

Pontos de acesso local

Ponto de acesso nome

Pontos de acesso de gênero

Área de controle da descrição

Identificador da descrição

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

Status

Nível de detalhamento

Completo

Datas de criação, revisão, eliminação

20/07/2006

Idioma(s)

Sistema(s) de escrita(s)

Fontes

Nota do arquivista

Descrição na ISAD(G) preparada por Ligia Belem; biografia compilada por Marco A. Pereira Domingues.

Zona da incorporação

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